domingo, 3 de maio de 2015
DA CARÊNCIA E DA SOLIDÃO - (muitos autores)
Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados: a carência, a saudade, a mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo. Eu bati a 200 km por hora estou voltando a pé para casa, destroçado. Eu não amei aquela pessoa. Eu tenho certeza que não! Eu amei a mim mesmo naquela verdade inventada. Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor.
O que a maioria de nós leva para o relacionamento não é a plenitude, mas a carência. A carência implica uma ausência dentro de si... A carência é uma força poderosa, capaz de criar ilusões poderosas. Ninguém pode realmente entrar dentro de você e substituir a peça que está faltando.
A carência é nossa inimiga número um. Você já parou para pensar nas besteiras que faz por carência? Liga pra relacionamentos falidos, dá bola pra babacas. Se acha esperto porque pega quem quer, a hora que quer e como quer. É carente porque tudo isso é idiota, vazio e solitário.
Não se deixe entusiasmar a ponto de não conseguir distinguir amor de atração, amor de carência, amor de insegurança, amor de fantasia.
Porque quando você ama sente necessidade da outra pessoa. Não por dependência, carência e outras ências. Mas porque é bom estar ali, com o corpo junto, coração do lado, ouvindo a respiração. Você se sente em casa.
Tem coisas que acontecem na nossa vida que não têm explicação: perdemos a chance de amar e sermos amados por medo, por estar longe, por achar que as diferenças vão atrapalhar, ou a idade, mas esquecemos que um amor perdido jamais nos voltará e que a pior coisa no mundo é viver sem um amor.
Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... isto é carência! Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade! Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio! Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida... Isto é um princípio da natureza! Solidão não é um vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância! Solidão é muito mais do que isto! Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma!
A solidão cria seres imaginários para suprir sua carência. E, se não perceber a tempo esse estado de morbidez, pode-se ingressar num mundo irreal que o consumirá.
Tenha mais cuidado com você, não espere isso do outro. Você sabe das suas carências, das suas fases, das suas lacunas. O outro sabe das dele. Ás vezes há o encontro perfeito, o encaixe. Em outras, há a mudança brusca pedindo outras conquistas, outras evoluções. Permita-se ser a nova pessoa que acorda todos os dias com mais sede de tudo... Permita-se conhecer anova pessoa que se relaciona com você diariamente com outra disposição pra vida, pro amor, pras relações.
Ah, meu amor, não tenhas medo da carência. Ela é o nosso destino maior.
O amor é tão mais fatal do que eu havia pensado. O amor é tão inerente quanto a própria carência. E nós somos garantidos por uma necessidade que se renovará continuamente.
O amor já está, está sempre, está sempre. Falta apenas o golpe da graça que se chama paixão.
Por favor, não me analise. Não fique procurando cada ponto fraco meu. Se ninguém resiste a uma análise profunda, quanto mais eu! Ciumento, exigente, inseguro, carente, todo cheio de marcas que a vida deixou: veja em cada exigência um grito de carência, um pedido de amor!
Amor, amor é síntese, uma integração de dados: não há que tirar nem por. Não me corte em fatias que ninguém abraça um pedaço. Me envolva todo em seus braços e eu serei perfeito, amor!
“Eu te amo!”, alguém me disse mentirosamente... E, em covardia carente, acreditei na mais deliciosa das mentiras.
O AFETO QUE FALTA EM NÓS -
O grande desafio de hoje em dia nas nossa vidas é viver uma vida contente, independente do que os outros dizem, acham ou acreditam. A Arte Suprema de Não se Sentir Ofendido é uma das principais habilidades necessárias para ser uma pessoa espiritualizada. Embora isso exija um pouco de prática, é um dos melhores segredos para se viver uma vida feliz.
Durante uma vida, a gente é capaz de sentir de tudo, de experimentar vários sentimentos. São inúmeras as sensações que nos invadem, e delas a arte igualmente já se serviu com fartura para retratá-las. Paixão, saudade, culpa, dor-de-cotovelo, remorso, excitação, otimismo, desejo – sabemos reconhecer cada uma destas alegrias e tristezas. Não há muita novidade, já vivenciamos um pouco de cada coisa, e o que não foi vivenciado foi ao menos testemunhado através de filmes, novelas, letras de música. Há um sentimento, no entanto, que não aparece muito, não aparece em cenas de cinema, nem vira versos com frequência, e quando a gente sente na própria pele, é como se fosse uma visita incômoda e perturbadora. É a humilhação.
Há muitas maneiras de uma pessoa se sentir humilhada. A mais comum é aquela em que alguém nos menospreza diretamente, nos reduz, nos coloca abaixo do nosso devido lugar e, que lugar é este que não permite movimento, travessia? Geralmente são opressões hierárquicas: patrão-empregado, professor-aluno, adulto-criança. Respeitamos a hierarquia, mas não engolimos a soberba alheia, e este tipo de humilhação só não causa maior estrago porque sabemos que ele é fruto da arrogância, e os arrogantes nada mais são do que pessoas com complexo de inferioridade. Humilham para não se sentirem humilhados.
Mas, e quando a humilhação não é fruto da hierarquia, mas de algo muito maior e mais massacrante: o desconhecimento sobre nós mesmos? Tentamos superar uma dor antiga e não conseguimos. Procuramos ficar amigos de quem já amamos e caímos em velhas ciladas armadas pelo coração. Oferecemos nosso corpo e nosso carinho para quem já não precisa nem de um nem de outro. Motivos nobres, mas os resultados são vexatórios. Na maioria das vezes, é a carência afetiva que nos leva a nos submetermos a essas situações. É a fome de afeto que sentimos em alguma época da nossa vida e, alguns, durante a vida inteira. É como se algo estivesse faltando. É uma sensação de vazio interior, de isolamento, como se estivéssemos sozinhos neste mundo. Podemos estar rodeados de amigos, colegas de trabalho e com a família. A sensação pode vir até com alguns sintomas depressivos, desânimo, falta de interesse pelas atividades que antes causavam prazer, vontade mesmo de se isolar. Nós, seres humanos, temos uma grande necessidade de proteção e aconchego. Nascemos nus, dependentes e pequenos. Nossa primeira experiência de afeto é com um homem (pai) e uma mulher (mãe). Eles são os primeiros seres humanos que os amam e protegem. Ou pelos menos deveriam. No entanto, cada um tem uma história de vida diferente. Mesmo que tenham o afeto dos pais, alguns não sentem ou não identificam este amor materno ou paterno. E, se não foi desejada, a pessoa pode carregar consigo, durante toda a vida, o sentimento de rejeição, tristeza e abandono. E, nem sempre, fica sabendo que foi rejeitada na gravidez. E, a certa altura de sua vida, começa a viver um sentimento de falta, de vazio, de carência afetiva.
A carência é um estado íntimo de insatisfação que surge da privação de alguma necessidade pessoal cujo principal reflexo é o sentimento de infelicidade. Na ótica afetiva é um processo de desnutrição que pode ter-se iniciado na infância e até mesmo em outras encarnações. Advém de desejos recalcados, expectativas não realizadas, frustrações não superadas... A maior carência humana é, sem dúvida, de afeto e carinho, sem os quis mais ninguém se sente humanizado. E não se sentir humanizado significa permitir a influência dos reflexos primitivos que provocam a ganância e a crueldade proveniente do instinto de conservação bastante acentuado.
domingo, 26 de abril de 2015
A ENERGIA VEM DE ACEITAR-SE A SI MESMO - Paulo Coelho / Martha Medeiros
Não tem a menor importância o que você esconde ou mostra ao seu semelhante – porque você sabe quem é. E se não se aceita como tal, mesmo o mais profundo ensinamento filosófico será incapaz de ter qualquer efeito.
Mas quem é você? Será que entende que neste momento está cercado pela eternidade, e pode usar sua energia a seu favor?
Partindo do princípio que conhece suas limitações, passe também a conhecer todas as suas possibilidades, e poderá ser chamado de um guerreiro impecável. A diferença entre um guerreiro impecável e os outros, é que aquele sabe como usar a sua força.
Se você anda sentindo os efeitos da insatisfação com a sua vida, pare um momento para refletir. Será que você se aceita como você é, nesse exato momento? A auto aceitação e a consequente aceitação do outro como ele é, é uma das chaves para uma vida plena.
Tanto quanto o organismo vivo tem necessidade do oxigênio para continuar vivo, precisamos nos aceitar e aceitar aos outros se desejarmos descobrir o caminho para a felicidade. Aceitação significa amar a nós mesmos exatamente como somos nesse momento. E às outras pessoas, exatamente como cada uma é nesse momento.
Considerando a felicidade como um estado dinâmico, encontramos na aceitação uma lei fundamental que conduz ao amor, a paz, a saúde e a todas as outras realizações.
O fato é que todo mundo, independente da posição que ocupa na vida, precisa de aceitação para ser feliz.
Para colocar em prática a aceitação é preciso começar pela auto aceitação. Quem não se aceita como é, não tem possibilidade de se amar. Quem não se ama fica impedido de amar a quem quer que seja. Como alguém poderia dar aquilo que não tem?
A auto aceitação permite que você assuma o controle sobre o seu destino. Quando você se aceita, deixa de colocar a sua energia em desculpas, culpas, acusações e em relacionamentos infelizes. Deixa, portanto, de atrair parceiros que funcionam como “para-raios”, enquanto você projeta neles suas dificuldades e seu medo de assumir as rédeas da sua vida.
A aceitação daquilo que se é abre caminho para a conquista de realizações, através do reconhecimento das próprias fraquezas e virtudes, de onde se está e de onde se deseja chegar.
Você precisa amar e aceitar a si mesmo. Demora um tempo, seja paciente consigo mesmo! É difícil mudar uma vida inteira de condicionamento de um dia para o outro.
Ame a si mesmo e aprenda a ignorar pensamentos negativos. Permaneça forte e concentrado.
Durante as etapas para recuperar-se, você poderá encontrar obstáculos que o deixarão frustrado e com raiva. Permaneça calmo e firme e tente liberar a raiva de um modo construtivo. Experimente escrever em um papel e rasgá-lo, ou ter um mentor em quem você confie para conversar.
Independência é aceitar a si mesmo antes da aprovação alheia. É defender a própria verdade e ter humildade para mudar de opinião caso seja surpreendido por melhores argumentos. Ser independente é preferir ir ao cinema com alguém, mas não perder o filme por falta de companhia. É vibrar quando lhe abrem um champanhe, mas não deixar de comemorar sozinho, se a sua alegria basta para o brinde. Ser independente é fazer tudo o que se gosta junto de quem mais se gosta, incluindo a si mesmo.
domingo, 5 de abril de 2015
SEPARAR-SE DÓI, MAS PODE SER UMA BÊNÇÃO... - Monja Coen
Separar-se dói, mas também pode ser uma benção...
É possível separar-se de alguém com respeito e com ternura.
É possível um divórcio verdadeiramente amigável.
Mas para isso é preciso que as duas pessoas envolvidas no processo de desfazer um laço de intimidade tenham amadurecido o suficiente para conhecer a si mesmas.
Caminhamos lado a lado com algumas pessoas em alguns momentos da vida.
Segundo uma professora de hatha ioga, Walkiria Leitão,
“A vida é como atravessar uma ponte. Nem sempre as pessoas com quem iniciamos a travessia são as mesmas que nos cercam agora ou com quem chegaremos do outro lado. Mas sempre há alguém por perto. Nunca estamos sós.”
O medo da solidão, muitas vezes, faz com que as pessoas suportem o insuportável. Ou se lamentem após uma separação, apegadas até mesmo aos conflitos conhecidos.
Ainda há mulheres que sofrem violências morais e até mesmo físicas de seus companheiros ou companheiras.
Ainda há homens que sofrem violências morais e até mesmo físicas de suas companheiras ou companheiros.
Como dar limites? Como conhecer esses limites?
Quando os limites são desrespeitados, as dificuldades começam. Dificuldades que podem levar à separação e ao divórcio. Dificuldades que podem levar ao sofrimento filhos e filhas, animais de estimação, amigos, familiares.
Caminhamos lado a lado. Ou não...
Quando nos afastamos e nos distanciamos, nunca é repentino.
Um processo que, se desenvolvermos a clara percepção da realidade do assim como é, poderemos prever, antecipar e até mesmo alterar o desenvolvimento do processo.
Entretanto, se não conseguirmos antever o que já acontece, se colocarmos lentes fantasiosas sobre a realidade, poderemos nos desiludir e nos sentirmos traídos na confiança mais íntima do ser.
Professor Hermógenes, um dos pioneiros do yoga no Brasil, fala sobre a criação de uma nova religião chamada “desilusionismo”:
“Cada vez que temos uma desilusão estamos mais perto da verdade, por isso temos que agradecer.”
Se você teve uma desilusão é porque não estava em plena atenção. Mas não fique com raiva nem de você nem da outra pessoa.
Nada é fixo. Nada é permanente.
Saber abrir mão, desapegar-se – até da maneira como tem vivido – é abrir novas possibilidades para todos.
Por que sofrer? Por que manter relações estagnadas ou de conflito permanente? Ou como transformar essas relações e dar vida nova ao relacionamento?
Apreciar e compreender a vida em cada instante é uma arte a ser praticada.
Separar-se dói, confunde, mexe com sonhos e estruturas básicas de relacionamentos.
Separação pode ser também uma bênção, uma libertação de uma fantasia, de uma ilusão.
Observe em profundidade.
Será que ainda é possível restaurar o vaso antigo?
No Japão, as peças restauradas são mais valiosas do que as novas. Tem história, emoção, sentimento.
Cuidado com o eu menor.
Cuidado com sentimentos de rancor, raiva, vingança.
Esses sentimentos destroem você, mais do que as outras pessoas.
Desenvolva a mente de sabedoria e de compaixão.
Queira o bem de todos os seres. Isso inclui você.
Cuide-se bem e aprecie a sua vida – assim como é –, renovando-se a cada instante e abrindo portais para o desconhecido, o novo – que pode ser antigo, mas novo a cada instante.
Mantenha viva a chama do amor incondicional e saiba se separar (se assim for) com a mesma ternura e respeito com que se uniu.
Esse é o princípio de uma cultura de paz e de não violência ativa.
Que assim seja, para o bem de todos os seres.
-Monja Coen é a Primaz Fundadora da Comunidade Zen-Budista, com sede em São Paulo, onde promove diferentes atividades, como práticas de meditação, cursos e palestras, além de casamentos e outras cerimonias religiosas.
O AMOR EM NOSSAS RELAÇÕES DE AFETO -
Qual é a coisa mais importante da nossa existência?
Queremos empregar nossos dias da melhor maneira, pois ninguém mais pode viver por nós. Então precisamos saber para onde devemos dirigir nossos esforços, qual o grande objetivo a ser alcançado? Na nossa luta para alcançar esse objetivo, colocamos um outro, ou não será o próprio objetivo?, a nossa realização no amor.
O amor é realmente o que nos motiva, o que nos impulsiona a vida. Na verdade, é o amor que rege nossas vidas. Em casa, no trabalho, na sociedade, todos somos motivados, de uma maneira ou de outra, pelo amor. Está tão entranhado em nossas vidas que dele nem damos conta porque achamos que ele é algo fora de nossa realidade. Devemos entendê-lo como O Sentimento Divino que alcançamos a partir da conscientização de nossa condição de operários na obra universal, um “estado afetivo de plenitude”, incondicional, imparcial e crescente.
As literaturas do mundo inteiro falam das dores do amor não realizado, a esperança do amor que quer se realizar ou a solidão do homem que não encontrou a extensão de si. Este deve ser nosso objetivo no mundo: aprender a amar. E há muito o aprender ainda. A vida nos oferece milhares de oportunidades para aprender a amar. Todo homem e toda mulher, em todos os dias de suas vidas, tem sempre uma boa oportunidade de entregar-se ao Amor. A vida não é um longo feriado, mas um constante aprendizado. E a mais importante lição que temos é: aprender a amar. Amar não apenas cada vez mais, mas cada vez melhor.
O amor não é um momento de entusiasmo. O amor é uma rica, forte e generosa expressão de nossas vidas: a personalidade do homem em seu mais completo desenvolvimento. E, para construir isso, precisamos de uma prática constante. Amar é uma aprendizagem. Uma aprendizagem em que a teoria tem pouca importância. É o exercício que nos habilitará para o amor.
Ninguém ama só de sentir. Amor verdadeiro é vivido. O atestado de Amor verdadeiro é lavrado nas atitudes de cada dia. Sentir é passo primeiro, mas se a seguir não vêm as ações transformadoras, então nosso Amor pode estar sendo confundido com fugazes momentos de felicidade interior, ou com os tenros embriões dos novos desejos no bem que começamos a acalentar recentemente.
Mesmo entre aqueles em quem a simpatia brota instantaneamente, Amor e convivência sadia serão obras do tempo, no esforço diário do entendimento e do compartilhamento mútuo do desejo de manter essa simpatia do primeiro contato, amadurecendo-a com o progresso dos elos entre ambos.
Um dos maiores sofrimentos em nossa maneira de nos relacionarmos são as sérias dificuldades na comunicação. O crescimento emocional e a maturidade afetiva são a base das relações saudáveis e de uma sociedade madura. Na verdadeira comunhão aconchega-se a mudança mais potente.
A vida afetiva humana, com suas interações, relações e sua problemática intrínseca, é a trama que sustenta o mundo em todas suas esferas, tanto privadas como públicas. No entanto, as potencialidades afetivas são frequentemente asfixiadas, subestimadas, descuidadas, quando não ignoradas. Amadurecer e crescer são, antes de mais nada, tarefas individuais, e seu reflexo mais fiel se projeta no espelho da sociedade.
Não se pode evoluir e crescer como ser humano íntegro sem desenvolver e amadurecer emocionalmente. Não há sociedade madura sem indivíduos íntegros. A imaturidade política, social e educativa que rege nossa cultura é expressão da imaturidade emocional dos indivíduos que a integram; sob a aparência de adultos, a grande maioria são seres que evolutivamente mal superaram a infância precoce ou a puberdade.
Desenvolver o núcleo mais íntimo de nosso ser, desenvolver a própria identidade como a capacidade de formar e manter relações, constituem as propriedades mais importantes de todo ser humano.
Se um ser se transforma realmente em adulto, se a pessoa atinge certa liberdade, é também livre em seus comportamentos e isto implica uma fluidez de papéis e responsabilidades nas relações interpessoais. A capacidade de amar profundamente e estabelecer autênticas relações humanas é imprescindível.
Também somos capazes de criar diferentes tipos de relações e estas adquirem muitas formas: relações superficiais e sem um verdadeiro contato, modelos de dependência nos vínculos que bloqueiam a individualidade ou distorções e perturbações na comunicação.
Mas, o mais importante passa inadvertido: psicologicamente, continuamos prolongando a precoce dependência emocional da infância, e com essa profundidade psíquica encaramos o mundo e a própria vida. É complexo viver, mas a maior parte da pena e do conflito é consequência direta do estado de imaturidade psicológica em que nos encontramos e que nem sequer é advertida como tal.
OS TEMPOS DA VIDA
Se o destino natural de todo ser humano é crescer e amadurecer: por que se torna tão difícil atingir uma verdadeira maturidade afetiva? Muitos nem sequer se propõem isso; vivem tão ocupados em atingir o sucesso, o poder, o dinheiro e o reconhecimento, projetos meramente externos, que nunca conseguem relacionar suas ânsias e suas angústias profundas com a falta de crescimento afetivo e espiritual. E muitos outros guardam o desejo de amadurecer e evoluir, mas são muitos os obstáculos que encontram, e confundidos, frustrados ou resignados, vagueiam na busca interior ou acabam consumindo fórmulas mágicas e alheias que, inevitavelmente, afastam e desviam do próprio caminho vital.
O caminho do amadurecimento é um processo de diferenciação e individuação psicológica; para crescer e amadurecer como verdadeiros seres livres e íntegros é necessário separar-se emocionalmente dos pais. Nenhum ser humano pode ser atributo, objeto ou complemento submetido à dependência de outro.
Quantos filhos estão fechados ao seu próprio desejo e vitalidade por pais que os pressionam com solicitação abusiva e mandatos esclerotizantes. O maior dom que os pais —verdadeiros ou substitutos— podem brindar aos filhos é separar-se e diferenciar-se deles — “cortar o cordão umbilical”— para que possam ter acesso a sua própria identidade, a um desenvolvimento emocional individual.
Não só os filhos devem “deixar o pai e a mãe”. São os pais, sobretudo, que devem deixar os filhos irem embora. Alguns pais, muito poucos, permitem o crescimento e a abertura à vida, mas a grande maioria, devido às estruturas familiares rígidas e às carências emocionais próprias, freiam o processo natural de separação e diferenciação de todo crescimento.
Deste modo, cresce na tensão e na culpa e, sem saber, sob um estresse crônico que será a base de muitas relações emocionais perturbadoras. A maioria das pessoas continuam sendo psicologicamente filhos –“os filhos da infância”– e a maioria dos pais continuam exercendo o papel de “pais da infância”. Assim, a relação entre pais e filhos permanece ancorada nos primeiros anos infantis ou, no melhor dos casos, na adolescência.
domingo, 29 de março de 2015
A REALIDADE DO AMOR -
Considerado o “Poderoso Chefão” dos sentimentos, todo mundo quer encontrar o grande amor. Mas, ao mesmo tempo, ninguém quer dividir tristezas e desilusões, sentir as incansáveis dores físicas, passar por torturas psicológicas ou ficar noites sem dormir. Ninguém quer ter que aguentar o outro de mau humor, suportar as diferenças, compartilhar e ceder. As pessoas querem mesmo é viver apaixonadas, curtir aquele desejo e vontade de fazer sexo todas as noites, tomar sol em uma casa de veraneio na praia ao som dos pássaros cantando e viver o sonho da família Doriana. Por isso, os amores de hoje são tão descartáveis. A cada esquina se acha alguém para se apaixonar, mas ninguém para amar. Cadê as pessoas que estão dispostas a suportar, no dia a dia, as imperfeições e que estão afim a criar problemas e, depois, resolvê-los juntas?
Está tão clichê dizer eu te amo e fazer amor (que nem pode mais se chamar de amor), que andar de mãos dadas não reflete companheirismo e um elo, mas sim, só mais duas mãos e alguns passos, que podem seguir separados. O que mais me impressiona não é nem o fato do “felizes para sempre” estar quase que em extinção, mas a coragem que as pessoas têm de, quando não conseguirem fazer as coisas darem certo e enfrentarem dificuldades juntas, se consolarem com o simples “Não era pra ser…”. Porque afinal, a culpa toda é do destino.
Esses dias estava tentando resolver um cubo mágico e me irritei tão fácil que obviamente não cheguei nem na primeira lateral de cores. Fiquei pensando na quantidade de coisas na vida que deixamos passar por falta de força de vontade. Com o amor é assim. Não queremos unir o azul, o amarelo, o verde, o branco e o vermelho, queremos só o vermelho e pronto. Mas para tudo e todo tipo de amor, sejam entre homens e mulheres, amigos e familiares é preciso de uma união de cores, sentimentos e mais do que isso, paciência. Tudo precisa se encaixar no lugar certo. Só que nós precisamos fazer nossa parte para que isso aconteça. Tentar, quem sabe?
Muitas vezes nos contentamos em amar pela metade só porque achamos que felicidade é se manter apaixonado, sempre. Paixões são instantâneas. Isso vai e vem. São lindas, concordo, e fragmentos do amor, mas, meu caro, apesar de estourar fogos de artifício no seu estômago infelizmente não durarão por uma vida inteira. Não é só somando alegrias e momentos bonitos que se ama, é no meio da turbulência que se descobre o verdadeiro amor. Tem uma frase de Clarice que eu adoro que diz o seguinte: “Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.” E acho que isso resume tudo. Paixão e carinho caminham juntos, mas para amar precisa-se de muito mais.
Não esqueça:
AMOR DE VERDADE A GENTE CONSERTA,
NÃO JOGA FORA...
APRENDER A ADMINISTRAR O CIÚME -
Muitos consideram que o ciúme, raiva ou inveja não são sentimentos nobres e que não podem conviver com outros sentimentos assim considerados. Ciúme e amor, no entanto, não se excluem, irmãos podem sentir ciúmes um do outro e ao mesmo tempo amarem-se. Neste ponto, não diferem dos adultos.
Alguns pais ficam receosos quando decidem ter o segundo filho, por não se considerarem preparados para dividir a atenção entre eles. Outros temem causar qualquer tipo de sofrimento ao primogênito. É comum os pais se reportarem a suas próprias experiências infantis e lembrarem como se sentiram com relação aos irmãos e ao afeto de seus pais.
Um recém-nascido demanda uma atenção mais intensa e imediata e o que acaba acontecendo é o primogênito sentir-se prejudicado por não ter mais a atenção exclusiva dos pais.
Ciúmes segundo a Psicopatologia é uma reação frente a uma ameaça real ou imaginária, e visa eliminar os riscos da perda do ser amado. Também podemos entender o ciúme como uma emoção provinda da noção de que a pessoa amada desvia sua atenção para outro, o que coloca em risco nossa segurança afetiva. Em síntese, podemos definir ciúme como uma emoção, que pode ir do ataque físico ao choro, como uma forma de desabafar.
É uma emoção normal dependendo do contexto e da intensidade.
Para Freud o ciúme faz parte da natureza humana e se instala na infância, tendo como ponto central o complexo de Édipo, ou seja, o ciúme que a criança sente do pai que ama, pois este entra como um terceiro na relação entre o bebê e sua mãe. Já para alguns autores o ciúme seria o medo disfarçado em amor, ou fruto de relações narcisistas na infância.
Ele passa a ser considerado anormal quando o amor entre duas pessoas visa o preenchimento narcísico daquele que sente ciúme. Para estas pessoas é muito difícil para não dizer quase impossível desenvolver e cultivar um amor verdadeiro, pois todas as suas relações (inclusas as de amizade) baseiam-se no cultivo de uma necessidade preencher um vazio próprio. Poderíamos dizer que elas não amam, apenas si amam.
O relacionamento com pessoas que o ciumento julga serem inferiores a ele, geralmente se mostram perfeitamente normais, mas quando se relacionam com pessoas que ela julga serem superiores a si (no intelecto, socialmente, profissionalmente, culturalmente, etc.), é comum o resgate de sentimentos como de serem esmagadas, pisoteadas, humilhadas. Nestes casos o indivíduo se estrutura dentro de um mecanismo de defesa que visa evitar as situações de risco, passando a se relacionar apenas com pessoas que preencham suas necessidades e não ofereçam risco, neste caso há homens que só se relacionam com mulheres, indivíduos que procuram relacionamentos somente com pessoas mais novas ou com aquelas que normalmente encontram problemas relacionados a situações de discriminações (raciais, sexuais, ideológicas, etc.). Nestes casos ela se sente segura e em suas fantasias inconscientes sabe (ou pensa) que não irá sofrer.
Por que as pessoas sentem ciúmes?
O ciúme romântico acontece geralmente quando uma situação é interpretada pela pessoa como ameaçadora ao seu relacionamento amoroso. Para manter o relacionamento ou diminuir o ciúme, a pessoa entra em um processo que envolve vários comportamentos e pensamentos, que podem ser eficazes ou não.
É normal ter ciúme?
Sim, ele é uma ferramenta evolutiva que serve como um sensor de perigo e sua função é preservar o relacionamento. A ausência dele também pode prejudicar a relação a dois, deixando o parceiro com a sensação de não ser amado o suficiente.
Quem é mais ciumento: o homem ou a mulher?
Ambos os sexos sentem ciúmes, a diferença estaria nos motivos ou atribuições que levam ao ciúme para cada sexo, no que é sentido como a ameaça.
Ciúme é doença?
O ciúme não é uma doença, mas pode se tornar patológico (excessivo) ou ser sintoma de alguns transtornos, como transtorno obsessivo compulsivo, alcoolismo, demência, esquizofrenia, por exemplo.
O ciúme normal seria transitório, específico e baseado em fatos reais e o patológico seria uma preocupação infundada, irracional e descontextualizada.
A respeito desses transtornos, como o ciúme pode se dar?
Alguns dos critérios do Transtorno da Personalidade Paranóide que podem ser relacionados com ciúmes são a suspeita sem fundamento suficiente, de estar sendo enganado pelos outros; interpretar significados ocultos de caráter humilhante ou ameaçador, em observações ou acontecimentos benignos e, mais óbvio, ter suspeitas recorrentes, sem justificativa, quanto à fidelidade do cônjuge ou parceiro sexual.
Os pacientes com demência costumam ter delírios de ciúmes, além de delírios com outros conteúdos. Em pacientes com esquizofrenia, o delírio de ciúmes é um dos sintomas positivos que podem surgir. No alcoolismo pode haver idéias delirantes de ciúmes, fazendo parte de um conjunto de fenômenos psicóticos durante ou imediatamente após o consumo.
Existe algum tratamento?
O tratamento pode ser feito com psicoterapia (a linha cognitiva comportamental tem boa aceitação nesse sentido) e, no caso do ciúme patológico, também medicação psiquiátrica, como neurolépticos.
Quando é necessário procurar ajuda profissional?
Quando o ciúme está fora de controle, prejudicando o relacionamento e/ou trazendo sofrimento, a psicoterapia é indicada.
Às vezes, a pessoa ciumenta demais tem ciência de que suas reações são exageradas, mas ou não consegue controlar seu impulso de defender sua relação ou sofre calada, com mil pensamentos o tempo todo sobre o que seu par está fazendo, o que ele já fez, o que ele fará. Outras vezes, a pessoa acha que seu comportamento e suas desconfianças estão certas, fundamentada em suas crenças sobre quem é seu par, como as pessoas devem agir, como os homens e as mulheres são, se o outro é confiável ou não.
Em ambos os casos, o foco da psicoterapia cognitiva comportamental são esses pensamentos que atormentam ou levam ao sofrimento (seja do ciumento, seja de seu parceiro) e os pressupostos dos quais esses pensamentos vêm, as crenças sobre si, o(a) parceira(o) e os relacionamentos em geral, para tentar diminuir e controlar o ciúme. Outro foco são os comportamentos de vigiar, limitar, brigar, vasculhar, etc e as emoções associadas.
Qual é a importância do tratamento para o ciúme excessivo?
O ciúme excessivo passa a minar o namoro/casamento/noivado, prejudicando ambos os parceiros. Além disso, o ciúme é um dos motivos mais comuns para homicídios, sendo a vítima na maior parte das vezes a mulher (mas não exclusivamente), frequentemente como resultado do término do casamento.
E a pessoa que sofre com o ciúme do parceiro? O que fazer?
Quando alguém é acusado injustamente de algo, ele começa a tentar se defender, nem sempre de maneiras legais e a situação começa a ficar insuportável.
A pessoa que é vítima do ciúme deve conversar com seu parceiro, explicar seus motivos para ter agido dessa ou daquela maneira na(s) situação(es) que desencadeou(aram) o ciúme, desfazer os mal entendidos, não dar motivos (reais) para que ele sinta-se inseguro e reafirmar seu interesse e amor pelo parceiro, demonstrando isso das maneiras que se adequem ao seu caso em particular. Caso o ciúme do parceiro persista é necessário procurar ajuda profissional (ver exemplo a esse respeito).
Quais os primeiros sintomas do ciúme?
No ciúme há avaliações cognitivas e reações emocionais. Ele envolve um misto de emoções, como medo, tristeza, raiva, ansiedade, indignação, culpa, constrangimento, dependendo da pessoa. As avaliações cognitivas podem envolver preocupação sobre o parceiro ser atraído por outros e suspeita da existência de um outro relacionamento, por exemplo.
Não há "sintomas" do ciúmes, ao contrário, ele pode ser um "sintoma".
Gostaria de banir o ciúme de minha mente. É possível?
É possível controlar o ciúme e só senti-lo em situações contextualizadas. Banir o ciúme de vez, ou qualquer outra emoção (como ansiedade, tristeza, etc) não é possível em pessoas com o sistema nervoso íntegro e também não seria producente, já que existe um motivo para termos as emoções, são termômetros que ajudam na nossa sobrevivência e não senti-las seria tão ruim quanto sofrer com elas.
domingo, 22 de março de 2015
A RAZÃO DA EMOÇÃO – Noelio Mello
Tantas vezes me perguntei como agir após uma emboscada do destino, uma traição da vida, um momento infeliz. Se através da razão ou da emoção. Muitos exemplos me ensinam a fazer o uso do bom senso, do equilíbrio, sem saberem, todavia, se meu coração navega num mar de tranquilidade ou está perto de explodir de emoções absolutamente impossíveis de conter.
Mas, como condenar tantos avisos que, embora pareçam sábios, esses conselheiros não podem ver o que está oculto dentro do meu peito?
Fico cismando de vez em quando de como utilizar a razão, quando precisamos cuidar das coisas da alma e do coração? Como raciocinar livre para desprezar um passado que continua presente? Como construir o futuro com os tijolos do bom senso, se as paredes do nosso espírito são desenhadas com a tinta rubra da emoção?
Como tomar decisões à luz da razão, quando nos corredores da nossa existência vivem em estranhas núpcias, o amor, as suas perdas, suas conquistas, o ciúme, a desforra, o despeito, uma saudade que nunca finda?
Como viver, afinal, entre a razão e a emoção, sem que nosso interior seja o grande palco de um duelo sentimental entre essas duas guerreiras da alma, que confundem nossos sentidos, brincam com o tempo, criam e matam esperanças, desafiam a felicidade, julgam, absolvem e condenam tantos outros sentimentos?
Se muitos pudessem ver o teatro oculto do nosso espírito, não ficariam a exigir que nossos atos naveguem sempre nos mares serenos da prudência. Se pudessem devassar as cortinas que escondem nossas inquietações mais íntimas, veriam que a razão da emoção é a maior verdade de todas as verdades.
A razão é dura. A emoção sonha. A razão é fria. A emoção é ardente. A razão é insípida. A emoção é doce. A razão é imparcial. A emoção toma partido da paixão, tem o olhar da alvorada, a sensibilidade do crepúsculo.
Jamais os amores que tem o cheiro do eterno começaram no berço da lógica. Nem um gesto de razão deu início aos olhares que escreveram histórias que só os corações apaixonados sabem contar.
Ninguém, na realidade, se encanta com as esquinas enluaradas, com o caminho das estrelas, com a poesia saída das almas dos amantes tocadas pelas flechas da razão.
São os dardos da fantasia que escrevem no livro da vida todas as receitas que contam as procissões de emoções que andam pelo nosso interior.
A razão é apenas a tinta sem perfume que ensina e conserta as coisas materiais. A emoção conserta a vida, o amor, o desamor. Muitos dizem que a razão é que desenha a calma nas faces dos homens. Mas o que importa, se algumas vezes, a emoção nos faz derramar um pranto que não cessa?
Só choramos pelo o que amamos. Pelo que queremos ardentemente. Pelo que perdemos. Pelo que nos sufoca a alma ou nos acelera o coração.
A efemeridade da vida ensinou-me que posso renunciar a tudo, exceto ao amor, ao que remexe minhas entranhas, ao andar das emoções que me fazem adormecer num floco jaspeado de nuvens.
O caminhar intrigante do tempo fez com que eu me encantasse pelos perfumes do desconhecido, por um sonho que ainda não sonhei, por uma manhã que ainda não vivi, pelo colorido de uma emoção que ainda vai acontecer.
Pouco importa o futuro, se a história que ele vem contando a insipidez da razão há muito já me confidenciou.
CIÚME NORMAL E CIÚME PATOLÓGICO -
Basicamente, ciúme é o medo de perder algo ou alguém que se supõe ser seu. Perder, por exemplo, alguém amado para uma terceira pessoa. O ciúme normal é transitório e baseado em fatos. O maior desejo é preservar o relacionamento. Algumas pessoas o encaram como prova de amor, zelo ou valorização do parceiro. Outros o consideram uma prova de insegurança e baixa autoestima.
Ciúme é uma reação complexa porque envolve um largo conjunto de emoções, pensamentos, reações físicas e comportamentos:
EMOÇÕES - dor, raiva, tristeza, inveja,medo, depressão e humilhação;
PENSAMENTOS - ressentimento, culpa, comparação com o rival, preocupação com a imagem, autocomiseração;
REAÇÕES FÍSICAS - taquicardia, falta de ar, excesso de salivação ou boca seca, sudorese, aperto no peito, dores físicas.
COMPORTAMENTOS - questionamento constante , busca frenética de confirmações e ações agressivas, mesmo violentas.
O ciúme, em princípio, é um sentimento tão natural ao ser humano como o tédio e a raiva. Nós sempre vivenciamos este sentimento em algum momento da vida, diferem apenas suas razões e as emoções que sentimos. Como todo sentimento, tem seu lado positivo e seu lado negativo.
CIUME E INVEJA -
O ciúme está intimamente relacionado à inveja. A diferença é que a inveja não envolve o sentimento de perda presente no ciúme. Mas ambas são um misto de desconforto e raiva e atormentam aquele que cobiça algo que outra pessoa tem. Quanto mais baixa for a auto-estima, mais propensa está a pessoa de sofrer com um dos dois sentimentos.
Outra diferença entre ambos reside no fato de o ciúme, quando ultrapassa certo limite, se transforma em patologia, coisa que não acontece com a inveja.
Ciúme e inveja desviam o foco dos cuidados com a própria vida, tão preocupado se fica com a vida de outra pessoa. Por outro lado, se enfrentados, podem levar a atitudes positivas como melhorar a aparência, desenvolver novas habilidades e trabalhar a auto-estima.
CIÚME PATOLÓGICO OU DOENTIO -
No ciúme patológico, há o medo inconsciente da ameaça de um rival, assim como o desejo obsessivo de controle total sobre os sentimentos e comportamentos do outro. Caracteriza-se por ser exagerado, sem motivo aparente que o provoque, deixando o ciumento absolutamente inseguro e transformando-o num tremendo controlador, cerceador da liberdade do outro, podador de qualquer atividade que o parceiro queira fazer sem que ele esteja presente.
O ciúme patológico é visto pela psiquiatria como uma espécie de paranóia (distúrbio mental caracterizado por delírios de perseguição e pelo temor imaginário de a pessoa estar sendo vítima de conspiração). Para o ciumento, a fronteira entre imaginação, fantasia, crença e certeza se torna vaga e imprecisa, as dúvidas podem se transformar em ideias supervalorizadas ou delirantes.
Quem sente ciúme a esse nível tem a compulsão de verificar constantemente as suas dúvidas, a ponto de se dedicar exclusivamente a invadir a privacidade e tolher a liberdade do parceiro: abre correspondências, bisbilhota o computador, ouve telefonemas, examina bolsos, chega a seguir o parceiro ou contrata alguém para fazê-lo. Toda essa tentativa de aliviar sentimentos, além de reconhecidamente ridícula até pelo próprio ciumento, não ameniza o mal estar da dúvida. Até o intensifica.
A pessoa ciumenta apresenta na sua personalidade um traço marcante de timidez e sentimentos de insegurança, problemas que costumam ter raízes na infância . Nesse caso, o tratamento passa por aplicação de técnicas de psicoterapia para melhorar a confiança do paciente em si mesmo. O processo deve envolver sua família, pois o apoio no lar é imprescindível nesses casos. Reduzido o sentimento de insegurança, é esperado que diminua a aflição do ciúme. Só quem confia em si mesmo pode confiar em outros, de modo que parece lógico começar o tratamento pelo fortalecimento da autoconfiança.
Não menos importante é atacar os sintomas físicos que o ciúme patológico provoca. O desequilíbrio no sistema nervoso aumenta o nível de adrenalina, interfere na dinâmica dos neurotransmissores e está na origem de muitas doenças psicossomáticas. Por isso, é fundamental apurar as causas desses sintomas e gastar a energia negativa em atividades como os exercícios físicos, meditação e trabalho que traga gratificação.
domingo, 8 de março de 2015
QUERIA TER A CERTEZA - Mário Quintana
Queria ter a certeza de que, apesar de minhas renúncias e de minhas loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...e que não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...
Que ele, o amor, é superior ao ódio e ao rancor.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas ou pelas dificuldades...
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto,
mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz
para os que estiverem ao meu redor.
Quero, sim, poder fechar meus olhos e imaginar alguém...
E poder ter uma certa certeza de que esse alguém
também pensa em mim, quando fecha os olhos.
Que faço falta, quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que, apesar de meus erros e desacertos,
alguém me valoriza
pelo que sou, pelo que consigo ser...
Alguém que me veja como um ser humano imperfeito, mas coerente
que dê valor ao que realmente é qualidade em mim,
mas que aceite o que em mim ainda é imperfeito.
Que saiba conquistar meu sentimento e fazer dele a recompensa da tolerância para com meus defeitos.
Um dia... ah um dia saberemos que
Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata...
Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem.
Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela...
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como o "bonzinho" não é bom...
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca lhe liga é a que mais pensa em você...
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas aí já é tarde demais...
Enfim...
Um dia descobrimos que, apesar de viver quase um século, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem que ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras...
E não esqueça que quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.
ADIANTAR OU ESTACIONAR -
O afeto está intimamente relacionado à nossa saúde, à nossa capacidade de pensar com discernimento. A medicina só avançará, quando os médicos não nos virem mais apenas como um corpo, mas como um todo complexo. É por isso que os amigos espirituais nos afirmam que, num futuro não muito distante, na Terra, os médico terão, inclusive, acesso às nossa vidas anteriores, para que possam entender, junto conosco, o porquê de situações como a de quem nunca fumou, mas traz uma enfermidade pulmonar; a situação de quem nunca provou álcool, mas tem o fígado problemático,ou a situação de quem, por exemplo, nunca está bem, ou nunca cometeu excesso, mas traz insuficiência renal inexplicável. Somos o passado em forma de presente!
Somos, sim, o o passado em forma de presente! E trabalharemos sempre pela nossa recuperação, viveremos para isso,não para ocultarmos o nosso passado, mas para transformá-lo, porque fomos criados por Deus, para a beleza e perfeição que nós vamos alcançar de alguma forma, um dia.
Conseguiremos, no máximo adiar, com atitudes menos dignas e nobres, a chegada triunfal do nosso coração totalmente belo e digno à verdadeira morada de todos nós. Lá, haverá, sim, trabalho porque nós vamos passar a ajudar aqueles que ainda estão no caminho, como hoje nos ajudam os mentores espirituais, aqueles seres que estiveram conosco, que foram nossos amigos, nossos namorados, nossos filhos, mas que, por motivos diversos à sua própria intenção, se adiantaram, foram à frente, mas que hoje não podem ser totalmente felizes, porque nós permanecemos na estrada. Enquanto não estivermos todos unidos aos corações que mais amamos, não seremos completamente felizes.
Há uma frase, não se sabe de que autoria, que diz assim: "Ó Senhor dos grandes recomeços, aqui estou eu, mais uma vez!...". No fundo, todos nós fazemos a mesma coisa: a cada encarnação, a cada retorno à Terra, nós somos aqueles que, à frente de Deus, dizemos aqui estou, Senhor, mais uma vez, para recomeçar...
Por isso, o que nos importa, se as pessoas não nos amarem como queremos? O que nos importará, se as pessoas duvidarem de nós, se as pessoas nos invejarem, se não nos compreenderem, se não observarem a vida como nós observamos? Todos nós amadureceremos, todos nós chegaremos a esse grande final que é a felicidade, sem nenhuma mácula e, quando lá estivermos, nós vamos querer fazer todas as criaturas felizes também.
Por isso, também pensemos: as coisas da Terra são tão pequenas, são tão passageiras, e nós nos deixamos envolver por elas, ficamos totalmente amargurados, paralisados, passamos as semanas, os meses, os anos, reclamando que a vida não é aquilo que nós sonhamos, quando crianças ou adolescentes, não aquilo que pretendíamos, mas, muitas, vezes, nada fazes para nos modificar e modificar o nosso destino, não vamos em busca das grandes transformações, ficamos mesmo sem coragem para os grandes desafios, permanecemos com medo de encarar de frente aquilo que nós etmos adianto, muitas vezes há várias vidas, para solucionarmos.
Se quisermos, nós sempre encontremos uma desculpa, sempre haverá uma justificativa, um "ah, eu não posso", ou "ah, eu não tenho forças", "não é do jeito que eu queria..." e, assim, a vida irá passando, porque "100 anos", segundo Emmanuel, "é um relâmpago na eternidade...".
Um exemplo de equilíbrio emocional é o Chico Xavier. Certa feita, ele recebeu uma senhora que, em grave perturbação, foi até ele e lhe disse: "Chico, eu vim te dizer uma coisa: essa história de Doutrina Espírita não serve para nada. No dia-a-dia não adianta! E Chico, muito tranquilamente lhe respondeu: "Minha amiga, provavelmente você tenha toda a razão..." A mulher ficou frustradíssima, foi embora, mas dois anos depois, retornou ao mesmo Chico Xavier e lhe disse: "Chico, a Doutrina Espírita é tudo! Chico, estava doida! Chico, a Doutrina Espírita resolve
tudo na vida da gente...! E aí Chico voltou a responder: "É verdade, minha amiga, provavelmente você tenha toda a razão!" "Por isso que o Chico nunca ficava doente das emoções!", comentavam seus amigos. Chico Xavier tinha todos os problemas de saúde no corpo físico, mas, emocionalmente, ele era perfeito. E era perfeito também porque ele sabia que a loucura dos outros tem de ficar com os outros, não conosco...
Às vezes, temos aqueles amigos tão queridos, amados, que nos lançam os seus xingamentos, que nos lançam toda a sua mágoa, que nos lançam a sua inveja, toda a sua desfaçatez e, depois de tudo, saem ótimos e ainda nos dizem: "Nossa! Eu adoro conversar com você! Eu fico ótimo!" E você, ali, desmaiado; a sua samambaia morta, o seu cachorro no veterinário... Todo mundo pega um pedaço da carga e, o pior, ainda tem gente que acaba se achando "médium" daqueles, porque pegou a rebarba e aguentou firme. O fato é que também é preciso ter cuidado para ajudar porque, muitas vezes, de tanto pegar a carga emocional dos outros e sofrer junto, chorar junto, se amargurar munto, nós podemos acabar adoecendo também da nossa emoção, da nossa vontade, do nosso desejo de sermos melhores e, consequentemente, da nossa disposição para sermos mais felizes.
Não nos esqueçamos, meus amigos, que, dia-a-dia, os anos vão passando - e como passam rápido! Então, felizes de nós se tivermos a sabedoria de tudo aceitar para transformar, não para nos conformarmos. Porque nós precisamos nos indignar sempre com a injustiça, com as maldades, com o que não é certo. Nós devemos, sim, discutir em sociedade, questões que afetam a todos nós e sobre as quais, muitas vezes, nós fingimos, por causa talvez da religião, que não temos "nada a ver com isso..."
A Doutrina Espírita é maravilhosa e não podemos ter nenhuma vergonha de dizermos que dela somos amantes, mesmo que não sejamos de fato espíritas e professemos outra religião. Essa Doutrina que nos diz que somos imortais, que voltaremos à Terra quantas vezes forem necessárias para refazermos o nosso destino e o destino de todas as pessoas que estiverem à nossa volta.
Se você ainda não assistiu ao filme "Nosso Lar", assista. Você vai apender muito com ele. Os camelôs cariocas, quando vendiam DVDs de "Nosso Lar", anunciavam: "Comprem "Nosso Lar"! Agora você não precisa mais morrer para saber como é o céu!" O jornal O Globo, há um tempo atrás, trazia uma nota, numa coluna social muito pitoresca que dizia: "Agora no Rio de Janeiro não se diz mais "fulano morreu, nem que "fulano faleceu". O bonito é dizer que "fulano partiu para o Nosso Lar".
Felizes de nós, meus amigos, se pudermos voltar um dia para lá, porque dizem os espíritos que muitos de nós viemos de lá, de Nosso Lar. E prometemos nos encontrar, quem sabe, dentro de uma casa espírita para, ao menos de vez em quando, sermos cutucados pela nossa própria consciência.
Estamos aqui, todos nós, sob a tutela absoluta e querida das almas que nos amam desde sempre e que nunca se esquecem de nós. Avançaram, mas não conseguem ser de todo felizes, porque nós não avançamos ainda e elas precisam que estejamos lá com elas. Então, façamos tudo para que isso aconteça o mais breve possível. Se optarmos por ficar 200, 300 anos como estacionários, ficaremos, nada nos impedirá, porque também o livre arbítrio é sagrado, Ainda que quisessem, os amigos espirituais não poderiam tomar decisões que são só nossas. Eles não podem nos tomar as mãos e nos fazer correr, quando queremos estacionar, às vezes, por longo tempo.
domingo, 1 de março de 2015
SE... - Prof. Hermógenes
Se, ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia…
Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas…
Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e mesmo ser…
Se eu retiver um pouco mais
Do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo…
Se algum ressentimento,
Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio
Que é o irrestritamente perdoar,
E, mais ainda,
Se ainda não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou…
Se continuar a mediocremente
Denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave
Em meu próprio…
Se seguir protestando
Reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar eu…
Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia
Para a minha ainda imperiosa angústia…
Se, ainda incapaz
para a beatitude das almas santas,
precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende…
Se insistir ainda que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim…
Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais
Grosseiros e frágeis
Que o mundo empresta,
E eu neles ainda acredito…
Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir,
Multiplicar,
E reter
Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz…
Se, ainda presa do grande embuste,
Insistir e persistir iludido
Com a importância que me dou…
Se, ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo, que,
Dentro de mim,
Eu Sou,
Terei me perdido na multidão abortada
Dos perdulários dos divinos talentos,
Os talentos que a Vida
A todos confia,
E serei um fraco a mais,
Um traidor da própria vida,
Da Vida que investe em mim,
Que de mim espera
E que se vê frustrada
Diante de meu fim.
Se tudo isto acontecer
Terei parasitado a Vida
E inutilmente ocupado
O tempo
E o espaço
De Deus.
Terei meramente sido vencido
Pelo fim,
Sem ter atingido a Meta.
UMA NOVA CHANCE -
Existe uma verdade à qual nenhum de nós escapa: "nós somos aquilo que nós mesmos fazemos de nós" e, do outro lado da vida, um dia, nós vamos contar a nossa própria história, queiramos ou não, acreditemos ou não. Para voltarmos à Terra, e voltar à Terra ainda será necessário para nós por muito tempo, já que a Terra é o hospital-escola que nos acolhe, nós vamos ter de refazer a nossa programação, vamos ter de observar tudo o que não fizemos e o que fizemos de errado. Hoje isso pode nos parecer a mais absoluta tolice, mas, amanhã, do outro lado da existência, entenderemos a gravidade de todos os nossos gestos, palavras, do silêncio, dos sonhos, das mentalizações, daquilo que pensamos embora não tenhamos falado, porque pelos nossos pensamentos também somos observados.
Por isso é que Jesus afirmava que "o Pai vê o que fazes em segredo..." O apóstolo Paulo disse que somos acompanhados por uma nuvem de testemunhas invisíveis. Não é o fato de não vermos que não existe. Fora da matéria, antes de virmos para cá, para a atual experiência no corpo físico, quem sabe já não teremos sido nós também obsessores, perseguidores daqueles que amávamos e que não queríamos ver felizes e sem a nossa presença? Quem sabe já não tenhamos nós também sido suicidas? Muitos de nós têm doenças não justificadas pela medicina porque se tratam de heranças de nossa experiência anterior e que estão impressas no nosso perispírito. Dor de cabeça crônica, hipertensão, cardiopatia, esquizofrenia e até certos tipos de cânceres.
Muitas vezes nós afirmamos que nossos filhos têm toda a liberdade, que podem fazer o que quiserem, mas, se nos contrariam, sonhando algum sonho que nós não queremos que eles sonhem, ficamos desesperados. Mas nossos filhos também são almas quem vêm do espaço "para progredir em nossos braços". E, não nos esqueçamos, muitas vezes suas escolhas não serão aquelas que nós pretendíamos, por considerarmos serem as melhores. Emmanuel, mentor de Chico Xavier, dizia que, às vezes, um pai ia procurar orientação espiritual, querendo o filho engenheiro ou médico, mas que uma enxada, nas mãos daquele filho, ensinaria muitos mais... E, é óbvio, ninguém quer isso... Queremos nossos filhos brilhando, nosso filhos, se possível, com mais de um curso em universidade... mas, à vezes, a alma vem não para ser doutor, mas para recuperar emocionalmente aquilo que desgastou pelo caminho, em vidas em que conseguiu ser um doutor, mas não soube honrar o diploma, ou a própria profissão escolhida.
domingo, 22 de fevereiro de 2015
SOBRE O AMOR, ROSAS E ESPINHOS... - Pe. Fábio de Melo
Amor que é amor dura a vida inteira. Se não durou é porque nunca foi amor.
O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e até às traições. Sem perdão não há amor. Diga-me quem você mais perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou.
O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão. Você o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim você olha nos olhos dele e diz: "Mesmo fazendo tudo errado eu não sei viver sem você. Eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por perto."
O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso coração que sozinhos jamais poderíamos enxergar.
O poeta soube traduzir bem quando disse: "Se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão. Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores por onde eu vi, dentro do meu coração!"
Bonito isso. Enxergar sonhos que antes eu não saberia ver sozinho. Enxergar só porque o outro me emprestou os olhos , socorreu-me em minha cegueira. Eu possuía e não sabia. O outro me apontou, me deu a chave, me entregou a senha.
Coisas que Jesus fazia o tempo todo. Apontava jardins secretos em aparentes desertos.
Na aridez do coração de Madalena, Jesus encontrou orquídeas preciosas. Fez vê-las e chamou a atenção para a necessidade de cultivá-las.
Fico pensando que evangelizar talvez seja isso: descobrir jardins em lugares que consideramos impróprios.
Os jardineiros sabem disso. Amam as flores e por isso cuidam de cada detalhe, porque sabem que não há amor fora da experiência do cuidado. A cada dia, o jardineiro perdoa as suas roseiras. Sabe identificar que a ausência de flores não significa a morte absoluta, mas o repouso do preparo. Quem não souber viver o silêncio da preparação não terá o que florir depois...
Precisamos aprender isso. Olhar para aquele que nos magoou, e descobrir que as roseiras não dão flores fora do tempo, nem tampouco fora do cultivo.
Se não há flores, talvez seja porque ainda não tenha chegado a hora de florir. Cada roseira tem seu estatuto, suas regras...
Se não há flores, talvez seja porque até então ninguém tenha dado a atenção necessária para o cultivo daquela roseira.
A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver sozinhas...
Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá que saber que com ela vão inúmeros espinhos.
Mas não se preocupe. A beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos... ou não.
VIVER E MORRER BEM -
Do mesmo jeito que temos necessidade de aprender a viver, aprender a ser felizes, temos necessidade de aprender a morrer. APRENDER A MORRER sim, senhor. Não podemos passar o resto de nossas vidas com medo do que fatalmente irá nos acontecer algum dia, ou sofrendo com a morte de alguém próximo. O conhecimento é essencial para que nos livremos do medo e do sofrimento. Então, aprendamos:
Como se processa o desencarne, ou morte, de uma pessoa? Nós temos um cordão fluídico, um cordão energético semelhante ao cordão umbilical que une o bebê à mãe, que une o nosso corpo físico ao nosso perespírito. O perespírito é outro corpo que todos nós temos entre o espírito que somos e a carne que ora vestimos. Ali, no cordão de prata, ou cordão fluídico, está todo o tônus vital que vamos gastar, ao longo de 60, 70, 80 anos nesta vida. E esse cordão fluídico só escurecerá, luminoso que é, quando chegar a hora definitiva da nossa partida. Ele se desfaz quando as pessoas agonizam, quando morrem naturalmente. E mesmo quando lhes advém uma morte violenta, no sentido de um acidente, se para isso elas não contribuíram. Então, nesses casos, ele irá se desfazendo, se despregando, naquele instante que chamamos agônico. Mas o suicida não tem tempo para isso: ele perece, faz perecer o corpo por sua própria vontade, e rasga obrigatoriamente aquele cordão fluídico, contrariando uma lei que é Divina. Imagine uma pessoa cometer um ato desses aos 28 anos de idade e ter tônus vital para viver na Terra por 80, 85 anos ou até mais... Aquilo fica ainda luminoso, o pedaço que sobra fica pendurado na pessoa e, obviamente, torna-se uma visão terrível. Torna-se uma espécie de evidência do seu ato. A pessoa torna-se, naturalmente, uma alma sofredora, uma alma suicida, portando aquele cordão fluídico que ainda retém a energia que deveria estar sendo usada, vivenciada na Terra.
O suicídio é a interrupção da vida, é claro. Mas nesta frase se encontra a chave de todo o drama que o suicida passa após a morte. Assim como o mais avançado dos robôs, ou um simples radinho de pilha, o corpo também tem sua bateria, e um tempo de vida útil baseado nesta carga. De acordo com nossos planos (traçados do "outro lado") teremos uma carga X de energia, que pode ser ampliada, se assim for necessário. Então, um atentado contra a vida não é um atentado exatamente contra Deus, mas contra todos os seus amigos, mentores e engenheiros espirituais que planejaram sua encarnação nos mínimos detalhes, e contra a própria energia Divina que foi "emprestada" para animar seu veículo físico de manifestação: seu corpo.
Equivale aos EUA gastar bilhões pra mandar um homem a Marte, e quando ele estivesse lá resolvesse voltar porque ficou com medo ou sentiu saudades de casa. Todos os cientistas envolvidos na missão ficarão P da vida, e com razão. Afinal, quando ele se candidatou para a missão, estava assumindo todos os riscos, com todos os ônus e bônus decorrentes de um empreendimento deste tamanho. Quando esse astronauta voltar à Terra vai ter trabalho até pra conseguir emprego de gari.
É mais ou menos assim no plano espiritual. Um suicida nunca volta pra Terra em condições melhores do que estava antes de cometer o autocídio.
Segundo Allan Kardec, codificador do espiritismo, "Há as conseqüências que são comuns a todos os casos de morte violenta; as que decorrem da interrupção brusca da vida. Observa-se a persistência mais prolongada e mais tenaz do laço que liga o Espírito ao corpo, porque este laço está quase sempre em todo o vigor no momento em que foi rompido (Na morte natural, ele enfraquece gradualmente e, às vezes, se desata antes mesmo da extinção completa da vida). As conseqüências desse estado de coisas são o prolongamento do estado de perturbação, seguido da ilusão que, durante um tempo mais ou menos longo, faz o Espírito acreditar que ainda se encontra no mundo dos vivos. A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas, uma espécie de recuperação do estado do corpo sobre o Espírito (ou seja, o espírito ainda sente, de certa forma, as ações que o corpo sofre), que assim se ressente dos efeitos da decomposição, experimentando uma sensação cheia de angústias e de horror. Este estado pode persistir tão longamente quanto tivesse de durar a vida que foi interrompida.
Os suicidas se agrupam em um lugar chamado Vale dos Suicidas, região de sombra, de onde só será resgatado pelas equipes de socorro quando o cordão fluídico estiver enfim apagado. Porque somente, então, estará finda a energia que deveria ter sido gasta na Terra. Ali, cada suicida passa a ver, no outro, seu próprio momento tresloucado do suicídio. Então os suicidas saem por ali, andando sem razão, procurando uma saída daquele lugar, do Vale dos Suicidas, criado pelas próprias mentes doentias daqueles que estão ali reunidos, por afinidade. De repente, por exemplo, passa um trem desgovernado, saído fortemente da imaginação daqueles que haviam se lançado à frente deste meio de transporte. Ou então são apavorados por mulheres que passam correndo, tomadas por labaredas de fogo em seus corpos espirituais, porque haviam se matado atiçando álcool ao corpo e aí ateado fogo em suas próprias vestes. O drama do suicida, de viver o seu próprio pesadelo e conviver com o pesadelo dos outros, à sua volta. Essas regiões, de extremo sofrimento, no mundo espiritual, existem porque um enorme número de almas sofredoras se reúne no mesmo lugar e mentaliza aquelas situações absolutamente terríveis.
E não adianta dizermos que, de alguma forma, vamos encontrar justificativas para o gesto do suicídio, porque não encontraremos. Os Espíritos sempre nos lembram que o suicídio é o único gesto que, se tomado na Terra, para ele, no mundo espiritual, não conseguiremos encontrar qualquer justificativa. E, é claro, o Espírito passa a vivenciar a situação de uma alma que lançou, à face de Deus, o corpo físico que era empréstimo para si mesmo... 100, 200, mais anos às vezes não são suficientes para esse resgate.
Lembremos sempre que o gesto máximo de desistir da vida começa a partir dos nossos pequenos desânimos não solucionados. Começa nos dias em que nós vamos acumulando a descrença, a tristeza, a insaturação das alegrias que achamos que nunca temos e que nunca teremos.
Os amigos espirituais nos têm reiteradamente transmitido mensagens chamando-nos a atenção para o fortalecimento do nosso coração, da nossa consciência, do nosso espírito aguerrido, porque dizem que os próximos quatro anos na Terra serão de enormes lutas e dificuldades para todos nós, pessoal e coletivamente.
Se nós começarmos a pensar em fantasmas, se começarmos a achar que as coisas não vão dar certo, vamos sendo minados, não importando a idade física que tenhamos. Se colocarmos muitas dificuldades para aceitarmos a vida como ela é, torna-se então mais difícil que ela se torne melhor... Por isso é que livros psicografados em 1926, quando tantos de nós ainda nem estávamos na Terra, são ainda tão fundamentais, para nos lembrar que somos nós mesmos que fazemos a nossa vida, somos nós mesmos que tomamos as nossas decisões, somos nós mesmos que resolvemos como será a nossa relação com o outro e o quanto vamos deixar que o outro nos magoe, nos infelicite, não nos respeite; ou nos ame, nos leve para cima, nos diga e nos faça crer que dias melhores virão, que nós vamos construí-los em todos os instantes da nossa existência.
Nesse contexto, as religiões são fundamentais, todas elas, porque cada um de nós, dentro da nossa maturidade específica, precisa de determinada religião. E é por isso que religião não se discute, porque cada um de nós precisa ter a sua própria convicção, que é individual e intransferível. Nós, que nos enamoramos da Doutrina Espírita, costumamos dizer aos outros que sabemos mais... E acho graça ao me lembrar de conhecido poeta, que, nos últimos anos de sua existência na Terra, enamorou-se também da Doutrina Espírita. Este poeta, curiosamente, mandou escrever em sua lápide: “agora, com certeza, eu sei mais do que todos vocês!...”.
A verdade é que a morte física nos faz de novo recuperar a memória eterna. Extraordinário pensar que todos nós fomos criados por Deus para essa beleza que às vezes mal percebemos, mas que um dia será toda nossa, a verdade da Vida Maior. E mais generoso e sábio é também percebermos que os nossos adversários, aqueles que não nos amam, aqueles que não nos entendem, aqueles que até nos prejudicam, foram criados pelo mesmo ato divino, foram criados para a mesma destinação.
E, portanto, respeitar a Deus e às forças do Bem que protegem o universo é também respeitar o outro, mesmo quando esse outro não tem o necessário equilíbrio e nem maturidade para praticar respeito. Se nós vamos acusar alguém, se vamos apontar alguém, verifiquemos se não estamos em situação igual ou até mais difícil do que aquele companheiro que estamos apontando. É básico.
domingo, 8 de fevereiro de 2015
SOBRE A MORTE - Victor Ugo
Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara.
O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.
Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram.
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: Já se foi.
Terá sumido? Evaporado?
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós.
Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas.
O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver. Mas ele continua o mesmo.
E talvez, no exato instante em que alguém diz: Já se foi, haverá outras vozes, mais além, a afirmar: Lá vem o veleiro.
Assim é a morte.
Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: Já se foi.
Terá sumido? Evaporado?
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O ser que amamos continua o mesmo. Sua capacidade mental não se perdeu. Suas conquistas seguem intactas, da mesma forma que quando estava ao nosso lado.
Conserva o mesmo afeto que nutria por nós. Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita no outro lado.
E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: Já se foi, no mais Além, outro alguém dirá feliz: Já está chegando.
Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a viagem terrena.
A vida jamais se interrompe nem oferece mudanças espetaculares, pois a natureza não dá saltos.
Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário.
A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas.
Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada.
Um dia partimos do mundo espiritual na direção do mundo físico; noutro partimos daqui para o espiritual, num constante ir e vir, como viajores da Imortalidade que somos todos nós.
A cada vez que morremos ganhamos mais vida. As almas passam de uma esfera para a outra sem perda da personalidade, tornando-se cada vez mais brilhante.
Eu sou uma alma. Sei bem que vou entregar à sepultura aquilo que não sou.
Quando eu descer à sepultura, poderei dizer, como tantos: Meu dia de trabalho acabou. Mas não posso dizer: minha vida acabou.
Meu dia de trabalho se iniciará de novo na manhã seguinte.
O túmulo não é um beco sem saída, é uma passagem. Fecha-se ao crepúsculo e a aurora vem abri-lo novamente.
MAIS TOLERÂNCIA ENTRE NÓS -
Em nosso dia a dia, costumamos reclamar de algumas pessoas que nos atendem em repartições públicas, lojas, supermercados, ao telefone, na escola do filho, enfim, as pessoas com quem, de alguma forma, mantemos algum contato. O que não nos damos conta é que também estamos entre essas pessoas. E que, como elas, estamos nos relacionando com várias outras pessoas. A vida em sociedade, a vida com as outras pessoas, cria essa teia de relações. E quantas vezes não nos aconteceu de nos irritarmos porque não fomos atendidos como desejávamos. Porque alguém não nos foi simpático como achamos que merecemos ou desejamos. E aí partimos para o revide, para a agressão. Devemos, entretanto, pensar duas vezes antes de nos irritarmos. A irritação, A INTOLERÂNCIA, fazem com que provoquemos males ainda maiores na sociedade em que vivemos. Não esqueçamos que é a partir dos pequenos desentendimentos que os grande conflitos da humanidade são gerados. Por isso, não negue compreensão, tenção, gentileza e consideração diante de balconistas fatigados ou irritadiços. Pense nas provações que, sem dúvida, os atormentam no meio da família ou do lar. A pessoa que se revela mal humorada em seus contatos públicos, provavelmente carrega um fardo pesado de inquietação ou doença. Qual de nós se mostraria simpático vivendo uma situação de doença de um filho ou de si mesmo? Quantos dos atendentes em lugares públicos não estampam um sorriso ensaiado para segurar as lágrimas de experiências trágicas de doença de um filho, de um pai, de uma mãe ou de si mesmo? Pensemos um pouco nisso.
Aprender a pedir “por favor” aos que trabalham em repartições públicas, armazéns, lojas ou bares é obrigação nossa. Embora estejam sendo pagos para cumprir tarefas, ou sejam subordinados a nós, são seres humanos como nós mesmos. Lembre-se que todas as criaturas trazem consigo as imperfeições e fraquezas que lhes são próprias, tanto quanto, ainda desajustados, trazemos também as nossas. Vale lembrar aquelas quatro palavrinhas mágicas: “por favor”, “com licença”, “obrigado” e “desculpe”. Não duvide: elas são capazes de fazer coisas que você nem imagina.
Muitas vezes, nós mesmos, atormentados por algum problema que precisa ser resolvido, tratamos mal alguém que nos venha pedir um favor com delicadeza. O que nos aconteceria se essa pessoa nos tratasse mal? Ficaríamos mais irritados, é claro. No entanto, se essa pessoa apesar de nossa má vontade, nos tratasse bem, com cortesia e gentileza, pesaríamos melhor no que estivéssemos fazendo, podendo até mudar de atitude. Lembremos das palavras do Divino Mestre Jesus Cristo quando nos aconselha fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem. Na maioria dos casos, o que nos falta é um pouco de tolerância. E o que significa TER TOLERÂNCIA? Ter tolerância é compreender os problemas alheios e ter paciência para com o outro. A tolerância deve ser aplicada indistintamente entre todos e em qualquer lugar. É lição viva de fé e elevação espiritual e nunca pode ser esquecida. Tolerar, no entanto, não significa ser conivente, estar de acordo com o erro. Desculpar o erro não significa concordar com ele. Entender e perdoar a ofensa não representam dar apoio a ela ou aceitá-la, mas sim ser compreensivo e caridoso. É indispensável não entrar em área de atrito, quando puder contornar o mal aparente a favor do bem real. Perdoe as ofensas e tente entender os problemas alheios sem julgá-los preconceituosamente. Repito, com o Cristo, faça aos outros o que gostaria que fizessem a você. Seja uma pessoa amistosa, amável para com todos. Contribua sempre com um pouco de amor para vencer o mal do mundo. Isso, sim, é espiritualidade. Tolerância é caridade em começo. Exercitando-a em regime de continuidade, você se defrontará com excelentes resultados do bem onde quer que esteja, com quem conviva.
Tolerância é uma das tantas virtudes necessárias para elevar o ser humano à condição de civilizado. Ela faz parte do processo de desenvolvimento da maneira ideal de comportamento entre as pessoas e grupos, cuja objetivo é levá-los a manter a “disposição” firme e constante para praticar a tolerância; é exercício necessário para se conquistar a Sabedoria. É uma virtude necessária para o exercício das coisas pequenas do cotidiano. Nela, na tolerância,existe uma espécie de “prontidão” e também de atividade. “Prontidão” a favor de ideias e atos de Tolerância e atividade contra tudo que se reprime, oprime, discrimina, que não respeita as diferenças humanas, sejam de raça, de cultura, de religião, de situação econômica, de orientação sexual, etc. Quem se pretende possuir “a verdade”, ou melhor, “a certeza”, termina sendo intolerante em aceitar outros posicionamentos, se fechando a escuta de tudo que se apresente como diferente ou incompreensível ao seu esquema conceitual de fala e ação. E essa postura de “certeza” que muitos carregam traz sempre consigo uma atitude de prejulgamento e de preconceito.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
BONS CONSELHOS -
A vida não é justa? É sim, mesmo quando dura, ainda é boa.
Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, mesmo que pequeno.
Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.
Faça as pazes consigo mesmo. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.
Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem ideia de como é a caminhada deles. De como é pesado o fardo que eles têm que carregar.
Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta.
Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.
Lembre-se de que o que não mata o tornará realmente mais forte.
Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta. Lute pelo que ama...
Use lençóis bonitos, use a roupa chic. Não guarde para uma ocasião especial. Hoje é especial.
O órgão mais importante é o cérebro. Invista nele, invista na inteligência.
Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você.
Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, que importância isto terá?'
Em qualquer situação, sempre escolha a vida.
O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo.
Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.
Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.
Acredite em milagres. Eles acontecem com muita frequência. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.
Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.
Envelhecer ganha da alternativa - morrer jovem.
De tudo que você faz, o que verdadeiramente importa no final é que você amou.
A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo de que precisa.
Acredite, o melhor ainda está por vir.
Dê mais às pessoas, MAIS do que elas esperam, e faça com alegria.
Quando disser 'Eu te amo', olhe as pessoas nos olhos da pessoa amada e seja verdadeiro.
Ame profundamente e com paixão.
Nunca ria dos sonhos de outras pessoas.
Você pode se machucar, e com certeza irá se machucar, mas é a única forma de viver a vida completamente.
Lembre-s que grande amores e grande conquistas envolvem riscos.
Quando você se der conta que cometeu um erro, tome as atitudes necessárias.
Quando você perder, não perca a lição.
Lembre-se dos três Rs: Respeito por si próprio, respeito ao próximo e responsabilidade pelas ações.
Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade. Não há nada que valha mais que uma grande amizade.
Case com alguém que você goste de conversar. Ao envelhecerem, suas aptidões de conversação serão tão importantes quanto qualquer outra.
Passe mais tempo sozinho.
Abra seus abraços para as mudanças, mas não abra mão de seus valores.
Lembre-se de que o silêncio, às vezes, é a melhor resposta.
Leia mais livros e assista menos TV.
Viva uma vida boa e horada. Assim, quando você ficar mais velho e olhar para trás, você poderá aproveitá-la mais uma vez.
Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo que puder para criar uma lar tranquilo e com harmonia.
Reze. Há um poder incomensurável nisso.
Cuide da sua própria vida.
Lembre-se de que o melhor relacionamento é aquele em que o amor de um pelo outro é maior do que a necessidade de um pelo outro.
Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para conseguir.
Lembre-se de que seu caráter é seu destino.
Usufrua o amor com abandono total.
Viva ao lado de gente que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.
Caminhe perto de coisas e pessoas de verdade.
Apenas o essencial faz a vida valer a pena.
E, para mim, basta o essencial!
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