domingo, 30 de junho de 2013
A COMPREENSÃO DA MORTE -
Para algumas pessoas, ela é um tormento.
Outros, no entanto, falam em descanso.
Porém, mais sensato seria dizer que a vida depois da morte pode vir a ser um tormento, ou, que ela pode vir a ser uma continuação em paz. Tudo depende de como utilizamos o nosso tempo de vida presente. O tempo que corre continuamente até a nossa mudança de dimensão.
A vida terrena é breve como a brisa que passa.
Eternos são o amor, a compaixão, e a bondade.
O pai da Psicanálise, Sigmund Freud, nos diz que “Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte. A Psicanálise ensina que existem em nossas vidas duas pulsões contrárias: EROS, uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida, e a pulsão de morte, ou THANATOS, que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição. Ambas as pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto. Como no exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida presente, afinal a finalidade de se alimentar é a manutenção da vida, existe também a pulsão de morte presente, pois é necessário que se destrua o alimento antes de ingerí-lo, e aí está presente um Precisamos compreender que a morte é um fenômeno natural. É um assunto que a maioria de nós evita ao menos pronunciar seu nome. Para os céticos, os descrentes, a morte compreende o cessar das funções do corpo e da consciência, exatamente quando o cérebro deixa de executar suas funcionalidades. Nós, os espíritas, no entanto, acreditamos ser ela uma passagem para uma outra dimensão, cuja realidade é mais perfeita e que é a continuidade da vida física.
O que precisamos mesmo é compreender o medo que desenvolvemos em relação à morte, evitando, assim, preparar-se para ela. Precisamos, sim, aprender a morrer.
Quando morre alguém, sentimo-nos todos tomados por um sentimento de perda e dor. É natural, gostamos da pessoa e desejamos que ela continue vivendo conosco. Mas, a morte, inegavelmente, é a única certeza da vida e está enquadrada nos acontecimentos normais da existência de todo mundo. A todo instante, partem jovens e velhos, sadios e enfermos, ricos e pobres, brancos e negros, crentes ou descrentes. Partem como se a hora fora chegado e como se nossa lógica baseada no tempo cronológico não fizesse sentido. Pode-se morrer depois de um longo tempo, como se pode morrer cedo, jovem.
Para a maior parte dos homens, a morte continua a ser o grande mistério, o sombrio problema que ninguém ousa olhar de frente. Para os espíritos conscientes, ela é a hora bendita em que o corpo cansado volta à grande Natureza para deixar à Psique, sua prisioneira, livre passagem para a Pátria Eterna.
A Doutrina Espírita considera a morte biológica como sendo a interrupção do fluxo vital que mantém os órgãos físicos em funcionamento. Quando ocorre a anóxia cerebral e, consequentemente, a paralisação do tronco encefálico, dá-se o fenômeno denominado morte.
Para o Espiritismo, a morte da indumentária carnal serve para libertar o Espírito temporariamente aí encarcerado, a fim de que prossiga no processo de evolução, no rumo da plenitude ou Reino dos Céus.
Morrer, desse modo, é encerrar o ciclo biológico, facultando o prosseguimento da vida do Espírito em outros campos vibratórios, além da dimensão física.
Compreendamos que, muitas vezes, os seres pelos quais choramos e que alguns procuram no cemitério estão ao nosso lado. Vêm velar por nós aqueles que foram o amparo da nossa juventude, que nos embalaram nos braços, os amigos, companheiros das nossas alegrias e das nossas dores, os seres que encontramos no nosso caminho, os quais participaram da nossa existência e levaram consigo alguma coisa de nós mesmos, da nossa alma e do nosso coração. Ao redor de nós flutua uma multidão de pessoas que sumiram na morte, multidão confusa, que revive, nos chama e mostra o caminho que temos de percorrer.
Muitos perguntam, talvez temerosos do momento em que também enfrentarão a circunstanciada morte: ela dói? O que ensinam os espíritos a respeito?
No instante da morte, todo homem retorna ao mundo dos espíritos, pátria de onde todos nós viemos. Uma vez no chamado “outro mundo”, conserva plenamente sua individualidade. A separação da alma e do corpo não é dolorosa. O corpo sofre mais durante a vida que no momento da morte. Segundo alguns espíritos, dói mais nascer do que morrer. Lembremos que quando nascemos para este mundo, morremos para o mundo espiritual; e quando morremos para este mundo, nascemos para o mundo espiritual.
A alma se liberta com o rompimento dos laços que a mantinham presa ao corpo e
a sensação que se experimenta, no momento em que se reconhece no mundo dos espíritos, depende do que fez em vida. Se foram bons, sentirão enorme alegria. Se foram maus, sentirão vergonha.
Normalmente, reencontra aqueles que partiram antes, se já não voltaram em uma nova reencarnação. Se já não voltaram à terra para uma nova vida.
A consciência de si mesmo vem aos poucos. Passa-se algum tempo de perturbação, convalescente, cujo tempo de duração depende da elevação de cada um ou da situação de saúde do perespírito: o corpo que envolve o espírito propriamente dito.
Compreender, antes, a morte exerce grande influência sobre o tempo de perturbação, mas o que realmente alivia a perturbação são a prática do bem e a pureza de consciência.
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