domingo, 22 de fevereiro de 2015

SOBRE O AMOR, ROSAS E ESPINHOS... - Pe. Fábio de Melo

Amor que é amor dura a vida inteira. Se não durou é porque nunca foi amor. O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e até às traições. Sem perdão não há amor. Diga-me quem você mais perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou. O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão. Você o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim você olha nos olhos dele e diz: "Mesmo fazendo tudo errado eu não sei viver sem você. Eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por perto." O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso coração que sozinhos jamais poderíamos enxergar. O poeta soube traduzir bem quando disse: "Se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão. Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores por onde eu vi, dentro do meu coração!" Bonito isso. Enxergar sonhos que antes eu não saberia ver sozinho. Enxergar só porque o outro me emprestou os olhos , socorreu-me em minha cegueira. Eu possuía e não sabia. O outro me apontou, me deu a chave, me entregou a senha. Coisas que Jesus fazia o tempo todo. Apontava jardins secretos em aparentes desertos. Na aridez do coração de Madalena, Jesus encontrou orquídeas preciosas. Fez vê-las e chamou a atenção para a necessidade de cultivá-las. Fico pensando que evangelizar talvez seja isso: descobrir jardins em lugares que consideramos impróprios. Os jardineiros sabem disso. Amam as flores e por isso cuidam de cada detalhe, porque sabem que não há amor fora da experiência do cuidado. A cada dia, o jardineiro perdoa as suas roseiras. Sabe identificar que a ausência de flores não significa a morte absoluta, mas o repouso do preparo. Quem não souber viver o silêncio da preparação não terá o que florir depois... Precisamos aprender isso. Olhar para aquele que nos magoou, e descobrir que as roseiras não dão flores fora do tempo, nem tampouco fora do cultivo. Se não há flores, talvez seja porque ainda não tenha chegado a hora de florir. Cada roseira tem seu estatuto, suas regras... Se não há flores, talvez seja porque até então ninguém tenha dado a atenção necessária para o cultivo daquela roseira. A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver sozinhas... Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá que saber que com ela vão inúmeros espinhos. Mas não se preocupe. A beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos... ou não.

VIVER E MORRER BEM -

Do mesmo jeito que temos necessidade de aprender a viver, aprender a ser felizes, temos necessidade de aprender a morrer. APRENDER A MORRER sim, senhor. Não podemos passar o resto de nossas vidas com medo do que fatalmente irá nos acontecer algum dia, ou sofrendo com a morte de alguém próximo. O conhecimento é essencial para que nos livremos do medo e do sofrimento. Então, aprendamos: Como se processa o desencarne, ou morte, de uma pessoa? Nós temos um cordão fluídico, um cordão energético semelhante ao cordão umbilical que une o bebê à mãe, que une o nosso corpo físico ao nosso perespírito. O perespírito é outro corpo que todos nós temos entre o espírito que somos e a carne que ora vestimos. Ali, no cordão de prata, ou cordão fluídico, está todo o tônus vital que vamos gastar, ao longo de 60, 70, 80 anos nesta vida. E esse cordão fluídico só escurecerá, luminoso que é, quando chegar a hora definitiva da nossa partida. Ele se desfaz quando as pessoas agonizam, quando morrem naturalmente. E mesmo quando lhes advém uma morte violenta, no sentido de um acidente, se para isso elas não contribuíram. Então, nesses casos, ele irá se desfazendo, se despregando, naquele instante que chamamos agônico. Mas o suicida não tem tempo para isso: ele perece, faz perecer o corpo por sua própria vontade, e rasga obrigatoriamente aquele cordão fluídico, contrariando uma lei que é Divina. Imagine uma pessoa cometer um ato desses aos 28 anos de idade e ter tônus vital para viver na Terra por 80, 85 anos ou até mais... Aquilo fica ainda luminoso, o pedaço que sobra fica pendurado na pessoa e, obviamente, torna-se uma visão terrível. Torna-se uma espécie de evidência do seu ato. A pessoa torna-se, naturalmente, uma alma sofredora, uma alma suicida, portando aquele cordão fluídico que ainda retém a energia que deveria estar sendo usada, vivenciada na Terra. O suicídio é a interrupção da vida, é claro. Mas nesta frase se encontra a chave de todo o drama que o suicida passa após a morte. Assim como o mais avançado dos robôs, ou um simples radinho de pilha, o corpo também tem sua bateria, e um tempo de vida útil baseado nesta carga. De acordo com nossos planos (traçados do "outro lado") teremos uma carga X de energia, que pode ser ampliada, se assim for necessário. Então, um atentado contra a vida não é um atentado exatamente contra Deus, mas contra todos os seus amigos, mentores e engenheiros espirituais que planejaram sua encarnação nos mínimos detalhes, e contra a própria energia Divina que foi "emprestada" para animar seu veículo físico de manifestação: seu corpo. Equivale aos EUA gastar bilhões pra mandar um homem a Marte, e quando ele estivesse lá resolvesse voltar porque ficou com medo ou sentiu saudades de casa. Todos os cientistas envolvidos na missão ficarão P da vida, e com razão. Afinal, quando ele se candidatou para a missão, estava assumindo todos os riscos, com todos os ônus e bônus decorrentes de um empreendimento deste tamanho. Quando esse astronauta voltar à Terra vai ter trabalho até pra conseguir emprego de gari. É mais ou menos assim no plano espiritual. Um suicida nunca volta pra Terra em condições melhores do que estava antes de cometer o autocídio. Segundo Allan Kardec, codificador do espiritismo, "Há as conseqüências que são comuns a todos os casos de morte violenta; as que decorrem da interrupção brusca da vida. Observa-se a persistência mais prolongada e mais tenaz do laço que liga o Espírito ao corpo, porque este laço está quase sempre em todo o vigor no momento em que foi rompido (Na morte natural, ele enfraquece gradualmente e, às vezes, se desata antes mesmo da extinção completa da vida). As conseqüências desse estado de coisas são o prolongamento do estado de perturbação, seguido da ilusão que, durante um tempo mais ou menos longo, faz o Espírito acreditar que ainda se encontra no mundo dos vivos. A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas, uma espécie de recuperação do estado do corpo sobre o Espírito (ou seja, o espírito ainda sente, de certa forma, as ações que o corpo sofre), que assim se ressente dos efeitos da decomposição, experimentando uma sensação cheia de angústias e de horror. Este estado pode persistir tão longamente quanto tivesse de durar a vida que foi interrompida. Os suicidas se agrupam em um lugar chamado Vale dos Suicidas, região de sombra, de onde só será resgatado pelas equipes de socorro quando o cordão fluídico estiver enfim apagado. Porque somente, então, estará finda a energia que deveria ter sido gasta na Terra. Ali, cada suicida passa a ver, no outro, seu próprio momento tresloucado do suicídio. Então os suicidas saem por ali, andando sem razão, procurando uma saída daquele lugar, do Vale dos Suicidas, criado pelas próprias mentes doentias daqueles que estão ali reunidos, por afinidade. De repente, por exemplo, passa um trem desgovernado, saído fortemente da imaginação daqueles que haviam se lançado à frente deste meio de transporte. Ou então são apavorados por mulheres que passam correndo, tomadas por labaredas de fogo em seus corpos espirituais, porque haviam se matado atiçando álcool ao corpo e aí ateado fogo em suas próprias vestes. O drama do suicida, de viver o seu próprio pesadelo e conviver com o pesadelo dos outros, à sua volta. Essas regiões, de extremo sofrimento, no mundo espiritual, existem porque um enorme número de almas sofredoras se reúne no mesmo lugar e mentaliza aquelas situações absolutamente terríveis. E não adianta dizermos que, de alguma forma, vamos encontrar justificativas para o gesto do suicídio, porque não encontraremos. Os Espíritos sempre nos lembram que o suicídio é o único gesto que, se tomado na Terra, para ele, no mundo espiritual, não conseguiremos encontrar qualquer justificativa. E, é claro, o Espírito passa a vivenciar a situação de uma alma que lançou, à face de Deus, o corpo físico que era empréstimo para si mesmo... 100, 200, mais anos às vezes não são suficientes para esse resgate. Lembremos sempre que o gesto máximo de desistir da vida começa a partir dos nossos pequenos desânimos não solucionados. Começa nos dias em que nós vamos acumulando a descrença, a tristeza, a insaturação das alegrias que achamos que nunca temos e que nunca teremos. Os amigos espirituais nos têm reiteradamente transmitido mensagens chamando-nos a atenção para o fortalecimento do nosso coração, da nossa consciência, do nosso espírito aguerrido, porque dizem que os próximos quatro anos na Terra serão de enormes lutas e dificuldades para todos nós, pessoal e coletivamente. Se nós começarmos a pensar em fantasmas, se começarmos a achar que as coisas não vão dar certo, vamos sendo minados, não importando a idade física que tenhamos. Se colocarmos muitas dificuldades para aceitarmos a vida como ela é, torna-se então mais difícil que ela se torne melhor... Por isso é que livros psicografados em 1926, quando tantos de nós ainda nem estávamos na Terra, são ainda tão fundamentais, para nos lembrar que somos nós mesmos que fazemos a nossa vida, somos nós mesmos que tomamos as nossas decisões, somos nós mesmos que resolvemos como será a nossa relação com o outro e o quanto vamos deixar que o outro nos magoe, nos infelicite, não nos respeite; ou nos ame, nos leve para cima, nos diga e nos faça crer que dias melhores virão, que nós vamos construí-los em todos os instantes da nossa existência. Nesse contexto, as religiões são fundamentais, todas elas, porque cada um de nós, dentro da nossa maturidade específica, precisa de determinada religião. E é por isso que religião não se discute, porque cada um de nós precisa ter a sua própria convicção, que é individual e intransferível. Nós, que nos enamoramos da Doutrina Espírita, costumamos dizer aos outros que sabemos mais... E acho graça ao me lembrar de conhecido poeta, que, nos últimos anos de sua existência na Terra, enamorou-se também da Doutrina Espírita. Este poeta, curiosamente, mandou escrever em sua lápide: “agora, com certeza, eu sei mais do que todos vocês!...”. A verdade é que a morte física nos faz de novo recuperar a memória eterna. Extraordinário pensar que todos nós fomos criados por Deus para essa beleza que às vezes mal percebemos, mas que um dia será toda nossa, a verdade da Vida Maior. E mais generoso e sábio é também percebermos que os nossos adversários, aqueles que não nos amam, aqueles que não nos entendem, aqueles que até nos prejudicam, foram criados pelo mesmo ato divino, foram criados para a mesma destinação. E, portanto, respeitar a Deus e às forças do Bem que protegem o universo é também respeitar o outro, mesmo quando esse outro não tem o necessário equilíbrio e nem maturidade para praticar respeito. Se nós vamos acusar alguém, se vamos apontar alguém, verifiquemos se não estamos em situação igual ou até mais difícil do que aquele companheiro que estamos apontando. É básico.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

SOBRE A MORTE - Victor Ugo

Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara. O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor. Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram. Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: Já se foi. Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas. O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver. Mas ele continua o mesmo. E talvez, no exato instante em que alguém diz: Já se foi, haverá outras vozes, mais além, a afirmar: Lá vem o veleiro. Assim é a morte. Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: Já se foi. Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O ser que amamos continua o mesmo. Sua capacidade mental não se perdeu. Suas conquistas seguem intactas, da mesma forma que quando estava ao nosso lado. Conserva o mesmo afeto que nutria por nós. Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita no outro lado. E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: Já se foi, no mais Além, outro alguém dirá feliz: Já está chegando. Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a viagem terrena. A vida jamais se interrompe nem oferece mudanças espetaculares, pois a natureza não dá saltos. Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário. A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas. Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada. Um dia partimos do mundo espiritual na direção do mundo físico; noutro partimos daqui para o espiritual, num constante ir e vir, como viajores da Imortalidade que somos todos nós. A cada vez que morremos ganhamos mais vida. As almas passam de uma esfera para a outra sem perda da personalidade, tornando-se cada vez mais brilhante. Eu sou uma alma. Sei bem que vou entregar à sepultura aquilo que não sou. Quando eu descer à sepultura, poderei dizer, como tantos: Meu dia de trabalho acabou. Mas não posso dizer: minha vida acabou. Meu dia de trabalho se iniciará de novo na manhã seguinte. O túmulo não é um beco sem saída, é uma passagem. Fecha-se ao crepúsculo e a aurora vem abri-lo novamente.

MAIS TOLERÂNCIA ENTRE NÓS -

Em nosso dia a dia, costumamos reclamar de algumas pessoas que nos atendem em repartições públicas, lojas, supermercados, ao telefone, na escola do filho, enfim, as pessoas com quem, de alguma forma, mantemos algum contato. O que não nos damos conta é que também estamos entre essas pessoas. E que, como elas, estamos nos relacionando com várias outras pessoas. A vida em sociedade, a vida com as outras pessoas, cria essa teia de relações. E quantas vezes não nos aconteceu de nos irritarmos porque não fomos atendidos como desejávamos. Porque alguém não nos foi simpático como achamos que merecemos ou desejamos. E aí partimos para o revide, para a agressão. Devemos, entretanto, pensar duas vezes antes de nos irritarmos. A irritação, A INTOLERÂNCIA, fazem com que provoquemos males ainda maiores na sociedade em que vivemos. Não esqueçamos que é a partir dos pequenos desentendimentos que os grande conflitos da humanidade são gerados. Por isso, não negue compreensão, tenção, gentileza e consideração diante de balconistas fatigados ou irritadiços. Pense nas provações que, sem dúvida, os atormentam no meio da família ou do lar. A pessoa que se revela mal humorada em seus contatos públicos, provavelmente carrega um fardo pesado de inquietação ou doença. Qual de nós se mostraria simpático vivendo uma situação de doença de um filho ou de si mesmo? Quantos dos atendentes em lugares públicos não estampam um sorriso ensaiado para segurar as lágrimas de experiências trágicas de doença de um filho, de um pai, de uma mãe ou de si mesmo? Pensemos um pouco nisso. Aprender a pedir “por favor” aos que trabalham em repartições públicas, armazéns, lojas ou bares é obrigação nossa. Embora estejam sendo pagos para cumprir tarefas, ou sejam subordinados a nós, são seres humanos como nós mesmos. Lembre-se que todas as criaturas trazem consigo as imperfeições e fraquezas que lhes são próprias, tanto quanto, ainda desajustados, trazemos também as nossas. Vale lembrar aquelas quatro palavrinhas mágicas: “por favor”, “com licença”, “obrigado” e “desculpe”. Não duvide: elas são capazes de fazer coisas que você nem imagina. Muitas vezes, nós mesmos, atormentados por algum problema que precisa ser resolvido, tratamos mal alguém que nos venha pedir um favor com delicadeza. O que nos aconteceria se essa pessoa nos tratasse mal? Ficaríamos mais irritados, é claro. No entanto, se essa pessoa apesar de nossa má vontade, nos tratasse bem, com cortesia e gentileza, pesaríamos melhor no que estivéssemos fazendo, podendo até mudar de atitude. Lembremos das palavras do Divino Mestre Jesus Cristo quando nos aconselha fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem. Na maioria dos casos, o que nos falta é um pouco de tolerância. E o que significa TER TOLERÂNCIA? Ter tolerância é compreender os problemas alheios e ter paciência para com o outro. A tolerância deve ser aplicada indistintamente entre todos e em qualquer lugar. É lição viva de fé e elevação espiritual e nunca pode ser esquecida. Tolerar, no entanto, não significa ser conivente, estar de acordo com o erro. Desculpar o erro não significa concordar com ele. Entender e perdoar a ofensa não representam dar apoio a ela ou aceitá-la, mas sim ser compreensivo e caridoso. É indispensável não entrar em área de atrito, quando puder contornar o mal aparente a favor do bem real. Perdoe as ofensas e tente entender os problemas alheios sem julgá-los preconceituosamente. Repito, com o Cristo, faça aos outros o que gostaria que fizessem a você. Seja uma pessoa amistosa, amável para com todos. Contribua sempre com um pouco de amor para vencer o mal do mundo. Isso, sim, é espiritualidade. Tolerância é caridade em começo. Exercitando-a em regime de continuidade, você se defrontará com excelentes resultados do bem onde quer que esteja, com quem conviva. Tolerância é uma das tantas virtudes necessárias para elevar o ser humano à condição de civilizado. Ela faz parte do processo de desenvolvimento da maneira ideal de comportamento entre as pessoas e grupos, cuja objetivo é levá-los a manter a “disposição” firme e constante para praticar a tolerância; é exercício necessário para se conquistar a Sabedoria. É uma virtude necessária para o exercício das coisas pequenas do cotidiano. Nela, na tolerância,existe uma espécie de “prontidão” e também de atividade. “Prontidão” a favor de ideias e atos de Tolerância e atividade contra tudo que se reprime, oprime, discrimina, que não respeita as diferenças humanas, sejam de raça, de cultura, de religião, de situação econômica, de orientação sexual, etc. Quem se pretende possuir “a verdade”, ou melhor, “a certeza”, termina sendo intolerante em aceitar outros posicionamentos, se fechando a escuta de tudo que se apresente como diferente ou incompreensível ao seu esquema conceitual de fala e ação. E essa postura de “certeza” que muitos carregam traz sempre consigo uma atitude de prejulgamento e de preconceito.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

BONS CONSELHOS -

A vida não é justa? É sim, mesmo quando dura, ainda é boa. Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, mesmo que pequeno. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho. Faça as pazes consigo mesmo. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem ideia de como é a caminhada deles. De como é pesado o fardo que eles têm que carregar. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre. Lembre-se de que o que não mata o tornará realmente mais forte. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta. Lute pelo que ama... Use lençóis bonitos, use a roupa chic. Não guarde para uma ocasião especial. Hoje é especial. O órgão mais importante é o cérebro. Invista nele, invista na inteligência. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, que importância isto terá?' Em qualquer situação, sempre escolha a vida. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso. Acredite em milagres. Eles acontecem com muita frequência. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora. Envelhecer ganha da alternativa - morrer jovem. De tudo que você faz, o que verdadeiramente importa no final é que você amou. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo de que precisa. Acredite, o melhor ainda está por vir. Dê mais às pessoas, MAIS do que elas esperam, e faça com alegria. Quando disser 'Eu te amo', olhe as pessoas nos olhos da pessoa amada e seja verdadeiro. Ame profundamente e com paixão. Nunca ria dos sonhos de outras pessoas. Você pode se machucar, e com certeza irá se machucar, mas é a única forma de viver a vida completamente. Lembre-s que grande amores e grande conquistas envolvem riscos. Quando você se der conta que cometeu um erro, tome as atitudes necessárias. Quando você perder, não perca a lição. Lembre-se dos três Rs: Respeito por si próprio, respeito ao próximo e responsabilidade pelas ações. Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade. Não há nada que valha mais que uma grande amizade. Case com alguém que você goste de conversar. Ao envelhecerem, suas aptidões de conversação serão tão importantes quanto qualquer outra. Passe mais tempo sozinho. Abra seus abraços para as mudanças, mas não abra mão de seus valores. Lembre-se de que o silêncio, às vezes, é a melhor resposta. Leia mais livros e assista menos TV. Viva uma vida boa e horada. Assim, quando você ficar mais velho e olhar para trás, você poderá aproveitá-la mais uma vez. Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo que puder para criar uma lar tranquilo e com harmonia. Reze. Há um poder incomensurável nisso. Cuide da sua própria vida. Lembre-se de que o melhor relacionamento é aquele em que o amor de um pelo outro é maior do que a necessidade de um pelo outro. Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para conseguir. Lembre-se de que seu caráter é seu destino. Usufrua o amor com abandono total. Viva ao lado de gente que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade. Caminhe perto de coisas e pessoas de verdade. Apenas o essencial faz a vida valer a pena. E, para mim, basta o essencial!

QUANDO A MORTE CHEGA CEDO -

Acostumados e ainda convencidos de que a morte é natural para os mais velhos, a interrogação aparece na testa de muitos, quando um jovem se vai: como alguém tão jovem, com um futuro promissor, morre tão cedo? Os bons e os jovens morrem cedo é o comentário mais comum. Precisamos, pois, aprender mais para compreender melhor, quando na vida nos deparamos com fatos que nos deixam sem resposta ou sem argumentos. Ultimamente temos sabido de mortes de pessoas conhecidas, através de outras pessoas ou dos meios de comunicação, sobretudo através da internet. E continuamos despreparados em relação à morte. A nossa e a dos outros. Daí não sabermos como aliviar a dor do que supomos ser uma perda. Eu, particularmente, me preocupo mais com quem ficou do que com quem partiu. Apesar de ser extremamente dolorosa a perda de um pai, de uma mãe, de um irmão, de um parente qualquer, a perda de um filho é inigualável, sobretudo para os pais, especialmente para a mãe. E o que dizer para essas pessoas? Que resta a elas pensar nele sempre com carinho e enviar vibrações de luz e amor eterno, através do pensamento. Esse é, sem dúvida, o melhor dos conselhos para alguém que passou por essa experiência. Apenas quem já perdeu um filho pode descrever a dor que se sente neste momento tão doloroso. É como se o mundo girasse ao seu redor, você pensa estar vivendo um pesadelo e que, ao acordar, tudo voltará ao normal. Mas a realidade se mantém e você não entende o porquê de estar acontecendo tudo aquilo. Chega a duvidar da justiça divina e as perguntas constantes permanecem: Por que meu filho se foi tão jovem, cheio de vida, com um futuro promissor? Por que eu não fui em seu lugar? As indagações são muitas, mas a resposta só vem com o tempo. A família tem que estar muito unida em um momento como esse. A religião é um bálsamo para a dor que, em certos dias, parece ser infinita. Temos que ser fortes e acreditar que nada acontece por acaso. A revolta e o descrédito em Deus não são justos. Há momentos na vida em que precisamos passar por determinadas experiências, para que possamos ter uma visão de vida diferente da que temos atualmente. O desencarne de uma criança, por exemplo, comove até as pessoas que mal conhecemos. Segundo Richard Simonetti , "O problema maior é a teia de retenção formada com intensidade, porquanto a morte de uma criança provoca grande comoção, até mesmo em pessoas não ligadas a ela diretamente. Símbolo da pureza e da inocência, alegria do presente e promessa para o futuro, o pequeno ser resume as esperanças dos adultos, que se recusam a encarar a perspectiva de uma separação". Você precisa compreender que as lamentações, o choro e a fixação no ente querido que desencarnou prejudicam sua reabilitação no plano espiritual, fazendo com que ele sofra vendo tamanho desespero de seus familiares. A oração é o melhor remédio para todos. Pedir a Deus que proteja e auxilie seu filho no plano espiritual é a maneira correta de lhe fazer o bem. Reviver a tragédia que ocorreu no plano terrestre pode ser um martírio, pois, no plano espiritual, há toda uma equipe de trabalhadores dando o suporte necessário ao desligamento do espírito do aparelho físico. Além do mais, conforme explica Simonetti, "o desencarne na infância, mesmo em circunstâncias trágicas, é bem mais tranquilo, porquanto nessa fase o espírito permanece em estado de dormência e desperta lentamente para a existência terrestre. Somente a partir da adolescência é que entrará na plena posse de suas faculdades". "Por que a vida freqüentemente é interrompida na infância"? Perguntou Allan Kardec aos espíritos. A resposta dos espíritos é a seguinte: "A duração da vida de uma criança pode ser, para o espírito que está nela encarnado, o complemento de uma existência interrompida antes de seu termo marcado e sua morte, no mais das vezes, é uma prova ou uma expiação para os pais". Ernesto Bozzano, em Enigmas da Psicometria, escreve que não são desconhecidos os casos de mortes infantis nos quais o espírito já tenha progredido bastante para suprimir uma provação, mergulhando na Terra só com a finalidade de se revestir de elementos fluídicos indispensáveis ao perispírito desejoso de se preparar para a próxima reencarnação. Com o tempo, você vai encontrando respostas para suas indagações. A lembrança daquele filho que se foi talvez nunca saia de sua mente, mas sempre que pensar nele, pense com carinho, enviando boas vibrações, para que, onde ele se encontrar, possa sentir todo o amor que você sente e envia para ele. Em entrevista publicada na edição nº 11 da Revista Cristã de Espiritismo, Mauro Operti, quando perguntado sobre que mensagem daria às pessoas que perderam seus entes queridos e acreditam que nunca mais irão encontrá-los, respondeu: "Para estas pessoas eu diria que Deus não cometeria esta maldade de separar definitivamente dois seres que se amam. A essência da vida é o outro. Por que Deus juntaria num breve tempo de uma existência duas criaturas que se sentem felizes de estar juntas e depois as separaria pela eternidade? A certeza da sobrevivência que a prática espírita garante às criaturas está acompanhada da certeza da reunião daqueles que se amam depois da perda do corpo físico. Esta é a maior consolação que poderíamos desejar, mas não é só uma consolação piedosa, é uma certeza proveniente da vivência que, aos poucos, vai nos tornando mais seguros e menos propensos às crises de ansiedade e aflição que são tão comuns às pessoas hoje em dia. Temos certeza e sabemos, não apenas acreditamos". Compreenda que, muitas vezes, os seres que você chora e que vai procurar no cemitério estão ao seu lado. Eles vêm velar por vocês: aqueles que foram o amparo da sua juventude, que embalaram vocês nos braços, os amigos, companheiros das suas alegrias e das suas dores, bem como todas as formas, todos os meigos fantasmas dos seres que vocês encontraram no caminho de vocês, os quais participaram da sua existência e levaram consigo alguma coisa de vocês mesmos, da alma e do coração de vocês. Ao redor de vocês flutua a multidão dos homens que se sumiram na morte, multidão confusa, que revive, que chama por vocês e mostra o caminho que vocês têm de percorrer. Morrer nada mais é do que encerrar o ciclo biológico, libertando o espírito para a continuação da vida em outros campos vibratórios, além da dimensão física. A morte biológica é, pois, a interrupção do fluxo vital que mantém os órgãos físicos em funcionamento. Ela serve para libertar o Espírito temporariamente aí aprisionado, a fim de que prossiga no processo de evolução, no rumo da plenitude ou Reino dos Céus. A morte, inegavelmente, é a única certeza da vida e está enquadrada nos acontecimentos normais da existência de todo mundo. A todo instante, partem jovens e velhos, sadios e enfermos, ricos e pobres, brancos e negros, crentes ou descrentes. Partem como se a hora fora chegado e como se nossa lógica baseada no tempo cronológico não fizesse sentido. Pode-se morrer depois de um longo tempo, como se pode morrer cedo, jovem.