domingo, 22 de fevereiro de 2015

VIVER E MORRER BEM -

Do mesmo jeito que temos necessidade de aprender a viver, aprender a ser felizes, temos necessidade de aprender a morrer. APRENDER A MORRER sim, senhor. Não podemos passar o resto de nossas vidas com medo do que fatalmente irá nos acontecer algum dia, ou sofrendo com a morte de alguém próximo. O conhecimento é essencial para que nos livremos do medo e do sofrimento. Então, aprendamos: Como se processa o desencarne, ou morte, de uma pessoa? Nós temos um cordão fluídico, um cordão energético semelhante ao cordão umbilical que une o bebê à mãe, que une o nosso corpo físico ao nosso perespírito. O perespírito é outro corpo que todos nós temos entre o espírito que somos e a carne que ora vestimos. Ali, no cordão de prata, ou cordão fluídico, está todo o tônus vital que vamos gastar, ao longo de 60, 70, 80 anos nesta vida. E esse cordão fluídico só escurecerá, luminoso que é, quando chegar a hora definitiva da nossa partida. Ele se desfaz quando as pessoas agonizam, quando morrem naturalmente. E mesmo quando lhes advém uma morte violenta, no sentido de um acidente, se para isso elas não contribuíram. Então, nesses casos, ele irá se desfazendo, se despregando, naquele instante que chamamos agônico. Mas o suicida não tem tempo para isso: ele perece, faz perecer o corpo por sua própria vontade, e rasga obrigatoriamente aquele cordão fluídico, contrariando uma lei que é Divina. Imagine uma pessoa cometer um ato desses aos 28 anos de idade e ter tônus vital para viver na Terra por 80, 85 anos ou até mais... Aquilo fica ainda luminoso, o pedaço que sobra fica pendurado na pessoa e, obviamente, torna-se uma visão terrível. Torna-se uma espécie de evidência do seu ato. A pessoa torna-se, naturalmente, uma alma sofredora, uma alma suicida, portando aquele cordão fluídico que ainda retém a energia que deveria estar sendo usada, vivenciada na Terra. O suicídio é a interrupção da vida, é claro. Mas nesta frase se encontra a chave de todo o drama que o suicida passa após a morte. Assim como o mais avançado dos robôs, ou um simples radinho de pilha, o corpo também tem sua bateria, e um tempo de vida útil baseado nesta carga. De acordo com nossos planos (traçados do "outro lado") teremos uma carga X de energia, que pode ser ampliada, se assim for necessário. Então, um atentado contra a vida não é um atentado exatamente contra Deus, mas contra todos os seus amigos, mentores e engenheiros espirituais que planejaram sua encarnação nos mínimos detalhes, e contra a própria energia Divina que foi "emprestada" para animar seu veículo físico de manifestação: seu corpo. Equivale aos EUA gastar bilhões pra mandar um homem a Marte, e quando ele estivesse lá resolvesse voltar porque ficou com medo ou sentiu saudades de casa. Todos os cientistas envolvidos na missão ficarão P da vida, e com razão. Afinal, quando ele se candidatou para a missão, estava assumindo todos os riscos, com todos os ônus e bônus decorrentes de um empreendimento deste tamanho. Quando esse astronauta voltar à Terra vai ter trabalho até pra conseguir emprego de gari. É mais ou menos assim no plano espiritual. Um suicida nunca volta pra Terra em condições melhores do que estava antes de cometer o autocídio. Segundo Allan Kardec, codificador do espiritismo, "Há as conseqüências que são comuns a todos os casos de morte violenta; as que decorrem da interrupção brusca da vida. Observa-se a persistência mais prolongada e mais tenaz do laço que liga o Espírito ao corpo, porque este laço está quase sempre em todo o vigor no momento em que foi rompido (Na morte natural, ele enfraquece gradualmente e, às vezes, se desata antes mesmo da extinção completa da vida). As conseqüências desse estado de coisas são o prolongamento do estado de perturbação, seguido da ilusão que, durante um tempo mais ou menos longo, faz o Espírito acreditar que ainda se encontra no mundo dos vivos. A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas, uma espécie de recuperação do estado do corpo sobre o Espírito (ou seja, o espírito ainda sente, de certa forma, as ações que o corpo sofre), que assim se ressente dos efeitos da decomposição, experimentando uma sensação cheia de angústias e de horror. Este estado pode persistir tão longamente quanto tivesse de durar a vida que foi interrompida. Os suicidas se agrupam em um lugar chamado Vale dos Suicidas, região de sombra, de onde só será resgatado pelas equipes de socorro quando o cordão fluídico estiver enfim apagado. Porque somente, então, estará finda a energia que deveria ter sido gasta na Terra. Ali, cada suicida passa a ver, no outro, seu próprio momento tresloucado do suicídio. Então os suicidas saem por ali, andando sem razão, procurando uma saída daquele lugar, do Vale dos Suicidas, criado pelas próprias mentes doentias daqueles que estão ali reunidos, por afinidade. De repente, por exemplo, passa um trem desgovernado, saído fortemente da imaginação daqueles que haviam se lançado à frente deste meio de transporte. Ou então são apavorados por mulheres que passam correndo, tomadas por labaredas de fogo em seus corpos espirituais, porque haviam se matado atiçando álcool ao corpo e aí ateado fogo em suas próprias vestes. O drama do suicida, de viver o seu próprio pesadelo e conviver com o pesadelo dos outros, à sua volta. Essas regiões, de extremo sofrimento, no mundo espiritual, existem porque um enorme número de almas sofredoras se reúne no mesmo lugar e mentaliza aquelas situações absolutamente terríveis. E não adianta dizermos que, de alguma forma, vamos encontrar justificativas para o gesto do suicídio, porque não encontraremos. Os Espíritos sempre nos lembram que o suicídio é o único gesto que, se tomado na Terra, para ele, no mundo espiritual, não conseguiremos encontrar qualquer justificativa. E, é claro, o Espírito passa a vivenciar a situação de uma alma que lançou, à face de Deus, o corpo físico que era empréstimo para si mesmo... 100, 200, mais anos às vezes não são suficientes para esse resgate. Lembremos sempre que o gesto máximo de desistir da vida começa a partir dos nossos pequenos desânimos não solucionados. Começa nos dias em que nós vamos acumulando a descrença, a tristeza, a insaturação das alegrias que achamos que nunca temos e que nunca teremos. Os amigos espirituais nos têm reiteradamente transmitido mensagens chamando-nos a atenção para o fortalecimento do nosso coração, da nossa consciência, do nosso espírito aguerrido, porque dizem que os próximos quatro anos na Terra serão de enormes lutas e dificuldades para todos nós, pessoal e coletivamente. Se nós começarmos a pensar em fantasmas, se começarmos a achar que as coisas não vão dar certo, vamos sendo minados, não importando a idade física que tenhamos. Se colocarmos muitas dificuldades para aceitarmos a vida como ela é, torna-se então mais difícil que ela se torne melhor... Por isso é que livros psicografados em 1926, quando tantos de nós ainda nem estávamos na Terra, são ainda tão fundamentais, para nos lembrar que somos nós mesmos que fazemos a nossa vida, somos nós mesmos que tomamos as nossas decisões, somos nós mesmos que resolvemos como será a nossa relação com o outro e o quanto vamos deixar que o outro nos magoe, nos infelicite, não nos respeite; ou nos ame, nos leve para cima, nos diga e nos faça crer que dias melhores virão, que nós vamos construí-los em todos os instantes da nossa existência. Nesse contexto, as religiões são fundamentais, todas elas, porque cada um de nós, dentro da nossa maturidade específica, precisa de determinada religião. E é por isso que religião não se discute, porque cada um de nós precisa ter a sua própria convicção, que é individual e intransferível. Nós, que nos enamoramos da Doutrina Espírita, costumamos dizer aos outros que sabemos mais... E acho graça ao me lembrar de conhecido poeta, que, nos últimos anos de sua existência na Terra, enamorou-se também da Doutrina Espírita. Este poeta, curiosamente, mandou escrever em sua lápide: “agora, com certeza, eu sei mais do que todos vocês!...”. A verdade é que a morte física nos faz de novo recuperar a memória eterna. Extraordinário pensar que todos nós fomos criados por Deus para essa beleza que às vezes mal percebemos, mas que um dia será toda nossa, a verdade da Vida Maior. E mais generoso e sábio é também percebermos que os nossos adversários, aqueles que não nos amam, aqueles que não nos entendem, aqueles que até nos prejudicam, foram criados pelo mesmo ato divino, foram criados para a mesma destinação. E, portanto, respeitar a Deus e às forças do Bem que protegem o universo é também respeitar o outro, mesmo quando esse outro não tem o necessário equilíbrio e nem maturidade para praticar respeito. Se nós vamos acusar alguém, se vamos apontar alguém, verifiquemos se não estamos em situação igual ou até mais difícil do que aquele companheiro que estamos apontando. É básico.

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