domingo, 28 de outubro de 2012

SE EU MORRER ANTES DE VOCÊ - Chico Xavier

Se eu morrer antes de você, faça-me um favor. Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado. Se não quiser chorar, não chore. Se não conseguir chorar, não se preocupe. Se tiver vontade de rir, ria. Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão. Se me elogiarem demais, corrija o exagero. Se me criticarem demais, defenda-me. Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam. Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo. Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles. Se sentir saudade e desejar orar por mim, pode fazê-lo. Eu talvez precise de oração. Se quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver. E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase: - "Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis para Deus!" Aí, então, derrame uma lágrima. Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar. E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu. Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele. E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele. Você acredita nessas coisas? Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito. Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo. Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu... Ser seu amigo já é um pedaço dele...

MORTE E SUICÍDIO

Como se processa o desencarne, ou morte, de uma pessoa? Nós temos um cordão fluídico, um cordão energético semelhante ao cordão umbilical que une o bebê à mãe, que une o nosso corpo físico ao nosso perespírito. O perespírito é outro corpo que todos nós temos entre o espírito que somos e a carne que ora vestimos. Ali, no cordão de prata, ou cordão fluídico, está todo o tônus vital que vamos gastar, ao longo de 60, 70, 80 anos nesta vida. E esse cordão fluídico só escurecerá, luminoso que é, quando chegar a hora definitiva da nossa partida. Ele se desfaz quando as pessoas agonizam, quando morrem naturalmente. E mesmo quando lhes advém uma morte violenta, no sentido de um acidente, se para isso elas não contribuíram. Então, nesses casos, ele irá se desfazendo, se despregando, naquele instante que chamamos agônico. Mas o suicida não tem tempo para isso: ele perece, faz perecer o corpo por sua própria vontade, e rasga obrigatoriamente aquele cordão fluídico, contrariando uma lei que é Divina. Imagine uma pessoa cometer um ato desses aos 28 anos de idade e ter tônus vital para viver na Terra por 80, 85 anos ou até mais... Aquilo fica ainda luminoso, o pedaço que sobra fica pendurado na pessoa e, obviamente, torna-se uma visão terrível. Torna-se uma espécie de evidência do seu ato. A pessoa torna-se, naturalmente, uma alma sofredora, uma alma suicida, portando aquele cordão fluídico que ainda retém a energia que deveria estar sendo usada, vivenciada na Terra. O suicídio é a interrupção da vida, é claro. Mas nesta frase se encontra a chave de todo o drama que o suicida passa após a morte. Assim como o mais avançado dos robôs, ou um simples radinho de pilha, o corpo também tem sua bateria, e um tempo de vida útil baseado nesta carga. De acordo com nossos planos (traçados do "outro lado") teremos uma carga X de energia, que pode ser ampliada, se assim for necessário. Então, um atentado contra a vida não é um atentado exatamente contra Deus, mas contra todos os seus amigos, mentores e engenheiros espirituais que planejaram sua encarnação nos mínimos detalhes, e contra a própria energia Divina que foi "emprestada" para animar seu veículo físico de manifestação: seu corpo. Equivale aos EUA gastar bilhões pra mandar um homem a Marte, e quando ele estivesse lá resolvesse voltar porque ficou com medo ou sentiu saudades de casa. Todos os cientistas envolvidos na missão ficarão P da vida, e com razão. Afinal, quando ele se candidatou para a missão, estava assumindo todos os riscos, com todos os ônus e bônus decorrentes de um empreendimento deste tamanho. Quando esse astronauta voltar à Terra vai ter trabalho até pra conseguir emprego de gari. É mais ou menos assim no plano espiritual. Um suicida nunca volta pra Terra em condições melhores do que estava antes de cometer o autocídio. Segundo Allan Kardec, codificador do espiritismo, "Há as conseqüências que são comuns a todos os casos de morte violenta; as que decorrem da interrupção brusca da vida. Observa-se a persistência mais prolongada e mais tenaz do laço que liga o Espírito ao corpo, porque este laço está quase sempre em todo o vigor no momento em que foi rompido (Na morte natural, ele enfraquece gradualmente e, às vezes, se desata antes mesmo da extinção completa da vida). As conseqüências desse estado de coisas são o prolongamento do estado de perturbação, seguido da ilusão que, durante um tempo mais ou menos longo, faz o Espírito acreditar que ainda se encontra no mundo dos vivos. A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas, uma espécie de recuperação do estado do corpo sobre o Espírito (ou seja, o espírito ainda sente, de certa forma, as ações que o corpo sofre), que assim se ressente dos efeitos da decomposição, experimentando uma sensação cheia de angústias e de horror. Este estado pode persistir tão longamente quanto tivesse de durar a vida que foi interrompida. Os suicidas se agrupam em um lugar chamado Vale dos Suicidas, região de sombra, de onde só será resgatado pelas equipes de socorro quando o cordão fluídico estiver enfim apagado. Porque somente, então, estará finda a energia que deveria ter sido gasta na Terra. Ali, cada suicida passa a ver, no outro, seu próprio momento tresloucado do suicídio. Então os suicidas saem por ali, andando sem razão, procurando uma saída daquele lugar, do Vale dos Suicidas, criado pelas próprias mentes doentias daqueles que estão ali reunidos, por afinidade. De repente, por exemplo, passa um trem desgovernado, saído fortemente da imaginação daqueles que haviam se lançado à frente deste meio de transporte. Ou então são apavorados por mulheres que passam correndo, tomadas por labaredas de fogo em seus corpos espirituais, porque haviam se matado atiçando álcool ao corpo e aí ateado fogo em suas próprias vestes. O drama do suicida, de viver o seu próprio pesadelo e conviver com o pesadelo dos outros, à sua volta. Essas regiões, de extremo sofrimento, no mundo espiritual, existem porque um enorme número de almas sofredoras se reúne no mesmo lugar e mentaliza aquelas situações absolutamente terríveis. E não adianta dizermos que, de alguma forma, vamos encontrar justificativas para o gesto do suicídio, porque não encontraremos. Os Espíritos sempre nos lembram que o suicídio é o único gesto que, se tomado na Terra, para ele, no mundo espiritual, não conseguiremos encontrar qualquer justificativa. E, é claro, o Espírito passa a vivenciar a situação de uma alma que lançou, à face de Deus, o corpo físico que era empréstimo para si mesmo... 100, 200, mais anos às vezes não são suficientes para esse resgate. Lembremos sempre que o gesto máximo de desistir da vida começa a partir dos nossos pequenos desânimos não solucionados. Começa nos dias em que nós vamos acumulando a descrença, a tristeza, a insaturação das alegrias que achamos que nunca temos e que nunca teremos. Os amigos espirituais nos têm reiteradamente transmitido mensagens chamando-nos a atenção para o fortalecimento do nosso coração, da nossa consciência, do nosso espírito aguerrido, porque dizem que os próximos quatro anos na Terra serão de enormes lutas e dificuldades para todos nós, pessoal e coletivamente. Se nós começarmos a pensar em fantasmas, se começarmos a achar que as coisas não vão dar certo, vamos sendo minados, não importando a idade física que tenhamos. Se colocarmos muitas dificuldades para aceitarmos a vida como ela é, torna-se então mais difícil que ela se torne melhor... Por isso é que livros psicografados em 1926, quanto tantos de nós ainda nem estávamos na Terra, são ainda tão fundamentais, para nos lembrar que somos nós mesmos que fazemos a nossa vida, somos nós mesmos que tomamos as nossas decisões, somos nós mesmos que resolvemos como será a nossa relação com o outro e o quanto vamos deixar que o outro nos magoe, nos infelicite, não nos respeite; ou nos ame, nos leve para cima, nos diga e nos faça crer que dias melhores virão, que nós vamos construí-los em todos os instantes da nossa existência. Nesse contexto, as religiões são fundamentais, todas elas, porque cada um de nós, dentro da nossa maturidade específica, precisa de determinada religião. E é por isso que religião não se discute, porque cada um de nós precisa ter a sua própria convicção, que é individual e intransferível. Nós, que nos enamoramos da Doutrina Espírita, sabemos o quanto ela nos esclarece a respeito do assunto. Houve até um conhecido poeta, que, nos últimos anos de sua existência na Terra, enamorou-se também da Doutrina Espírita. Este poeta, curiosamente, mandou escrever em sua lápide: “agora, com certeza, eu sei mais do que todos vocês!...”. Não podemos esquecer que o conhecimento da Doutrina Espírita, fortalecendo em nós a ideia de Deus e mostrando-nos que não vale a pena o suicídio como porta de saída, será sempre o antídoto perfeito contra o suicídio, principalmente porque poderemos valer-nos não só dos conhecimentos, da fluidoterapia que nos recompõem corpo e mente, como também nos indicará o trabalho do bem como elemento sustentador da nossa harmonia íntima. Diz Kardec, no livro "A Viagem Espírita", de 1862, da editora "O Clarim", que muitos poderiam rir das nossas crenças na Doutrina Espírita, mas jamais poderiam rir quando vissem homens transformados. O Espírito Hilário Silva no livro "O Espírito de Verdade" (FEB), conta-nos uma história, que ocorreu na França no tempo de Kardec, de um livreiro que manda para Kardec um livro ricamente encadernado e narra na dedicatória que estava prestes a suicidar-se, atirando-se ao rio Sena, quando tocou em algo que caiu no chão. Era O Livro dos Espíritos e na contracapa estava escrito: “Este livro salvou a minha vida”. Curioso, ele leu o livro e quando o remeteu a Kardec acrescentou: “Também salvou a minha.”
A verdade é que a morte física nos faz de novo recuperar a memória eterna. Extraordinário pensar que todos nós fomos criados por Deus para essa beleza que às vezes mal percebemos, mas que um dia será toda nossa, a verdade da Vida Maior. E mais generoso e sábio é também percebermos que os nossos adversários, aqueles que não nos amam, aqueles que não nos entendem, aqueles que até nos prejudicam, foram criados pelo mesmo ato divino, foram criados para a mesma destinação. E, portanto, respeitar a Deus e às forças do Bem que protegem o universo é também respeitar o outro, mesmo quando esse outro não tem o necessário equilíbrio e nem maturidade para praticar respeito. Se nós vamos acusar alguém, se vamos apontar alguém, verifiquemos se não estamos em situação igual ou até mais difícil do que aquele companheiro que estamos apontando. É básico.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

" ESCOLHAS "

A vida de todo ser humano compõe-se de pequenas e contínuas escolhas. Pousar o olhar sobre um local, por exemplo, já constitui um ato de escolha porque, ao escolher aquele ponto, não optei por outro, deixei de lado outras alternativas, forçosamente.
Cada escolha que fazemos traz com ela ganhos e perdas. Ganhamos pelas novas possibilidades que se tornam possíveis, mas perdemos quando descartamos outras opções menos atraentes. Somos constantemente forçados a realizar estas escolhas. E muitas são as ocasiões em que sentimos receio de errar. Na verdade não existem escolhas erradas; o que acontece é que muitas vezes somos levados a optar por algo que naquele momento nos traz maior prazer. Nestes casos preferimos a satisfação imediata, não nos importando com seus efeito a longo prazo. …De modo geral, não se atenta para o poder da escolha. Ao se decidir por algo, seja no campo profissional ou pessoal, dá-se direção e rumo à vida. Porém, o mais significativo é que normalmente faz-se escolhas quase inconscientes, com um mínimo de reflexão, ou mesmo, sem nenhum questionamento. Muitos indivíduos ao serem perguntados sobre o que querem na vida, quais suas escolhas, apenas sabem dizer o que não querem na vida. Quando não se sabe o que se quer, não se chega a lugar algum. Escolher é preciso! Torna-se quase óbvio reforçar a necessidade de garantir a qualidade de tais escolhas. A razão é simples: nós somos as nossas escolhas! O fato de alguém cursar engenharia limitou outras possibilidades naquele momento, como por exemplo, de formar-se dentista e esse fato estará presente pelo resto de sua vida. Nos dias atuais, uma das palavras mais ouvidas é desafio, Visão, Visão de futuro. Por que a preocupação com a Visão? Simplesmente porque ter uma Visão significa que uma escolha consciente foi feita. A Visão possui o poder de nos colocar em movimento, dá o foco para onde e como concentrar e aplicar as energias. Desse modo, as tomadas de decisão são fortemente influenciadas pelas escolhas. As escolhas vêem antes do ato de agir no mundo e, se realizadas com base na reflexão, terão maiores chances de nos conduzir ao futuro próspero, mas, se não pensarmos, se não ponderarmos bem, poderão resultar em fracasso. A carreira profissional com pressões oriundas de todos os lados, bem como a falta de objetividade que a caracteriza hoje, transformou as decisões sobre a carreira uma seara de difíceis escolhas. A decisão no início da carreira, ou aos 50 anos, quanto ao rumo que se quer dar à vida profissional, revela-se importantíssima para o sucesso, para a auto-estima e para o aplauso interno – muito dependerá da escolha certa. No que diz respeito à carreira, a multiplicidade talvez seja a melhor escolha. Uma única versão poderá tornar o profissional inviável, portanto, conhecer suas forças, suas competências e desenvolvê-las ao limite máximo é uma escolha que abre, que gera espaço e não uma escolha que fecha oportunidades, minando a empregabilidade. Enfim, “viver” é diferente de “ir durando”, implica em escolhas conscientes que arrancam os indivíduos da zona de conforto, incomodam, sendo, por isso e na maioria das vezes, evitadas. Há dois tipos de pessoas na vida – aquelas que sabem o que querem, que fazem suas escolhas e aquelas que deixam a vida decidir por elas. Lembre-se sempre que a escolha é sua! Alguns de nós são mais previdentes; outros são mais imediatistas. Não existe o certo e o errado. O que existe são as diferentes formas de encarar a vida. O que apenas devemos evitar é fazer nossas escolhas movidos pelo desejo de agradar aos outros. Acima de tudo, precisamos estar conscientes de que tudo que fizermos irá afetar principalmente a nós mesmos. Embora todos nós sintamos necessidade de compartilhar nossos pensamentos e emoções, nenhuma pessoa, por mais que ela nos queira bem, poderá viver a nossa vida. Um amigo verdadeiro nem sempre é aquele que impõe suas próprias ideias, mas sim aquele que nos ajuda a desenvolver as nossas próprias ideias. Porque somente seremos autênticos quando tivermos a ousadia de assumir nossas escolhas e as conseqüências que elas possam causar.
JESUS CRISTO NOS ACONSELHA “ENTRAI PELA PORTA ESTREITA....” Uma porta constitui passagem necessária em qualquer construção, a separar dois lugares, facultando livre acesso entre eles. A porta estreita e a porta larga pertencem à muralha do tempo, situada à frente de todos nós. A porta estreita revela a escolha espiritual que nos permite marchar no caminho do aperfeiçoamento, com o justo aproveitamento de todas as horas. A porta larga, no entanto, expressa o desequilíbrio interior, que nos leva inevitavelmente à dor da reparação, com lastimáveis perdas de tempo. Aquém da muralha, o passado e o presente. Além da muralha, o futuro e a eternidade. De cá, a sementeira do “hoje”. De lá, a colheita do “amanhã”. A travessia de uma das portas é ação inevitável para todas as criaturas. Porta larga – entrada na ilusão –, saída pelo reajuste... Porta estreita – saído do erro -, entrada na renovação... O momento atual é de escolha da porta, estreita ou larga. Os minutos apresentam valores distintos, conforme atravessemos a muralha, pela porta do serviço e da dificuldade ou através da porta dos caprichos enganadores. Examina e escolhe qual a passagem que eleges por teus atos comuns e diários, na existência que se desenrola, momento a momento. Durante muito tempo temos sido andarilhos do tempo a ir e vir pela porta larga, nos círculos de viciação que forjamos para nós mesmos, enganados pelo poder transitório e pela posse de bens materiais, pela beleza física e pela valorização exagerada do eu. Renovemo-nos, pois, em Cristo, seguindo-O, nas abençoadas lições da porta estreita, a bendizer os obstáculos da caminhada, conservando alegria e esperança na transformação do tempo em dádivas da Felicidade Maior.
E S C O L H A S São muitas as escolhas diante das quais a vida nos coloca. Escolhas que podem nos levar à felicidade, ou não... Por exemplo... - Você pode viver intensamente – ser quem você é, do jeito que você for... Ou simplesmente viver infeliz por não ser quem você gostaria de ser. - Você pode assumir sua individualidade... Ou reprimir seus talentos e fantasias, tentando ser o que os outros gostariam que você fosse. Consciente, no entanto, de que seus atos podem magoar e comprometer pessoas; e que perdê-las é responsabilidade sua. - Você pode “produzir-se” e ir divertir-se, brincar, cantar e dançar... Ou, então, dizer, em tom amargo, que já passou da idade e que essas coisas são fúteis. - Você pode olhar com ternura e respeito para si próprio e para as outras pessoas... Ou com aquele olhar de censura que poda, pune, fere e mata sem nenhuma consideração para com os sentimentos, desejos, limites e dificuldades do outro... inclusive os seus... - Você pode amar e deixar-se amar de maneira incondicional... Ou viver se lamentando pela falta de gente a sua volta. - Você pode ouvir seu coração e viver apaixonadamente... Ou agir de acordo com a fórmula da sua cabeça, tentando analisar e explicar a vida antes mesmo de vivê-la. - Você pode deixar a vida como está “pra ver como é que fica”... Ou, com paciência e trabalho, lutar para realizar as mudanças necessárias na sua vida e no mundo a sua volta. - Você pode deixar que o medo de perder paralise seus planos... Ou partir para a ação com o pouco que tem, mas com muita vontade de ganhar. - Você pode amaldiçoar a sua sorte... Ou encarar a verdade de que, no fim das contas, é você quem deve decidir o tipo de vida que quer levar. - Você pode escolher seu destino e, através de ações concretas, caminhar firme em direção a ele, com marchas e contramarchas, avanços e retrocessos... Ou continuar acreditando que ele já estava escrito nas estrelas e que nada lhe resta a fazer se não sofrer. - Você pode viver desfrutando o máximo das coisas que possui... Ou se acabar de ansiedade e desgosto por não ser ou possuir tudo que gostaria. - Você pode engajar-se no mundo melhorando a si próprio e, por conseqüência, melhorando tudo que está a sua volta... Ou passar toda a vida à espera de que o mundo melhore para que você possa melhorar. - Você pode melhorar a vida e a energia universal que dela flui... Ou celebrar a morte, aterrorizado com a idéia de pecado e punição. - Você pode aprender o que ainda não sabe... Ou fingir que sabe tudo, não precisa aprender mais nada e viver na estagnação. - Você pode ser feliz com a vida como ela é... Ou passar todo o seu tempo a lamentar pelo que ela não é. A escolha é sua... só sua! Pondere bastante antes de decidir, pois é você quem vai carregar sozinho, e para sempre, o peso das escolhas que fizer!

" F É "

"Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da humanidade" Allan Kardec. Entendamos como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, na certeza de atingir um objetivo. Ela nos dá uma espécie de lucidez, que faz ver, pelo pensamento, os fins que se tem em vista e os meios para atingi-los, de modo que quem a possui caminha, por assim dizer, com total segurança. É certo que a confiança do homem em suas próprias forças o torna capaz de realizar coisas materiais que não se podem fazer quando se duvida de si mesmo, mas é a fé que nos torna capazes de superar as dificuldades, as resistências, a má vontade, os preconceitos rotineiros, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo, as paixões orgulhosas que se encontram entre os homens e que barram o caminho de todo aquele que trabalha pelo progresso da Humanidade. Essas são as montanhas que a fé é capaz de transportar e , garantiu-nos Jesus Cristo, por pequena que ela seja. A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem vencer os obstáculos, tanto nas pequenas quanto nas grandes coisas. É ela, a fé, que nos mantém em esperança quando o sofrimento se torna companheiro constante, diferenciando-nos daqueles que não a possuem. A fé vacilante, no entanto, provoca incerteza, hesitação, de que se aproveitam os adversários que devemos combater; ela não procura os meios de vencer, porque não crê na possibilidade de vitória.
A fé sincera e verdadeira é sempre calma, serena, companheira que é da paciência. É preciso não confundir, no entanto, a fé com a presunção. A presunção é o que faz o homem se ver maior do que na realidade é. É ela que o faz achar-se melhor do que os outros. A verdadeira fé se alia à humildade; aquele que a possui confia mais em Deus do que em si mesmo, sabe que, simples instrumento da vontade de Deus, nada pode sem Ele e é por isso que ele é ajudado pelos bons Espíritos. A presunção é mais orgulho do que fé, e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos fracassos que lhe são impostos. A fé não se adquire por decreto, não se impõe. Ela é adquirida e possibilitada a todos. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, a fé deve velar atentamente pelo desenvolvimento de suas próprias filhas: a esperança e a caridade. Elas são resultantes da fé, essas três virtudes formam uma trindade inseparável. Não é a fé que dá a esperança de se ver cumprirem as promessas do Senhor? Pois, se não temos fé, o que esperamos? Não é a fé que dá o amor? Se não temos fé, que amor teremos, e que amor será esse? A fé, que é de inspiração divina, desperta todos os nobres sentimentos que conduzem o homem para o bem e é a base da sua renovação. Se nós temos fé, não permitiremos que os problemas nos desequilibrem a fortaleza do coração. Transitaremos no mundo, sabendo que o Divino Equilíbrio permanece vigilante e, mesmo que os homens transformem o lar terrestre em campo de lodo e sangue, não esquecemos que a Infinita Bondade converterá um e outro em solo adubado para que a vida refloresça e prossiga em triunfo. Se nós temos fé, não guardaremos com rancor os golpes da incompreensão alheia, porquanto compreenderemos a ignorância por miséria extrema do espírito e educaremos generosamente a boca que injuria e a mão que apedreja. Ainda que os mais amados nos releguem à solidão, avançaremos para frente, entendendo e ajudando, na certeza de que o trabalho nos envolverá o sentimento, em nova luz de esperança e consolação. Se temos fé, não nos limitaremos a dizê-la simplesmente, qual oração sem boas obras, mas caminharemos realizando a vontade do Criador, que é sempre o bem para todas as criaturas. Se temos fé, manteremos, sobretudo, o esforço diário do próprio aperfeiçoamento, através das pequenas e difíceis vitórias sobre a natureza inferior, como sendo o mais alto serviço que podemos prestar aos outros, uma vez que, aperfeiçoando a nós mesmo, estaremos habilitando a consciência para refletir, com segurança, o amor e a sabedoria da Lei. A Doutrina Espírita apresenta uma nova maneira de ver a Fé. Este é um ponto que julgamos importante, pois enquanto as religiões procuram manipular as consciências através de ameaças, incutindo idéias de medo, impondo comportamentos, reduzindo consideravelmente o livre arbítrio, o Espiritismo deixa o pensamento fluir livremente, o mais natural possível, para que o indivíduo possa demonstrar toda sua identidade e autenticidade. A Fé raciocinada, proposta pelo Espiritismo, deixa de possuir conotação de algo obtido por uma graça, por um mistério que não pode ser explicado. Ela, portanto, difere de tudo o que caracteriza a Fé religiosa porque baseia-se na busca do entendimento e do discernimento. A Fé religiosa firma-se nos dogmas que definem as religiões. Dogmas são verdades estabelecidas e indiscutíveis que são impostas aos fiéis e que devem ser por eles aceitas, mesmo que não as compreendam. A Fé Espírita, no entanto, usa a razão e, por isto, pode duvidar, criticar e examinar o objeto da Fé. Na fé proposta pelo Espiritismo há uma lucidez maior, uma clareza maior, dos conhecimentos adquiridos e uma melhor captação de conhecimentos novos. A Fé Espírita é efeito e não causa. O indivíduo que a possui já experienciou no passado vivências, aprendizados, etc. que hoje lhe transmitem toda uma certeza e confiança. Há uma visão global, geral das coisas. Para que se obtenha esta compreensão geral, aumentando-a aos poucos, torna-se necessário que a nossa inteligência esteja ativa, para podermos exercitá-la através da vontade. Com a inteligência teremos facilidade de adquirir conhecimentos novos e tornar presente ou consciente os já adquiridos. Estes conhecimentos serão sempre a base para o apoio de novas informações; assim, o poder de análise e de síntese vai crescendo de forma que a cada passo o indivíduo tenha nova compreensão, novos "insights", ou lampejos cada vez mais claros. Assim é a Fé Espírita, com características próprias e especiais, que a diferencia de qualquer outra Fé. A Fé Espírita não é reducionista, não bloqueia a vontade nem a expressão do ser humano; ao contrário, amplia a vontade e a capacidade de expressão. O indivíduo fica livre para a escolha e com menos possibilidades de ser manobrado ou manipulado. Allan Kardec diz que a Fé Espírita "não pode ser prescrita ou imposta, por aquele que a tem, ninguém a poderá tirar e àquele que não a tem ninguém poderá dar". Diz o Codificador que "a Fé é sinal evidente de progresso". O Espiritismo, como Doutrina reencarnacionista e evolucionista, tem na sua Fé uma conseqüência desse progresso que o indivíduo vai pouco a pouco conquistando, vivenciando. O progresso vai facilitando melhores elaborações em estágios sempre renovados. Portanto, Fé não se consegue como que "por um passe de mágica". Ela é a certeza, a segurança e a confiança já conquistadas e que num dado momento o indivíduo experiencia. A Fé está relacionada a obras, assim, uns possuem mais Fé, outros menos. Para a realização das obras - e das conquistas - é necessário estudo e trabalho que resultam em experiência. O que se pode afirmar é que haverá sempre uma nova tarefa a ser executada, a nos provar, a nos testar e, assim, vamos obtendo maior firmeza na execução, ou seja, maior Fé. Foi dito, "a fé é mãe da esperança e da caridade", o que é facilmente compreensível, porque todo aquele que a possui, conforme a Doutrina Espírita, apresenta um sintoma de que já conquistou estágios importantes e, como tal, ela já está incorporada ao seu acervo tornando-se natural a prática do amor e da caridade. A importância de que tenhamos esse entendimento da Fé, nos levará a vivenciar melhor a atual existência, o aqui e agora, e a pautar todos os nossos atos dentro de uma moral e de uma ética elevada. O Espiritismo facilita a reparação dos erros numa experimentação consciente e nisto está o fortalecimento da Fé. Todo este entendimento nos conduzirá à certeza, à confiança e à esperança, proporcionando-nos encarar de frente a razão em todas as épocas da humanidade.
A Fé Inabalável significa fé que não esmorece, ou não enfraquece, diante de dificuldades, diante de obstáculos. As dificuldades, ou obstáculos, podem ser de ordem física, de ordem psíquica ou espiritual. Física pode ser de ordem econômica, saúde. Psíquica pode ser situações de desconforto criadas por problemas que podem nos levar a tristeza, depressão, pânico. Tristeza pela “perda” de um ente querido, por exemplo. O encontro de tantas pontas de uma mesma estrada faz girar em nossos corações o testemunho da Verdadeira Fé, se ela existir de fato. A chama eterna do Grande Sol Central incendeia o coração dos homens de fé. Fé que precisa ser reafirmada, não nos templos construídos em pedra, mas nos templos internos. Fé que precisa ser renovada, a cada obstáculo que nos apresenta e parece intransponível. Fé que precisa do Fogo da Verdade Eterna, que nos lembra a cada instante que nossa caminhada pelas estradas da Evolução espiritual requer peito de remador, bons pensamentos, palavras amenas e ação firme. Enfrentar de peito aberto as vicissitudes, as dificuldades, e se render às evidências indeléveis da interferência do Sagrado em nossas vidas. Estar de pé, logo cedo, ao amanhecer para enfrentar a batalha do ser “encarnado” no Planeta Terra, e resistir aos arrastamentos da materialidade que tenta nos desviar de nossa missão. Porém, irmãos, é preciso trilhar o caminho do meio. Equilíbrio entre o Cosmo e a Terra, para que estejamos preparados para os desafios de termos a consciência de nosso verdadeiro papel neste Sistema Solar, nesta galáxia e no universo. Mensagem das Plêiades Por nada detenha teus passo, ah irmão peregrino. A luz no topo da montanha clama por tua Presença. Por mais íngreme que pareça a subida, maior é a estrela que te guia. Ave Lux. Fiquem na LUZ! Psicografado por Shellah Avelar Autor: Ramatis

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

"ORAI E VIGIAI !" - A PRECE

Os católicos usam o verbo “rezar”; os evangélicos “orar” e os espíritas “fazer prece”. Todos, no entanto, se referem à mesma coisa: à expressão de um sentimento que pretende alcançar a Deus, se ditada pelo coração de quem usa esse meio.
A ciência, através de pesquisas, tem, por sua vez, mostrado o poder da eficácia da prece na interferência no estado de saúde de enfermos graves. A prece aciona uma espécie de ação magnética que podemos definir como uma influência exercida por uma pessoa na vontade de outras. Essa ação é acionada entre aquele que ora e aquele a quem ela se dirige. Poderia se pensar que o efeito da prece depende desse magnetismo, da força fluídica, daquele que ora, mas não é bem assim. Os Espíritos têm a condição de poder acionar essa ação magnética fluídica sobre os homens e em razão disso complementam, quando se faz necessário, a insuficiência daquele que ora, seja agindo diretamente “em seu próprio nome”, seja dando-lhes, naquele momento, uma força excepcional, desde que os julguem dignos dessa ajuda ou quando ela possa ser proveitosa. O poder da prece, não esqueçamos, está no pensamento, não depende nem de palavras, nem do lugar, nem do momento, nem da forma como é feita. Deus vê o íntimo dos corações, lê o pensamento e percebe a sinceridade. Allan Kardec, em seu livro “A Gênese”, capítulo 1, item 55, escreveu: "Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto.Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará." Passados quase 140 anos do lançamento dessa que é a última obra da codificação espírita, o que vemos em nosso dia-a-dia é a Ciência confirmando o Espiritismo, como o que aconteceu com pesquisa sobre os efeitos da prece na saúde das pessoas. O objetivo de uma das pesquisas era verificar se a prece intercessória, aquela feita à distância por terceiros, altera a função das células responsáveis pela defesa do organismo. Realizada pelo Laboratório de Imunologia Celular da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, com a participação ativa de mais de 50 estudantes de medicina durante o período de 2000 a 2003, a pesquisa, segundo divulgação no final de outubro nos principais jornais do País, apresentou resultados positivos que se materializam no aumento da estabilidade celular dos indivíduos que receberam a prece. A importância desses resultados é ainda maior quando tomamos contato com a metodologia aplicada. Denominado duplo cego, o método utilizado não dá conhecimento aos participantes do projeto (e isso incluiu inclusive os pesquisadores) sobre quem recebia a prece. Além disso, foi realizado duplo controle, ou seja, havia alternância entre os grupos que funcionavam como controle. Os alunos de medicina eram as “cobaias”. Foram submetidos à avaliação clínica e psicológica e apresentaram uma foto 3x4 com seu primeiro nome. Apenas 26 tiveram as fotos entregues aos grupos de oração; os demais não receberam qualquer oração em seu benefício. No final, a constatação: as células de defesa dos alunos que não receberam prece permaneceram sem qualquer alteração. Carlos Eduardo Tosta, professor titular de Imunologia e coordenador do projeto declarou: “Quando interpretamos os dados, observamos que a prece teve o papel de induzir equilíbrio e isso faz sentido, já que, em medicina, equilíbrio é sinônimo de saúde. A prece atua sobre indivíduos sadios, influenciando o sistema imunológico”. Resultados semelhantes foram obtidos em estudo pioneiro realizado no ano de 1988, no Hospital Geral de São Francisco, na Califórnia. Lá, foi possível comprovar que os pacientes que receberam preces apresentaram significativas melhoras, necessitando inclusive de menor quantidade de medicamentos. Temos aqui a confirmação científica daquilo que diz o Espiritismo sobre a prece, sua ação e importância. E aí entendemos que mesmo passados 152 anos do lançamento de O Livro dos Espíritos, o Espiritismo ainda é uma doutrina de vanguarda, que cumpre seus objetivos ao revelar à Humanidade as relações existentes entre o mundo físico e o mundo espiritual. A prece é uma ação presente na vida da Humanidade e em todas as religiões, doutrinas, seitas. Para nós espíritas, ela se reveste de características especiais, pois “a par da medicação ordinária, elaborada pela Ciência, o magnetismo nos dá a conhecer o poder da ação fluídica e o Espiritismo nos revela outra força poderosa na mediunidade curadora e a influência da prece”. Poderíamos dizer que a prece é uma projeção do pensamento, a partir do qual irá se estabelecer uma corrente fluídica cuja intensidade dependerá do teor vibratório de quem ora, e nisto reside o seu poder e o seu alcance, pois nesta relação fluídica o homem atrai para si a ajuda dos Espíritos Superiores a lhe inspirar bons pensamentos. Por que pensamentos? Porque eles são a origem da quase totalidade de nossas ações. Primeiro pensamos, depois agimos. Poderíamos dizer também que a prece é uma invocação e que por meio dela pomos o pensamento em contato com o ente a quem nos dirigimos. Pode-se orar para si ou para outrem. O Espiritismo faz compreender a ação da prece explicando o processo da transmissão do pensamento: quer o ser por quem se ora venha ao nosso chamado, quer o nosso pensamento chegue até ele. Para compreender o que se passa nessa circunstância, convêm considerar todos os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no mesmo fluido universal que ocupa o espaço, como neste planeta estamos nós na atmosfera. O ar é o veículo do som com a diferença que as vibrações do ar são circunscritas ao planeta Terra, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito. Então, logo que o pensamento é dirigido para um ser qualquer na Terra ou no espaço, de encarnado a desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um para o outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som. A energia da corrente está na razão da energia do pensamento e da vontade. É por esse meio que a prece é ouvida pelos espíritos onde quer que estejam; que eles se comunicam entre si; que nos transmitem as suas inspirações; que as relações se estabelecem à distância, etc. Esta é sua visão científica. Pela prece podemos fazer três coisas louvar, pedir e agradecer (LE, 659). Mas o que isso significa exatamente? • Louvar é enaltecer os desígnios de Deus sobre todas as coisas, aceitando-O como Ser Supremo, causa primária de tudo o que existe, bendizendo-Lhe o nome. • Pedir é recorrer ao Pai Todo-Poderoso em busca de luz, equilíbrio, forças, paciência, discernimento e coragem para lutar contra as forças do mal; enfim, tudo, desde que não se contrarie a lei de amor que rege e sustenta a Harmonia Universal. • Agradecer é reconhecer as inúmeras bênçãos recebidas, ainda que em diferentes graus de entendimento e aceitação: a alegria, a fé, a bênção do trabalho, a oportunidade de servir, a esperança, a família, os amigos, a dádiva da vida. As preces devem ser feitas diretamente ao Criador, mas também pode ser-lhe endereçada por intermédio dos bons Espíritos, que são os Seus mensageiros e executores da Sua vontade. Quando se ora a outros seres além de Deus, é simplesmente como a intermediários ou intercessores, pois nada se pode obter sem a vontade de Deus. A prece torna o homem melhor porque aquele que faz preces com fervor e confiança se torna mais forte contra as tentações do mal, e Deus lhe envia bons Espíritos para o assistir (LE 660). O essencial é orar com sinceridade e aceitar os próprios defeitos, porque a prece não redime as faltas cometidas; aquele que pede a Deus perdão pelos seus erros, só o obtêm mudando sua conduta na prática do bem. Deste modo, as boas ações são a melhor prece, e por isso os atos valem mais do que as palavras. Através da prece pode-se ainda fazer o bem aos semelhantes, porque o Espírito que ora, atuando pela vontade de praticar o bem, atrai a influência de Espíritos mais evoluídos que se associam ao bem que se deseja fazer. Entretanto, a prece não pode mudar a natureza das provas pelas quais o homem tem que passar, ou até mesmo desviar-lhe seu curso, e isto porque elas (..)estão nas mãos de Deus e há as que devem ser suportadas até o fim, mas Deus leva sempre em conta a resignação. Deve-se considerar, também, que nem sempre aquilo que o homem implora corresponde ao que realmente lhe convém, tendo em vista sua felicidade futura. Deus, em Sua onisciência e suprema bondade, deixa de atender ao que lhe seria prejudicial. Todavia, as súplicas justas são atendidas mais vezes do que supomos, podendo a resposta a uma prece vir por meios indiretos ou por meios de idéias com as quais saímos das dificuldades. A prece em favor dos desencarnados não muda os desígnios de Deus a seu respeito; contudo, o Espírito pelo qual se ora experimenta alívio e conforto ao receber o influxo amoroso dos entes que compartilham de suas dores. Além do mais, o efeito benéfico da prece sobre o desencarnado é tal, que pode levá-lo à conscientização das faltas cometidas e ao desejo de fazer o bem: É nesse sentido que se pode abreviar a sua pena, se do seu lado ele contribui com a sua boa vontade. Esse desejo de melhora, excitado pela prece, atrai para o Espírito sofredor os Espíritos melhores que vêm esclarecê-lo, consolá-lo e dar-lhe esperanças (LE, 664).

" A MORTE "

Há quem diga que a morte é tormento. Há quem diga que a morte é descanso. Porém, mais sensato seria dizer que a morte pode vir a ser um tormento, ou, que ela pode vir a ser um repouso. Tudo depende de como utilizamos o nosso tempo de vida presente. Bendito tempo... O tempo que corre continuamente, e as marcas deixadas pela sua passagem. O ontem, e o amanhã... A vida terrena é breve como a brisa que passa. Eternos são o amor, a compaixão, e a bondade.
“Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte.”, diz o pai da Psicanálise Sigmund Freud. A Psicanálise ensina, seguindo a teoria das pulsões do seu fundador,Sigmund Freud, que existem em nossas vidas duas pulsões contrárias: EROS, uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida, e a pulsão de morte, ou THANATOS, que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição. Ambas as pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto. Como no exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida presente, afinal a finalidade de se alimentar é a manutenção da vida, existe também a pulsão de morte presente, pois é necessário que se destrua o alimento antes de ingerí-lo, e aí está presente um elemento agressivo, de segregação. A morte é o fenômeno natural que mais se tem discutido, ou pelo menos deveria, tanto em religião, ciência e opiniões diversas, ao mesmo tempo em que a maioria de nós evita ao menos pronunciar seu nome. Para os céticos, os descrentes, a morte compreende o cessar da consciência, exatamente quando o cérebro deixa de executar suas funcionalidades. Os espíritas, no entanto, acreditam ser ela uma passagem para uma outra dimensão, cuja realidade é mais perfeita e que é a continuidade da vida física. Alguns enchem a vida de rituais para exorcizá-la ou, como faz a maioria, simplesmente a ignoram. O que precisamos mesmo é compreender o medo que as pessoas desenvolvem em relação à morte, evitando, assim, preparar-se para ela. Precisamos, sim, aprender a morrer. Quando morre alguém, sentimo-nos todos tomados por um sentimento de perda e dor. É natural, gostamos da pessoa e desejamos que ela continue vivendo conosco. Mas, a morte, inegavelmente, é a única certeza da vida e está enquadrada nos acontecimentos normais da existência de todo mundo. A todo instante, partem jovens e velhos, sadios e enfermos, ricos e pobres, brancos e negros, crentes ou descrentes. Partem como se a hora fora chegado e como se nossa lógica baseada no tempo cronológico não fizesse sentido. Pode-se morrer depois de um longo tempo, como se pode morrer cedo, jovem. Para a maior parte dos homens, a morte continua a ser o grande mistério, o sombrio problema que ninguém ousa olhar de frente. Para os espíritos conscientes, ela é a hora bendita em que o corpo cansado volta à grande Natureza para deixar à Psique, sua prisioneira, livre passagem para a Pátria Eterna. A Doutrina Espírita considera a morte biológica como sendo a interrupção do fluxo vital que mantém os órgãos físicos em funcionamento. Quando ocorre a anóxia cerebral e, consequentemente, a paralisação do tronco encefálico, dá-se o fenômeno denominado morte. Para o Espiritismo, a morte da indumentária carnal serve para libertar o Espírito temporariamente aí encarcerado, a fim de que prossiga no processo de evolução, no rumo da plenitude ou Reino dos Céus. Morrer, desse modo, é encerrar o ciclo biológico, facultando o prosseguimento da vida do Espírito em outros campos vibratórios, além da dimensão física. Compreendei que, muitas vezes, os seres que chorais e que ides procurar no cemitério estão ao vosso lado. Vêm velar por vós aqueles que foram o amparo da vossa juventude, que vos embalaram nos braços, os amigos, companheiros das vossas alegrias e das vossas dores, bem como todas as formas, todos os meigos fantasmas dos seres que encontrastes no vosso caminho, os quais participaram da vossa existência e levaram consigo alguma coisa de vós mesmos, da vossa alma e do vosso coração. Ao redor de vós flutua a multidão dos homens que se sumiram na morte, multidão confusa, que revive, vos chama e mostra o caminho que tendes de percorrer.