domingo, 27 de outubro de 2013

A DESENCARNAÇÃO - Dr. Inácio Ferreira

Na Terra que se desdobra, um homem caminha por uma estrada. Tomando-se hoje em relação a ontem, a única diferença é que ele se sente um pouco mais leve. Todavia, não tão leve a ponto de planar na atmosfera algo rarefeita. Com ele, os mesmos pensamentos e as mesmas emoções. Além do que sabia instantes atrás, ele pouco consegue saber a respeito de si, e continua a precisar de um nome para se identificar. A sua condição racial, econômica, sexual e religiosa, não o privilegia em absolutamente nada. O que o salvaguarda é a consciência tranquila. Experimenta, porém, certa dificuldade, para, seja na Terra ou no Mais Além, conceber outra vida diversa daquela que sempre teve. Não lhe parece que entre uma vida e outra, possa haver diferença marcante. Terra firme sob os pés, céu aberto sobre a cabeça, a Natureza em torno... Noite e dia, Sol e estrelas! Olhando para si, tudo lhe parece normal – estará vivenciando um sonho, ou será a realidade?! Ainda não consegue falar sem articular as palavras... Tem fome e sede. O esforço que despende na caminhada lhe ocasiona relativo cansaço. Onde estarão os seus amigos?... Ah, sim, ei-los que, aos poucos, vão chegando para saudá-lo. Porém, a muitos desses amigos ele não tinha oportunidade de ver a longo tempo... Tem a impressão de que muitas faces se sobrepõem, ou, então, que alguns rejuvenesceram, e que outros envelheceram! Para ele, o Futuro parece ter chegado, e o Presente ficou no Passado. Sensações estranhas lhe dão a certeza de que ali, naquela Terra, precisa reaprender quase tudo. O berço lhe será um túmulo, ou o túmulo lhe será um berço?! Para ele, é muito difícil dizer exatamente. Saudade! Mas, em qualquer parte do Universo, a saudade é um sentimento comum a todos os seres, que, em nome do amor, sempre pulsa com a mesma intensidade, em todos os corações. Sem ponto de referência, ninguém sabe de que lado da margem do rio ele possa estar. Você saberia?! Além de fome e sede, com o tempo, experimenta desejos, tão humanos e tão divinos quanto os dos homens e os dos anjos. De repente, integra-se tão completamente ao novo ambiente em que se encontra, que a vida, que, de início, lhe parecia ter sofrido uma interrupção, prossegue com naturalidade. Olha para cima e vê o Infinito... Quanto ainda a este homem, que é o espírito desencarnado, ainda compete caminhar, na Terra que se desdobra, para, enfim, transcender a si mesmo?!...
“A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado do Caminho. Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era para vocês, eu continuarei sendo. Me dêem o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram. Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador. Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos. Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim. Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra ou tristeza. A vida significa tudo O que ela sempre significou, o fio não foi cortado. Por que eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vistas? Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho... Você que aí ficou, siga em frente. A vida continua Linda e bela como sempre foi.” (A MORTE NÃO É NADA - Santo Agostinho)
Lembremos, inicialmente, que, através da reencarnação, o Espírito vive muitas vidas, passando por provas e por oportunidades de corrigir os erros cometidos no passado. Na Sua justiça, Deus não nos condena a sofrermos eternamente por causa dos erros. Dá-nos a oportunidade de repará-los por nós mesmos. Assim, entenderemos, com conhecimento de causa, que a prática do bem nos traz felicidade; enquanto a do mal, com certeza nos levará, cedo ou tarde, ao sofrimento. Deus nos dá a liberdade de agir como quisermos. A isso se dá o nome de livre arbítrio. Penso que dá um certo conforto aqueles que perderam algum ente querido saber que o túmulo não é o fim de tudo. Saber que a vida continua e que a morte é apenas uma transferência, uma mudança de tipo de vida e que um dia reencontraremos nossos entes queridos que nos precederam no retorno à vida espiritual. A reencarnação não foi inventada pelo Espiritismo. Antes mesmo de Jesus, povos asiáticos e indianos já detinham a crença, porém de maneira diferente, pois acreditavam em reencarnações de seres humanos em animais, e vice-versa. Essa crença influenciou de alguma maneira o povo judaico, já que muitos faziam uma mistura de reencarnação com ressurreição. Numa conversa entre Jesus e Nicodemos, um fariseu que tinha profunda admiração pelo Mestre, Jesus afirmou: "Na verdade te digo, que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus... Não te maravilhes de te ter dito. Necessário vos é nascer de novo". "O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do Espírito." ( João, III; 1 a 12). Nesta passagem, Jesus diz muito mais do que mostram as letras. Nascer da água para os antigos significava o nascimento carnal, pois tinham como crença de que a água era o princípio absoluto, ou seja, de que todos viemos no início da mesma. Baseavam-se no que está escrito no libro bíblico "Gênesis", onde se lê: "O Espírito de Deus era levado sobre as águas... que o firmamento seja feito sobre as águas". Portanto, a água era colocada como o símbolo da natureza material. Enquanto nascer do Espírito significava a parte inteligente do ser. Assim, como explica Kardec no capítulo 4 de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", nascer da água e do Espírito quer dizer: nascer com seu corpo e sua alma. Ao contrário do que afirmam os descrentes da reencarnação, Jesus, portanto, não poderia apenas estar falando do renascimento moral, ou seja, daquele provindo do arrependimento do homem e sua mudança de conduta na mesma vida. Dizia sim do renascimento material e espiritual, um renascimento em uma nova vida. Tanto é assim, que completa: "...Não sabe donde vem, nem para onde vai...", ou seja, quando o Espírito renasce em uma nova encarnação, não sabemos como foi sua última existência, nem para onde irá após o desencarne, pois dependerá de sua forma de viver. Além disso, Jesus deixa claro a Nicodemos que ele não conseguiria compreender a profundidade da Lei da reencarnação, pois diz: "Se lhe falo das coisas da terra e não compreendes, o que dirá então das coisas do Espírito?!". Se Nicodemos, que era um profundo conhecedor da religião da época, não tinha condições de compreender, muito menos o povo. Por isso, Jesus lhes falava por parábolas, inclusive sobre a reencarnação. Mais uma vez, a compreensão do que dizia Jesus nos esclarece profundamente sobre a existência do ser. Com a luz da Doutrina Espírita poderemos entender melhor tudo o que o Mestre falava a respeito da reencarnação. Segundo A Doutrina Espírita, todos nascemos simples e ignorantes. Caberá a cada um de nós escolher o caminho a seguir. Como não temos o conhecimento, pois só o adquiriremos com a vivência, com a experiência, acabamos por agir em todos os campos da vida, tanto o da ignorância, do mal, quanto o do bem. E ter o entendimento de tudo que nos cerca é impossível conseguir em 70, 80 ou 100 anos de vida. Por isso, seriam necessárias várias existências. Segundo o Livro dos Espíritos, o objetivo da reencarnação é expiação, prova, melhoramento progressivo da humanidade, pois, sem isso, onde estaria a justiça? Deus é justo, misericordioso e Pai. E por isso, não haveria justiça, se em apenas uma encarnação pudéssemos definir nosso futuro espiritual. Temos que ter a consciência de que quem acredita em Jesus, acredita na vida espiritual, independente da religião. Isso porque o Mestre falou muitas vezes que a verdadeira vida era a espiritual. Portanto, vivem nela os espíritos dos homens, após o falecimento do corpo. E Deus seria injusto se levasse ao sofrimento ou glorificação eternos quem teve oportunidades diferentes quando sobre a Terra. O rico, que não precisou roubar para comer, pode ter mais merecimento que o pobre que, com desespero, roubou ou matou para sustentar sua família? Ou a criança que nasceu com deformidades, terá as mesmas condições de desenvolvimento moral e intelectual que a que nasceu sadia? Assim, são casos diferentes, que em apenas uma só existência não poderiam ter o mesmo tratamento. A reencarnação explica e resolve essas questões, mostrando que todos nós teremos oportunidades iguais de desenvolvimento, e que nossas dores ou dificuldades dessa vida, são frutos que colhemos de atitudes erradas cometidas em outras existências. Não são castigos de Deus, pois Ele não castiga. Mas sim, são resultados de nossa conduta contrária à Lei que permeia a todos os seres: a Lei de Ação e Reação ou Causa e Efeito. O que é A Lei de Causa e Efeito? É a Lei espiritual criada por Deus para regular a convivência de todos os seres humanos durante as reencarnações. Jesus faz referência a ela, no episódio de sua prisão, quando o apóstolo Pedro com uma espada tenta ferir um soldado que queria prender Jesus. E o Mestre lhe diz: "Mete a tua espada na bainha, pois todos que lançarem mão da espada, pela espada perecerão" (Mateus, capítulo 26). Isso quer dizer que tudo que fizermos de bom ou ruim para o próximo, receberemos em nós mesmos. Com isso, aprenderemos, encarnação após encarnação, a respeitarmo-nos e entendermos que fazer ao outro o que desejamos para nós é o grande objetivo desta Lei. O Espírito da Verdade esclarece bem o sentido da reencarnação na questão de "O Livro dos Espíritos" citada abaixo: 171- Em que se funda a lei da reencarnação? R: Na justiça de Deus e na revelação. Incessantemente repetimos: o bom pai sempre deixa aberta uma porta para o arrependimento. A razão não vos indica que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna aqueles aos quais não se deram todas as oportunidades para se melhorarem? Não são filhos de Deus todos os homens? Somente entre egoístas são comuns a iniquidade, o ódio implacável e os castigos eternos. ( O Livro dos Espíritos) A bondade e justiça de Deus são confirmadas pela reencarnação. O esquecimento momentâneo de nossas outras existências serve para que possamos ter a liberdade de agir na atual. Porém, sempre trazemos em nosso ser, em nosso inconsciente, as aptidões, as virtudes e os defeitos adquiridos em outras vidas, e são eles que nos impelem para nossas atitudes diárias. Nunca regrediremos espiritualmente, pois tudo que aprendemos ficará gravado em nosso espírito. Assim, em toda reencarnação, por pior que o Espírito tenha sido, em algo ele evoluiu em relação à encarnação anterior. Mas poderemos deixar de evoluir por um tempo, dependendo de como agirmos frente à vida. Caberá a nós cedermos ou não para as tendências que trazemos dentro de nós, que servirão para nos elevar (se forem boas) ou nos estacionar (se forem más) na senda do progresso espiritual. Existem algumas passagens da Bíblia onde o entendimento do sentido das mesmas mostrará que a reencarnação era conhecida, embora superficialmente, pelos Judeus, e profundamente por Jesus. Na Bíblia: -Que dizem sobre o Filho do Homem? (Mateus, XVI; 13 a 17) Aqui, mostra-se a confusão entre reencarnação e ressurreição, pois Pedro diz a Jesus que o povo achava que o Mestre era um dos antigos profetas "ressuscitado". Ora, a ressurreição diz que a Espírito retorna com o mesmo corpo que havia vivido. E Jesus era nascido de Maria, e em nada tinha em semelhança física com os profetas desencarnados há mais de 500 anos. Portanto, o povo acreditava na volta do Espírito à vida material, mas não sabiam bem como isso se dava. -Ele é um dos profetas que ressuscitou. (Marcos, VI; 14 e 15 / Lucas, IX; 7 a 9) É o mesmo caso citado acima, pois até o rei Herodes, romano que comandava a região onde vivia Jesus, acreditava que o Mestre poderia ser a "ressurreição" de João Batista. Mas João havia sido decapitado a mando de Herodes, além de ter convivido com Jesus, ter sido seu primo e quem o batizou. Como, então, seria a ressurreição? Era a falta de compreensão de como se processava a reencarnação, confundindo ambas.. -João Batista é Elias. (Mateus, XVII; 10 a 13 / Marcos, XVIII; 10 a 12) É a passagem mais contundente, onde Jesus afirma com todas as palavras que João Batista era na verdade a reencarnação do Profeta Elias, que viveu cerca de 900 anos antes de Jesus. Inclusive, Elias havia mandado em sua época decapitar os seguidores de falsos deuses. João, por sua vez, 900 anos mais tarde, foi decapitado. Ou seja, é a Lei de Ação e Reação, que atinge a todos nós, inclusive aos grandes profetas da humanidade. -Cego de nascença. (João,IX; 1 a 41) Nesta passagem, também os apóstolos mostram conhecer sobre a reencarnação, mas com limitações. Perguntam a Jesus quem havia pecado para que a criança nascesse cega: ela ou seus pais. Ou seja, se a criança nasceu cega, como poderia ter pecado? Só se fosse em outra vida. Neste caso, Jesus disse que ninguém havia pecado, mas sim que a criança tinha nascido cega para que se manifestasse nele a obra de Deus. Quer dizer, tratava-se de uma provação para o ser, que foi cessada com a intervenção do Mestre. Notemos que Jesus não repreendeu seus discípulos, ou mesmo foi contrário ao que eles perguntavam. Isso mostra que entre eles, o tema reencarnação era discutido, pois senão não haveria sentido para a pergunta. "Eu vim para que os que não vêem, vejam; e para que os que vêem sejam cegos" (Jesus). A Doutrina Espírita nos esclarece com propriedade sobre o tema reencarnação e Jesus falava sobre o mesmo para quem tinha condições de entender, "olhos de ver". Cabe a nós compreendermos a necessidade de aproveitarmos a oportunidade reencarnatória e assim encontrarmos a paz que tanto procuramos.

domingo, 20 de outubro de 2013

TEXTOS DO PROGRAMA DE 20.10.2013 - Chico Xavier

Que eu continue com vontade de viver, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, uma lição difícil de ser aprendida. Que eu permaneça com vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles vão indo embora de nossas vidas. Que eu realmente sempre tenha a vontade de ajudar as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, sentir, entender ou utilizar essa ajuda. Que eu mantenha meu equilíbrio, mesmo sabendo que muitas coisas que vejo no mundo escurecem meus olhos. Que eu realimente a minha garra, mesmo sabendo que a derrota e a perda são ingredientes tão fortes quanto o sucesso e a alegria. Que eu atenda sempre mais a minha intuição, que sinaliza o que de mais autêntico eu possuo. Que eu pratique mais o sentimento de justiça, mesmo em meio à turbulência dos interesses. Que eu manifeste amor por minha família, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exige muito para manter sua harmonia. E acima de tudo... Que eu lembre sempre que todos nós fazemos parte dessa maravilhosa teia chamada vida, criada por alguém bem superior a todos nós! E que as grandes mudanças não ocorrem por grandes feitos de alguns e, sim, nas pequenas parcelas cotidianas de todos nós!
Nasceste no lar que Precisavas; Vestiste o Corpo Físico que merecias; Moras onde melhor Deus te proporcionou, De acordo com teu adiantamento; Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades, Nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas; Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para tua realização; Teus Parente e AMIGOS, são as almas que atraíste, com a tua própria afinidade; Portanto, teu DESTINO está constantemente sob teu controle, Tu escolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas, Tudo aquilo que te rodeia a existência; Teus pensamentos e vontades São a chave de teus atos e atitudes, São as fontes de atração e repulsão na tua JORNADA, vivência; Não reclames nem te faças de vítima; Antes de tudo, analisa e observa; A MUDANÇA ESTÁ EM TUAS MÃOS, Reprograma tuas metas, Busca o bem e viverás melhor, pois EMBORA NINGUÉM POSSA VOLTAR ATRÁS E FAZER UM NOVO COMEÇO, QUALQUER UM PODE COMEÇAR AGORA E FAZER UM NOVO FIM.

A JUSTIÇA DIVINA ATRAVÉS DA REENCARNAÇÃO -

Vários são os porquês que ainda nos incomodam no dia-a-dia, principalmente os relativos à vida. Muitos dos que creem em Deus não conseguem entender o motivo de tantas desarmonias na sociedade. Por que existem tantas pessoas que sofrem, que parecem ser perseguidas pelo azar, enquanto para outras a vida se mostra mais fácil? Por que existem crianças que nascem doentes, enquanto outras vêm ao mundo sadias? Por que muitas vezes o indivíduo mal-intencionado tem mais oportunidades na vida do que aquele que parece ser honesto? Algumas respostas surgem aqui e acolá: "Tudo é obra do destino de cada um"; "Saúde e doença são explicadas pela genética"; "É a vontade de Deus, por isso fulano sofre". São opiniões, apenas opiniões. Para aqueles que creem na justiça e bondade de Deus, elas são incompletas, vagas e sem fundamentos. Se acreditamos na existência de Deus, justo e superior a tudo e a todos, temos que entender porquê acontecem essas diferenças, sem que Ele esteja cometendo injustiças. Somente afirmar que Deus é Pai e sabe o que faz, não satisfaz o raciocínio do século XX. Deus não cria mistérios para seus filhos. Pelo contrário, deu a eles a inteligência para discernir o certo do errado, tirando as próprias conclusões. Se acreditarmos no "destino", este não pode ser obra do acaso. Alguém estaria pré-estabelecendo a vida. Fazendo uns bons e outros maus, Deus estaria sendo autoritário, coisa inconcebível ao Criador do Universo. Quanto ao fator genético, sabemos cientificamente que ele influi na organização funcional e anatômica do homem. Mas, não deixa de ser uma Lei da Natureza e, como tal, também criada por Deus. O homem não cria nada. Só descobre as maravilhas do mundo que o cerca. Analisando essas colocações, concluímos que Deus está por detrás de tudo o que acontece na vida. Ele rege a atuação da justiça através de uma Lei superior, chamada Lei de Causa e Efeito ou Ação e Reação. Ela é colocada em prática através das reencarnações. Na visão espírita, a reencarnação é a oportunidade que Deus concede aos seus filhos para que possam reparar seus erros, próprios da imperfeição humana. Há religiões sérias que acreditam que depois da morte a pessoa boa irá para o Céu, e a má para o Inferno, sofrendo penas ou gozos eternos. Há outras, também respeitáveis, que creem que após a morte, a alma permanecerá no túmulo, esperando o chamado Juízo Final, quando então será julgada pelos bons ou maus atos praticados. Mas, num mundo como a Terra, onde o bem e o mal se confundem, devido à miserabilidade cultural, como afirmar que uma pessoa é totalmente má? Ou então, quem de nós ousaria, defronte ao espelho, dizer: não tenho pecados, nunca os cometi? Jesus Cristo, nos Evangelhos, questionou-nos sobre isso na passagem da mulher adúltera; e, segundo a história, ninguém teve a coragem de se dizer sem erros. Portanto, é impossível que com uma média de 70 anos de vida, consigamos atingir um estado tal de nos dizermos dignos do Céu. Com relação aos condenados ao Inferno, façamos uma comparação: se você é pai e seu filho cometer um erro, você lhe chamará a atenção. Se ele persistir no erro, poderá puni-lo. Não com o intuito de que ele sofra por sofrer, mas para que, através da punição, aprenda o modo correto de viver. Como pai, você nunca o condenaria para sempre, por ele ter cometido uma falha própria de sua inexperiência. Por que, então, Deus daria só uma chance de iluminação aos seus filhos? Lembremos Jesus: “Se vós, pois, sendo maus, sabei dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhos pedirem?” (Mateus cap.7: vers.11). Através da reencarnação o Espírito vive muitas vidas, passando por provas e por oportunidades de corrigir os erros cometidos no passado. Na Sua justiça, Deus não nos condena a sofrermos eternamente por causa dos erros. Dá-nos a oportunidade de repará-los por nós mesmos. Assim, entenderemos, com conhecimento de causa, que a prática do bem nos traz felicidade; enquanto a do mal, com certeza nos levará, cedo ou tarde, ao sofrimento. Deus nos dá a liberdade de agir como quisermos. O destino estará sendo traçado por tudo o que nós fizermos. Viveremos bem ou mal, sadios ou doentes, felizes ou tristes, de acordo com nossas atitudes. A plantação é livre; porém, a colheita obrigatória. Tudo em perfeita harmonia com a Justiça Divina. Por que não nos lembramos de outras vidas? Dizem os Espíritos que a lembrança do passado, durante nossa existência atual, poderia exaltar nosso orgulho, trazer-nos humilhações ou mesmo impedir nossas atitudes. Deus apenas nos dá ligeiras recordações das vidas anteriores, como: inclinações para tal atividade, gostos apropriados, aptidões inatas e mesmo alguns lampejos de memória do pretérito. Às vezes, ao encontrarmos alguém pela primeira vez, temos a impressão de conhecê-lo há muito tempo, gerando uma simpatia ou antipatia instantânea. A Doutrina Espírita afirma que o Espírito nunca regride moral e intelectualmente. Ou estaciona ou evolui. Portanto, basta vermos nossas atitudes atuais para termos ideia do que fomos e tomarmos consciência do que precisamos ser. Ao desencarnarmos (a morte do corpo material) e chegarmos no mundo espiritual - chamado por Jesus de verdadeira vida -, nosso Espírito irá rever algumas de suas vidas passadas e compreenderá o porquê das dificuldades da última existência. Absorverá toda a experiência para chegar ao progresso almejado. Reencarnação, portanto, é sinônimo de justiça e bondade de Deus. Façamos nossa parte, procurando sermos melhores hoje do que fomos no dia de ontem. Com certeza, a vida nos sorrirá com mais freqüência, abrindo-nos novos horizontes, sem as dores e frustrações atuais. O por quê da dificuldade de muitas religiões e, consequentemente, seus seguidores não acreditarem ou lidarem com a Reencarnação deve-se à ação do Imperador Justiniano no ano 553 d.C. de conclamar o Concílio de Constantinopla, convidando apenas os bispos não-reencarnacionistas, e decretando que Reencarnação não existe, influenciado por sua esposa Teodora, ex-cortesã, filha de um guardador de ursos do anfiteatro de Bizâncio, que, para libertar-se de seu passado, mandou matar antigas colegas e para não sofrer as conseqüências dessa ordem cruel em uma outra vida como preconiza a lei do Karma, empenhou-se em suprimir a magnífica Doutrina da Reencarnação. Esse Concílio não passou de um encontro que excomungou e maldisse a doutrina da preexistência da alma, com protestos do Papa Virgílio, sequestrado e mantido prisioneiro de Justiniano por 8 anos por ter-se recusado a participar desse Concílio. Dos 165 bispos presentes, 159 eram não-reencarnacionistas, e tal fato garantiu a Justiniano os votos de que precisava para decretar que Reencarnação não existe. E assim a Igreja Católica tornou-se uma igreja não-reencarnacionista e, mais tarde, as suas dissidências levaram consigo esse dogma lá estabelecido. Com o predomínio, no Ocidente, dessas igrejas não-reencarnacionistas, criou-se no Consciente Coletivo ocidental a idéia de que Reencarnação não existe. Isso representou um dos maiores atrasos da história da humanidade que, até hoje, reflete-se, pois temos ciências, como a Psicologia e a Psiquiatria, que limitam-se apenas à vida atual, ignorando todo um material de estudo e análise, do nosso passado, escondido em nosso Inconsciente. E é aí que estamos indo, seguindo a orientação do Dr. Freud. Entrando no Inconsciente das pessoas encontra-se a Reencarnação. Isso é religião? Não, isso é pesquisa científica, isso é a emergência de uma nova Psicologia e uma nova Psiquiatria. Você pode acreditar ou não na lei da reencarnação, mas, se esta vida fosse o começo e o fim da existência humana, seria impossível conciliar as desigualdades da vida com a justiça divina. Por que um homem nasce em família rica, enquanto outra criança chega a um lar paupérrimo, apenas para morrer de fome? Por que uma pessoa tem saúde suficiente para viver cem anos, enquanto outra está sempre doente? Por que os esquimós nascem no gélido norte e outros povos em países temperados, onde a luta pela sobrevivência é mais fácil? Por que alguns bebês nascem cegos ou mortos? Por quê? Por quê? Por quê? Se você fosse Deus, faria coisas tão injustas? De que adiante ler e viver de acordo com as escrituras, se a vida é predestinada por um Deus caprichoso que, deliberadamente, cria seres com corpos ou cérebros imperfeitos? Segundo a lei de causa e efeito, a toda ação corresponde uma reação proporcional. Portanto, tudo o que está acontecendo conosco agora deve ser resultado de algo que fizemos anteriormente. Se nada existe nesta vida que justifique as circunstâncias atuais, a conclusão inevitável é a de que a causa foi posta em movimento em alguma época anterior, ou seja, em alguma existência humana passado. Seus estados de ânimo e características mais fortes não começaram com este nascimento; estabeleceram-se em sua consciência muito antes disso. Assim, podemos compreender porque algumas pessoas mostram, desde a primeira infância, certas fraquezas ou talentos específicos. Podemos compreender também como a vida perfeita de Jesus na Terra foi resultado de diversas encarnações prévias, nas quais ele foi desenvolvendo o autodomínio. Sua vida milagrosa como o Cristo foi consequência de muitas vidas anteriores de aprendizagem espiritual. Ele se tornou um avatar, uma encarnação divina porque, em vidas passadas, como ser humano comum, combateu as tentações da carne e venceu. Seu exemplo oferece esperança definitiva ao resto da humanidade. Do contrário, que oportunidade teríamos? Se Deus tivesse enviado anjos para ensinar-nos, eu diria: "Senhor, por que não me criaste anjo? Como posso imitar seres que foram criados perfeitos e que não tiveram experiência com as provações e tentações que Tu me deste?". Como ideal, precisamos de um ser essencialmente igual a nós. Jesus teve que enfrentar tentações. "Afasta-te Satã", disse ele. E venceu. Se jamais tivesse conhecido a tentação, sua ordem teria sido uma encenação, e como isso poderia nos inspirar? Embora já tivesse vencido a carne em outras vidas, teve que sentir essa fraqueza novamente na encarnação como Jesus para mostrar à humanidade, por meio de sua vitória, a altura espiritual que havia alcançado e, como seu exemplo, dar coragem a todos os homens."

domingo, 13 de outubro de 2013

APRENDI... -

Naquele dia tomei um tombo... E aprendi. E, assim, naquele dia que parecia com outro qualquer, decidi que a minha maior vitória seria sobre mim mesmo. E, assim, naquele dia que parecia com outro qualquer, meu mundo tornou-se cinzento. Aprendi que as quedas são estímulos para que aprendamos a levantar, com dignidade e com coragem. Que não há problema em cair, o importante é não ficar no chão Aprendi que para olhar melhor o mundo, às vezes é preciso estar no chão, pois muitos só o conhecem do alto da sua arrogância. Aprendi que nada nos acontece por acaso. Sempre há um “para que”. Descobri que nunca tinha questionado se minhas ambições incluíam a ética, o respeito ao outro. Descobri que as caras feias que eu estava vendo nada mais eram do que meus reflexos em milhares de espelho. O reflexo da minha própria cara feia. Naquele dia descobri que meus rivais e meus desafetos eram apenas ameaças à minha insegurança. . As sombras que me seguiam nada mais eram do que o reflexo negro da minha alma opaca. Descobri que carregava em mim um Ego muito maior que eu. Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tenha sido. Descobri que as minhas ambições eram fruto da minha enorme falsa onipotência, da minha prepotência e arrogância. Aprendi também que de nada serve ser luz se não posso iluminar o caminho dos demais. Naquele dia, deixei de ser um propagandista dos meus triunfos passados e passei a ser a minha luz do presente. Naquele dia, deixei de ser o comercial do meu falso conhecimento e passei a aprender um pouco mais. Aprendi também que de nada serve saber se não posso compartilhar e transmitir aos outros o conhecimento. Que para multiplicar o pão de cada dia, é preciso dividi-lo. Que preciso exercitar o desapego se eu quiser ter uma vida de paz depois da morte. Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim continuar a subida. Aprendi que a vitória duradoura não vem rápido, de sopetão. Ela é conquistada por etapas. Vi que na luta pelos meus objetivos, o maior deles é lutar. E que são os caminhos sofridos que nos amadurecem e moldam. Aprendi que posso fazer qualquer coisa, fazer qualquer escolha, mas terei que arcar com a responsabilidade das conseqüências e das quedas. Deixei de me importar com quem ganha ou perde, e passei a me importar simplesmente com quem faz. Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las. Decidi ver cada problema como uma oportunidade para aprender a achar soluções. Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de recomeçar. Decidi ver cada noite como um mistério a resolver. Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis. Aprendi que as palmeiras altas e eretas nos dão uma lição de dignidade e postura, diante das dificuldades da vida. Aprendi que o melhor triunfo que posso ter é conquistar o direito de chamar alguém de "amigo". Descobri que o amor é mais que um simples estado enamorado, "o amor é uma decisão de vida”. Percebi que não estava protegendo aqueles que eu amo. Quando o bem é precioso demais, todo zelo é pouco. E que eu não sou o bem mais precioso! Aprendi que a compaixão não é sentimentalismo e sim humanidade. Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para fazer a realidade. Aprendi que a imagem do inatingível é o que nos impulsiona para que o busquemos. Até então, tudo para mim tinha sido facilmente atingível. E desde aquele dia já não batalho para triunfar e sim para lutar no combate. E desde aquele dia já não durmo para descansar simplesmente... durmo para sonhar! E desde aquele dia já não vivo mais para ganhar e sim para viver. Para cair... Para levantar... Para continuar... Para chorar... Para perdoar... Para respeitar... Para amar... ... Para aprender e para decidir sobre QUEM eu quero ser.

O COMPONENTE ESPIRITUAL DA DEPRESSÃO -

É importante ressaltar que um estilo de vida que não possibilite experiências agradáveis, conquistas, vitórias pode não só desencadear como manter um quadro de depressão. Lembremos, ainda, os sentimentos de menos valia e baixa auto-estima que atinge um grande número de pessoas e que podem levar a um estado depressivo. Para possibilitar uma certeza diagnóstica, o paciente deve apresentar pelo menos cinco dos sintomas abaixo relacionados, sobretudo o humor depressivo, durante cerca de duas semanas: - humor depressivo frequente. - apatia intensa pelas atividades habituais. - perda ou ganho de peso. - insônia ou sonolência. - lentidão ou agitação psicomotora. - fadiga. - complexo de inferioridade. - sentimento de culpa. - indecisão frequente. - dificuldade de concentração. - idéias e impulsos suicidas. - dificuldades no trabalho, nos estudos e nos relacionamentos. Há doenças que podem favorecer e levar uma pessoa à depressão, tais hipotereoidismo, insuficiência da glândula chamada hipófise, diabetes mellitus, anemia, síndrome da fadiga crônica. E qual é o tratamento? As psicoterapias, mais especificamente as terapias comportamentais, têm se mostrado extremamente eficazes no tratamento de indivíduos com depressão. A terapia comportamental auxilia no aprendizado da realização de atividades que sejam reforçadoras, que tragam maior satisfação e devolvam o sentido às pessoas, coisas e atividades. Além disso, a terapia comportamental conscientiza a pessoa sobre ações dela que mantém o quadro de depressão. Isso possibilita mudanças nos pensamentos depressivos e sentimentos depressivos. Uma pessoa com depressão precisa de tratamento adequado, que na maioria das vezes, é uma combinação de psicoterapia (terapia comportamental) feita com um psicólogo ou psicanalista e tratamento com remédios que inclui o uso de medicamentos antidepressivos. Falemos agora sob o ponto de vista espírita. Que explicações tem o Espiritismo a nos dar: Falamos de fatores preponderantes e precisamos saber da natureza predisponente, sou seja, aquilo que faz a pessoa predisposta à depressão. O próprio espírito reencarnado, aquele que vem de outras experiências em vidas anteriores, trás consigo as condições indispensáveis para a instalação do distúrbio a que faz jus, em razão do seu comportamento no transcurso dessas experiências carnais sucessivas. O espírito é sempre o semeador espontâneo que volta pelo mesmo caminho, a fim de proceder à colheita das atividades desenvolvidas através do tempo. Não bastassem as suas próprias realizações negativas para propiciar o conflito depressivo e as suas ramificações decorrentes, que geraram animosidades, mágoas e revoltas em outros seres que conviveram ao seu lado e foram lesados nos sentimentos, transformando-se em outro tipo de razão fundamental para a ocorrência nefasta. Trata-se de um processo, no qual o indivíduo é responsável direto pelo distúrbio psicológico, em face dos erros cometidos, das perdas e do luto que lhe permanecem no inconsciente e agora reaparecem, o distúrbio faz-se inevitável, exceto se, adotando nova conduta, adquire recursos positivos que eliminam o componente cármico que lhe dorme interiormente. Não são da Lei Divina a punição, o castigo, a vingança, mas é imposta a necessidade da reparação do erro, da renovação do equivocado, da reconstituição daquilo que foi danificado... O Espírito reflete o amor de Deus nele insculpido, razão pela qual está destinado à perfeição relativa, que alcançará mediante o esforço empreendido na busca da meta que lhe está reservada. São, portanto, valiosas as modernas contribuições das ciências da psique, auxiliando os alienados e depressivos a reencontrar a paz, a alegria interior, a fim de prosseguirem no desiderato da evolução. Não apenas se fará imprescindível o acompanhamento do terapeuta especializado, mas também a psicoterapia da renovação moral e espiritual por meio da mudança de comportamento e da compreensão dos deveres que devem ser aceitos e praticados. Não podemos esquecer aqueles outros Espíritos que foram vitimados pelo infrator que agora retorna ao palco terrestre a fim de crescer interiormente. Quando eles permanecem em situação penosa, sem esquecer do mal que sofreram, amargurados e fixados nas dores terrificantes que experimentaram, ou se demoram em regiões de muito sofrimento, nas quais vivenciam sofrimentos incomuns, em face da fixação nos objetivos perversos do desforço pessoal, são atraídos psiquicamente aos antigos verdugos, com eles mantendo ligação vibratória danosa, que a estes últimos conduz a transtornos obsessivos infelizes. O cérebro do hospedeiro, bombardeado pelas ondas mentais sucessivas do hóspede em desalinho, recebe as partículas mentais que podem ser consideradas como verdadeiros elétrons com alto poder desorganizador das conexões neuroniais, afetando-lhe os neurotransmissores, como a serotonina, a noradrenalina, a dopamina e outros mais, aos quais se encontram associados o equilíbrio emocional e o do pensamento. Instalado o plugue na tomada perispiritual, o intercâmbio doentio prosseguirá atingindo o paciente até o momento em que seja atendido por psicoterapia especial, qual seja a bioenergética, por intermédio dos passes, da água fluidificada, da oração, das vibrações favoráveis à sua restauração, à alteração da conduta mental e comportamental, que contribuirão para anular os efeitos doentios da incidência alienadora. Simultaneamente, a desobsessão, por cujo contributo o perseguidor desperta para as próprias responsabilidades, modifica a visão espiritual, ajudando-o a resolver-se pela mudança de atitude perante aquele que lhe foi adversário, entregando-o, e a si mesmo também se oferecendo, aos desígnios insondáveis do Pai Criador. Nunca será demasiado repetir que, na raiz de todo processo de desequilíbrio mental e emocional, nas psicopatologias variadas, as causas dos distúrbios são os valores morais negativos do enfermo em processo de reeducação, como decorrência das ações do passado ou atuais praticadas. Não existindo efeito sem causa, é compreensível que toda ocorrência infeliz de hoje resulte de atividade agressiva e destrutiva anterior. Desse modo, a depressão, mesmo quando decorrente de um psicogênese bem delineada, seja pelo hereditariedade ou pelos fatores psicossociais e outros, sua causa profunda se encontra sempre no Espírito endividado que renasce para liberar-se da imposição penosa a que se entregou. Assim sendo, aproxima-se o dia no qual a ciência acadêmica se dará conta da realidade do ser que transcende a matéria, e cujas experiências multifárias, através dos renascimentos corporais, respondem pelo binômio saúde-doença. Como ninguém pode deter o progresso, que se multiplica por si mesmo, o amanhã constitui a esperança dos que tombaram nos processos perturbadores e degenerativos, quando entrarão a indispensável contribuição dos cientistas e religiosos que, de mãos dadas, estarão trabalhando em favor da sua recuperação mental e orgânica.

domingo, 6 de outubro de 2013

RECEITA DA DONA CACILDA -

Dona Cacilda é uma senhora de 92 nos, miúda, e tão elegante, que todo o dia, às 8 da manhã ela já está toda vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão. E hoje ela se mudou para uma casa de repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente, e não havia outra solução. Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava pronto. Enquanto ela manobrava o andador em direção ao elevador, eu dei uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas de tecido florido que enfeitavam a janela. Ela me interrompeu com o entusiasmo de uma a garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho. "Ah, eu adoro essas cortinas!" "Dona Cacilda, a senhora ainda não viu seu quarto, espera mais um pouco." "Isso não tem nada a ver", ela respondeu, "felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada. Vai depender de como eu preparo a minha expectativa. E eu já decidi que vou adorar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo. Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem." "Simples assim?" "Nem tanto; isso é para quem tem autocontrole e exigiu de mim um certo 'treino' pelos anos a fora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em conseqüência, os sentimentos." Calmamente ela continuou: "Cada dia é um presente; e, enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidades na sua 'Conta de Lembranças'. E aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de Lembranças. Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica." Depois me pediu para anotar: 1. Jogue fora todos os números não essenciais para sua sobrevivência. Isso inclui idade, peso e altura. Deixe seu médico se preocupar com eles. Para isso ele é pago. 2. Frequente, de preferência, seus amigos alegres. Os "baixo-astrais" puxam você para baixo. 3. Continue aprendendo. Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixe seu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é a oficina do diabo. E o nome do diabo é Alzheimer. 4. Curta coisa simples. 5. Ria sempre, muito e alto. Ria até perder o fôlego; ria para você mesma no espelho, ao acordar e que o sorriso seja sua última 'atitude' antes de dormir. 6. Lágrimas acontecem. Aguente, sofra e siga em frente. A única pessoa que acompanha você a vida toda é você mesmo. Esteja vivo enquanto você viver e seja uma boa companhia para si mesmo. 7. Esteja sempre rodeado daquilo de que você gosta: pode ser família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for. Seu lar é o seu refúgio, sua mente seu paraíso. 8. Aproveite sua saúde. Se for boa, preserve-a. Se está instável, melhore-a da maneira mais simples: caminhe, sorria, beba água, ore, veja comédias, leia piadas ou histórias de aventuras, romances e comédias. 9. Não faça viagens de remorsos. Viaje para o shopping, para cidade vizinha, para um país estrangeiro, pega carona numa cauda de cometa, imagine os mais diversos objetos formados pelas nuvens no céu, mas evite as viagens ao passado, pois você pode ficar retido na estação errada. Escolha as lembranças que quer ter; não se deixe dominar por elas ou perderá o direito à escolha. 10. Diga a quem você ama que você realmente o ama, e diga isso em todas as oportunidades, através do olhar, do toque, das palavras, das ações diárias e do carinho. Seja feliz com seu próprio sentimento e não exija retribuição; você terá, de graça, o que o outro sentir; nada mais, nada menos.

CAUSAS MAIS COMUNS DA DEPRESSÃO -

As causas, os motivos, as situações que conduzem uma pessoa à depressão são inúmeras e, apesar de não se poder determinar que uma situação sempre causará depressão em todas as pessoas, acredita-se que a genética, alimentação, stress, estilo de vida, rejeição, problemas na escola, como o booling, e outros fatores estão relacionados com o surgimento ou agravamento da doença. A depressão está associada a um desequilíbrio em certas substâncias químicas no cérebro e os principais medicamentos antidepressivos têm por função principal agir no restabelecimento dos níveis normais destas substâncias, principalmente da SEROTONINA. Algumas pessoas sofrem de depressão porque passaram por algum acontecimento estressante e que se transformou no fator precipitante da doença. Uma das maiores causas da depressão é a PERDA. Acontecimentos traumáticos, como a perda de uma pessoa amada, por morte ou por rompimento é o fato mais comum, embora existam outras perdas, como perda de emprego, de situação financeira, enfim todas as grandes perdas (e mesmo as pequenas) causam um certo pesar. Há ainda o sentimento de rejeição por parte dos pais ou pelo abandono de uma pessoa amada, comprometendo a auto estima, até à submissão a uma vida que não agrada com a qual não se tem coragem de romper e provocar a mudança necessária. A solidão a dois, ou a três , ou a quatro, dói mais do que a solidão de fato, do que estar sozinho mesmo. As vivências ruins podem ser responsáveis pela tristeza, pela mágoa, frustração, etc. Depressão, entretanto, é diferente, é uma doença com critérios de diagnósticos precisos. Alguns fatores genéticos ou biológicos podem explicar a maior facilidade de certas pessoas para deprimir-se. Dentre os fatores psico-sociais causadores de depressão, problemas relacionados à convivência e relacionamento no ambiente de trabalho também têm fundamental importância para o desenvolvimento da doença em questão. Acrescentemos ainda, como causa de depressão, doenças físicas como câncer, AIDS que fazem com que o doente se sinta ameaçado de perder a vida, como se essa ameaça pairasse sobre sua cabeça. Finalmente, coloquemos como outra causa o consumo de certos medicamentos, drogas ilícitas ou álcool em excesso. A depressão pode ser classificada em três tipos: depressão maior, distimia e transtorno bipolar. A depressão maior caracteriza-se pela combinação de alterações comportamentais, emocionais e de pensamento que incapacitam o indivíduo para realizar suas atividades profissionais, acadêmicas, de lazer, além de trazer alterações no apetite e sono. Já a distimia é considerada um tipo menos severo de depressão, em que não se observa a incapacitação, mas que estão presentes alterações indesejáveis no humor e demais alterações comportamentais de forma crônica. As pessoas constantemente mau-humoradas podem, na verdade, apresentar um quadro de distimia. O transtorno bipolar, conhecido como psicose maníaco-depressiva, tem uma prevalência menor que os anteriores e caracteriza-se por uma oscilação extrema do humor que vai da mania (episódios maníacos) à depressão (episódios depressivos). Quanto à intensidade, a depressão pode ser: leve que é formada por dois a três sintomas, o que não incapacita a pessoa de realizar suas atividades habituais; moderado, formada por mais de quatro sintomas, dificultando a pessoa acometida de realizar suas atividades habituais; grave com sintomas psicóticos, caracterizada por sintomas intensos, com idéias e atos de suicídio; grave com sintomas psicóticos, capaz de levar a pessoas a associação de alucinações e idéias delirantes, com risco de morrer de desidratação, desnutrição e suicídio e, finalmente, recorrente, cuja evolução se dá na forma de episódios recorrentes depressivos. As causas da depressão estão na combinação de fatores filogenéticos, ambientais/históricos (acontecimentos ao longo da vida) e sócio-culturais. Os fatores históricos, também chamados de psicológicos, são de extrema relevância tanto no surgimento da depressão quanto na sua manutenção. Uma história de vida com muitas perdas afetivas, perdas financeiras ou incapacidade de alcançar os objetivos traçados pode criar e cria um “terreno fértil”, propício, favorável à depressão. É importante ressaltar que um estilo de vida que não possibilite experiências agradáveis, conquistas, vitórias pode não só desencadear, como manter um quadro de depressão. Lembremos, ainda, os sentimentos de menos valia e baixa auto-estima que atingem um grande número de pessoas e que podem levar a um estado depressivo.
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