quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A PERDA DE UM ENTE QUERIDO -

Apesar de ser extremamente dolorosa a perda de um filho, pense nele sempre com carinho e envie vibrações de luz e amor eterno. Esse é, sem dúvida, o melhor dos conselhos para alguém que passou por essa experiência. Apenas quem já perdeu um filho pode descrever a dor que se sente neste momento tão doloroso. É como se o mundo girasse ao seu redor, você pensa estar vivendo um pesadelo e que, ao acordar, tudo voltará ao normal. Mas a realidade se mantém e você não entende o porquê de estar acontecendo tudo aquilo. Chega a duvidar da justiça divina e as perguntas constantes permanecem: Por que meu filho se foi tão jovem, cheio de vida, com um futuro promissor? Por que eu não fui em seu lugar? As indagações são muitas, mas a resposta só vem com o tempo. A família tem que estar muito unida em um momento como esse. A religião é um bálsamo para a dor que, em certos dias, parece ser infinita. Temos que ser fortes e acreditar que nada acontece por acaso. A revolta e o descrédito em Deus não são justos. Há momentos na vida em que precisamos passar por determinadas experiências, para que possamos ter uma visão de vida diferente da que temos atualmente. O desencarne de uma criança, por exemplo, comove até as pessoas que mal conhecemos. Richard Simonetti descreve em seu livro Quem tem medo da morte?: "O problema maior é a teia de retenção formada com intensidade, porquanto a morte de uma criança provoca grande comoção, até mesmo em pessoas não ligadas a ela diretamente. Símbolo da pureza e da inocência, alegria do presente e promessa para o futuro, o pequeno ser resume as esperanças dos adultos, que se recusam a encarar a perspectiva de uma separação". Você precisa compreender que as lamentações, o choro e a fixação no ente querido que desencarnou prejudicam sua reabilitação no plano espiritual, fazendo com que ele sofra vendo tamanho desespero de seus familiares. A oração é o melhor remédio para todos. Pedir a Deus que proteja e auxilie seu filho no plano espiritual é a maneira correta de lhe fazer o bem. Reviver a tragédia que ocorreu no plano terrestre pode ser um martírio, pois, no plano espiritual, há toda uma equipe de trabalhadores dando o suporte necessário ao desligamento do espírito do aparelho físico. Além do mais, conforme explica Simonetti, "o desencarne na infância, mesmo em circunstâncias trágicas, é bem mais tranqüilo, porquanto nessa fase o espírito permanece em estado de dormência e desperta lentamente para a existência terrestre. Somente a partir da adolescência é que entrará na plena posse de suas faculdades". "Por que a vida frequentemente é interrompida na infância"? Perguntou Allan Kardec aos espíritos. A resposta dos espíritos é a seguinte: "A duração da vida de uma criança pode ser, para o espírito que está nela encarnado, o complemento de uma existência interrompida antes de seu termo marcado e sua morte, no mais das vezes, é uma prova ou uma expiação para os pais". Ernesto Bozzano, em Enigmas da Psicometria, escreve que não são desconhecidos os casos de mortes infantis nos quais o espírito já tenha progredido bastante para suprimir uma provação, mergulhando na Terra só com a finalidade de se revestir de elementos fluídicos indispensáveis ao perispírito desejoso de se preparar para a próxima reencarnação. Com o tempo, você vai encontrando respostas para suas indagações. A lembrança daquele filho que se foi talvez nunca sairá de sua mente, mas sempre que pensar nele, pense com carinho, enviando boas vibrações, para que, onde ele se encontrar, possa sentir todo o amor que você emana. Em entrevista publicada na edição nº 11 da Revista Cristã de Espiritismo, Mauro Operti, quando perguntado sobre que mensagem daria às pessoas que perderam seus entes queridos e acreditam que nunca mais irão encontrá-los, respondeu: "Para estas pessoas eu diria que Deus não cometeria esta maldade de separar definitivamente dois seres que se amam. A essência da vida é o outro. Por que Deus juntaria num breve tempo de uma existência duas criaturas que se sentem felizes de estar juntas e depois as separaria pela eternidade? A certeza da sobrevivência que a prática espírita garante às criaturas está acompanhada da certeza da reunião daqueles que se amam depois da perda do corpo físico. Esta é a maior consolação que poderíamos desejar, mas não é só uma consolação piedosa, é uma certeza proveniente da vivência que, aos poucos, vai nos tornando mais seguros e menos propensos às crises de ansiedade e aflição que são tão comuns às pessoas hoje em dia. Temos certeza e sabemos, não apenas acreditamos". Compreenda que, muitas vezes, os seres que você chora e que vai procurar no cemitério estão ao seu lado. Eles vêm velar por vocês: aqueles que foram o amparo da sua juventude, que embalaram vocês nos braços, os amigos, companheiros das suas alegrias e das suas dores, bem como todas as formas, todos os meigos fantasmas dos seres que vocês encontraram no caminho de vocês, os quais participaram da sua existência e levaram consigo alguma coisa de vocês mesmos, da alma e do coração de vocês. Ao redor de vocês flutua a multidão dos homens que se sumiram na morte, multidão confusa, que revive, que chama por vocês e mostra o caminho que vocês têm de percorrer. Morrer nada mais é do que encerrar o ciclo biológico, libertando o espírito para a continuação da vida em outros campos vibratórios, além da dimensão física. A morte biológica é, pois, a interrupção do fluxo vital que mantém os órgãos físicos em funcionamento. Ela serve para libertar o Espírito temporariamente aí aprisionado, a fim de que prossiga no processo de evolução, no rumo da plenitude ou Reino dos Céus. A morte, inegavelmente, é a única certeza da vida e está enquadrada nos acontecimentos normais da existência de todo mundo. A todo instante, partem jovens e velhos, sadios e enfermos, ricos e pobres, brancos e negros, crentes ou descrentes. Partem como se a hora fora chegado e como se nossa lógica baseada no tempo cronológico não fizesse sentido. Pode-se morrer depois de um longo tempo, como se pode morrer cedo, jovem.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A DIFÍCIL ARTE DE SABER AMAR / SOBRE O AMOR, ROSAS E ESPINHOS...

Se tudo fosse — “Eu te amo. Você me ama? Resposta: “Amo. Pronto! Seria simples. E foram felizes paro o resto da vida. Quando tal diálogo acontece e duas pessoas percebem que se amam, aí a dúvida e a confusão não terminam. Começam! Não está disposto na lei da vida que duas pessoas que se amam saibam amar. O normal é as duas não saberem. Raro é as duas saberem. O habitual é uma saber e aguentar o rojão pela outra. Saber! amar! Quanta gente prefere viver com alguém que sabe amar, mesmo que não o ame! Quanto amor pode brotar da relação com quem sabe amar! Quem sabe amar pode até realizar o milagre de acabar recebendo o amor de quem não o ama, ou ama e não sabe. Saber amar é conhecer o amor como forma de arte. O amor é apenas um sentimento, enquanto que saber amar é uma criação, visão estética do amor. Tanto é flor na hora certa, como presente fora de hora. Saber amar implica conhecer sabedorias que o amor não sabe, como esperar, deixar fluir, não invadir as dúvidas do outro, abafar nem impedir que a outra parte supere a fossa, a angústia ou a dor que a oprime. Quem ama desama junto. Quem sabe amar, por conhecer exata dos orgulhos que valorizam o amor, suporta tal sentimento, desde que seja passageiro, é claro. Quem ama, quando cansa, pode voltar a amar. Quem sabe amar, quando desliga, é para sempre. É mais fácil afrontar a quem ama do que a quem sabe amar. Este conhece tanto a importância do seu sentimento, que, quando o retira, machucado, incompreendido ou ferido de morte, é para sempre. Cuidado com quem ama! Mas cuidado maior com quem sabe amar! Quem perde um amor perde menos do que quem perde alguém que sabe amar. Saber amar é depender. Não é ser servil. Não é viver agradando, não é fazer o que o outro quer. Saber amar é ter as reações certas, de compreensão e crítica; é ocupar todo o seu lugar no espaço e no tempo do sentimento e da emoção do outro. Saber amar é até saber desistir. Saber amar é aquela parte que, partindo do amor, procura (até encontrar) a parte do outro que um dia saberá amar. E a encontrando tem paciência, afeto e tolerância. A menos que descubra que ela não merece. Porque saber amar é também ter a coragem das renúncias, bravura raramente em quem, apenas, ama. Amor que é amor dura a vida inteira. Se não durou é porque nunca foi amor. O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e até às traições. Sem perdão não há amor. Diga-me quem você mais perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou. O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão. Você o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim você olha nos olhos dele e diz: "Mesmo fazendo tudo errado, eu não sei viver sem você. Eu não posso ser nem a metade do que sou, se você não estiver por perto." O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso coração que sozinhos jamais poderíamos enxergar. O poeta soube traduzir bem quando disse: "Se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão. Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores por onde eu vi, dentro do meu coração!" Bonito isso. Enxergar sonhos que antes eu não saberia ver sozinho. Enxergar só porque o outro me emprestou os olhos , socorreu-me em minha cegueira. Eu possuía e não sabia. O outro me apontou, me deu a chave, me entregou a senha. Coisas que Jesus fazia o tempo todo. Apontava jardins secretos em aparentes desertos. Na aridez do coração de Madalena, Jesus encontrou orquídeas preciosas. Fez vê-las e chamou a atenção para a necessidade de cultivá-las. Fico pensando que evangelizar talvez seja isso: descobrir jardins em lugares que consideramos impróprios. Os jardineiros sabem disso. Amam as flores e por isso cuidam de cada detalhe, porque sabem que não há amor fora da experiência do cuidado. A cada dia, o jardineiro perdoa as suas roseiras. Sabe identificar que a ausência de flores não significa a morte absoluta, mas o repouso do preparo. Quem não souber viver o silêncio da preparação não terá o que florir depois... Precisamos aprender isso. Olhar para aquele que nos magoou, e descobrir que as roseiras não dão flores fora do tempo, nem tampouco fora do cultivo. Se não há flores, talvez seja porque ainda não tenha chegado a hora de florir. Cada roseira tem seu estatuto, suas regras... Se não há flores, talvez seja porque até então ninguém tenha dado a atenção necessária para o cultivo daquela roseira. A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver sozinhas... Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá que saber que com ela vão inúmeros espinhos. Mas não se preocupe. A beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos... ou não. (Artur da Távola/Pe. Fábio de Melo)

OPORTUNIDADE DE REAJUSTE -

Os Espíritos formam, tanto na espiritualidade quanto na Terra, grupos ou familiares unidos pela afeição, pela simpatia e semelhança de inclinações; esses Espíritos são felizes por estarem juntos, ou se reencontram como amigos no retorno de uma viagem. A união e a afeição que existem entre os parentes são indícios da simpatia anterior que os aproximou; também se diz, falando de uma pessoa cujo caráter, gostos e inclinações não têm nenhuma semelhança com os de seus parentes, que ela não é da família. Isso é mais verdade do que se crê. Deus permite, nas famílias, essas encarnações de Espíritos tanto simpáticos como também os antipáticos ou estranhos, com o objetivo de servir de prova para alguns e de meio de adiantamento para outros. Assim, os maus se melhoram pouco a pouco ao contato dos bons e pelos cuidados que deles recebem; é assim que se estabelece a fusão entre as diferentes categorias de Espíritos, como ocorre na Terra. Sabemos todos da fragilidade das relações afetivas neste mundo adoecido pelas neuroses, pela miséria material e moral e ainda pela impaciência dos seres humanos, angustiados e vazios de valores essenciais à felicidade que todos nós buscamos. Sabemos, e se não sabemos, saibamos agora, claramente que o objetivo de nossa existência na Terra é para nos adequarmos à ordem e à harmonia que regem toda a criação Divina. Sabemos que fomos criados por amor e para o amor de Deus, e é essa energia criadora que mantida em alta potência, gera a felicidade, em cuja busca nos temos perdido. Sabemos ainda, que foi para nos orientar na conquista desse objetivo que Jesus veio ao mundo, ensinar-nos a regra áurea da convivência, que se não observada nos trás sérios transtornos ao espírito. “Amarás ao senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento, e amarás ao teu próximo como a ti mesmo”, lembrou Jesus. E porque Jesus fez do próximo uma ponte para Deus, é que temos de lutar pelo fortalecimento desses laços afetivos no mundo. As ligações que aqui estabelecemos são frutos de um primeiro elo que se chama simpatia. Esse elo se transforma depois lenta ou rapidamente em amizade. Essa energia trocada entre dois ou mais seres humanos, pode vir a ser uma usina a gerar a luz do entendimento entre as pessoas, produzindo um sentimento maior, chegando ao amor. Entretanto, se não acompanharmos com dedicação, carinho e zelo o desenvolvimento dessas emoções, elas podem ser diluídas, abortadas. Teremos então que iniciar novo processo em que o cuidado será maior e as dores e as dificuldades também. Portanto, cuidar com carinho de nossas relações com os semelhantes, é uma imposição do momento atual, face às transformações porque passa o mundo, na sua evolução como morada dos seres humanos. Não temos mais tempo a perder com tantos recomeços. Se, porém, aqueles a quem buscamos amar, se afastam de nosso carinho, a ponto de nossa presença tornar-se um incômodo tão grande que a convivência diária corra o risco de ser ameaçada por tempestades de ódio desgovernado, gerador de tragédias emocionais e físicas, não devemos impor a nossa presença, seja ela aos nossos irmãos, companheiros ou filhos. Poderemos nos afastar fisicamente, porém podemos nos aproximar espiritualmente, através das nossas orações em favor deles. Enquanto isso, ficamos aguardando a oportunidade para recomeçarmos a tarefa de reaproximação, nesta ou em outra existência. Certa vez uma senhora muito machucada por uma relação dificílima com seu companheiro, disse o seguinte: “Vou suportar tudo agora, porque não quero conviver mais com este traste em outra existência”. O traste mencionado era o marido. A reencarnação é oportunidade sagrada de reajuste e existe para nos vincular uns aos outros pelo amor e não pelo castigo. As desvinculações na Terra, por qualquer tipo de separação, inclusive pela morte física, não implicam também em desvinculação dos espíritos. Sendo assim, devemos orar e pensar com amor para com nossos desafetos como forma de trabalhar uma nova oportunidade de reencontro, quer queiramos ou não, porquanto é necessário para os resgates e para nossa evolução. O grande desafio está nas relações familiares que envolvem pai, mãe, filhos, irmãos e parentes. A relação homem/mulher, nos dá a dimensão de nossa insatisfação; da busca desenfreada de prazer; da ânsia de domínio de um sobre o outro; da influência benéfica ou maléfica que podemos exercer sobre outra pessoa, numa relação a dois, ou mesmo numa relação em grupo. Essa relação está atualmente, acrescida dos sentimentos de posse e de competição, nos diversos campos de atuação de ambos, o que tem levado aos analistas e psicólogos, muitos casais em dificuldades e sofrimentos.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

DO AMOR -

Qual é a coisa mais importante da nossa existência? O fato é que queremos empregar nossos dias da melhor maneira, pois ninguém mais pode viver pela gente. Então precisamos saber: para onde devemos dirigir nossos esforços, qual o supremo objetivo a ser alcançado? Na sua luta para alcançar esse objetivo, o homem coloca um outro, ou não será o próprio?, a sua realização no amor. As literaturas do mundo inteiro falam das dores do amor não realizado, a esperança do amor que quer se realizar ou a solidão do homem que não encontrou a extensão de si. Este deve ser nosso objetivo no mundo: aprender a amar. A vida nos oferece milhares de oportunidades para aprender a amar. Todo homem e toda mulher, em todos os dias de suas vidas, tem sempre uma boa oportunidade de entregar-se ao Amor. A vida não é um longo feriado, mas um constante aprendizado. E a mais importante lição que temos é: aprender a amar. Amar cada vez melhor. O amor não é um momento de entusiasmo. O amor é uma rica, forte e generosa expressão de nossas vidas: a personalidade do homem em seu mais completo desenvolvimento. E, para construir isso, precisamos de uma prática constante. Amar é uma aprendizagem. Conviver é uma construção. Devemos entendê-lo como O Sentimento Divino que alcançamos a partir da conscientização de nossa condição de operários na obra universal, um “estado afetivo de plenitude”, incondicional, imparcial e crescente. Ninguém ama só de sentir. Amor verdadeiro é vivido. O atestado de Amor verdadeiro é lavrado nas atitudes de cada dia. Sentir é passo primeiro, mas se a seguir não vêm as ações transformadoras, então nosso Amor pode estar sendo confundido com fugazes momentos de felicidade interior, ou com os tenros embriões dos novos desejos no bem que começamos a acalentar recentemente. Mesmo entre aqueles que a simpatia brota instantaneamente, Amor e convivência sadia serão obras do tempo no esforço diário do entendimento e do compartilhamento mútuo do desejo de manter essa simpatia do primeiro contato, amadurecendo-a com o progresso dos elos entre ambos. Aqui, valem as recomendações de Gibran Khalil Gibran: “Vós nascentes juntos, e juntos permanecereis para todo o sempre. Juntos estareis quando as brancas asas da morte dissiparem vossos dias. Sim, juntos estareis até na memória silenciosa de Deus. Mas que haja espaços na vossa junção. E que os ventos do céu dancem entre vós. Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor uma prisão: Que haja, antes, um mar ondulante entre as praias de vossa alma. Enchei a taça um do outro, mas não bebais na mesma taça. Dai do vosso pão um ao outro, mas não comais do mesmo pedaço. Cantai e dançai juntos, e sede alegres; mas deixai cada um de vós estar sozinho. Assim como as cordas da lira são separadas e, no entanto, vibram na mesma harmonia. Dai vossos corações, mas não os confieis à guarda um do outro. Pois somente a mão da Vida pode conter vossos corações. E vivei juntos, mas não vos aconchegueis demasiadamente; Pois as colunas do templo erguem-se separadamente, E o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro.”

RELAÇÕES AFETIVAS -

Primeiro precisamos compreender que nós nascemos para viver em grupos,ou seja, junto com outras pessoas. Por isso é comum que desejemos companhia na maior parte do tempo, na medida do possível. Os primeiros homens e mulheres se agrupavam com a finalidade de se defenderem dos ataques de outros animais, assim passaram a acreditar que quem está só corre perigo. Por isso, hoje encontramos tantas pessoas com medo da solidão, pois acreditam que estar só é não ter com quem contar, e isso vale pra todos os setores da vida humana. Assim surgem as carências que são definidas pelo dicionário como: "falta, ausência, privação, necessidade. " É na relação com outras pessoas que o ser humano desenvolve-se, portanto, até aqui, quando falo de carência refiro-me não somente às afetivas, mas a todo tipo de carência. Um dos fatores que colaboram para acentuar a carência afetiva é o momento biológico. Em determinados ciclos do corpo físico, alguns hormônios são jogados na corrente sanguínea, estimulando o corpo a ter relações sexuais. Essa informação é traduzida no plano consciente como "ter alguém". Mas, o que isso significa varia de indivíduo para indivíduo. Enquanto uns querem apenas manter relações para aliviar as tensões biológicas, outros querem um parceiro fixo, que além do prazer sexual, dê atenção e o valorize como pessoa. Fatores biológicos e estímulos ambientais, como a propaganda, influenciam o aparecimento de nossas carências afetivas. O que precisamos saber e ficar atentos sobre isso é que, nesses momentos, as pessoas estão mais sensíveis, portanto mais abertas e mais crédulas, o que faz com que muitos se envolvam em relacionamentos infelizes. Por isso, é aconselhável que, mesmo nos momentos de carência extrema, o indivíduo tente fazer uma análise fria sobre a pessoa que apareceu e escolheu para se envolver e sobre si mesma, pois, de acordo com um escritor chamado Bauman, quando as pessoas se apaixonam, tendem a agir de modo destrutivo, controlando ou agredindo. Trata-se de uma afeição irreal, motivada pelos sentidos. Uma outra há, no entanto, que se trata de afeição real, de alma a alma, única que sobrevive à destruição do corpo, porquanto os seres que neste mundo se unem apenas pelos sentidos nenhum motivo têm para se procurarem no mundo dos Espíritos, depois da morte. Duráveis somente o são as afeições espirituais; as de natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem. Ora, semelhante causa não subsiste no mundo dos Espíritos, enquanto a alma existe sempre. No que diz respeito às pessoas que se unem exclusivamente por motivo de interesse, essas nada realmente são umas para as outras: a morte as separa na Terra e no céu. Quem diz isso é Alan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo. As emoções que a afinidade se nos oferece, na verdade, são como preces, que demoramos em descobrir seus sentidos plenos. Mesmo assim, suas linhas de expressão e manifesto são claras e distintas. É uma questão de observação isenta e desinteressada. O fato de nos percebermos na mesma faixa emocional, moral e intelectual de pessoas que encontramos nos caminhos que o nosso destino percorre, não significa que acabamos de descobrir aquela pessoa que nos poderá preencher o vazio da carência afetiva. Isso nos mostra a variedade de sentidos dos nossos encontros. Isso também põe por terra essa “lenda”, essa “fantasia” que discorre sobre almas gêmeas, a outra banda da maçã, a cara-metade, etc. Ninguém entra em nossa vida por acaso. Há sempre uma razão, mas isso não significa que existe alguém destinado a lhe completar, a ser sua outra metade. Precisamos compreender que ninguém completa ninguém. O que pode haver é afinidade entre duas pessoas e é a afinidade que justifica a relação delas. As relações amorosas, afetivas, filiais e amistosas, trazem em si o poder de influência de nossas necessidades e aprendizados. E o vértice de abertura do leque relacional não se prende às medidas humanas. Até porque na esteira das reencarnações, poderemos ou deveremos mudar os papéis de contato e envolvimento, visando ajustes e reconciliações; observando também apoio, ajuda e influências necessárias, para o melhor aproveitamento desses reencontros. Isso significa que ora somos pais, ora somos filhos, ora somos maridos ora somos esposas. Tudo funciona como oportunidades para que possamos melhorar conforme as nossas necessidades. É claro que também, a intensidade, o encanto e a aversão são ingredientes preponderantes na receita existencial. Condição essa que decorre naturalmente da nossa maturidade espiritual. A flor, pela própria ordem natural, não se identifica e nem morre de amores pelo espinho, mas por impulso dadivoso, perfuma-o sem cerimônia, sonhando com a lua e convive com o orvalho por espasmos de afinidade. Um casal que vive às voltas com a passionalidade, das brigas, nos braços do ciúme e da insegurança, mergulha nos atritos, aos gritos de desequilíbrio e de dor, motivado pela insatisfação e seus anseios de amor, não se dá conta de que, só a paciência e a perseverança são os antídotos, os remédios da desordem emocional. Assim, só o respeito e a liberdade de ser, sem se curvar e nem se impor, são os recursos utilizados naturalmente por aqueles que já se deram conta de que carências e subserviência são atalhos para o nada existencial. Então configuram sua vida, seu destino e afazeres na pauta de responsabilidades próprias, buscando no companheiro ou companheira, a suplementação que lhes permitam compartilhar sem se anular. A afinidade é mesmo o fruto mais saboroso das afeições livres, que o amor sustenta e agasalha na oficina do tempo.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

DORES DO AMOR -

Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia, uma festa na praça, numa procissão, a rua principal do centro da cidade, em dia de sábado. Metade daquelas pessoas sofre de Dor de Cotovelo. Alguns trazem dores recentes, outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos tem um amor mal resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação. Por que isso acontece? Tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórico no assunto. Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim. Você sabe, o amor acaba. É mentira dizer que NÃO. Uns acabam cedo, outros levam 10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais. Mas um dia acaba e se transforma em outra coisa: lembranças, amizade, parceira, parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor for devorado até o fim. Dor de Cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote. O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia sem falar do tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas etapas:atração-paixão-amor-convivência-amizade-tédio-fim. Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos. Mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estarmos abertos para novos amores. Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez. Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e maus momentos. Passe por tudo que tiver que passar, não se economize!Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para SER FELIZ novamente. (Arnaldo Jabor) Mas, como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente, como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está? As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar. Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e ações de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar. É preciso aceitar esta mágoa, esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução. Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injeção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha. Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado. O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de que um dia ele se canse.(Miguel Esteves Cardoso)

ENFRENTANDO A DOR DA SEPARAÇÃO -

Quem passou ou está passando por uma separação sabe bem a dor que isso causa e como é difícil manter o equilíbrio e a serenidade. Nesse momento nos sentimos tão sem valor, que não encontramos forças para fazer algo por nós mesmos ou ainda, não acreditamos que somos merecedores de nada que possa fazer nos sentir bem, como se houvesse uma culpa oculta pelos próprios sentimentos. Há uma mistura de sentimentos: culpa, abandono, raiva, medo, rancor, tristeza, frustração, impotência, dor, solidão e não sabemos o que fazer com cada um deles. Muitas pessoas têm a tendência a negar os seus sentimentos, agindo como se eles não existissem dentro delas. É como se houvesse uma cobrança interna e muitas vezes, externa, de que não se deve sofrer e muito menos, demonstrar seu sofrimento. Como não sofrer, quando nos sentimos abandonados em nosso amor, em nossos sonhos? Negar o que sente é o caminho menos indicado, pois se não deixar esses sentimentos virem à tona, reprimindo tudo que sente, eles poderão buscar outra forma de se expressar, em geral através de nosso corpo. Por isso, por mais que esteja doendo, e em geral a dor é muito intensa, enfrente tudo que sentir. Chore, fique triste, mas permita-se sentir. Separar-se de quem se ama não é uma tarefa das mais fáceis, ainda que o relacionamento esteja sendo destrutivo, ainda que aquilo que você chamava de amor venha a descobrir que não era amor. É um momento de muita dor, como se tivessem atingido a nossa própria alma, que agora sangra de tal forma que parece não cicatrizar nunca. As emoções ficam mais expostas e a razão parece sequer existir. Ficamos totalmente sem defesas e, assim, sem proteção. E o que mais nos pedem é que sejamos racionais. Como, quando tudo é sentido com tal intensidade que parece não existir espaço para a razão? Separar-se de quem se ama não é uma tarefa das mais fáceis. É comum nessa hora esquecer-se de tudo que causou sofrimento, e do quanto os valores eram muito diferentes. Geralmente a pessoa da qual nos separamos está muito distante daquela com a qual começamos o relacionamento. Essa pode ser uma das causas da dificuldade em aceitar a separação, pois ficamos sempre esperando que um dia essa pessoa volte a ser quem um dia conhecemos e amamos, ou quem idealizamos. Lembramos tudo que foi vivido de bom, dos momentos agradáveis, das juras de amor eterno, dos sonhos. Mas há quanto tempo será que você já estava sonhando sozinho? Uma relação é feita a dois, lembra-se? É curioso constatar que as rupturas amorosas, mesmo quando ansiadas porque desejadas, tendem a provocar enorme vazio: uma dor típica da sensação de desamparo. A impressão que tenho é a de que todas rupturas sentimentais repetem a sensação experimentada ao nascer: a nossa grande vivência de ruptura. Desde que nascemos, temos a sensação de ser uma "metade", talvez porque tenha sido assim na origem: passamos a existir fundidos, ligados a outro ser que é a mãe. O nascer é uma ruptura que gera desamparo. Isso só se ameniza com a reaproximação física da mãe. Amor é o que sentimos por quem ameniza nossa sensação de desamparo. Mesmo os que nunca viveram as dores ligadas às separações adultas sentem medo delas: todos nós guardamos algum registro da primeira ruptura. Os casamentos de má qualidade são mais desgastantes para a mulher. Em geral, esse casamento é entre opostos: um egoísta e outro generoso --e há tanto homens como mulheres dos dois tipos. Nas separações por iniciativa feminina, geralmente a mulher generosa ficou de saco cheio do marido folgado. A egoísta não se separa, pois se beneficia da situação. E os maridos generosos não se separam porque não são bons em ficar sozinhos e perdem mais com a separação, como os filhos e a casa. Costumamos associar a dor de ruptura à da morte (que não sabemos se é dolorosa): acho que transferimos para a morte o que sentimos ao nascer. O desamparo corresponde à sensação desagradável que nos acompanha desde sempre: ela é mais forte e viva quando estamos sozinhos e/ou ociosos.Os que aprenderam a conviver melhor com a dor do desamparo sentem menos medo das rupturas sentimentais; assim sendo, fazem menos concessões. A sensação de desamparo nos acompanha desde o nascimento até a morte: ela se atenua com bons vínculos amorosos e quando estamos entretidos. Pessoas com mais maturidade emocional convivem melhor com as frustrações e contrariedades: sofrem menos, mas também sentem dor na separação. É evidente que, numa separação, a indiferença do outro nos causa muita dor, que parece levar sua vida muito bem, mesmo sem nos ter mais ao seu lado. Muitas vezes nos prendemos mais nas palavras do que nas atitudes e na falta delas. Se alguém lhe deixou, será que merece suas lágrimas, suas noites em claro, sua autodestruição? O que adianta ficar ligando, procurando quem não quer mais manter o relacionamento? O que irá conquistar, ao insistir naquilo que não existe mais, a não ser mais sofrimento? Mas como enfrentar esse momento doloroso de separação? Apesar da perda, dos erros e feridas, podemos e devemos, fazer algo para conseguirmos suportar esse momento tão cruel e que parece não ter fim. Aqui estão algumas sugestões que podem lhe ajudar: - Não negue os acontecimentos, nem o que sente, nem sua dor. Por mais que esteja doendo, enfrente sua realidade, pois só assim conseguirá transformá-la. Respeite todos os seus sentimentos. - Resista à tentação de querer se vingar com o intuito de fazer com que o outro sofra tanto quanto está sofrendo. Assuma a raiva que está sentindo por estar passando por isso, e lembre-se que ao ficar pensando nas diversas formas de se vingar, só estará mantendo o sofrimento do qual tanto quer se libertar. - Ficar gritando para o mundo o que aconteceu, ligando ou enviando e-mails contando o que aconteceu a todos, não irá diminuir seu sofrimento, só fará com que se exponha para pessoas que nem sempre são dignas de sua confiança. Procure ser cuidadoso com quem irá desabafar para que não ouça mais cobranças, além das que você mesmo se faz. Se não há quem o compreenda, escreva tudo que estiver sentindo em uma folha de papel, ou no computador, isso poderá ajudá-lo a entender melhor seus sentimentos e trará algum alívio. - Procurar um outro amor de maneira desesperada, ou desejar se envolver com alguém por horas ou dias, também não irá curar sua dor. Poderá apenas amenizá-la um pouco, mas quando estiver sozinho novamente com seus pensamentos e sentimentos, tudo irá retornar com a mesma intensidade de quando fugiu dos braços de alguém. Pense que, ao se envolver com outra pessoa impulsionado apenas por sua carência, poderá iniciar uma relação mais destrutiva que a anterior. - Caso esteja tendo algum sintoma físico, relacione com sua dor emocional e pense o que pode estar representando. - Perceba se o que está machucando mais é realmente a falta da pessoa que se foi ou o sentimento de rejeição e abandono que está sentindo. - Se havia sofrimento, por que quer voltar? Será que ainda não busca o relacionamento que idealizou e que estava muito distante da realidade? Pense um pouco mais sobre isso. Analise, explore, reflita sobre tudo que aconteceu, considerando a realidade dos fatos e não aquilo que gostaria que tivesse acontecido. - Evite ter pena de si mesmo. Autopiedade não faz bem a ninguém, nem ficar no papel de vítima, culpando o outro por tudo que aconteceu. Assuma sua responsabilidade na relação. - Em situações de perda, tendemos a ficar inseguros, com a autoestima baixa e sem amor-próprio e, assim, sentimos muita dificuldade em fazer algo por nós. Relembre como era sua vida antes desse relacionamento. Quantas coisas não deixou de fazer por você? Quantas pessoas não deixou de ver? Retome sua vida. Pense em algo que o faça se sentir bem e comece a se cuidar com muito carinho. - Não coloque seu valor pessoal nas mãos de ninguém. Não é porque alguém não valorizou quem você é que isso significa que não tem valor. Com certeza você tem muito valor, mas o importante é que você reconheça isso. É nesse momento que poderá perceber a força que há dentro de você, e que o caminho por mais árduo que possa parecer nesse momento, poderá ser tornar muito mais iluminado, se permitir que sua própria luz o conduza!