domingo, 28 de dezembro de 2014

RECEITA DE ANO NOVO - Carlos Drummond de Andrade

"Quem teve a ideia De cortar o tempo em fatias, A que se deu o nome de ano, Foi um indivíduo genial, Industrializou a esperança, Fazendo-a funcionar No limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano Se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação E tudo começa outra vez, com outro número. E outra vontade de acreditar Que daqui por diante vai ser diferente." Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor de arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido (mal vivido ou talvez sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser, novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?). Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar de arrependido pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar que por decreto da esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver. Para ganhar um ano-novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre."

TEMPO DE ESCOLHAS -

Ano que termina, ano que inicia e para começar bem, podemos dizer assim: “Senhor, dá-nos a serenidade para aceitar tudo quanto devemos aceitar, para aceitar tudo que é difícil de ser aceito. Mas, dá-nos, sobretudo, sabedoria para distinguir uma coisa da outra.” Incluamos aí as dificuldades, os desafios e as pessoas que precisam da nossa compreensão, da nossa indulgência, do nosso acolhimento, do nosso amor. É tempo de nossos preparar para o novo tempo. O novo tempo exige de cada um de nós mudanças para que possamos ser mais, para que possamos provar pouco ou muito da felicidade. É essa sabedoria que deve orientar nossos sentimentos, para identificarmos aquilo que podemos modificar. E aquilo que não nos é possível mudar. Aceitando e incorporando ao nosso modo de viver e de maneira agradável, positiva e realmente feliz. Ano novo, tempo de escolhas. Na verdade, tudo o que fazemos na vida é fruto de escolha. Como a vida nos oferece muitas opções, estamos constantemente escolhendo. Antes mesmo do nosso nascimento, já começamos, por exemplo, a escolher a família na qual queríamos nascer e vivenciar a experiência dessa encarnação. É claro que nós não lembramos, mas a maioria das pessoas escolhe a família, os pais, os irmãos com os quais deseja conviver, muitas vezes, para acerto de experiências anteriores que nos causaram danos. Portanto, a vida de toda pessoa é formada de pequenas e sucessivas escolhas. Uma coisa tão simples como pousar o olhar sobre um local, por exemplo, já representa um ato de escolha porque, ao escolher aquele ponto, não optei por outro, deixei de lado outras alternativas, forçosamente. Não se pode ter tudo ao mesmo tempo, essa é a verdade. Toda e qualquer escolha que fazemos traz com ela ganhos e perdas. Ganhamos pelas novas possibilidades que se tornam possíveis, mas perdemos quando descartamos outras opções menos atraentes. Somos constantemente forçados a realizar estas escolhas. E muitas são as ocasiões em que sentimos receio de errar. Na verdade não existem escolhas erradas; o que acontece é que muitas vezes somos levados a optar por algo que naquele momento nos traz maior prazer. Nestes casos preferimos a satisfação imediata, não nos importando com seus efeito a longo prazo. Hoje, nós vivemos no mundo do imediatismo, onde o que vale é o prazer imediato. De modo geral, não se atenta para o poder da escolha. Ao se decidir por algo, seja no campo profissional ou pessoal, dá-se direção e rumo à vida. Porém, o mais significativo é que normalmente faz-se escolhas quase inconscientes, com um mínimo de reflexão, ou mesmo, sem nenhum questionamento. …Muitos indivíduos ao serem perguntados sobre o que querem na vida, quais suas escolhas, apenas sabem dizer o que não querem na vida. Quando não se sabe o que se quer, não se chega a lugar algum. Escolher é preciso! …Torna-se quase óbvio reforçar a necessidade de garantir a qualidade de tais escolhas. A razão é simples: nós somos as nossas escolhas! O fato de alguém cursar engenharia limitou outras possibilidades naquele momento, como por exemplo, de formar-se dentista e esse fato estará presente pelo resto de sua vida. …Nos dias atuais, uma das palavras mais ouvidas é desafio, Visão, Visão de futuro. Por que a preocupação com a Visão? Simplesmente porque ter uma Visão significa que uma escolha consciente foi feita. A Visão possui o poder de nos colocar em movimento, dá o foco para onde e como concentrar e aplicar as energias. …Desse modo, as tomadas de decisão são fortemente influenciadas pelas escolhas. As escolhas veem antes do ato de agir no mundo e, se realizadas com base na reflexão, terão maiores chances de nos conduzir ao futuro próspero, mas, se não pensarmos, se não ponderarmos bem, poderão resultar em fracasso. …A carreira profissional com pressões oriundas de todos os lados, bem como a falta de objetividade que a caracteriza hoje, transformou as decisões sobre a carreira um campo de difíceis escolhas. A decisão no início da carreira, ou aos 50 anos, quanto ao rumo que se quer dar à vida profissional, revela-se importantíssima para o sucesso, para a auto estima e para o aplauso interno – muito dependerá da escolha certa. …No que diz respeito à carreira, a multiplicidade talvez seja a melhor escolha. Uma única versão poderá tornar o profissional inviável, portanto, conhecer suas forças, suas competências e desenvolvê-las ao limite máximo é uma escolha que abre, que gera espaço e não uma escolha que fecha oportunidades, minando a empregabilidade. …Enfim, “viver” é diferente de “ir durando”, implica em escolhas conscientes que arrancam os indivíduos da zona de conforto, incomodam, sendo, por isso e na maioria das vezes, evitadas. Há dois tipos de pessoas na vida – aquelas que sabem o que querem, que fazem suas escolhas e aquelas que deixam a vida decidir por elas. Lembre-se sempre que a escolha é sua! Alguns de nós são mais previdentes; outros são mais imediatistas. Não existe o certo e o errado. O que existe são as diferentes formas de encarar a vida. O que apenas devemos evitar é fazer nossas escolhas movidos pelo desejo de agradar aos outros. Acima de tudo, precisamos estar conscientes de que tudo que fizermos irá afetar principalmente a nós mesmos. Embora todos nós sintamos necessidade de compartilhar nossos pensamentos e emoções, nenhuma pessoa, por mais que ela nos queira bem, poderá viver a nossa vida. Um amigo verdadeiro nem sempre é aquele que impõe suas próprias ideias, mas sim aquele que nos ajuda a desenvolver as nossas próprias ideias. Porque somente seremos autênticos quando tivermos a ousadia de assumir nossas escolhas e as consequências que elas possam causar. JESUS CRISTO NOS ACONSELHA “ENTRAI PELA PORTA ESTREITA....” Uma porta constitui passagem necessária em qualquer construção, a separar dois lugares, facultando livre acesso entre eles. A porta estreita e a porta larga pertencem à muralha do tempo, situada à frente de todos nós. A porta estreita revela a escolha espiritual que nos permite marchar no caminho do aperfeiçoamento, com o justo aproveitamento de todas as horas. A porta larga, no entanto, expressa o desequilíbrio interior, que nos leva inevitavelmente à dor da reparação, com lastimáveis perdas de tempo. Aquém da muralha, o passado e o presente. Além da muralha, o futuro e a eternidade. De cá, a sementeira do “hoje”. De lá, a colheita do “amanhã”. A travessia de uma das portas é ação inevitável para todas as criaturas. Porta larga – entrada na ilusão –, saída pelo reajuste... Porta estreita – saído do erro -, entrada na renovação... O momento atual é de escolha da porta, estreita ou larga. Os minutos apresentam valores distintos, conforme atravessemos a muralha, pela porta do serviço e da dificuldade ou através da porta dos caprichos enganadores. Examina e escolhe qual a passagem que eleges por teus atos comuns e diários, na existência que se desenrola, momento a momento. Durante muito tempo temos sido andarilhos do tempo a ir e vir pela porta larga, nos círculos de viciação que forjamos para nós mesmos, enganados pelo poder transitório e pela posse de bens materiais, pela beleza física e pela valorização exagerada do eu. São muitas as escolhas diante das quais a vida nos coloca. Escolhas que podem nos levar à felicidade, ou não... Por exemplo... - Você pode viver intensamente – ser quem você é, do jeito que você for... Ou simplesmente viver infeliz por não ser quem você gostaria de ser. - Você pode assumir sua individualidade... Ou reprimir seus talentos e fantasias, tentando ser o que os outros gostariam que você fosse. Consciente, no entanto, de que seus atos podem magoar e comprometer pessoas; e que perdê-las é responsabilidade sua. - Você pode “produzir-se” e ir divertir-se, brincar, cantar e dançar... Ou, então, dizer, em tom amargo, que já passou da idade e que essas coisas são fúteis. - Você pode olhar com ternura e respeito para si próprio e para as outras pessoas... Ou com aquele olhar de censura que poda, pune, fere e mata sem nenhuma consideração para com os sentimentos, desejos, limites e dificuldades do outro... inclusive os seus... - Você pode amar e deixar-se amar de maneira incondicional... Ou viver se lamentando pela falta de gente a sua volta. - Você pode ouvir seu coração e viver apaixonadamente... Ou agir de acordo com a fórmula da sua cabeça, tentando analisar e explicar a vida antes mesmo de vivê-la. - Você pode deixar a vida como está “pra ver como é que fica”... Ou, com paciência e trabalho, lutar para realizar as mudanças necessárias na sua vida e no mundo a sua volta. - Você pode deixar que o medo de perder paralise seus planos... Ou partir para a ação com o pouco que tem, mas com muita vontade de ganhar. - Você pode amaldiçoar a sua sorte... Ou encarar a verdade de que, no fim das contas, é você quem deve decidir o tipo de vida que quer levar. - Você pode escolher seu destino e, através de ações concretas, caminhar firme em direção a ele, com marchas e contramarchas, avanços e retrocessos... Ou continuar acreditando que ele já estava escrito nas estrelas e que nada lhe resta a fazer se não sofrer. - Você pode viver desfrutando o máximo das coisas que possui... Ou se acabar de ansiedade e desgosto por não ser ou possuir tudo que gostaria. - Você pode engajar-se no mundo melhorando a si próprio e, por consequência, melhorando tudo que está a sua volta... Ou passar toda a vida à espera de que o mundo melhore para que você possa melhorar. - Você pode melhorar a vida e a energia universal que dela flui... Ou celebrar a morte, aterrorizado com a ideia de pecado e punição. - Você pode aprender o que ainda não sabe... Ou fingir que sabe tudo, não precisa aprender mais nada e viver na estagnação. - Você pode ser feliz com a vida como ela é... Ou passar todo o seu tempo a lamentar pelo que ela não é. A escolha é sua... só sua! Pondere bastante antes de decidir, pois é você quem vai carregar sozinho, e para sempre, o peso das escolhas que fizer!

domingo, 21 de dezembro de 2014

NATAL DE MIL LUZES -

O profeta Isaías, pressentindo essa “descida vibratória do Mestre, anunciava: “Já um pequenino se acha nascido para nós, e um filho dado a nós, e o nome com que será apelidado será Deus forte, Pai do futuro século, Príncipe da Paz. O seu império se estenderá cada vez mais e a Paz não terá fim”. O Natal não é mais do que a renovação do apelo dirigido a cada homem de boa vontade para que a missão dAquele que foi enviado se concretize na realização do grande projeto de Deus que quer a perfeição para cada uma de suas criaturas. Viver o espírito do natal hoje é pendurar na árvore da própria vida os valores apregoados pelo Cristo e que têm a força do brilho de mil luzes: o amor, a solidariedade, a misericórdia, a compaixão, a indulgência, a caridade...

FELICIDADE REALISTA - Martha Medeiros / Dalai Lama

De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa das mais fáceis. A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vitton e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar completamente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É no que dá ver tanto televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Por que só podemos ser felizes formando um par, e não como ímpares? Ter um parceiro não é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar correspondendo às expectativas da sociedade, mas isso é outro assunto. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. COMO ALCANÇAR A FELICIDADE? Para começar, podemos dividir todo tipo de felicidade e sofrimento em duas categorias principais: mental e física. Das duas, é a mente que exerce a maior influência em muitos de nós. A menos que estejamos gravemente doentes, ou privados de nossas necessidades básicas, a condição física representa um papel secundário na vida. Se o corpo está satisfeito, praticamente o ignoramos. A mente, entretanto, registra cada evento, por menor que seja. Por isso, deveríamos devotar nossos mais sérios esforços à produção da paz mental. A partir de minha própria limitada experiência, descobri que o mais alto grau de tranquilidade interior vem do desenvolvimento do amor e da compaixão. Quanto mais nos ocuparmos com a felicidade alheia, maior se tornará nossa sensação de bem-estar. O cultivo de sentimentos amorosos, calorosos e próximos para com os outros automaticamente descansa a mente. Isto ajuda a remover quaisquer temores ou inseguranças que possamos ter e, nos dá força para enfrentarmos quaisquer obstáculos que encontramos. É a principal fonte de sucesso na vida. Enquanto vivemos neste mundo estamos destinados a encontrar problemas. Se, nessas ocasiões, perdemos a esperança e nos desencorajamos, diminuímos nossa habilidade de encarar as dificuldades. Se, por outro lado, nos lembramos que não se trata apenas de nós, mas, que todos têm de passar por sofrimento, esta perspectiva mais realista aumentará nossa capacidade e determinação para sobrepujarmos os problemas. Na verdade, com essa atitude, cada novo obstáculo pode ser encarado como sendo mais uma valiosa oportunidade de aprimorar nossa mente! Desse modo, podemos gradualmente nos esforçar para nos tornarmos mais compassivos, ou seja, podemos desenvolver tanto a genuína empatia pelo sofrimento dos outros, quanto a vontade de ajudar a remover sua dor. Como resultado, crescerão nossas próprias serenidade e força interior.

ESTAR ONDE A FELICIDADE ESTÁ -

Se acreditamos nesta religião ou naquela; a verdade é que todos nós estamos procurando algo melhor na vida. Por isso, o próprio movimento da nossa vida é no sentido da felicidade... Não são as nossas conquistas, o nosso esforço, as nossas realizações que nos tornam felizes. É o contrário: é a felicidade que, em grande parte, determina nossas conquistas. Pessoas felizes têm mais capacidade de perseguir seus objetivos e adquirir os meios de conquistá-los. Elas são em geral consideradas mais sociáveis, flexíveis, criativas e capazes de suportar as frustrações diárias com maior facilidade do que as infelizes. Elas também costumam ser mais amorosas e dispostas ao perdão, confiantes, otimistas, energéticas e sociáveis, e estão mais preparadas para enfrentar situações difíceis.' Além disso, pessoas felizes tendem a ter relacionamentos mais longos, casamentos melhores, ser mais saudáveis e viver mais. Já pessoas infelizes, segundo pesquisas, costumam ser mais centradas em si mesmas e, em termos sociais, com frequência são retraídas, mais voltadas para si mesmas e até mesmo hostis. Pessoas felizes têm sistema imunológico melhor, e há alguma evidência de que vivem mais; Elas são mais criativas e ajudam mais os outros e faltam menos ao trabalho. São mais bem sucedidas, ganham mais e têm casamentos melhores. Têm relações sociais mais profundas, lidam melhor com situações difíceis e gostam mais de si mesmas e dos outros. Como podemos, então, alcançar esse contentamento íntimo? Existem dois métodos. Um consiste em lutar e, quem sabe, conseguir tudo o que se quer e deseja. A desvantagem está em colocarmos nossa vida em função de realizar desejos materiais que, quando concretizados, podem nos trazer mais insatisfação. O segundo método, que é mais confiável, consiste em não ter tudo o que queremos, mas, sim, em querer e apreciar o que temos. A felicidade que depende principalmente do prazer físico é instável. Um dia, ela existe, no dia seguinte, pode não mais existir. Existe mesmo a felicidade? E quando concordamos que ela existe, normalmente aparece uma outra pergunta: Eu sou feliz? Para a primeira podemos usar da teoria reversa com uma outra pergunta: Se a felicidade não existe, por que a procuramos incessantemente? Ora, se procuramos por algo, este algo deve existir... Para a segunda pergunta podemos nos fazer mais uma pergunta: Eu estou feliz? Esta se refere a algo temporário. Não podemos esquecer que nós estamos num mundo que não nos oferece a felicidade plena, portanto costumamos ter momentos de felicidade... Muitos de nós reconhecem o prazer no arroubo frenético das drogas, no êxtase do álcool, na delícia do sexo sem restrições e irresponsável. A diferença está em que esses são prazeres destrutivos e para evitá-los precisamos nos lembrar de que o que estamos procurando na vida é a felicidade. Precisamos lembrar de que eles podem comprometer a nossa felicidade. Se abordarmos nossas escolhas na vida tendo isso em mente, será mais fácil renunciar a atividades que acabem nos sendo prejudiciais, mesmo que elas nos proporcionem um prazer momentâneo. A toda hora precisamos, diante de qualquer decisão, nos perguntar “Será que isso me trará felicidade?”, dessa forma certamente faremos melhores escolhas. Essa simples pergunta pode ser uma poderosa ferramenta para nos ajudar a administrar com habilidade todas as áreas da nossa vida, não apenas na hora de decidir se vamos nos permitir o uso de drogas ou aquele terceiro pedaço de torta. Ela permite que as coisas sejam vistas de um novo ângulo. Lidar com nossas decisões e escolhas diárias com essa questão em mente desvia o foco daquilo que estamos nos negando para aquilo que estamos buscando – a máxima felicidade. Uma felicidade estável e persistente. Um estado de felicidade que, apesar dos altos e baixos da vida e das flutuações normais do humor, permanece como parte da própria matriz do nosso ser. A partir dessa perspectiva, é mais fácil tomar a “decisão acertada” porque estamos agindo para dar algo a nós mesmos, não para negar ou recusar algo a nós mesmos – uma atitude de movimento na direção de algo, não de afastamento, uma atitude de união com a vida, não de rejeição a ela. Essa percepção escondida de estarmos indo na direção da felicidade pode exercer um impacto profundo. Ela nos torna mais receptivos, mais abertos, para a alegria de viver. Outro aspecto, ao qual precisamos estar atentos, é a necessidade de cultivar estados mentais positivos como a generosidade e a compaixão que decididamente conduz a uma melhor saúde mental e à felicidade. O ódio, o ciúme, a raiva, entre outros, são prejudiciais. São estados mentais negativos porque eles destroem nossa felicidade mental. Uma vez que abriguemos sentimentos de ódio ou rancor contra alguém, uma vez que nós mesmos estejamos cheios de ódio ou de emoções negativas, outras pessoas também nos parecerão hostis. Logo, disso resultam mais medo, maior inibição e hesitação, assim como uma sensação de insegurança. Essas sensações se desdobram e, com elas, a solidão em meio a um mundo visto como hostil. Todos esses sentimentos negativos derivam do ódio. Por outro lado, estados mentais como a bondade e a compaixão são decididamente positivos. São muito úteis e capazes de nossos fazer felizes. Está bastante claro que os sentimentos de amor, afeto, intimidade e compaixão trazem sim a felicidade. Cada um de nós dispõe, portanto, da base para ser feliz, para ter acesso aos estados mentais de amor e compaixão que produzem a felicidade. "A felicidade está onde nós a pomos; e nunca a pomos onde nós estamos." Procuramos a felicidade, normalmente, nas coisas exteriores, fora de nós mesmos, enquanto podemos encontrá-la, e até mesmo devemos, no nosso íntimo. A felicidade reside em nós mesmos e costumamos procurá-la fora de nós... Não precisamos complicar para definir o que é a felicidade. É simplesmente se sentir bem. Sensação de bem estar, estar de bem consigo mesmo. A felicidade é o sentimento que temos de que tudo está bem. É o sentimento de completude que nos faz sentir que não nos falta nada. Ela é ausência de medo, de perturbação e de conflito. É um lugar de tranquilidade, satisfação e prazer. É paz de espírito. Teimamos em não perceber no dia-a-dia, mas a felicidade não é uma sensação eterna, é um estado de êxtase, daqueles que se atingem nos momentos de extremo prazer. Estar feliz ou triste é um ir e vir. Apesar de difíceis, os processos de infelicidade também funcionam como um momento para amadurecer, pensar e repensar as nossas atitudes, pensar o que temos feito de nossa vida. Não há respostas concretas, mas há pistas do que poderá nos levar até a felicidade. O filósofo grego Aristóteles afirmava, há mais de 2 mil anos, que a felicidade se atinge pelo exercício da virtude e não da posse. Temos, no entanto, feito o contrário. Temos nos dedicado extremamente à posse e isso não nos tem trazido a felicidade que tanto desejamos. A alegria de viver é compreender que dentro de nós próprios, no mais profundo de nós, há uma inteligência enorme, simples, natural que sabe sempre o que fazer e onde nos levar. Trata-se de não bloqueá-la, mas sim deixá-la fluir, para que ela nos indique o caminho. Ao ouvirmos e acolhermos tudo o que surge em nós: tristeza, alegria, coisas boas ou más, bonitas ou feias, sem preconceitos, sem bloqueios e sem nos opormos, descobriremos o contato com o nosso espaço interior e com a nossa essência. Observar os incômodos e as inquietudes que invadem o nosso espaço interior e acolher tudo o que é nosso, o que gostamos e o que não gostamos, é a via mestra para estarmos bem com nós próprios. Tentar nos aceitarmos e deixarmos a nossa essência nos guiar, a desabrochar e a realizar o nosso caminho sem esforços e sem guerras interiores pela vida. Felicidade é a capacidade de ter controle sobre a própria vida. É perceber que a sua vida é resultado dos seus atos, e não se sentir refém do mundo. Ter controle sobre uma situação provoca impacto positivo sobre a felicidade. Você tem controle sobre as situações de sua vida? Ou você deixa que outras pessoas interfiram? Você permite que outras pessoas decidam por você o que você vai vestir, estudar, onde vai trabalhar? O que tem na sua casa são escolhas suas? Porque, se não for, temos uma boa dica pra você começar a entender porque você não é tão feliz como gostaria. E o que não é felicidade? Fazer coisas que sabe que não devia e mesmo assim não consegue parar de fazer, como por exemplo, comer demais e o que não deve, fumar, comprar coisas de que não precisa. Não é felicidade ser impulsivo, falar coisas e se arrepender depois. Não é felicidade ter medo, medo da morte, medo de ser criticado, medo que pensem mal de você. Não é felicidade deixar de fazer coisas por motivos banais, deixar de ir à festa porque não tem a roupa certa, deixar de procurar emprego porque não se acha tão qualificado, deixar de estudar porque acha que você não merece tanto investimento. Quando a felicidade não aparece, o que você deve fazer? Sentar num canto e chorar? Não. Felicidade pode e deve ser buscada, trabalhada, conquistada. E como é que se consegue ser mais feliz? Não dá pra ser feliz simplesmente porque eu mereço? Tenho que me esforçar até pra ser feliz? Sim. Tem que se esforçar sim. Como já disse uma vez o Dalai Lama, o chefe dos budistas, quando perguntado sobre qual seria a fórmula da felicidade, ele respondeu: Dedicação, esforço e tempo. Até pra ser feliz você precisa se dedicar, mas uma coisa eu lhe garanto, é um esforço que vale muito a pena. É por isso que, se alguma coisa não está legal na sua vida, você tem que se dar o direito de separar um tempo pra resolver isso. Você pode mudar como você se sente, mudando o modo como você pensa. Quando você perceber que pode mudar o modo como você se sente, com certeza você será mais feliz, você não sentirá angústias. Você pode e deve mudar esses sentimentos, a fórmula é: Mudar o modo como você pensa. Seus pensamentos dão origem aos seus sentimentos. Enquanto você estiver pensando que os outros só abusam e falam mal de você, que sua vida é muito chata, que seus problemas são difíceis demais pra você, sua vida se torna um tanto quanto difícil. Para mudar os pensamentos, você precisa mais do que força de vontade. Não é só decidir mudar sua cabeça que, de uma hora para outra, você vira uma nova mulher, ou um novo homem. Esse é um trabalho terapêutico, na terapia você tem acompanhamento, você aprende a fazer essas mudanças. Não seja um refém das suas emoções, não se deixe levar por seus sentimentos, perceba que você pode levar os seus sentimentos para onde você quiser.

sábado, 20 de dezembro de 2014

AH, SE EU SOUBESSE ! - Hugo Lapa

Quando chegamos ao plano espiritual, a maioria dos espíritos pensa algo muito parecido: - Ah se eu soubesse… Se eu soubesse que a vida real não era na matéria… se eu soubesse que a realidade não é de sofrimento, mas de paz e liberdade… se eu soubesse que nada que existia na matéria é permanente, que lá é tudo passageiro, eu não teria brigado no trânsito, batido nos meus filhos, me apegado a tantas coisas passageiras… Ah se eu soubesse…. teria ajudado muito mais gente, teria me enriquecido com amor e luz, teria deixado de lado esses problemas pequenininhos, teria feito caridade aos necessitados, teria deixado o amor fluir, teria me atirado no bem sem nenhuma preocupação, teria sido mais humilde, teria vivido em paz… Ah se eu soubesse… teria passado mais tempo com aqueles que amo, teria me preocupado menos, teria tido mais paciência, teria me soltado mais, me desprendido mais, teria vivido mais livre, de forma mais espontânea, mais natural, teria visto o lado bom de tudo, teria valorizado as coisas simples da vida. Ah se eu soubesse… se soubesse que a vida na Terra vai e vem, que tudo se esvai, que nada é permanente, que não existe algo fixo, imutável. Se eu soubesse que tudo começa e termina, que os relacionamentos começam e terminam, que a dor lateja e depois vem o alívio. Ah se eu soubesse… se soubesse que os arrogantes sobem, ficam no topo e caem por si mesmos; caem pelo seu próprio castelo de cartas da ilusão que criaram. Se eu soubesse que os ricos podem se tornar pobres de espírito, e que os pobres podem ser muito ricos de espírito. Se soubesse que as diferenças sociais se extinguem, que na morte todos somos filhos do universo, que a fome é saciada, que a sede é aliviada, que a violência só traz mais violência, que os injustiçados são compensados, que os perdidos sempre se encontram, e quem está demasiadamente seguro de si acaba se perdendo. Ah se eu soubesse… que a vida espiritual é a vida real, que as mágoas corroem o espírito, que a cobiça gera insatisfação, que a lisonja só cria humilhação, que a preguiça gera estagnação. Se eu soubesse que o medo é sempre maior do que a mente engendrou eu teria me arriscado mais, teria ousado, teria tido a coragem de ser o que eu sou, teria retirado aquela máscara que encobria minha verdade, teria desatado o compromisso com trapaça, com a enganação, teria assumido minha integridade sem divisões, sem fragmentos. Ah se eu soubesse… não teria cortejado o sucesso, não teria me atirado ao poço fundo, vazio e solitário da avidez, não teria me enganado de que, ao atingir o topo, a descida é o único caminho. Se eu soubesse que o mundo é uma doce miragem, uma ilusão, eu rejeitaria a pueril busca pela sensualidade. Largaria com afinco os prazeres e vícios da juventude. Se soubesse que tudo muda e nada se encerra, teria posto de lado as moléstias da nostalgia. Ah se eu soubesse, teria menos pressa, olharia mais para a vida, veria mais o nascer do dia, comeria com calma o pão de cada manhã, teria plantado uma árvore, corrido no jardim, deitado no chão e rolado na grama. Teria mergulhado e me perdido no tempo, solto em reflexões sobre os mistérios da vida. Teria me desimpedido de auto cobranças, teria me aceitado como sou e aceitado o milagre da vida como ela é. Ah se eu soubesse… que o mar espiritual é infinito de bênçãos, não teria digladiado por um copo de água ao lado do grandioso oceano da plenitude. Teria deixado todas as fantasias de lado, e vivido mais a vida, a existência, o cosmos, a liberdade, o eterno presente e a eterna aurora. Ah se eu soubesse... teria renunciado aos hábitos arraigados, as discussões estéreis, a especulação teórica. Se eu soubesse, teria permanecido mais na natureza, observando os pássaros, molhando as mãos no rio, sentindo o vento, me aquecendo ao sol da manhã, sujado as mãos na lama e sentido o frescor da chuva. Se eu soubesse que sou um ser em desenvolvimento na essência inesgotável e eterna da vida, teria sido infinitamente mais livre e feliz.

CAUSAS DA INFELICIDADE -

Muitas pessoas veem a infelicidade na miséria, na mesa sem comida, nas dívidas para pagar, na ausência de um ente querido que se foi, na angústia da traição, na falta de dinheiro para se vestir com roupas caras, na falta de saúde física, etc. A tudo isso e ainda a muitas outras coisas damos o nome de infelicidade na linguagem humana. Tudo isso é a infelicidade para aqueles que apenas veem o presente. Precisamos compreender que a verdadeira infelicidade está, por exemplo, mais nas consequências de um fato do que no próprio fato. O acontecimento mais feliz para o momento, mas que depois resulta em consequências desastrosas, é, na realidade, mais infeliz do que aquele que à primeira vista causa uma viva contrariedade, mas acaba produzindo o bem. Para que possamos julgar algo como sendo gerador de felicidade ou infelicidade precisamos perceber as consequências. É assim que, para avaliar o que faz o homem feliz ou infeliz, é preciso se transportar além desta vida, pois é lá que as consequências se fazem sentir. Muitas das nossas escolhas são geradoras de felicidade, numa avaliação ligada aos prazeres do mundo físico, no entanto podem nos colocar numa situação de infelicidade em relação ao nosso futuro, depois de sairmos desse plano físico. Portanto, tudo o que chamamos de infelicidade, segundo nossa curta visão, cessa com a vida corporal e pode encontrar sua compensação na vida futura. A infelicidade pode vir enganosamente disfarçada de felicidade, nos iludindo facilmente. A infelicidade é , por exemplo, essa alegria falsa, esse prazer egoísta, a fama enganadora, a agitação fútil, a louca satisfação da vaidade que faz calar a consciência, que perturba a ação do pensamento, que confunde o homem quanto ao seu futuro. A maioria de nós passa a maior parte da vida em função de satisfazer as imposições do corpo físico e esquece o espírito que é. Não nos esqueçamos que viemos para esta experiência no corpo físico tão somente para aproveitar as oportunidades de aperfeiçoamento e evolução que a vida está sempre a nos oferecer. Se não as aproveitarmos, corremos o risco de experimentarmos um profundo sentimento de frustração pelo tempo perdido. Vejamos os 5 sinais, comprovados cientificamente, que mostram que você não está feliz: 1. Assistir muito a programas de TV. Pessoas infelizes ficam na frente da TV 30% mais do que as pessoas felizes. Às vezes, depois de um dia estressante, simplesmente muitos gostam de ficar vegetando na frente da TV, relaxando e deixando a mente se derreter no mar dos reality-shows, novelas, dramas etc. Se essa é sua rotina de noite após noite, é melhor abandonar o controle remoto por um tempo. Segundo estudos realizados desde de 2008, o tempo excessivo na frente da TV é um possível sinal da infelicidade. 2. Mal relacionamento. Pessoas infelizes podem ter mais dificuldade de resolver questões ou problemas de imediato. Eles não conseguem ampliar os círculos de amizade e conhecer novas pessoas. E normalmente, as novas amizades azedam rapidamente. 3. Stress incontrolável. De acordo com a psicologia positiva, um ambiente de bem-estar desempenha um papel importante na busca das pessoas pela felicidade. Sentindo-se seguro e confortável, gera contentamento e satisfação. Por outro lado, um ambiente excessivamente estressante promove a ansiedade e insegurança. Um estudo que comparou estresses controláveis e incontroláveis constatou que este último proporcionou maior infelicidade. Embora o estresse nos obrigue a trabalhar mais eficientemente e alcançar objetivos maiores, pode afetar a felicidade a longo prazo. 4. Insônia. Após uma noite se revirando na cama, você finalmente consegue dormir, quando percebe o alarme toca e já é hora de levantar. Sem dúvida essa não é a melhor maneira de começar o dia. Em uma pesquisa da revista "Science", 909 mulheres que trabalharam de bom humor e mantiveram um bom relacionamento durante o dia. Ao pedir para que não dormissem o suficiente, no dia seguinte elas apresentaram um elevado nível de estresse e consequentemente, infelicidade. 5. Busca constante por prazer. Uma busca incessante por melhores bens materiais e prazer. O problema com esta busca é seu vazio interior. Por definição, o prazer é momentâneo - nos deixa sempre querendo mais. O contentamento, por outro lado, significa apreciar as circunstâncias presentes. Infelicidade é viver para impressionar os outros Nós nascemos com um potencial infinito de realização. Porém, à medida que vamos sendo educados, durante a infância e adolescência, perdemos a reta original de nossa própria existência. Deixamos de fazer aquilo que nos realiza e passamos a agir em função dos outros: pais, professores e, depois, toda a sociedade. Nosso objetivo de vida nos é imposto e passamos a condicionar nosso sucesso ao aplauso das pessoas que nos cercam. Para continuar essa aprovação, progressivamente abandonamos nossas vocações e passamos a realizar os desejos alheios. A maioria das pessoas alimenta a fantasia de um dia conquistar a fama e ser admirada por uma multidão de olhos vorazes que, muito provavelmente, não se cruzarão mais. É um necessidade que se tem de compensar a baixa estima que muitos padecem. Os que conseguem, quando elas param para perceber o rumo dado a suas vidas, verificam que apenas colecionaram cupons que não servem para nada. Quem consegue realizar as metas de sua alma é feliz e desperta admiração devido a sua integridade como pessoa. Ao contrário, quem vive para ser apenas admirado sempre será infeliz, porque está deixando de lado o compromisso consigo mesmo. Não se consegue ser feliz valorizando mais a opinião dos outros do que seus próprios sentimentos. Alguns se sentem infelizes, mas raciocinam: "Se os outros estão aplaudindo é porque estou no caminho certo". E avançam nas suas frustrações. Você é mais importante do que qualquer julgamento alheio. Para ser feliz, viva para surpreender a si próprio, e não aos outros. Infelicidade é desperdiçar a vida. Infelicidade é acumular desperdícios. A maioria das pessoas costuma jogar fora as oportunidades. Não consegue aproveitar o tempo, não valoriza o amor, não desenvolve a capacidade criativa. Fala-se muito em desperdícios materiais, como energia elétrica, água, dinheiro. Mas o pior de todos é o desperdício da vida. É triste ver pessoas que não sabem utilizar seus talentos, pois qualquer tipo de aptidão exige dedicação para desabrochar, assim como o amor requer cuidados constantes para acontecer em toda a sua plenitude. A maioria das pessoas, no entanto, passa pelas oportunidades sem lhes dar atenção. Muitas se arrependem por não ter se dedicado ao grande amor de suas vidas; outras, por ter jogado fora oportunidades profissionais. Quando alguém se dedica a alimentar ilusões, perde oportunidades... Alguém com falta de visão, que não percebe o que realmente é importante na vida, perde amores, empregos, amigos e, o que é pior, a própria vida.

domingo, 7 de dezembro de 2014

IMPERATIVOS - H. Jackson Brown

• Dê mais às pessoas, MAIS do que elas esperam, e faça com alegria. • Decore seu poema favorito. • Não acredite em tudo que você ouve, gaste tudo o que você tem e durma tanto quanto você queira. • Quando disser "Eu te amo" olhe as pessoas nos olhos. • Fique noivo pelo menos seis meses antes de se casar. • Acredite em amor à primeira vista. • Nunca ria dos sonhos de outras pessoas. • Ame profundamente e com paixão. • Você pode se machucar, mas é a única forma de viver a vida completamente. • Em desentendimento, brigue de forma justa, não use palavrões. • Não julgue as pessoas pelo seus parentes. • Fale devagar, mas pense com rapidez. • Quando alguém perguntar algo que você não quer responder, sorria e pergunte: "Porque você quer saber?". • Lembre-se que grandes amores e grandes conquistas envolvem riscos. • Ligue para sua mãe. • Diga "saúde" quando alguém espirrar. • Quando você se der conta que cometeu um erro, tome as atitudes necessárias. • Quando você perder, não perca a lição. • Lembre-se dos três Rs: Respeito por si próprio, respeito ao próximo e responsabilidade pelas ações. • Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade. • Sorria ao atender o telefone, a pessoa que estiver chamando ouvirá isso em sua voz. • Case com alguém que você goste de conversar. Ao envelhecerem, suas aptidões de conversação serão tão importantes quanto qualquer outra. • Passe mais tempo sozinho. • Abra seus braços para as mudanças, mas não abra mão de seus valores. • Lembre-se de que o silêncio, às vezes, é a melhor resposta. • Leia mais livros e assista menos TV. • Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar mais velho e olhar para trás, você poderá aproveitá-la mais uma vez. • Confie em Deus, mas tranque o carro. • Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo que puder para criar um lar tranquilo e com harmonia. • Em desentendimento com entes queridos, enfoque a situação atual. • Não fale do passado. • Leia o que está nas entrelinhas. • Reparta o seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade. • Seja gentil com o planeta. • Reze. Há um poder incomensurável nisso. • Nunca interrompa enquanto estiver sendo elogiado. • Cuide da sua própria vida. • Não confie em alguém que não fecha os olhos enquanto beija. • Uma vez por ano, vá a algum lugar onde nunca esteve antes. • Se você ganhar muito dinheiro, coloque-o a serviço de ajudar os outros, enquanto você for vivo. Esta é a maior satisfação da riqueza. • Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele em que o amor de um pelo outro é maior do que a necessidade de um pelo outro. • Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para conseguir. • Lembre-se de que seu caráter é seu destino. • Usufrua o amor e a culinária com abandono total.

PSICOPATIA: HOMENS MAUS E ESPÍRITOS MAUS

Responder porque uma pessoa é psicopata é tão difícil que nem mesmo a Psiquiatria, a Psicologia e a Neurologia conseguiram chegar a um consenso. O que se sabe, cientificamente, é muito pouco. Há indícios que uma parte do cérebro dos psicopatas, responsável pela aquisição dos conceitos sobre o certo e o errado e que, por sua vez, provoca a culpa, não funciona nessas pessoas. Outros estudiosos apontam que a infância talvez seja o fator preponderante, onde algum trauma forte transformou a pessoa num ser frio e indiferente. Nesse caso, a causa seria mais de origem psicológica do que física. Enfim, a ciência ainda não tem uma explicação para a psicopatia. O que é um psicopata? É uma pessoa desprovida de sentimentos. Diante de um quadro que, a qualquer um causaria comoção, essa pessoa não se abala, nem sente nada. O psicopata não cria vínculos afetivos com ninguém e quando o faz é de maneira possessiva, onde a sensação de poder e posse estão acima do sentimento propriamente dito. Nem todos os psicopatas matam, mas se precisarem cometer um assassinato eles fazem sem a menor sensação de culpa. Matam as pessoas como se tivessem matando formigas ou fazendo uma simples refeição. Depois do ato são simplesmente incapazes de sentir culpa. Uma grande característica do psicopata é ser uma pessoa muito envolvente quando quer algo e ser exímia na arte de mentir. O psicopata mente de uma maneira tão convincente que pode enganar até o mais experiente psicólogo. Espiritualmente temos algumas informações que dão pistas sobre as causas da psicopatia. Segundo nos informam os espíritos superiores, os psicopatas são espíritos altamente inferiores na moral, são espíritos maus reencarnados, espíritos que se viciaram tanto na prática da maldade que passaram a achá-la natural e boa. Não seguem e nem acreditam em nenhum tipo de código de moral. Podem ser altamente intelectualizados, mas rastejam na moral. Quando um espírito desses vai reencarnar, no contato com o novo cérebro que vai receber, lesiona inconscientemente as zonas cerebrais responsáveis pela noção do certo e do errado, tornando-o imune a qualquer ensinamento ou filosofia moral. É um espírito altamente perigoso. Por que Deus permite que eles reencarnem? Por dois motivos. A cada reencarnação o psicopata melhora um pouco, ainda que essa melhora seja pouco perceptível. Os sofrimentos que passam, decorrentes de suas ações, aos poucos e muito lentamente vai lhes modificando o mundo íntimo. Só muitas vidas é que farão do psicopata uma pessoa melhor e mais sensível. O outro motivo de Deus permitir que um psicopata reencarne é porque ainda existem na Terra pessoas que precisam passar pelo sofrimento para evoluir. Não é um sofrimento obrigatório, mas escolhido pelas próprias pessoas ou imposto pela lei de causa e efeito. Enquanto existirem pessoas precisando sofrer, os psicopatas continuarão reencarnando no planeta. O mal é terrível, mas ainda é necessário no nível de evolução que estamos. Quando não precisarmos mais dele, ele irá desaparecer para sempre. Kardec, o codificador do Espiritismo, se ocupou de buscar fundamentação para essa hipótese, estudando as propriedades daquilo que à época recebia o nome de "fluidos" (eletricidade, magnetismo, calor), e ampliando a pesquisa para o que chamou de "fluidos psíquicos" ou "espirituais". Concluiu que o perispírito seria um corpo fluídico que envolve o espírito na condição de ente "semimaterial". Mais "grosseiro" que o espírito e mais "sutil" que o corpo, seria o responsável, entre outras funções, pela transmissão da vontade daquele para este e das sensações do corpo para o espírito. Seria constituído a partir de modificações particulares do "Fluido Cósmico Universal", que Kardec defendia ser a matéria primordial de que se compõe o universo. O perispírito é um "corpo" dotado de "centros de força", a que os orientais chamam de Chakras. O perispírito tem, assim, a função de "modelar" o corpo físico (chamado de soma), de forma que cada centro de força corresponde a uma glândula e está intimamente ligado ao sistema nervoso, através do qual conduz ao corpo as deliberações do espírito, e a este transporta as impressões sensoriais. Desempenha, também, o importante papel de elo entre o espírito comunicante e o espírito encarnado nos fenômenos mediúnicos. O perispírito emite ainda "vibrações", transformando os "fluidos semi-materiais", de acordo com os pensamentos: pode, assim, variar da "luminosidade mais elevada" até aspectos mais "repugnantes", consoante a "qualidade" de quem os emite. Sob certas condições, o perispírito pode sofrer uma deformação que lhe empresta um formato ovoide. O processo é conhecido como ovoidização e está ligado a impulsos autodestrutivos, de vingança, e ao desejo de não permanecer no mundo espiritual. O perispírito, também conhecido como corpo fluídico dos Espíritos, é o que as outras religiões chamam de corpo espiritual. A matéria que constitui o corpo físico e o perispírito é “[...] um dos mais importantes produtos do fluido cósmico [...]. No perispírito, a transformação molecular se opera diferentemente, porquanto o fluido conserva a sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. O corpo perispirítico e o corpo carnal têm, pois, origem no mesmo elemento primitivo; ambos são matéria, ainda que em dois estados diferentes.” Os elementos que formam o perispírito é retirado do meio ambiente onde vive o Espírito, encarnado ou desencarnado. “Participa ao mesmo tempo da eletricidade, do fluido magnético e, até certo ponto, da matéria inerte.[...] É o princípio da vida orgânica, porém não o da vida intelectual, que reside no Espírito. É, além disso, o agente das sensações exteriores.No corpo, essas sensações estão localizadas nos órgãos que lhes servem de canais. Destruído o corpo, as sensações se tornam gerais.” O perispírito não é igual em todas as pessoas, ainda que os elementos constituintes sejam os mesmos. “[...] A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito. Os Espíritos inferiores não podem mudar de envoltório a seu bel prazer e, por conseguinte, não podem passar, à vontade, de um mundo para outro. O envoltório fluídico de alguns deles, se bem que etéreo e im­ponderável com relação à matéria tangível, é ainda pesado demais, se assim nos podemos exprimir, com relação ao mundo espiritual, para não permitir que eles saiam do meio que lhes é próprio. Nessa categoria se devem incluir aqueles cujo perispírito é tão grosseiro, que eles o confundem com o corpo carnal, razão por que continuam a crer-se vivos [encarnados].” Outro ponto, não menos importante: “Sendo um dos elementos constitutivos do homem, o perispírito desempenha importante papel em todos os fenômenos psicológicos e, até certo ponto, nos fenômenos fisiológicos e patológicos.”

domingo, 30 de novembro de 2014

REVOLUÇÃO DA ALMA -

"Ninguém é dono de sua felicidade, por isso: não entregue sua alegria, sua paz e sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém! Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, das vontades ou dos sonhos de quem quer que seja. A razão da sua vida é você mesmo. A sua paz interior é a sua meta de vida. Quando sentir um vazio na alma, quando acreditar que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remeta seu pensamento para os seus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você. Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você. Não coloque objetivos longe demais de suas mãos, abrace os que estão ao seu alcance hoje. Se anda desesperado por problemas financeiros, amorosos ou de relacionamentos familiares, busque em seu interior a resposta para acalmar-se. Você é reflexo do que pensa diariamente. Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então abra um sorriso para aprovar o mundo que quer oferecer a você o melhor. Com um sorriso no rosto as pessoas terão as melhores impressões de você, e você estará afirmando para você mesmo, que está pronto para ser feliz. Trabalhe, trabalhe muito a seu favor. Pare de esperar a felicidade sem esforços. Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou inda. Critique menos, trabalhe mais. E, não se esqueça nunca de agradecer. Agradeça tudo que está em sua vida neste momento, inclusive a dor. Nossa compreensão do universo ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja na nossa vida. A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las. Se você anda repetindo muito: “eu preciso tanto de você” ou, “você é a razão da minha vida” - cuide-se. É lícito afirmar que são prósperos os povos cuja legislação se deve aos filósofos. A inteligência é a insolência educada. Nosso caráter é o resultado de nossa conduta. Egoísmo não é amor, mas sim, uma desvairada paixão por nós próprios. O homem sábio não busca o prazer, mas a libertação das preocupações e sofrimentos. Ser feliz é ser auto suficiente... Seja senhor de sua vontade e escravo da sua consciência. Pense nisso! Seja Feliz!

O ENVOLTÓRIO SEMI MATERIAL DO ESPÍRITO

Perispírito é o laço que une o corpo e o Espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial. Também conhecido como corpo fluídico dos Espíritos, ele é o que as outras religiões chamam de corpo espiritual. A morte é, portanto, a destruição do envoltório mais grosseiro, o corpo físico. O Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal , mas que pode se tornar acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede nas aparições. O espírito é envolvido por uma substância, vaporosa para os olhos físicos, mas ainda bastante grosseira para os espíritos. Vaporosa para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira. Da mesma maneira que o gérmen de um fruto é envolvido pelo perisperma, do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito. O perispírito é a matriz do corpo físico. Ele traz todas as informações sobre as experiências anteriores das nossas sucessivas encarnações e transmite para o novo corpo as condições necessárias para o espírito ressarcir seus débitos, ou corrigir os erros cometidos no processo de reeducação do espírito. Pode inclusive trazer uma programação de doença como meio de evolução daquele espírito reencarnante. Por isso, deve-se incluir na psicogênese do transtorno esquizofrênico, a consciência de culpa das ações vivenciadas em existências anteriores, quando a delinquência assinalou o desenvolvimento do Self, hedonista e explorador, que somente utilizou dos amigos e conhecidos para os explorar, traindo-lhes a confiança ou covardemente destruindo-lhes o corpo em horrorosos crimes que não foram justiçados, porque passaram desconhecidos ou as circunstâncias legais não os alcançaram. Não havendo sido liberados pela reparação através dos cometimentos impostos pela Lei vigilante, insculpiram nas delicadas tecelagens vibratórias do corpo perispiritual a responsabilidade infeliz, que ora ressurge como cobrança, necessidade de reparação, impositivo de reequilíbrio, de recomposição social, familial, humana. Eis que nessa, como noutras ocorrências psicopatológicas, a interferência de seres desencarnados ou de outra dimensão, se assim for mais acessível ao entendimento, impondo sua vontade dominadora sobre aquele que o infelicitou no curso da existência anterior, produz a distonia equivalente àquelas que procedem das psicogêneses internas e externas. Essa imposição psíquica frequente e insidiosa afeta os neurotransmissores, facultando que moléculas - neuropeptídeos - responsáveis pelo equilíbrio das comunicações, as desconectem, produzindo a alienação. A mente, que não é física, emite ondas especiais que são captadas por outras equivalentes, que sincronizam com as emissões que lhe são direcionadas. Há, em todo o Universo, intercâmbio de mentes, de pensamentos, de vibrações, de campos de energia... No que diz respeito às afinidades psíquicas, a sintonia vibratória permite que sejam decodificadas mensagens mentais por outros cérebros que as captam, conforme os admiráveis fenômenos parapsicológicos da telepatia, da clarividência, da precognição, da retrocognição, cujas experiências em laboratório tornaram-nos cientificamente comprovados, reais. É natural, portanto, que não havendo a destruição do Self quando ocorre a morte ou desencarnação do ser humano, a mente prossiga enviando suas mensagens de acordo com as construções emocionais de amor ou de ira, de felicidade ou de desdita, que se fazem captadas por estações mentais ou campos psi, dando curso às inspirações, às percepções enobrecidas ou perturbadoras, facultando o surgimento das nefastas obsessões de efeitos calamitosos. É muito mais vasto o campo dessas intercorrências espirituais do que se pode imaginar, sucedendo tão amiúde, que seria de estranhar-se não as encontrar nos transtornos neuróticos ou psicóticos de qualquer natureza. O Self, dessa maneira, desenvolve-se mediante as experiências que o acercam do Arquétipo Primacial, no qual haure vitalidade e força, transferindo todas as aquisições nobres ou infelizes para futuros cometimentos, assim ampliando os primeiros e recuperando-se dos segundos, armazenando todas as experiências que o conduzirão à individuação plena, ao luminoso ou sintonia com Deus. Mergulhando, a princípio, no deus interno, desperta o potencial de sabedoria e de amor que nele jazem, a fim de poder crescer em amplitude no rumo do Deus Criador do Universo... A saúde mental somente é possível quando o Self, estruturado em valores éticos nobres, compreende a finalidade precípua da existência humana, direcionando os seus sentimentos e conhecimentos em favor da ordem, do progresso, do bem-estar de toda a sociedade.

domingo, 23 de novembro de 2014

OU NOS CONFORMAMOS OU LUTAMOS - Mário Quintana

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho... Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...e não brinque com ele. E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo. Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe... Que ele é superior ao ódio e ao rancor. Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas... Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, Mesmo quando a situação não for muito alegre... E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor. Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém... E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto. Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata... Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem. Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela... Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável... Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples... Um dia percebemos que o comum não nos atrai... Um dia saberemos que ser classificado como o "bonzinho" não é bom... Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você... Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso... Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais... Enfim... Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem que ser dito... O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras...

ESQUIZOFRENIA, A "NEUROSE NARCISISTA" -

Inicialmente, para que saibamos identificar quando alguém se encontra em surto psicótico, observemos essa pessoa e verifiquemos se ela, repentinamente, e sem aviso, passou a ter: - Delírios ou alucinações ou seja passou a ver ou ouvir coisas que não estão acontecendo. - Falou de forma desorganizada, rápido demais ou falou coisas muito incoerentes. - Se se comportou de forma incoerente ou ficou catatônica (paralisada e sem qualquer reação). - Se demonstrou tumulto emocional. - Se demonstrou oscilação de humor deprimido para euforia, e vice versa, muito acentuada. A normalidade socialmente constituída e referendada depende de critérios socioculturais e ideológicos arbitrários, e, às vezes, dogmáticos e doutrinários. Exemplos de tais conceitos de normalidade são aqueles com base na adaptação do indivíduo às normas morais e políticas de determinada sociedade. O isolamento parece ser para muitos um meio de sobrevivência, de salvação. “Encontrei salvação provisória no camping, ou seja, no isolamento em relação “aos outros”, os que viviam uma vida normal, trabalhavam com a finalidade de construir ou manter um lar, ter uma casa, filhos, etc...” “O camping trazia-me o apaziguamento, o esquecimento, pelo menos provisório, de todas as asperezas que incessantemente me arrasavam.” Pessoas com esquizofrenia paranoide podem acreditar que outros estão deliberadamente trapaceando, fustigando, envenenando, espiando ou tramando contra elas ou contras as pessoas de que gosta. Essas crenças são chamadas de delírios de perseguição. As pessoas com esquizofrenia paranoide não são especialmente propensas à violência, e frequentemente preferem ser deixadas sozinhas. Visão distorcida da realidade e ideia fixa são outras características de um sujeito acometido por esquizofrenia. Somem-se a estas o desejo de fuga, isolamento e constante luta com o mundo, daí as pessoas com esquizofrenia paranoide tentarem suicídio mais frequentemente. Sob o aspecto da afetividade, atividade do psiquismo que constitui a vida emocional do ser humano e que penetra todos os demais aspectos da vida psíquica, há em todo esquizofrênico indícios bem próprios da esquizofrenia, sob o ponto de vista das perturbações do afeto. Não podemos esquecer que a afetividade constitui o aspecto da vida psíquica que mais precoce e constantemente se altera em estados psicopatológicos de qualquer feitio ou natureza. Um sintoma tipicamente esquizofrênico são as ambitimias ou ambivalência afetiva. Aqui se trata da coexistência de estados afetivos diversos e inconciliáveis. Não é ambiguidade de sentimentos nem dúvida, é o sentimento que perdeu a sua unidade. “Os pais? Quem são ? Seres aos quais se pode fazer sofrer sem que a gente sofra. Pessoas que se pode ferir sem temer represália. Não são os pais os principais, os primeiros responsáveis?” “Salvo quando a depressão me invade – período no qual acuso confusamente meus pais de responsáveis pelo meu estado e nos quais reentro dolorosamente dentro de mim mesmo -, sou feliz por vê-los periodicamente.” “Não sei o que será minha existência quando meus pais não estiverem mais aqui... É melhor nem pensar.” Outro aspecto são as paratimias, sentimentos inadequados e paradoxais. Nesse aspecto há discordância entre sentimentos e pensamentos, ou seja, o que é expressado ou narrado não condiz com suas expressões afetivas. Acontece cisão do núcleo de pensamento. As neotimias diz respeito ao surgimento de sentimentos novos, extravagantes, insólitos e inusitados, vividos com apreensão, angústia e perplexidade. Ocorre sobretudo no início dos quadros de esquizofrenia A diminuição da expressão dos sentimentos sobretudo aqueles que asseguram os nexos afetivos familiares é o que ocorre quando acontece o embotamento afetivo, presente em quadros de esquizofrenia de longa data. Sob o aspecto do humor, o esquizofrênico experimenta o polo depressivo. Os afetos são profundos, há tendência ao pessimismo, a ressonância afetiva é com o desprazer. Há sentimentos de impotência, insuficiência, menos-valia, as vivências ligam-se aos temas de morte, perda, culpa, insucesso, etc. Os indivíduos se queixam de que viver é um "pesadelo difícil, arrastado e que as horas não passam.” Às vezes, quando lemos um relado de um esquizofrênico, temos a sensação de tratar-se de um texto poético que fala das dores de um ser em constante luta pela vida, e não de uma confissão do profundo sofrimento de alguém vítima da esquizofrenia e com uma consciência admirável de todo o processo. Não falam de si poetas como Fernando Pessoa ( “(...)Um internado num manicômio é, ao menos, alguém,/ Eu sou um internado num manicômio sem manicômio./ Estou doido a frio, / Estou lúcido e louco, / Estou alheio a tudo e igual a todos:/ estou dormindo desperto com sonhos que são loucura / Porque não são sonhos. / Estou assim...(...)”, Carlos Drummond de Andrade, Augusto dos Anjos, Rilke, André Gide, Jean Genet, José Régio e tantos outros? Depois de tudo, a sensação de ter se debruçado sobre a alma atormentada de alguém que “tinha descido um degrau a mais na escada infernal e se ele não desembocava na noite do espírito, é preciso reconhecer que levava insensivelmente a andares inferiores, senão subterrâneos, onde a luz mal chegava e onde era cada vez mais difícil distinguir formas de verdade.” Nos transtornos psicóticos profundos, a esquizofrenia destaca-se aterrorizante, face à alienação que impõe ao paciente, afastando-o o convívio social e conduzindo-o à vivência da própria incúria, sem a capacidade de discernimento que se encontra embotada. Denominada por Freud como "neurose narcisista", indicada por Kraepelin, que estabeleceu como sintoma frequente a "indiferença ou embotamento afetivo", coube a Bleuler assinalar que o paciente é vítima de uma "desagregação do pensamento", que produz uma certa rigidez com extrema "dificuldade de exteriorização dos sentimentos", não sendo, portanto, imune à afetividade. Clinicamente apresenta-se sob três formas, consideradas clássicas: hebefrenia, catatonia e paranoia. Posteriormente foi acrescentada uma outra, que ficou denominada como esquizofrenia simples.

domingo, 16 de novembro de 2014

LOUCOS E SANTOS - Marcos Lara Resende

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.

ESQUIZOFRENIA: A REALIDADE FRAGMENTADA

Inicialmente, é necessário que nos perguntemos o que é NORMALIDADE para nós. Isso para que possamos nos aproximar de outra pessoa sem emitir qualquer diagnóstico precipitado de loucura, fundamentado tão somente na nossa incapacidade de lidar com o diferente. Precisamos nos questionar até onde vai a normalidade e qual o nosso limite que assegura essa normalidade. A partir de que limite nos tornamos vulneráveis à loucura, ou nos achamos isentos dela? Alguns pacientes esquizofrênicos são normais até que situações adversas e pressões físicas e psicológicas os fizeram perder o controle e o equilíbrio. Logo, precisamos nos questionar: até que onde podemos nos manter dentro de um conceito de normalidade, limítrofe da loucura? O primeiro critério a respeito de normalidade que geralmente nós utilizamos é o de saúde como “ausência de sintomas, de sinais ou de doenças”. Segundo expressiva formulação de René Leriche (1936): “a saúde é a vida no silêncio dos órgãos”. Normal, do ponto de vista psicopatológico, seria, então, aquele indivíduo que simplesmente não é portador de um transtorno mental definido. Tal critério é bastante falho e precário, pois baseia-se em uma “definição negativa”, ou seja, define-se a normalidade não por aquilo que ela supostamente é, mas, sim, por aquilo que ela não é, pelo que lhe falta ( Almeida Filho; Jucá, 2002). A partir desta visão, começamos por indagar: seria normal aquela pessoa que assim se manteve até que começou uma série de pressões externas que levaram-na ao seu limite do suportável? E aí entra o aspecto da normalidade como processo. Neste caso, mais que uma visão estática, consideram-se os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das desestruturações e das reestruturações ao longo do tempo, de crises, de mudanças próprias a certos períodos etários. A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu, em 1946, a saúde como o completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente como ausência de doença. É um conceito criticável por ser muito vasto e impreciso, pois bem-estar é algo difícil de se definir objetivamente. Além disso, esse completo bem-estar físico, mental e social é tão utópico que poucas pessoas se encaixariam na categoria “saudáveis”. Uma vez que a doença mental caracteriza-se essencialmente por uma perturbação da relação com o próximo, torna-se um círculo vicioso que faz da vida do doente um trágico mal-entendido. Não há no doente a capacidade de suportar situações de desconforto quando inserido no meio social criador de pressões as mais diversas. Daí porque o doente mental adquire a ideia fixa de liberdade. Alguns autores de orientação fenomenológica e existencial propõem conceituar a doença mental como perda da liberdade existencial. Dessa forma, a saúde mental se vincularia às possibilidades de transitar com graus distintos de liberdade sobre o mundo e sobre o próprio destino. A doença mental é constrangimento do ser, é fechamento, fossilização das possibilidades existenciais. Dentro desse raciocínio, o psiquiatra gaúcho Cyro Martins (1981) afirmava que a saúde mental poderia ser vista, até certo ponto, como a possibilidade de dispor de “senso de realidade, senso de humor e de um sentido poético perante a vida”, atributos estes que permitiriam ao indivíduo “relativizar” os sofrimentos e as limitações inerentes à condição humana e, assim, desfrutar do resquício de liberdade e prazer que a existência oferece. Muitas pessoas que dizem se sentir bem, “muito saudáveis e felizes”, como no caso de sujeitos em fase maníaca, apresentam, de fato, um transtorno mental grave. A muitos parece que o esquizofrênico surta de uma hora para outra. Há pressões, insatisfações, carências, muitas vezes imperceptíveis até mesmo para o paciente, que o levam ao limite. E aquilo que é de bom tamanho para outrem, toma proporções anormais para quem vivencia situações limítrofes. A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica endógena, que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. A pessoa pode ficar fechada em si mesma, com o olhar perdido, indiferente a tudo o que se passa ao redor ou, os exemplos mais clássicos, ter alucinações e delírios. Ela ouve vozes que ninguém mais escuta e imagina estar sendo vítima de um complô diabólico tramado com o firme propósito de destruí-la. Não há argumento nem bom senso que a convença do contrário. Antigamente, esses indivíduos eram colocados em sanatórios para loucos, porque pouco se sabia a respeito da doença. No entanto, nas últimas décadas, houve grande avanço no estudo e tratamento da esquizofrenia que, quanto mais precocemente for tratada, menos danos trará aos doentes. O problema é considerado patológico a partir do momento em que é disfuncional, produz sofrimento para o próprio indivíduo ou para seu grupo social. De modo geral, há dois tipos de sintomas: os produtivos e os negativos. Os sintomas produtivos são, basicamente, os delírios e as alucinações. O delírio se caracteriza por uma visão distorcida da realidade. O mais comum, na esquizofrenia, é o delírio persecutório. O indivíduo acredita que está sendo perseguido e observado por pessoas que tramam alguma coisa contra ele. Imagina, por exemplo, que instalaram câmeras de vídeo em sua casa para descobrirem o que faz a fim de prejudicá-lo. As alucinações caracterizam-se por uma percepção que ocorre independentemente de um estímulo externo. Por exemplo: o doente escuta vozes, em geral, as vozes dos perseguidores, que dão ordens e comentam o que ele faz. São vozes imperativas que podem levá-lo ao suicídio, mandando que pule de um prédio ou de uma ponte. Delírio e alucinações são sintomas produtivos que respondem mais rapidamente ao tratamento. No outro extremo, estão os sintomas negativos da doença, mais resistentes ao tratamento, e que se caracterizam por diminuição dos impulsos e da vontade e por achatamento afetivo. Há a perda da capacidade de entrar em ressonância com o ambiente, de sentir alegria ou tristeza condizentes com a situação externa.

domingo, 9 de novembro de 2014

MEU NOME É FELICIDADE -

Meu nome é Felicidade. Faço parte da vida daqueles que têm amigos, pois ter amigos é ser feliz. Faço parte da vida daqueles que vivem cercados por pessoas como você, pois viver assim é ser feliz! Faço parte da vida daqueles que acreditam que ontem é passado, amanhã é futuro e hoje uma dádiva, por isso que é chamado de Presente. Faço parte da vida daqueles que acreditam na Força do AMOR, que acreditam que para um história bonita não há ponto final. Eu sou casada, sabiam? Sou casada com o Tempo. Ah! O meu marido é lindo sim. Ele é responsável pela solução de todos os problemas. Ele reconstrói corações partidos, ele cura machucados, ele vence a tristeza... Juntos tivemos três filhos: Amizade, Sabedoria e Amor. Amizade é a filha mais velha. Uma menina linda! Ela une pessoas, pretende nunca ferir, sempre consolar. A do meio é Sabedoria, culta, íntegra, sempre foi mais apegada ao pai, o Tempo. A sabedoria e o Tempo estão sempre juntos! O caçula é o Amor. Ah!! Como esse me dá trabalho! É teimoso, às vezes só quer morar em um lugar... Eu vivo dizendo: Amor, você foi feito para morar em muitos corações, não apenas em um. O Amor é complexo, mas é lindo, muito lindo! Quando ele começa a fazer estragos, eu chamo logo o pai dele. E aí o Tempo sai fechando todas as feridas que o Amor abriu! Uma pessoa muito importante me ensinou uma coisa: TUDO, NO FINAL DÁ CERTO, SE AINDA NÃO DEU, É PORQUE NÃO CHEGOU O FINAL. Por isso, acredite sempre na minha família. Acredite no Tempo, na Amizade, na Sabedoria, e principalmente no Amor. Aí com certeza um dia eu, a Felicidade, baterei em sua porta!! Tenha Tempo para os seus sonhos, eles conduzem sua carruagem para as estrelas. Tenha FÉ em DEUS! Tenha um excelente dia!! E não esqueça, SORRIA!! O seu sorriso pode alegrar a vida dos que o cercam!!

ACEITAR-SE A SI MESMO - (A maior parte do texto é de autoria de Lizst Rangel)

Hoje, as pessoas que possuem celular com o recurso de tirar foto de si mesmas, falam em tirar um "selfie". Palavra tem como base uma palavra inglesa “self” e que, ao contrário do que se costuma pensar, não tem qualquer relação com o ato de tirar a própria foto. A expressão inglesa pode significar, "Eu", "si mesmo", "personalidade", "natureza" e até "caráter". Sendo assim, tirar um self significa fotografar a própria imagem, porém a fotografia assim mesmo, não captará seu self. No Espiritismo, como na Psicologia, nós utilizamos esta palavra e, em albos, o self não é uma entidade estável, imutável. Ou seja, o self é um processo constante e não pode ser comparado a uma fotografia que apenas congela o momento. Para o psicólogo americano, Carl Rogers, quando se referia ao “self”, queria que o indivíduo entrasse em contato com sua identidade, iniciando assim seu autoconhecimento e de forma contínua. Por outro lado, o autoconhecimento não deve ser confundido com a tão divulgada Reforma Íntima. Reforma se faz em casa e apto, até na garagem, ou quando chega no fim de ano, resolve-se passar uma mão de tinta barata no muro e depois que chega o inverno, chove e a tinta cai, mostrando as texturas dos anos anteriores. Isto, na verdade, poderia ser comparado com as máscaras das representações sociais que o indivíduo usa. O desconforto se agrava na vida psíquica do indivíduo por ele não conseguir conciliar seu self com seu ideal. E neste mundo virtual de photoshop, o que não falta em revista masculina e em facebook, é a busca pelo self ideal. Quanto maior afastamento da própria realidade, mais gera incongruência, ou seja, discordância entre o self real e o self ideal, e consequentemente, mais o indivíduo se torna neurótico, mais se torna infantil, dificultando o seu amadurecimento psicológico. Para Rogers, o autoconhecimento só é viável quando se entra em contato com o self, sem subterfúgios ou dissimulações. Entretanto, o problema reside neste fator. O Homem não consegue ser autêntico, ou como Rogers definiria, "congruente". Para ele, pessoas congruentes são mais felizes, pois aliam o autoconceito, o que sabem de si mesmas e se aceitam como são, com o discurso e o comportamento (experiência). Veja por exemplo, as crianças, como são congruentes com o que pensam e falam (FADIMAN). Também não se deve confundir, "aceitar-se" com 'zona de conforto', 'comodismo' ou em expressar a natureza primitiva, sem a mínima "regra de civilização", como bem definiu Freud. Atualmente, este comportamento é chamado de Síndrome de Gabriela, numa referência à música “Gabriela” de Dorival Caymmi: "eu nasci assim, eu vivi assim, e sou mesmo assim, vou sempre assim, Gabrieeeela..." Já os incongruentes, negam, frequentemente, o que sentem. Isto se aplica tanto aos homens quanto às mulheres. Ciúme, por exemplo, é um sentimento que geralmente é trocado por quem o sente por outro estado emocional e recebe o nome de "cuidado" ou "zelo", porém o comportamento desconfiado, e que maltrata o ser amado não quer dizer cuidado, quer? Muitas vezes, na infância, os incongruentes foram crianças reprimidas por seus pais ou educadores. Podem tornar-se indivíduos indecisos e com baixa na autoestima, não se achando capazes para suas conquistas. Quanto maior incongruência, portanto, aumenta-se a soma de conflitos psicológicos, em especial a ambivalência, como as do tipo, "eu odeio este emprego, mas preciso dele!", ou ainda, "minha família me sufoca, mas preciso dela, porém meu desejo mesmo é o de chutar o pau da barraca..." Situações como estas, tendem a levar o indivíduo a neurotizar, aumentando a sua ansiedade, tornando-a patológica. Não se deve porém, considerar toda pessoa incongruente como sendo leviana ou consciente no que faz ou sente, pois ela pode simplesmente agir assim por falta de referencial. Eis o porquê da proposta da terapia ser centrada na Pessoa. Neste contexto, também a religião cristã teve uma negativa contribuição a dar quando ensinou ao Homem "pecador" a ser "bonzinho" na Casa de Deus, voltar a pecar durante a semana e retornar arrependido no domingo para confessar. Criaram uma sociedade de ansiosos e de hipócritas, o que gerou um emaranhado de conflitos entre ser e aparentar, mas enquanto isto, escolhemos a melhor fantasia para brincar o carnaval durante todo o ano. Isto implica também dizer que, quanto mais máscaras usamos, mais nos tornamos alienados. "Isto é o que, em nossa opinião, constitui o estado de alienação de si. O indivíduo faltou com a sinceridade consigo mesmo (Rogers apud Fadiman, p. 231). Quando, então, obrigamos alguém, ou este se sente pressionado a expressar o que não sente ou o pior, o oposto do que sente, além de se tratar de uma auto-anulação que custará caro ao seu psiquismo, neste momento surge o processo de alienação. Assim, o indivíduo criará uma falsa auto-imagem. Neste ritmo, ocorrerá o quê? Aumento da ansiedade, crises de pânico, atitudes incongruentes e além de neuróticos, podem gerar até comportamentos psicóticos. E não é assim que se comportam os psicóticos? Ou seja, quando então, ao usarem demais seus mecanismos de defesa, se fragilizam e terminam por buscar um reequilíbrio através de experiências nada saudáveis, especialmente as que foram objeto de frustração. É por isso então, que este ciclo torna-se repetitivo, viciante. Então, o caminho é entrar em contato consigo, experienciar-se, abandonar a rigidez, de forma que em suas escolhas não haja incongruência entre valores e bem estar psíquico, a fim de que seu contato com o self seja algo prazeroso, uma experiência com o seu eu, sem tirar fotografias é claro. Assim, diminuirão os conflitos, a ansiedade generalizada, os infelizes episódios de pânico, de insatisfação e frustração consigo. Aceitar-se a si mesmo é uma eleição. Aceitar-se a si mesmo é um passo fundamental no processo de adquirir uma autoestima saudável, porque vai nos permitir concentrar-nos no que amamos sobre nós mesmos e ao mesmo tempo ser conscientes do que não gostamos e começar a mudar o que é possível ser mudado. A realidade é que sempre sentimos negativismos sobre nós mesmos. Muitas pessoas passam muitos anos e até toda a vida sem se tornar consciente da sua falta de auto aceitação. Em geral elas dizem que se aceitam, mas sempre há algo que não aceitam sobre si mesmas. Esta falta de auto aceitação as mantém travadas por muitos anos. Devido a isto, também sofrem de muita tensão e estresse. Aceitar-se a si mesmo significa se sentir feliz como somos. É aceitar, apoiar e aprovar a si mesmo e a todas as nossas partes, inclusive as que não gostamos. É não julgar a nós mesmos. A melhor maneira de aceitar-nos a nós mesmos é tomar a decisão. Temos que tomar a decisão de aceitar-nos incondicionalmente: "Eu me aceito a mim mesmo incondicionalmente". O próximo passo no processo é tomar consciência. Quando tomamos consciência de que temos um problema podemos resolvê-lo. Há muitas maneiras de se tornar consciente da sua falta de auto aceitação, também há muitas áreas que nem sempre aceitamos, como nossos corpos, nossas relações, nosso trabalho, etc. Aceitar-se a si mesmo é um passo fundamental no processo de adquirir uma auto estima saudável porque vai nos permitir nos concentrar no que amamos sobre nós mesmos e ao mesmo tempo ser conscientes do que não gostamos e começar a mudar isso, se for possível. Segundo Paulo Coelho, A ENERGIA VEM DE ACEITAR-SE A SI MESMO. Não tem a menor importância o que você esconde ou mostra ao seu semelhante – porque você sabe quem é. E se não se aceita como tal, mesmo o mais profundo ensinamento filosófico será incapaz de ter qualquer efeito. Mas quem é você? Será que entende que neste momento está cercado pela eternidade, e pode usar sua energia a seu favor? Partindo do princípio que conhece suas limitações, passe também a conhecer todas as suas possibilidades, e poderá ser chamado de um guerreiro impecável. A diferença entre um guerreiro impecável e os outros, é que aquele sabe como usar a sua força. Se você anda sentindo os efeitos da insatisfação com a sua vida, pare um momento para refletir. Será que você se aceita como você é, nesse exato momento? A auto aceitação e a consequente aceitação do outro como ele é, é uma das chaves para uma vida plena. Tanto quanto o organismo vivo tem necessidade do oxigênio para continuar vivo, precisamos nos aceitar e aceitar aos outros se desejarmos descobrir o caminho para a felicidade. Aceitação significa amar a nós mesmos exatamente como somos nesse momento. E às outras pessoas, exatamente como cada uma é nesse momento. Considerando a felicidade como um estado dinâmico, encontramos na aceitação uma lei fundamental que conduz ao amor, a paz, a saúde e a todas as outras realizações. O fato é que todo mundo, independente da posição que ocupa na vida, precisa de aceitação para ser feliz. Para colocar em prática a aceitação é preciso começar pela auto aceitação. Quem não se aceita como é, não tem possibilidade de se amar. Quem não se ama fica impedido de amar a quem quer que seja. Como alguém poderia dar aquilo que não tem? A auto aceitação permite que você assuma o controle sobre o seu destino. Quando você se aceita, deixa de colocar a sua energia em desculpas, culpas, acusações e em relacionamentos infelizes. Deixa, portanto, de atrair parceiros que funcionam como “para-raios”, enquanto você projeta neles suas dificuldades e seu medo de assumir as rédeas da sua vida. A aceitação daquilo que se é abre caminho para a conquista de realizações, através do reconhecimento das próprias fraquezas e virtudes, de onde se está e de onde se deseja chegar.