domingo, 30 de novembro de 2014

REVOLUÇÃO DA ALMA -

"Ninguém é dono de sua felicidade, por isso: não entregue sua alegria, sua paz e sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém! Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, das vontades ou dos sonhos de quem quer que seja. A razão da sua vida é você mesmo. A sua paz interior é a sua meta de vida. Quando sentir um vazio na alma, quando acreditar que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remeta seu pensamento para os seus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você. Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você. Não coloque objetivos longe demais de suas mãos, abrace os que estão ao seu alcance hoje. Se anda desesperado por problemas financeiros, amorosos ou de relacionamentos familiares, busque em seu interior a resposta para acalmar-se. Você é reflexo do que pensa diariamente. Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então abra um sorriso para aprovar o mundo que quer oferecer a você o melhor. Com um sorriso no rosto as pessoas terão as melhores impressões de você, e você estará afirmando para você mesmo, que está pronto para ser feliz. Trabalhe, trabalhe muito a seu favor. Pare de esperar a felicidade sem esforços. Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou inda. Critique menos, trabalhe mais. E, não se esqueça nunca de agradecer. Agradeça tudo que está em sua vida neste momento, inclusive a dor. Nossa compreensão do universo ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja na nossa vida. A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las. Se você anda repetindo muito: “eu preciso tanto de você” ou, “você é a razão da minha vida” - cuide-se. É lícito afirmar que são prósperos os povos cuja legislação se deve aos filósofos. A inteligência é a insolência educada. Nosso caráter é o resultado de nossa conduta. Egoísmo não é amor, mas sim, uma desvairada paixão por nós próprios. O homem sábio não busca o prazer, mas a libertação das preocupações e sofrimentos. Ser feliz é ser auto suficiente... Seja senhor de sua vontade e escravo da sua consciência. Pense nisso! Seja Feliz!

O ENVOLTÓRIO SEMI MATERIAL DO ESPÍRITO

Perispírito é o laço que une o corpo e o Espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial. Também conhecido como corpo fluídico dos Espíritos, ele é o que as outras religiões chamam de corpo espiritual. A morte é, portanto, a destruição do envoltório mais grosseiro, o corpo físico. O Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal , mas que pode se tornar acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede nas aparições. O espírito é envolvido por uma substância, vaporosa para os olhos físicos, mas ainda bastante grosseira para os espíritos. Vaporosa para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira. Da mesma maneira que o gérmen de um fruto é envolvido pelo perisperma, do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito. O perispírito é a matriz do corpo físico. Ele traz todas as informações sobre as experiências anteriores das nossas sucessivas encarnações e transmite para o novo corpo as condições necessárias para o espírito ressarcir seus débitos, ou corrigir os erros cometidos no processo de reeducação do espírito. Pode inclusive trazer uma programação de doença como meio de evolução daquele espírito reencarnante. Por isso, deve-se incluir na psicogênese do transtorno esquizofrênico, a consciência de culpa das ações vivenciadas em existências anteriores, quando a delinquência assinalou o desenvolvimento do Self, hedonista e explorador, que somente utilizou dos amigos e conhecidos para os explorar, traindo-lhes a confiança ou covardemente destruindo-lhes o corpo em horrorosos crimes que não foram justiçados, porque passaram desconhecidos ou as circunstâncias legais não os alcançaram. Não havendo sido liberados pela reparação através dos cometimentos impostos pela Lei vigilante, insculpiram nas delicadas tecelagens vibratórias do corpo perispiritual a responsabilidade infeliz, que ora ressurge como cobrança, necessidade de reparação, impositivo de reequilíbrio, de recomposição social, familial, humana. Eis que nessa, como noutras ocorrências psicopatológicas, a interferência de seres desencarnados ou de outra dimensão, se assim for mais acessível ao entendimento, impondo sua vontade dominadora sobre aquele que o infelicitou no curso da existência anterior, produz a distonia equivalente àquelas que procedem das psicogêneses internas e externas. Essa imposição psíquica frequente e insidiosa afeta os neurotransmissores, facultando que moléculas - neuropeptídeos - responsáveis pelo equilíbrio das comunicações, as desconectem, produzindo a alienação. A mente, que não é física, emite ondas especiais que são captadas por outras equivalentes, que sincronizam com as emissões que lhe são direcionadas. Há, em todo o Universo, intercâmbio de mentes, de pensamentos, de vibrações, de campos de energia... No que diz respeito às afinidades psíquicas, a sintonia vibratória permite que sejam decodificadas mensagens mentais por outros cérebros que as captam, conforme os admiráveis fenômenos parapsicológicos da telepatia, da clarividência, da precognição, da retrocognição, cujas experiências em laboratório tornaram-nos cientificamente comprovados, reais. É natural, portanto, que não havendo a destruição do Self quando ocorre a morte ou desencarnação do ser humano, a mente prossiga enviando suas mensagens de acordo com as construções emocionais de amor ou de ira, de felicidade ou de desdita, que se fazem captadas por estações mentais ou campos psi, dando curso às inspirações, às percepções enobrecidas ou perturbadoras, facultando o surgimento das nefastas obsessões de efeitos calamitosos. É muito mais vasto o campo dessas intercorrências espirituais do que se pode imaginar, sucedendo tão amiúde, que seria de estranhar-se não as encontrar nos transtornos neuróticos ou psicóticos de qualquer natureza. O Self, dessa maneira, desenvolve-se mediante as experiências que o acercam do Arquétipo Primacial, no qual haure vitalidade e força, transferindo todas as aquisições nobres ou infelizes para futuros cometimentos, assim ampliando os primeiros e recuperando-se dos segundos, armazenando todas as experiências que o conduzirão à individuação plena, ao luminoso ou sintonia com Deus. Mergulhando, a princípio, no deus interno, desperta o potencial de sabedoria e de amor que nele jazem, a fim de poder crescer em amplitude no rumo do Deus Criador do Universo... A saúde mental somente é possível quando o Self, estruturado em valores éticos nobres, compreende a finalidade precípua da existência humana, direcionando os seus sentimentos e conhecimentos em favor da ordem, do progresso, do bem-estar de toda a sociedade.

domingo, 23 de novembro de 2014

OU NOS CONFORMAMOS OU LUTAMOS - Mário Quintana

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho... Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...e não brinque com ele. E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo. Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe... Que ele é superior ao ódio e ao rancor. Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas... Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, Mesmo quando a situação não for muito alegre... E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor. Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém... E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto. Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata... Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem. Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela... Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável... Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples... Um dia percebemos que o comum não nos atrai... Um dia saberemos que ser classificado como o "bonzinho" não é bom... Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você... Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso... Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais... Enfim... Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem que ser dito... O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras...

ESQUIZOFRENIA, A "NEUROSE NARCISISTA" -

Inicialmente, para que saibamos identificar quando alguém se encontra em surto psicótico, observemos essa pessoa e verifiquemos se ela, repentinamente, e sem aviso, passou a ter: - Delírios ou alucinações ou seja passou a ver ou ouvir coisas que não estão acontecendo. - Falou de forma desorganizada, rápido demais ou falou coisas muito incoerentes. - Se se comportou de forma incoerente ou ficou catatônica (paralisada e sem qualquer reação). - Se demonstrou tumulto emocional. - Se demonstrou oscilação de humor deprimido para euforia, e vice versa, muito acentuada. A normalidade socialmente constituída e referendada depende de critérios socioculturais e ideológicos arbitrários, e, às vezes, dogmáticos e doutrinários. Exemplos de tais conceitos de normalidade são aqueles com base na adaptação do indivíduo às normas morais e políticas de determinada sociedade. O isolamento parece ser para muitos um meio de sobrevivência, de salvação. “Encontrei salvação provisória no camping, ou seja, no isolamento em relação “aos outros”, os que viviam uma vida normal, trabalhavam com a finalidade de construir ou manter um lar, ter uma casa, filhos, etc...” “O camping trazia-me o apaziguamento, o esquecimento, pelo menos provisório, de todas as asperezas que incessantemente me arrasavam.” Pessoas com esquizofrenia paranoide podem acreditar que outros estão deliberadamente trapaceando, fustigando, envenenando, espiando ou tramando contra elas ou contras as pessoas de que gosta. Essas crenças são chamadas de delírios de perseguição. As pessoas com esquizofrenia paranoide não são especialmente propensas à violência, e frequentemente preferem ser deixadas sozinhas. Visão distorcida da realidade e ideia fixa são outras características de um sujeito acometido por esquizofrenia. Somem-se a estas o desejo de fuga, isolamento e constante luta com o mundo, daí as pessoas com esquizofrenia paranoide tentarem suicídio mais frequentemente. Sob o aspecto da afetividade, atividade do psiquismo que constitui a vida emocional do ser humano e que penetra todos os demais aspectos da vida psíquica, há em todo esquizofrênico indícios bem próprios da esquizofrenia, sob o ponto de vista das perturbações do afeto. Não podemos esquecer que a afetividade constitui o aspecto da vida psíquica que mais precoce e constantemente se altera em estados psicopatológicos de qualquer feitio ou natureza. Um sintoma tipicamente esquizofrênico são as ambitimias ou ambivalência afetiva. Aqui se trata da coexistência de estados afetivos diversos e inconciliáveis. Não é ambiguidade de sentimentos nem dúvida, é o sentimento que perdeu a sua unidade. “Os pais? Quem são ? Seres aos quais se pode fazer sofrer sem que a gente sofra. Pessoas que se pode ferir sem temer represália. Não são os pais os principais, os primeiros responsáveis?” “Salvo quando a depressão me invade – período no qual acuso confusamente meus pais de responsáveis pelo meu estado e nos quais reentro dolorosamente dentro de mim mesmo -, sou feliz por vê-los periodicamente.” “Não sei o que será minha existência quando meus pais não estiverem mais aqui... É melhor nem pensar.” Outro aspecto são as paratimias, sentimentos inadequados e paradoxais. Nesse aspecto há discordância entre sentimentos e pensamentos, ou seja, o que é expressado ou narrado não condiz com suas expressões afetivas. Acontece cisão do núcleo de pensamento. As neotimias diz respeito ao surgimento de sentimentos novos, extravagantes, insólitos e inusitados, vividos com apreensão, angústia e perplexidade. Ocorre sobretudo no início dos quadros de esquizofrenia A diminuição da expressão dos sentimentos sobretudo aqueles que asseguram os nexos afetivos familiares é o que ocorre quando acontece o embotamento afetivo, presente em quadros de esquizofrenia de longa data. Sob o aspecto do humor, o esquizofrênico experimenta o polo depressivo. Os afetos são profundos, há tendência ao pessimismo, a ressonância afetiva é com o desprazer. Há sentimentos de impotência, insuficiência, menos-valia, as vivências ligam-se aos temas de morte, perda, culpa, insucesso, etc. Os indivíduos se queixam de que viver é um "pesadelo difícil, arrastado e que as horas não passam.” Às vezes, quando lemos um relado de um esquizofrênico, temos a sensação de tratar-se de um texto poético que fala das dores de um ser em constante luta pela vida, e não de uma confissão do profundo sofrimento de alguém vítima da esquizofrenia e com uma consciência admirável de todo o processo. Não falam de si poetas como Fernando Pessoa ( “(...)Um internado num manicômio é, ao menos, alguém,/ Eu sou um internado num manicômio sem manicômio./ Estou doido a frio, / Estou lúcido e louco, / Estou alheio a tudo e igual a todos:/ estou dormindo desperto com sonhos que são loucura / Porque não são sonhos. / Estou assim...(...)”, Carlos Drummond de Andrade, Augusto dos Anjos, Rilke, André Gide, Jean Genet, José Régio e tantos outros? Depois de tudo, a sensação de ter se debruçado sobre a alma atormentada de alguém que “tinha descido um degrau a mais na escada infernal e se ele não desembocava na noite do espírito, é preciso reconhecer que levava insensivelmente a andares inferiores, senão subterrâneos, onde a luz mal chegava e onde era cada vez mais difícil distinguir formas de verdade.” Nos transtornos psicóticos profundos, a esquizofrenia destaca-se aterrorizante, face à alienação que impõe ao paciente, afastando-o o convívio social e conduzindo-o à vivência da própria incúria, sem a capacidade de discernimento que se encontra embotada. Denominada por Freud como "neurose narcisista", indicada por Kraepelin, que estabeleceu como sintoma frequente a "indiferença ou embotamento afetivo", coube a Bleuler assinalar que o paciente é vítima de uma "desagregação do pensamento", que produz uma certa rigidez com extrema "dificuldade de exteriorização dos sentimentos", não sendo, portanto, imune à afetividade. Clinicamente apresenta-se sob três formas, consideradas clássicas: hebefrenia, catatonia e paranoia. Posteriormente foi acrescentada uma outra, que ficou denominada como esquizofrenia simples.

domingo, 16 de novembro de 2014

LOUCOS E SANTOS - Marcos Lara Resende

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.

ESQUIZOFRENIA: A REALIDADE FRAGMENTADA

Inicialmente, é necessário que nos perguntemos o que é NORMALIDADE para nós. Isso para que possamos nos aproximar de outra pessoa sem emitir qualquer diagnóstico precipitado de loucura, fundamentado tão somente na nossa incapacidade de lidar com o diferente. Precisamos nos questionar até onde vai a normalidade e qual o nosso limite que assegura essa normalidade. A partir de que limite nos tornamos vulneráveis à loucura, ou nos achamos isentos dela? Alguns pacientes esquizofrênicos são normais até que situações adversas e pressões físicas e psicológicas os fizeram perder o controle e o equilíbrio. Logo, precisamos nos questionar: até que onde podemos nos manter dentro de um conceito de normalidade, limítrofe da loucura? O primeiro critério a respeito de normalidade que geralmente nós utilizamos é o de saúde como “ausência de sintomas, de sinais ou de doenças”. Segundo expressiva formulação de René Leriche (1936): “a saúde é a vida no silêncio dos órgãos”. Normal, do ponto de vista psicopatológico, seria, então, aquele indivíduo que simplesmente não é portador de um transtorno mental definido. Tal critério é bastante falho e precário, pois baseia-se em uma “definição negativa”, ou seja, define-se a normalidade não por aquilo que ela supostamente é, mas, sim, por aquilo que ela não é, pelo que lhe falta ( Almeida Filho; Jucá, 2002). A partir desta visão, começamos por indagar: seria normal aquela pessoa que assim se manteve até que começou uma série de pressões externas que levaram-na ao seu limite do suportável? E aí entra o aspecto da normalidade como processo. Neste caso, mais que uma visão estática, consideram-se os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das desestruturações e das reestruturações ao longo do tempo, de crises, de mudanças próprias a certos períodos etários. A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu, em 1946, a saúde como o completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente como ausência de doença. É um conceito criticável por ser muito vasto e impreciso, pois bem-estar é algo difícil de se definir objetivamente. Além disso, esse completo bem-estar físico, mental e social é tão utópico que poucas pessoas se encaixariam na categoria “saudáveis”. Uma vez que a doença mental caracteriza-se essencialmente por uma perturbação da relação com o próximo, torna-se um círculo vicioso que faz da vida do doente um trágico mal-entendido. Não há no doente a capacidade de suportar situações de desconforto quando inserido no meio social criador de pressões as mais diversas. Daí porque o doente mental adquire a ideia fixa de liberdade. Alguns autores de orientação fenomenológica e existencial propõem conceituar a doença mental como perda da liberdade existencial. Dessa forma, a saúde mental se vincularia às possibilidades de transitar com graus distintos de liberdade sobre o mundo e sobre o próprio destino. A doença mental é constrangimento do ser, é fechamento, fossilização das possibilidades existenciais. Dentro desse raciocínio, o psiquiatra gaúcho Cyro Martins (1981) afirmava que a saúde mental poderia ser vista, até certo ponto, como a possibilidade de dispor de “senso de realidade, senso de humor e de um sentido poético perante a vida”, atributos estes que permitiriam ao indivíduo “relativizar” os sofrimentos e as limitações inerentes à condição humana e, assim, desfrutar do resquício de liberdade e prazer que a existência oferece. Muitas pessoas que dizem se sentir bem, “muito saudáveis e felizes”, como no caso de sujeitos em fase maníaca, apresentam, de fato, um transtorno mental grave. A muitos parece que o esquizofrênico surta de uma hora para outra. Há pressões, insatisfações, carências, muitas vezes imperceptíveis até mesmo para o paciente, que o levam ao limite. E aquilo que é de bom tamanho para outrem, toma proporções anormais para quem vivencia situações limítrofes. A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica endógena, que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. A pessoa pode ficar fechada em si mesma, com o olhar perdido, indiferente a tudo o que se passa ao redor ou, os exemplos mais clássicos, ter alucinações e delírios. Ela ouve vozes que ninguém mais escuta e imagina estar sendo vítima de um complô diabólico tramado com o firme propósito de destruí-la. Não há argumento nem bom senso que a convença do contrário. Antigamente, esses indivíduos eram colocados em sanatórios para loucos, porque pouco se sabia a respeito da doença. No entanto, nas últimas décadas, houve grande avanço no estudo e tratamento da esquizofrenia que, quanto mais precocemente for tratada, menos danos trará aos doentes. O problema é considerado patológico a partir do momento em que é disfuncional, produz sofrimento para o próprio indivíduo ou para seu grupo social. De modo geral, há dois tipos de sintomas: os produtivos e os negativos. Os sintomas produtivos são, basicamente, os delírios e as alucinações. O delírio se caracteriza por uma visão distorcida da realidade. O mais comum, na esquizofrenia, é o delírio persecutório. O indivíduo acredita que está sendo perseguido e observado por pessoas que tramam alguma coisa contra ele. Imagina, por exemplo, que instalaram câmeras de vídeo em sua casa para descobrirem o que faz a fim de prejudicá-lo. As alucinações caracterizam-se por uma percepção que ocorre independentemente de um estímulo externo. Por exemplo: o doente escuta vozes, em geral, as vozes dos perseguidores, que dão ordens e comentam o que ele faz. São vozes imperativas que podem levá-lo ao suicídio, mandando que pule de um prédio ou de uma ponte. Delírio e alucinações são sintomas produtivos que respondem mais rapidamente ao tratamento. No outro extremo, estão os sintomas negativos da doença, mais resistentes ao tratamento, e que se caracterizam por diminuição dos impulsos e da vontade e por achatamento afetivo. Há a perda da capacidade de entrar em ressonância com o ambiente, de sentir alegria ou tristeza condizentes com a situação externa.

domingo, 9 de novembro de 2014

MEU NOME É FELICIDADE -

Meu nome é Felicidade. Faço parte da vida daqueles que têm amigos, pois ter amigos é ser feliz. Faço parte da vida daqueles que vivem cercados por pessoas como você, pois viver assim é ser feliz! Faço parte da vida daqueles que acreditam que ontem é passado, amanhã é futuro e hoje uma dádiva, por isso que é chamado de Presente. Faço parte da vida daqueles que acreditam na Força do AMOR, que acreditam que para um história bonita não há ponto final. Eu sou casada, sabiam? Sou casada com o Tempo. Ah! O meu marido é lindo sim. Ele é responsável pela solução de todos os problemas. Ele reconstrói corações partidos, ele cura machucados, ele vence a tristeza... Juntos tivemos três filhos: Amizade, Sabedoria e Amor. Amizade é a filha mais velha. Uma menina linda! Ela une pessoas, pretende nunca ferir, sempre consolar. A do meio é Sabedoria, culta, íntegra, sempre foi mais apegada ao pai, o Tempo. A sabedoria e o Tempo estão sempre juntos! O caçula é o Amor. Ah!! Como esse me dá trabalho! É teimoso, às vezes só quer morar em um lugar... Eu vivo dizendo: Amor, você foi feito para morar em muitos corações, não apenas em um. O Amor é complexo, mas é lindo, muito lindo! Quando ele começa a fazer estragos, eu chamo logo o pai dele. E aí o Tempo sai fechando todas as feridas que o Amor abriu! Uma pessoa muito importante me ensinou uma coisa: TUDO, NO FINAL DÁ CERTO, SE AINDA NÃO DEU, É PORQUE NÃO CHEGOU O FINAL. Por isso, acredite sempre na minha família. Acredite no Tempo, na Amizade, na Sabedoria, e principalmente no Amor. Aí com certeza um dia eu, a Felicidade, baterei em sua porta!! Tenha Tempo para os seus sonhos, eles conduzem sua carruagem para as estrelas. Tenha FÉ em DEUS! Tenha um excelente dia!! E não esqueça, SORRIA!! O seu sorriso pode alegrar a vida dos que o cercam!!

ACEITAR-SE A SI MESMO - (A maior parte do texto é de autoria de Lizst Rangel)

Hoje, as pessoas que possuem celular com o recurso de tirar foto de si mesmas, falam em tirar um "selfie". Palavra tem como base uma palavra inglesa “self” e que, ao contrário do que se costuma pensar, não tem qualquer relação com o ato de tirar a própria foto. A expressão inglesa pode significar, "Eu", "si mesmo", "personalidade", "natureza" e até "caráter". Sendo assim, tirar um self significa fotografar a própria imagem, porém a fotografia assim mesmo, não captará seu self. No Espiritismo, como na Psicologia, nós utilizamos esta palavra e, em albos, o self não é uma entidade estável, imutável. Ou seja, o self é um processo constante e não pode ser comparado a uma fotografia que apenas congela o momento. Para o psicólogo americano, Carl Rogers, quando se referia ao “self”, queria que o indivíduo entrasse em contato com sua identidade, iniciando assim seu autoconhecimento e de forma contínua. Por outro lado, o autoconhecimento não deve ser confundido com a tão divulgada Reforma Íntima. Reforma se faz em casa e apto, até na garagem, ou quando chega no fim de ano, resolve-se passar uma mão de tinta barata no muro e depois que chega o inverno, chove e a tinta cai, mostrando as texturas dos anos anteriores. Isto, na verdade, poderia ser comparado com as máscaras das representações sociais que o indivíduo usa. O desconforto se agrava na vida psíquica do indivíduo por ele não conseguir conciliar seu self com seu ideal. E neste mundo virtual de photoshop, o que não falta em revista masculina e em facebook, é a busca pelo self ideal. Quanto maior afastamento da própria realidade, mais gera incongruência, ou seja, discordância entre o self real e o self ideal, e consequentemente, mais o indivíduo se torna neurótico, mais se torna infantil, dificultando o seu amadurecimento psicológico. Para Rogers, o autoconhecimento só é viável quando se entra em contato com o self, sem subterfúgios ou dissimulações. Entretanto, o problema reside neste fator. O Homem não consegue ser autêntico, ou como Rogers definiria, "congruente". Para ele, pessoas congruentes são mais felizes, pois aliam o autoconceito, o que sabem de si mesmas e se aceitam como são, com o discurso e o comportamento (experiência). Veja por exemplo, as crianças, como são congruentes com o que pensam e falam (FADIMAN). Também não se deve confundir, "aceitar-se" com 'zona de conforto', 'comodismo' ou em expressar a natureza primitiva, sem a mínima "regra de civilização", como bem definiu Freud. Atualmente, este comportamento é chamado de Síndrome de Gabriela, numa referência à música “Gabriela” de Dorival Caymmi: "eu nasci assim, eu vivi assim, e sou mesmo assim, vou sempre assim, Gabrieeeela..." Já os incongruentes, negam, frequentemente, o que sentem. Isto se aplica tanto aos homens quanto às mulheres. Ciúme, por exemplo, é um sentimento que geralmente é trocado por quem o sente por outro estado emocional e recebe o nome de "cuidado" ou "zelo", porém o comportamento desconfiado, e que maltrata o ser amado não quer dizer cuidado, quer? Muitas vezes, na infância, os incongruentes foram crianças reprimidas por seus pais ou educadores. Podem tornar-se indivíduos indecisos e com baixa na autoestima, não se achando capazes para suas conquistas. Quanto maior incongruência, portanto, aumenta-se a soma de conflitos psicológicos, em especial a ambivalência, como as do tipo, "eu odeio este emprego, mas preciso dele!", ou ainda, "minha família me sufoca, mas preciso dela, porém meu desejo mesmo é o de chutar o pau da barraca..." Situações como estas, tendem a levar o indivíduo a neurotizar, aumentando a sua ansiedade, tornando-a patológica. Não se deve porém, considerar toda pessoa incongruente como sendo leviana ou consciente no que faz ou sente, pois ela pode simplesmente agir assim por falta de referencial. Eis o porquê da proposta da terapia ser centrada na Pessoa. Neste contexto, também a religião cristã teve uma negativa contribuição a dar quando ensinou ao Homem "pecador" a ser "bonzinho" na Casa de Deus, voltar a pecar durante a semana e retornar arrependido no domingo para confessar. Criaram uma sociedade de ansiosos e de hipócritas, o que gerou um emaranhado de conflitos entre ser e aparentar, mas enquanto isto, escolhemos a melhor fantasia para brincar o carnaval durante todo o ano. Isto implica também dizer que, quanto mais máscaras usamos, mais nos tornamos alienados. "Isto é o que, em nossa opinião, constitui o estado de alienação de si. O indivíduo faltou com a sinceridade consigo mesmo (Rogers apud Fadiman, p. 231). Quando, então, obrigamos alguém, ou este se sente pressionado a expressar o que não sente ou o pior, o oposto do que sente, além de se tratar de uma auto-anulação que custará caro ao seu psiquismo, neste momento surge o processo de alienação. Assim, o indivíduo criará uma falsa auto-imagem. Neste ritmo, ocorrerá o quê? Aumento da ansiedade, crises de pânico, atitudes incongruentes e além de neuróticos, podem gerar até comportamentos psicóticos. E não é assim que se comportam os psicóticos? Ou seja, quando então, ao usarem demais seus mecanismos de defesa, se fragilizam e terminam por buscar um reequilíbrio através de experiências nada saudáveis, especialmente as que foram objeto de frustração. É por isso então, que este ciclo torna-se repetitivo, viciante. Então, o caminho é entrar em contato consigo, experienciar-se, abandonar a rigidez, de forma que em suas escolhas não haja incongruência entre valores e bem estar psíquico, a fim de que seu contato com o self seja algo prazeroso, uma experiência com o seu eu, sem tirar fotografias é claro. Assim, diminuirão os conflitos, a ansiedade generalizada, os infelizes episódios de pânico, de insatisfação e frustração consigo. Aceitar-se a si mesmo é uma eleição. Aceitar-se a si mesmo é um passo fundamental no processo de adquirir uma autoestima saudável, porque vai nos permitir concentrar-nos no que amamos sobre nós mesmos e ao mesmo tempo ser conscientes do que não gostamos e começar a mudar o que é possível ser mudado. A realidade é que sempre sentimos negativismos sobre nós mesmos. Muitas pessoas passam muitos anos e até toda a vida sem se tornar consciente da sua falta de auto aceitação. Em geral elas dizem que se aceitam, mas sempre há algo que não aceitam sobre si mesmas. Esta falta de auto aceitação as mantém travadas por muitos anos. Devido a isto, também sofrem de muita tensão e estresse. Aceitar-se a si mesmo significa se sentir feliz como somos. É aceitar, apoiar e aprovar a si mesmo e a todas as nossas partes, inclusive as que não gostamos. É não julgar a nós mesmos. A melhor maneira de aceitar-nos a nós mesmos é tomar a decisão. Temos que tomar a decisão de aceitar-nos incondicionalmente: "Eu me aceito a mim mesmo incondicionalmente". O próximo passo no processo é tomar consciência. Quando tomamos consciência de que temos um problema podemos resolvê-lo. Há muitas maneiras de se tornar consciente da sua falta de auto aceitação, também há muitas áreas que nem sempre aceitamos, como nossos corpos, nossas relações, nosso trabalho, etc. Aceitar-se a si mesmo é um passo fundamental no processo de adquirir uma auto estima saudável porque vai nos permitir nos concentrar no que amamos sobre nós mesmos e ao mesmo tempo ser conscientes do que não gostamos e começar a mudar isso, se for possível. Segundo Paulo Coelho, A ENERGIA VEM DE ACEITAR-SE A SI MESMO. Não tem a menor importância o que você esconde ou mostra ao seu semelhante – porque você sabe quem é. E se não se aceita como tal, mesmo o mais profundo ensinamento filosófico será incapaz de ter qualquer efeito. Mas quem é você? Será que entende que neste momento está cercado pela eternidade, e pode usar sua energia a seu favor? Partindo do princípio que conhece suas limitações, passe também a conhecer todas as suas possibilidades, e poderá ser chamado de um guerreiro impecável. A diferença entre um guerreiro impecável e os outros, é que aquele sabe como usar a sua força. Se você anda sentindo os efeitos da insatisfação com a sua vida, pare um momento para refletir. Será que você se aceita como você é, nesse exato momento? A auto aceitação e a consequente aceitação do outro como ele é, é uma das chaves para uma vida plena. Tanto quanto o organismo vivo tem necessidade do oxigênio para continuar vivo, precisamos nos aceitar e aceitar aos outros se desejarmos descobrir o caminho para a felicidade. Aceitação significa amar a nós mesmos exatamente como somos nesse momento. E às outras pessoas, exatamente como cada uma é nesse momento. Considerando a felicidade como um estado dinâmico, encontramos na aceitação uma lei fundamental que conduz ao amor, a paz, a saúde e a todas as outras realizações. O fato é que todo mundo, independente da posição que ocupa na vida, precisa de aceitação para ser feliz. Para colocar em prática a aceitação é preciso começar pela auto aceitação. Quem não se aceita como é, não tem possibilidade de se amar. Quem não se ama fica impedido de amar a quem quer que seja. Como alguém poderia dar aquilo que não tem? A auto aceitação permite que você assuma o controle sobre o seu destino. Quando você se aceita, deixa de colocar a sua energia em desculpas, culpas, acusações e em relacionamentos infelizes. Deixa, portanto, de atrair parceiros que funcionam como “para-raios”, enquanto você projeta neles suas dificuldades e seu medo de assumir as rédeas da sua vida. A aceitação daquilo que se é abre caminho para a conquista de realizações, através do reconhecimento das próprias fraquezas e virtudes, de onde se está e de onde se deseja chegar.

domingo, 2 de novembro de 2014

A MORTE NÃO EXISTE - Leon Denis

A morte é uma simples mudança de estado, a destruição de uma forma frágil que já não proporciona à vida as condições necessárias ao seu funcionamento e à sua evolução. Para além da campa, abre-se uma nova fase de existência. O Espírito, debaixo da sua forma fluídica, imponderável, prepara-se para novas reencarnações; acha no seu estado mental os frutos da existência que findou. Por toda parte se encontra a vida. A Natureza inteira mostra-nos, no seu maravilhoso panorama, a renovação perpétua de todas as coisas. Em parte alguma há a morte, como, em geral, é considerada entre nós; em parte alguma há o aniquilamento; nenhum ente pode perecer no seu princípio de vida, na sua unidade consciente. O Universo transborda de vida física e psíquica. Por toda parte o imenso formigar dos seres, a elaboração de almas que, quando escapam às demoradas e obscuras preparações da matéria, é para prosseguirem, nas etapas da luz, a sua ascensão magnífica. A vida do homem é como o Sol das regiões polares durante o estio. Desce devagar, baixa, vai enfraquecendo, parece desaparecer um instante por baixo do horizonte. É o fim, na aparência; mas, logo depois, torna a elevar-se, para novamente descrever a sua órbita imensa no céu. A morte é apenas um eclipse momentâneo na grande revolução das nossas existências; mas, basta esse instante para revelar-nos o sentido grave e profundo da vida. A própria morte pode ter também a sua nobreza, a sua grandeza. Não devemos temê-la, mas, antes, nos esforçar por embelezá-la, preparando-se cada um constantemente para ela, pela pesquisa e conquista da beleza moral, a beleza do Espírito que molda o corpo e o orna com um reflexo augusto na hora das separações supremas. A maneira por que cada qual sabe morrer é já, por si mesma, uma indicação do que para cada um de nós será a vida do Espaço. Há como uma luz fria e pura em redor da almofada de certos leitos de morte. Rostos, até aí insignificantes, parecem aureolados por claridades do Além. Um silêncio imponente faz-se em volta daqueles que deixaram a Terra. Os vivos, testemunhas da morte, sentem grandes e austeros pensamentos desprenderem-se do fundo banal das suas impressões habituais, dando alguma beleza à sua vida interior. O ódio e as más paixões não resistem a esse espetáculo. Ante o corpo de um inimigo, abranda toda a animosidade, esvai-se todo o desejo de vingança. Junto de um esquife, o perdão parece mais fácil, mais imperioso o dever. Toda morte é um parto, um renascimento; é a manifestação de uma vida até aí latente em nós, vida invisível da Terra, que vai reunir-se à vida invisível do Espaço. Depois de certo tempo de perturbação, tornamos a encontrar-nos, além do túmulo, na plenitude das nossas faculdades e da nossa consciência, junto dos seres amados que compartilharam as horas tristes ou alegres da nossa existência terrestre. A tumba apenas encerra pó. Elevemos mais alto os nossos pensamentos e as nossas recordações, se quisermos achar de novo o rastro das almas que nos foram caras. Não peçais às pedras do sepulcro o segredo da vida. Os ossos e as cinzas que lá jazem nada são, ficai sabendo. As almas que os animaram deixaram esses lugares, revivem em formas mais sutis, mais apuradas. Do seio do invisível, onde lhes chegam as vossas orações e as comovem, elas vos seguem com a vista, vos respondem e vos sorriem. A Revelação Espírita ensinar-vos-á a comunicar com elas, a unir os vossos sentimentos num mesmo amor, numa esperança inefável. Muitas vezes, os seres que chorais e que ides procurar no cemitério estão ao vosso lado. Vêm velar por vós aqueles que foram o amparo da vossa juventude, que vos embalaram nos braços, os amigos, companheiros das vossas alegrias e das vossas dores, bem como todas as formas, todos os meigos fantasmas dos seres que encontrastes no vosso caminho, os quais participaram da vossa existência e levaram consigo alguma coisa de vós mesmos, da vossa alma e do vosso coração. Ao redor de vós flutua a multidão dos homens que se sumiram na morte, multidão confusa, que revive, vos chama e mostra o caminho que tendes de percorrer. Ó morte, ó serena majestade! Tu, de quem fazem um espantalho, és para o pensador simplesmente um momento de descanso, a transição entre dois atos do destino, dos quais um acaba e o outro se prepara. Quando a minha pobre alma, errante há tantos séculos através dos mundos, depois de muitas lutas, vicissitudes e decepções, depois de muitas ilusões desfeitas e esperanças adiadas, for repousar de novo no teu seio, será com alegria que saudará a aurora da vida fluídica; será com ebriedade que se elevará do pó terrestre, através dos espaços insondáveis, em direção aqueles a quem estremeceu neste mundo e que a esperam. Para a maior parte dos homens, a morte continua a ser o grande mistério, o sombrio problema que ninguém ousa olhar de frente. Para nós, ela é a hora bendita em que o corpo cansado volve à grande Natureza para deixar à Psique, sua prisioneira, livre passagem para a Pátria Eterna. Essa pátria é a Imensidade radiosa, cheia de sóis e de esferas. Junto deles, como há de parecer raquítica a nossa pobre Terra” O Infinito envolve-a por todos os lados. O infinito na extensão e o infinito na duração, eis o que se nos depara, quer se trate da alma, quer se trate do Universo. Assim como cada uma das nossas existências tem o seu termo e há de desaparecer, para dar lugar a outra vida, assim também cada um dos mundos semeados no Espaço tem de morrer, para dar lugar a outros mundos mais perfeitos. Dia virá em que a vida humana se extinguirá no Globo esfriado. A Terra, vasta necrópole, rolará, soturna, na amplidão silenciosa. Hão de elevar-se ruínas imponentes nos lugares onde existiram Roma, Paris, Constantinopla, cadáveres de capitais, últimos vestígios das raças extintas, livros gigantescos de pedra que nenhum olhar carnal voltará a ler. Mas, a Humanidade terá desaparecido da Terra somente para prosseguir, em esferas mais bem dotadas, a carreira de sua ascensão. A vaga do progresso terá impelido todas as almas terrestres para planetas mais bem preparados para a vida. É provável que civilizações prodigiosas floresçam a esse tempo em Saturno e Júpiter; ali se hão de expandir humanidades renascidas numa glória incomparável. Lá é o lugar futuro dos seres humanos, o seu novo campo de ação, os sítios abençoados onde lhes será dado continuarem a amar e trabalhar para o seu aperfeiçoamento. No meio dos seus trabalhos, a triste lembrança da Terra virá talvez perseguir ainda esses Espíritos; mas, das alturas atingidas, a memória das dores sofridas, das provas suportadas, será apenas um estimulante para se elevarem a maiores alturas. Em vão a evocação do passado, lhes fará surgir à vista os espectros de carne, os tristes despojos que jazem nas sepulturas terrestres. A voz da sabedoria dir-lhes-á: “Que importa as sombras que se foram! Nada perece. Todo ser se transforma e se esclarece sobre os degraus que conduzem de esfera em esfera, de sol em sol, até Deus”. Espírito imorredouro, lembra-te disto: “A morte não existe”.

APRENDER PARA BEM MORRER -

Para algumas pessoa, a morte é tormento. Para outros, no entanto, a morte é descanso. Depois de um longo período de sofrimento físico e desgaste emocional, a morte é, sem dúvida, descanso e, tenha a certeza de que ela, a certa altura, passou a ser muito desejada. Desejada como meio de interromper o sofrimento. Poderíamos, então, dizer que a morte pode vir a ser um tormento, ou que ela pode vir a ser um repouso. Sobretudo, ela será uma coisa ou outra de acordo com a maneira como utilizamos o nosso tempo de vida presente. O tempo que corre rápido e continuamente, deixando marcas de realizações ou frustrações em sua passagem. O ontem, o hoje e o amanhã... É assim que ele se divide. Se observarmos bem, veremos o quão rápido o amanhã se torna em hoje e o hoje em ontem. A vida terrena é breve como a brisa que passa. Eternos, em verdade, são o amor, a compaixão, e a bondade. “Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte.”, diz o pai da Psicanálise Sigmund Freud. A Psicanálise ensina, seguindo a teoria das pulsões do seu fundador,Sigmund Freud, que existem em nossas vidas duas pulsões contrárias: EROS, uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida, e a pulsão de morte, ou THANATOS, que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição. Ambas as pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto. Como no exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida presente, afinal a finalidade de se alimentar é a manutenção da vida, existe também a pulsão de morte presente, pois é necessário que se destrua o alimento antes de ser ingerido, e aí está presente um elemento agressivo, de segregação. A morte é o fenômeno natural que mais deveria ser discutido, por ser a única certeza que temos na vida. Deveria ser discutido tanto em religião, ciência e opiniões diversas. A maioria de nós evita sequer pronunciar seu nome. Para os céticos, os descrentes, a morte compreende o cessar da consciência, exatamente quando o cérebro deixa de executar suas funcionalidades. Nós espíritas, no entanto, acreditamos ser ela uma passagem para uma outra dimensão, cuja realidade é mais perfeita e que é a continuidade da vida física. O conhecimento a respeito da morte e, sobretudo, a respeito da vida além túmulo nós levará a compreender o porquê do medo que as pessoas desenvolvem em relação à morte e a necessidade de que nos prepararemos para ela. Chegaremos, então, à conclusão de que precisamos, sim, aprender a morrer. Quando morre alguém, sentimo-nos todos tomados por um sentimento de perda e dor. É natural, gostamos da pessoa e desejamos que ela continue vivendo conosco. Mas, a morte, inegavelmente, é a única certeza da vida e está enquadrada nos acontecimentos normais da existência de todo mundo. A todo instante, partem jovens e velhos, sadios e enfermos, ricos e pobres, brancos e negros, crentes ou descrentes. Partem como se a hora fora chegado e como se nossa lógica baseada no tempo cronológico não fizesse sentido. Pode-se morrer depois de um longo tempo, como se pode morrer cedo, jovem. Para a maior parte dos homens, a morte continua a ser o grande mistério, o sombrio problema que ninguém ousa olhar de frente. Para os espíritos conscientes, ela é a hora bendita em que o corpo cansado volta à grande Natureza para deixar à Psique, sua prisioneira, livre passagem para a Pátria Eterna. A Doutrina Espírita considera a morte biológica como sendo a interrupção do fluxo vital que mantém os órgãos físicos em funcionamento. Quando ocorre a interrupção do funcionamento cerebral e, consequentemente, a paralisação do tronco encefálico, dá-se o fenômeno denominado morte. Para o Espiritismo, a morte da roupa carnal serve para libertar o Espírito temporariamente aí encarcerado, a fim de que prossiga no processo de evolução, no rumo da plenitude ou Reino dos Céus. Morrer, desse modo, é encerrar o ciclo biológico, facultando o prosseguimento da vida do Espírito em outros campos vibratórios, além da dimensão física. Precisamos saber e compreender que, muitas vezes, as pessoas pelas quais choramos e que vamos procurar no cemitério estão ao nosso lado, convivendo conosco. As mais evoluídas e com ligação efetiva, por exemplo, vêm socorrer-nos em nossas aflições. Aqueles que foram o amparo da nossa juventude, os nossos pais, que nos embalaram nos braços, vêm tentar nos ajudar e socorrer quando estamos aflitos. Do mesmo modo, os amigos, companheiros das nossas alegrias e das nossas dores. Podemos acrescentar também todos os meigos seres que encontramos no nosso caminho, os quais participaram da nossa existência e que levaram consigo alguma coisa de nós mesmos, da nossa alma e do nosso coração nesta existência e nas anteriores. Ao redor de nós flutua a multidão das pessoas que sumiram na morte, multidão confusa, que revive, nos chama e nos mostra o caminho que precisamos percorrer. Muitas pessoas se perguntam, talvez temerosas do momento em que também terão que enfrentar a circunstância a morte, se ela dói. Será que dói morrer? O que nos ensinam os espíritos a respeito do instante da morte? Eles nos ensinam que, no instante da morte, todo homem retorna ao mundo dos espíritos, pátria de onde todos nós viemos. Uma vez no chamado “outro mundo”, conserva plenamente sua individualidade. A separação da alma e do corpo não é dolorosa. É apenas atordoante e provoca um certo torpor. Mais dói nascer do que morrer, dizem-nos os espíritos. O corpo sofre mais durante a vida que no momento da morte. A alma se liberta com o rompimento dos laços que a mantinham presa ao corpo e a sensação que se experimenta, no momento em que se reconhece no mundo dos espíritos, depende do que fez em vida. Se foram bons, sentirão enorme alegria. Se foram maus, sentirão vergonha. Normalmente, reencontra aqueles que partiram antes, se já não reencarnaram, é claro. Se já não voltaram à terra para uma nova experiência e um outro corpo de carne. Depois da morte, a consciência de si mesmo vem aos poucos. Passa-se algum tempo de perturbação, convalescente, cujo tempo de duração depende da elevação de cada um ou da situação de saúde do perispírito: o corpo que envolve o espírito propriamente dito. Compreender, antes, a morte exerce grande influência sobre o tempo de perturbação, mas o que realmente alivia a perturbação são a prática do bem e a pureza de consciência. Quer saber se vai para o inferno ou umbral quando você desencarnar no final dessa existência? Não precisa chegar até esse dia para saber, pergunte-se agora, avalie-se: - O que você está emitindo para o Universo? É amor, ódio, alienação e lixo psíquico? - Como se sente agora? Deprimido ou contente com a vida? Suas emoções irão com você também. - Quais são as suas atitudes, seu padrão moral e sua ética? - Tem amor dentro de si e o expressa aos seus semelhantes e ao mundo à sua volta? - Ama o seu próximo como a si mesmo? - Faz para o outro somente aquilo que quer que façam consigo? Pronto! É isso que acontece! O tipo de morada que sua alma imortal irá encontrar após sua passagem no final dessa vida depende muito das respostas dessas perguntas ...