domingo, 2 de novembro de 2014

APRENDER PARA BEM MORRER -

Para algumas pessoa, a morte é tormento. Para outros, no entanto, a morte é descanso. Depois de um longo período de sofrimento físico e desgaste emocional, a morte é, sem dúvida, descanso e, tenha a certeza de que ela, a certa altura, passou a ser muito desejada. Desejada como meio de interromper o sofrimento. Poderíamos, então, dizer que a morte pode vir a ser um tormento, ou que ela pode vir a ser um repouso. Sobretudo, ela será uma coisa ou outra de acordo com a maneira como utilizamos o nosso tempo de vida presente. O tempo que corre rápido e continuamente, deixando marcas de realizações ou frustrações em sua passagem. O ontem, o hoje e o amanhã... É assim que ele se divide. Se observarmos bem, veremos o quão rápido o amanhã se torna em hoje e o hoje em ontem. A vida terrena é breve como a brisa que passa. Eternos, em verdade, são o amor, a compaixão, e a bondade. “Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte.”, diz o pai da Psicanálise Sigmund Freud. A Psicanálise ensina, seguindo a teoria das pulsões do seu fundador,Sigmund Freud, que existem em nossas vidas duas pulsões contrárias: EROS, uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida, e a pulsão de morte, ou THANATOS, que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição. Ambas as pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto. Como no exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida presente, afinal a finalidade de se alimentar é a manutenção da vida, existe também a pulsão de morte presente, pois é necessário que se destrua o alimento antes de ser ingerido, e aí está presente um elemento agressivo, de segregação. A morte é o fenômeno natural que mais deveria ser discutido, por ser a única certeza que temos na vida. Deveria ser discutido tanto em religião, ciência e opiniões diversas. A maioria de nós evita sequer pronunciar seu nome. Para os céticos, os descrentes, a morte compreende o cessar da consciência, exatamente quando o cérebro deixa de executar suas funcionalidades. Nós espíritas, no entanto, acreditamos ser ela uma passagem para uma outra dimensão, cuja realidade é mais perfeita e que é a continuidade da vida física. O conhecimento a respeito da morte e, sobretudo, a respeito da vida além túmulo nós levará a compreender o porquê do medo que as pessoas desenvolvem em relação à morte e a necessidade de que nos prepararemos para ela. Chegaremos, então, à conclusão de que precisamos, sim, aprender a morrer. Quando morre alguém, sentimo-nos todos tomados por um sentimento de perda e dor. É natural, gostamos da pessoa e desejamos que ela continue vivendo conosco. Mas, a morte, inegavelmente, é a única certeza da vida e está enquadrada nos acontecimentos normais da existência de todo mundo. A todo instante, partem jovens e velhos, sadios e enfermos, ricos e pobres, brancos e negros, crentes ou descrentes. Partem como se a hora fora chegado e como se nossa lógica baseada no tempo cronológico não fizesse sentido. Pode-se morrer depois de um longo tempo, como se pode morrer cedo, jovem. Para a maior parte dos homens, a morte continua a ser o grande mistério, o sombrio problema que ninguém ousa olhar de frente. Para os espíritos conscientes, ela é a hora bendita em que o corpo cansado volta à grande Natureza para deixar à Psique, sua prisioneira, livre passagem para a Pátria Eterna. A Doutrina Espírita considera a morte biológica como sendo a interrupção do fluxo vital que mantém os órgãos físicos em funcionamento. Quando ocorre a interrupção do funcionamento cerebral e, consequentemente, a paralisação do tronco encefálico, dá-se o fenômeno denominado morte. Para o Espiritismo, a morte da roupa carnal serve para libertar o Espírito temporariamente aí encarcerado, a fim de que prossiga no processo de evolução, no rumo da plenitude ou Reino dos Céus. Morrer, desse modo, é encerrar o ciclo biológico, facultando o prosseguimento da vida do Espírito em outros campos vibratórios, além da dimensão física. Precisamos saber e compreender que, muitas vezes, as pessoas pelas quais choramos e que vamos procurar no cemitério estão ao nosso lado, convivendo conosco. As mais evoluídas e com ligação efetiva, por exemplo, vêm socorrer-nos em nossas aflições. Aqueles que foram o amparo da nossa juventude, os nossos pais, que nos embalaram nos braços, vêm tentar nos ajudar e socorrer quando estamos aflitos. Do mesmo modo, os amigos, companheiros das nossas alegrias e das nossas dores. Podemos acrescentar também todos os meigos seres que encontramos no nosso caminho, os quais participaram da nossa existência e que levaram consigo alguma coisa de nós mesmos, da nossa alma e do nosso coração nesta existência e nas anteriores. Ao redor de nós flutua a multidão das pessoas que sumiram na morte, multidão confusa, que revive, nos chama e nos mostra o caminho que precisamos percorrer. Muitas pessoas se perguntam, talvez temerosas do momento em que também terão que enfrentar a circunstância a morte, se ela dói. Será que dói morrer? O que nos ensinam os espíritos a respeito do instante da morte? Eles nos ensinam que, no instante da morte, todo homem retorna ao mundo dos espíritos, pátria de onde todos nós viemos. Uma vez no chamado “outro mundo”, conserva plenamente sua individualidade. A separação da alma e do corpo não é dolorosa. É apenas atordoante e provoca um certo torpor. Mais dói nascer do que morrer, dizem-nos os espíritos. O corpo sofre mais durante a vida que no momento da morte. A alma se liberta com o rompimento dos laços que a mantinham presa ao corpo e a sensação que se experimenta, no momento em que se reconhece no mundo dos espíritos, depende do que fez em vida. Se foram bons, sentirão enorme alegria. Se foram maus, sentirão vergonha. Normalmente, reencontra aqueles que partiram antes, se já não reencarnaram, é claro. Se já não voltaram à terra para uma nova experiência e um outro corpo de carne. Depois da morte, a consciência de si mesmo vem aos poucos. Passa-se algum tempo de perturbação, convalescente, cujo tempo de duração depende da elevação de cada um ou da situação de saúde do perispírito: o corpo que envolve o espírito propriamente dito. Compreender, antes, a morte exerce grande influência sobre o tempo de perturbação, mas o que realmente alivia a perturbação são a prática do bem e a pureza de consciência. Quer saber se vai para o inferno ou umbral quando você desencarnar no final dessa existência? Não precisa chegar até esse dia para saber, pergunte-se agora, avalie-se: - O que você está emitindo para o Universo? É amor, ódio, alienação e lixo psíquico? - Como se sente agora? Deprimido ou contente com a vida? Suas emoções irão com você também. - Quais são as suas atitudes, seu padrão moral e sua ética? - Tem amor dentro de si e o expressa aos seus semelhantes e ao mundo à sua volta? - Ama o seu próximo como a si mesmo? - Faz para o outro somente aquilo que quer que façam consigo? Pronto! É isso que acontece! O tipo de morada que sua alma imortal irá encontrar após sua passagem no final dessa vida depende muito das respostas dessas perguntas ...

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