domingo, 31 de março de 2013

Q U A S E - Sarah Westphal

Ainda pior que a convicção do não, a incerteza do talvez, é a desilusão de um "quase". É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata, trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga... quem quase passou ainda estuda... quem quase morreu está vivo... quem quase amou não amou... Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé literalmente mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão... pros fracassos, chance... pros amores impossíveis, tempo... De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando... fazendo que planejando... vivendo que esperando... porque, embora quem quase morre esteja vivo... quem quase vive já morreu...! __________________________________________

AUTO ESTIMA: CONDIÇÃO PRIMEIRA PARA A FELICIDADE

Em muitas pessoas tem se formado uma “cultura de sofrimento”, muitas vezes justificada pela Lei de Causa e Efeito, espalhando a dor como situação insubstituível ao progresso. Essas pessoas, talvez por sua incapacidade para serem felizes, chegam a afirmar que a felicidade não existe e que o sofrimento é o único caminho da vida. Que o sofrimento é algo natural. Acentua-se tal teoria com a supervalorização de fantasias sobre um passado de outras vidas no qual são destacados crimes e desvarios. As conseqüências de tal enfoque podem ser sentidas no quadro de baixa auto-estima e desacordo consigo mesmo em que se encontra grande parte dos cristãos. Alimentando crenças de desmerecimento e menosprezo, mais não fazemos que cultivar um desamor por nós mesmos e impedir o nosso crescimento pessoal. O pior efeito, a pior conseqüência, de semelhante quadro psicológico é acreditar que não merecemos ser felizes, automatizando um sistema mental de cobranças intermináveis e uma autoflagelação, de autopunição, gerando situações neuróticas de perfeccionismo e puritanismo quase incontroláveis. Esquecemos que devemos às outras pessoas e também a nós mesmos a compreensão e aceitação do que somos, da maneira como somos. Esse auto-desamor é um subproduto do tradicional religiosismo que construímos no psiquismo, em séculos de superficialidade moral e espiritual, cuja imagem condicionada na vida mental foi a de que cada um de nós é um ser pecador e miserável, indigno daquele paraíso onde esperávamos refestelar-nos com as vantagens dos céus. Padres e pastores têm-nos apontado caminhos para a conquista de um pedaço do paraíso e não, como deveria ser, a conquista de nós mesmos, através do aperfeiçoamento moral, para que voltemos à pátria da espiritualidade melhores do que quando de lá viemos para essa experiência aqui na terra, nesse plano físico. Porque não aprendemos ainda o auto-amor, costumamos esperar compensações e favores do amor alheio, criando um alto nível de insegurança e dependência dos outros, pelo excessivo valor que depositamos no que eles pensam sobre nós. A auto-estima é fator determinante das atitudes humanas. Quando temos pouca auto-estima, somos sempre escravos de complexos de inferioridade atormentadores, por mais e melhores que sejam as vantagens de nossas vidas. Passamos a cultivar hábitos que visam camuflar, disfarçar supostos “males” para que os outros não os percebam.No entanto, não conseguimos sempre nos enganar usando dessa espécie de “maquiagem” e, quando tomamos consciência dela, nos tornamos revoltados, indefesos, deprimidos e ofendidos. Essa situação tem um limite suportável até certo ponto em que nossas decisões e ações começam a ser comprometidas por estranhas formas de agir e, muitas vezes, podem criar episódios neuróticos de gravidade, com estreitos limites com as psicoses. Em muitos casos, necessário é que se diga, surgem interferências espirituais, aumentando o sofrimento desses corações, acentuando-lhes o sentimento de desmerecimento, de rejeição e desânimo, levando-nos a idéias terríveis e a escolhas infelizes. Quando não nos amamos, passamos a vida querendo agradar mais aos outros que a nós, mendigando o amor alheio, já que nos julgamos insuficientes e incapazes de nos querer bem. Muitos de nós nos comportamos como se o amor não fosse um sentimento a ser aprendido e compreendido. Agimos como se ele estivesse guardado, parado em nosso mundo íntimo, e passamos a viver à espera de alguém ou de alguma coisa que possa despertá-lo do dia para a noite. Temos dado passos e até realizado alguns atos no amor, mas raras vezes, temos sabido amar a nós próprios. Precisamos conhecer a nossa parte sombria, uma vez que nem tudo em nós é luz. Existirá amor maior a si que esse de saber lidar com essas sombras interiores que tentam ofuscar nossos desejos de Luz? Precisamos aprender esse amor e nos tornarmos mais felizes. Amar nossa “sombra”, conquistando-a e transformando-a aos poucos. Isso é possível se aprendermos a tolerar nosso passado, sem as impiedosas e cruéis recriminações. Amar-nos, apesar do nosso passado de escolhas infelizes e decisões precipitadas, é fundamental para iniciarmos um recomeço de vida espiritual rumo à liberdade. Aprender o auto-amor é arar a terra mental para “ser”. Quando o conseguirmos, recuperaremos a serenidade, o estado de gratificação com a vida, a compreensão de nós mesmos, porque o sentimento será então um espelho translúcido das potencialidades excelsas depositadas em cada um de nós pela “inteligência suprema do universo”. Na base de nossas escolhas infelizes está a baixa auto-estima. É ela que nos inspira a fazer escolhas que só nos causam danos em todos os aspectos. Escolher a droga, seja ela qual for, como fonte de prazer, é um grande atestado de que não nos amamos, de que somos conduzidos por caminhos tortuosos porque não nos amamos o suficiente para buscar fontes de prazer que não tragam prejuízos para nossas vidas, que coloquem nossas vidas em risco. Quando enchemos nossas vidas com coisas ou pessoas que em nada contribuem para o nosso crescimento, que só nos causam danos os mais variados, é sinal de baixa auto-estima, de que não nos amamos o suficiente. Vivemos um sistema de compensações pela nossa falta de amor a nós mesmos. E ainda há as opiniões das outras pessoas sobre nós com as quais tantas vezes temos que lidar. Essas opiniões são valorosas e merecem ouvidos atentos, somente quando se tornam críticas construtivas. E uma crítica para ser construtiva precisa de sinceridade fraterna, “olhos nos olhos”, sentimento de solidariedade e, sobretudo, quem critica para ajudar apresenta alternativas de melhoria ou solução. Fora isso, opiniões sobre nós não passam de palavras ao vento, maledicência ou inveja.

domingo, 24 de março de 2013

QUANDO ME AMEI DE VERDADE

“Quando me amei de verdade, compreendi que, em qualquer circunstância, eu era o que era e estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome... auto-estima. Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia, meu sofrimento emocional, não passava de um sinal de que estava indo contra as minha s verdades. Hoje sei que isso é... autenticidade. Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de... amadurecimento. Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é... respeito. Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama... amor-próprio. Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos grandiosos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que o nome disso é... simplicidade. Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei muito menos vezes. Hoje descobri a... humildade. Quando me amei de verdade. Desisti de ficar revivendo o passado, de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... plenitude. Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é... saber viver. Não devemos ter medo dos confrontos. Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas.”

AUTO ESTIMA: O AMOR QUE DEVEMOS A NÓS MESMOS

AUTO ESTIMA significa o amor a si mesmo e, numa definição bem clara, a opinião e o sentimento que cada pessoa tem por si mesma. Ter auto estima é ser capaz de respeitar, confiar e gostar de si. A auto estima é a apreciação que uma pessoa faz de si mesma em relação à sua autoconfiança e seu auto-respeito. Através dela, podemos enfrentar desafios e defender nossos interesses. É na infância que a auto-estima começa a se formar, a partir de como as outras pessoas nos tratam. Quando criança, podemos alimentar ou destruir a autoconfiança. Utilizando o tratamento que se dá à criança como peça chave, ou seja, se a criança for sempre oprimida em relação a suas atitudes, com certeza terá baixa auto estima e, se a criança for sempre apoiada em relação a suas atitudes, terá auto estima elevada. Quando criança, podemos alimentar ou destruir a autoconfiança. A importância da auto estima é consideravelmente grande, pois através dela nos identificamos com o eu interior e com outras pessoas com as quais nos relacionamos. Para a contribuição da formação da auto estima é importante que essa seja positiva. Você que é pai, mãe, avô, avó, professor, professora, não esqueça que nessa contribuição, não critique, não culpe, não rejeite, não humilhe, não frustre e não exponha à perda. Ao contrário, podemos contribuir com incentivos que levam a criança a se conhecer, a se gostar, a perceber suas qualidades e a acreditar que é amada e respeitada. A baixa auto estima é o sentimento que se manifesta em pessoas inseguras, criticadas, indecisas, depressivas e que buscam sempre agradar outras pessoas. A auto estima elevada, em contrapartida, é a condição vivida por pessoas que são elogiadas, apoiadas, autoconfiantes, que têm amor-próprio, não vivem em conflito e não são ansiosas e inseguras. O mais verdadeiro ato de amor a si consiste na trabalhosa tarefa de fazer brilhar a luz que há em nós. Quando não nos amamos, queremos agradar mais aos outros do que a nós, mendigamos o amor alheio, já que nos julgamos insuficientes e incapazes de nos querer bem. Amar-se não significa lutar por privilégios e vantagens pessoais, mas o modo como convivemos conosco. Não confundamos amar-se com ser egoísta. Amar-se resume-se, basicamente, na forma como tratamos a nós mesmos. A relação que estabelecemos com o mundo íntimo. Sobretudo, o respeito que exercemos àquilo que sentimos. Amar-se é ir ao encontro do Si Mesmo. Sentir-se bem consigo é sinônimo de felicidade. Quem ainda não aprendeu a amar a si próprio não pode amar aos outros. Não peçamos amor antes de dá-lo a nós mesmos, pois o amor que tenho é o que dou e o que recebo. Quanto mais aprendemos a nos amar, mais nos desvinculamos de coisas que não nos são saudáveis, tais como: pessoas, obrigações, crenças e tudo que possa nos invadir a individualidade e nos prostrar ou rebaixar. Muitos chamarão essa atitude de egoísmo, no entanto deveremos reconhecê-lo como o ato de amar a si mesmo. Quando nos colocarmos a serviço do amor verdadeiro, a auto-estima nascerá em nossa vida como valiosa aliada nas dificuldades existenciais. Na verdade, o exercício da aprendizagem do amor inicia-se pelo amor a si mesmo e, consequentemente, pelo amor ao próximo, chegando ao final à plenitude do amor a Deus. “AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO”. Eis o grande conselho que nos vem sendo dado pelo Cristo há mais de mil anos.

domingo, 17 de março de 2013

SER FELIZ -

Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. É beijar os filhos, curtir os pais e ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem. Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar “eu errei”. É ter ousadia para dizer “me perdoe”. É ter sensibilidade para expressar “eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer “eu te amo”. Faça da sua vida um canteiro de oportunidades. Que nas suas primaveras você seja amante da alegria. Que nos seus invernos você seja amigo da sabedoria. E, quando você errar o caminho, comece tudo de novo. Pois assim você será cada vez mais apaixonado pela vida e descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita. mas é usar as lágrimas para irrigar a tolerância, usar as perdas para refinar a paciência, usar as falhas para esculpir a serenidade, usar a dor para lapidar o prazer, usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência. Jamais desista de si mesmo. Jamais desista das pessoas que você ama. Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível... As pessoas felizes sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas. O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre...

FELICIDADE POSSÍVEL -

Precisamos aprender onde está a felicidade e que caminhos precisamos percorrer para chegar até ela para que não continuemos sendo vítimas de projetos de felicidade impossíveis e frustrantes para que não vivamos a espera de que algo de excepcional nos aconteça, como se a felicidade isso fosse. Muitas pessoas viveram e muitas outras vivem esperando experimentar a felicidade como algo separado de si ou algo a vir acontecer. Muitos morreram e outros tantos morrerão frustrados por não haver experimentado a felicidade. Por isso precisamos aprender os caminhos que poderão nos conduzir até ela. Um aspecto, ao qual precisamos estar atentos, é a necessidade de cultivar estados mentais positivos, como a generosidade e a compaixão, que decididamente podem conduzir a uma melhor saúde mental e, consequentemente, à felicidade. Sentimentos negativos como o ódio, o ciúme, a raiva, entre outros, só trazem prejuízos físicos, psíquicos espirituais. São estados mentais negativos porque eles destroem nossa felicidade mental. Uma vez que abriguemos sentimentos de ódio ou rancor contra alguém, uma vez que nós mesmos estejamos cheios de ódio ou de emoções negativas, outras pessoas também nos parecerão antipáticas, ameaçadoras e hostis. Logo, disso resultam mais medo, maior inibição e hesitação, assim como uma sensação de insegurança. Essas sensações se desdobram e, com elas, a solidão em meio a um mundo que passamos a considerar ameaçador, hostil. Todos esses sentimentos negativos nascem do ódio. Por outro lado, estados mentais como a bondade e a compaixão são decididamente positivos. São muito úteis e capazes de nos fazer felizes. Está bastante claro que os sentimentos de amor, afeto e compaixão trazem sim a felicidade. Quem não os cultiva dificilmente será feliz. Cada um de nós dispõe, portanto, da base para ser feliz, para ter acesso aos estados mentais de amor e compaixão que produzem a felicidade. "A felicidade está onde nós a colocamos; e nunca a colocamos onde nós estamos." Procuramos a felicidade, normalmente, nas coisas exteriores, fora de nós mesmos, enquanto podemos encontrá-la, e até mesmo devemos, no nosso íntimo, dentro de nós. A felicidade reside em nós mesmos e costumamos procurá-la fora... Quando Jesus falou que o Reino de Deus está dentro de nós, Ele usou o Reino de Deus para referir-se à felicidade e Ele nos oferece a felicidade plena, não uma felicidade temporária, passageira. A felicidade é simplesmente se sentir bem. Sensação de bem estar, estar de bem consigo mesmo. A felicidade é o sentimento que temos de que tudo está bem. É o sentimento de completude que nos faz sentir que não nos falta nada. Ela é ausência de medo, de perturbação e de conflito. É um lugar de tranquilidade, satisfação e prazer. É paz de espírito. Se para alguns é difícil defini-la, todos são capazes de perceber quando uma pessoa está feliz. Nós teimamos em não perceber a felicidade no dia-a-dia. Ela não é uma sensação eterna, é um estado de êxtase, daqueles que se atingem nos momentos de extremo prazer. Estar feliz ou triste é um ir e vir, pois são estados temporários. Apesar de difíceis, os processos de infelicidade também funcionam como um momento para amadurecer, pensar e repensar as atitudes, os projetos. Não há respostas concretas mas há pistas do que leva até ela. O filósofo grego Aristóteles afirmava, há mais de 2 mil anos, que a felicidade se atinge pelo exercício da virtude e não da posse. A felicidade não é permanente porque não dá para estar bem o tempo todo. Mas também não precisa ser uma eterna espera. Para o exercício da felicidade, sugerimos que: 1. Aprenda a viver aqui e agora, Não se atenha ao passado e nem vive em função do futuro. 2. Valorize o aspecto positivo das coisas e pessoas. 3. Redescubra a sua própria inocência, aquilo que o torna singular, diferente dos outros. 4. Conceda-se pequenos prazeres. 5. Deixe agir o seu instinto, sua intuição. 6. Fotografe seus momentos felizes, cultivando as boas lembranças. 7. Respire profundamente, faça exercícios e cuide da saúde. 8. Use a criatividade, invente, tente, faça diferente. 9. Deixe fluir a sua energia interior. 10. Ouse, crie, não seja repetitivo. O terapeuta e escritor, Roberto Shinyashiki, nos diz que “Felicidade não é o que acontece na nossa vida, mas como nós elaboramos esses acontecimentos. A diferença entre o sábio e o ignorante é que o primeiro sabe aproveitar suas dificuldades para evoluir, enquanto o segundo se sente vítima de seus problemas.”

domingo, 10 de março de 2013

FELICIDADE REALISTA - Mário Quintana

"A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça de que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade..."

O REAL DA FELICIDADE

O que é a felicidade, senão um estado de contentamento, a sensação de que tudo está completo, pleno. Mas, como podemos alcançar esse contentamento íntimo? Existem dois caminhos. Um consiste em conseguir tudo o que se quer e deseja – todo o dinheiro, todas as casas, os automóveis, o parceiro perfeito e o corpo perfeito. A desvantagem desse caminho está em que, se nossos desejos e vontades permanecerem desenfreados, mais cedo ou mais tarde vamos nos deparar com algo que queremos e não podemos ter. O segundo caminho, que é mais confiável, consiste em não ter tudo o que queremos mas, sim, em querer e apreciar o que temos. A felicidade que depende principalmente do prazer físico é instável. Um dia, ela está ali, no dia seguinte, pode não estar. Mas o senso comum também costuma se equivocar. É freqüente, por exemplo, a crença de que a beleza ajuda a ser feliz. 'Diante de uma mulher muito bonita, ou um homem muito bonito, a tendência é pensarmos a aparência física os ajuda a ser felizes. Outra crença comum é que ganhar na loteria resolve a vida de qualquer um. Mas uma pesquisa dos psicólogos Philip Brickman e Donald Campbell, amplamente divulgada, demonstrou que a felicidade obtida com o bilhete premiado não dura mais que alguns meses. Agora façamos a seguinte pergunta : Existe a felicidade? E quando pensamos se ela existe, normalmente trazemos uma outra: Eu sou feliz? Para a primeira podemos usar da teoria reversa com uma outra pergunta: Se a felicidade não existe, por que a procuramos incessantemente? Ora, se procuramos por algo, este algo deve existir... Para a segunda pergunta podemos usar uma variação, pequena, para começarmos de uma forma mais amena: Eu estou feliz? Podemos notar que estar traduz algo temporário e ser algo permanente. Temos que lembrar que nós estamos num mundo (planeta) que não nos oferece a felicidade plena, portanto costumamos ter momentos de felicidade... Todos os dias nos deparamos com inúmeras decisões e escolhas. E por mais que tentemos, é freqüente não escolhermos aquilo que sabemos ser “bom para nós”. Em parte, isso está relacionado ao fato de que “a escolha certa” costuma ser a difícil – aquela que envolve algum sacrifício do nosso prazer. Durante muito tempo, homens e mulheres dedicaram grande esforço à tentativa de definir o papel adequado que o prazer desempenharia na nossa vida – uma verdadeira legião de filósofos, teólogos e psicólogos, todos estudando nossa ligação com o prazer. Ora diziam que “o prazer é o início e o fim de uma vida abençoada”, ora reconheciam a importância do bom senso e da moderação, admitindo que a devoção desenfreada a prazeres sensuais poderia resultar em sofrimento. Sigmund Freud, nos anos finais do século XIX, formulou suas próprias teorias sobre o prazer. De acordo com ele, a força motivadora fundamental de todo o aparelho psíquico era o desejo de aliviar a tensão causada por impulsos instintivos não realizados. Em outras palavras, nossa motivação oculta é a busca do prazer. Nenhum de nós realmente precisa de filósofos gregos mortos, de psicanalistas do século XIX ou de cientistas do século XX para nos ajudar a entender o prazer. Nós sabemos quando o sentimos. Nós o reconhecemos no toque ou no sorriso de um ser amado, na delícia de um banho quente de banheira numa tarde fria e chuvosa, na beleza de um pôr-do-sol. Entretanto, muitos de nós também reconhecem o prazer no arroubo frenético das drogas, no êxtase do álcool, na delícia do sexo sem restrições e irresponsável. A diferença está em que esses são prazeres destrutivos e para evitá-los precisamos nos lembrar de que o que estamos procurando na vida é a felicidade. Se abordarmos nossas escolhas na vida tendo isso em mente, será mais fácil renunciar a atividades que acabem nos sendo prejudiciais, mesmo que elas nos proporcionem um prazer momentâneo. Se, em vez de associarmos a rejeição do prazer destrutivo ao “não”, “à noção de rejeitar algo”, “de desistir de algo”, “de nos negarmos algo”, formos motivados em qualquer decisão pela pergunta “Será que ela me trará felicidade?”, certamente faremos melhores escolhas. Essa simples pergunta pode ser uma poderosa ferramenta para nos ajudar a gerir com habilidade todas as áreas da nossa vida, não apenas na hora de decidir se vamos nos permitir o uso de drogas ou aquele terceiro pedaço de torta. Ela permite que as coisas sejam vistas de um novo ângulo. Lidar com nossas decisões e escolhas diárias com essa questão em mente desvia o foco daquilo que estamos nos negando para aquilo que estamos buscando – a máxima felicidade. Uma felicidade estável e persistente. Um estado de felicidade que, apesar dos altos e baixos da vida e das flutuações normais do humor, permanece como parte da própria matriz do nosso ser. A partir dessa perspectiva, é mais fácil tomar a “decisão acertada” porque estamos agindo para dar algo a nós mesmo, não para negar ou recusar algo a nós mesmos – uma atitude de movimento na direção de algo, não de afastamento, uma atitude de união com a vida, não de rejeição a ela. Essa percepção escondida de estarmos indo na direção da felicidade pode exercer um impacto profundo. Ela nos torna mais receptivos, mais abertos, para a alegria de viver.

domingo, 3 de março de 2013

PRECISO DE ALGUÉM, PRECISO DE UM AMIGO - Charlie Chaplin

"Preciso de alguém que me olhe nos olhos quando falo. Que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência. E, ainda que não compreenda, respeite os meus sentimentos. Preciso de alguém, que venha brigar ao meu lado sem precisar ser convocado; alguém amigo o suficiente para dizer-me as verdades que não quero ouvir, mesmo sabendo que posso odiá-lo por isso. Nesse mundo de céticos, preciso de alguém que creia, nessa coisa misteriosa, desacreditada, quase impossível: a amizade. Que teime em ser leal, simples e justo. Que não vá embora se algum dia eu perder o meu ouro. Se não for mais a sensação da festa. Preciso de um amigo que receba com gratidão o meu auxílio, A minha mão estendida. Mesmo que isto seja muito pouco para suas necessidades. Preciso de um amigo que também seja companheiro nas farras e pescarias. Nas guerras e alegrias, e que, no meio da tempestade, grite em coro comigo: “Nós ainda vamos rir muito disso tudo” – e ria muito. Não pude escolher aqueles que me trouxeram ao mundo, mas posso escolher meu amigo. E, nessa busca, empenho a minha própria alma, pois com uma amizade verdadeira, a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela."

APRENDER A CONHECER AS PESSOAS

A verdade é que não se pode ser feliz sem o conhecimento de si mesmo, sem o conhecimento do outro. “Conhece-te a ti mesmo!”, sugeriu há muito tempo o filósofo grego. Dizia um escritor americano que “homem nenhum é uma ilha”. E não é mesmo. A felicidade está em mim, mas o caminho para alcançá-la é o outro. A felicidade não está em coisas: dinheiro, propriedades, etc. Não adianta procurá-la fora de você. A felicidade está dentro de cada um de nós, mas só a alcançaremos através do outro, das outras pessoas. Por isso precisamos nos conhecer para aprender a lidar conosco e nos amar e conhecer aqueles com que lidamos para amá-los pelo que são e não pelo que queríamos que fossem. Apesar de toda a evolução e tantas conquistas, o ser humano se sente completamente perdido e aprisionado dentro de suas próprias costelas, sempre acreditando não ter valor algum no mundo em que vive. Esta sensação de vítima ocorre em todas as classes sociais, culturais, pobres e ricos, instruídos ou analfabetos. Por mais que a pessoa se esforce, tentando conquistar algo por uma vida melhor, mais próspera, procure crescer na parte profissional, econômica, intelectual, mesmo assim tem a impressão que não passa de um imbecil, palhaço, idiota, diante de situações que exigem firmeza e determinação. Tudo que nos afasta da verdade e da nossa paz interior é proveniente da ausência do Poder Pessoal e é consequente a supervalorização do Ego inflamado ou Ego inferior. Esta desconexão interna com as coisas externas, sem que percebamos, passa a desenvolver em nós comportamentos totalmente anti-humanos e anti-sociais, imprimindo em nossa vida dois tipos de personalidades que podem ser classificadas como Tirana ou Violenta e Rebelde ou Infantil. Ambas extremamente desajustadas. A personalidade Tirana ou Violenta é geralmente comum a indivíduo: arrogante, agressivo, ciumento, egoísta, falso, invejoso, irritado, mal-humorado, impaciente, prepotente, rancoroso, vingativo, raivoso, pessimista, perfeccionista, zangado, apressado e imediatista. É um tipo de gente que acredita ser inatingível, devido ao seu alto-grau de autoritarismo. A personalidade Rebelde ou Infantil é geralmente notada em pessoa: ansiosa, amedrontada, desconfiada, desestimulada, culpada, frustrada, magoada, indecisa, confusa, solitária, isolada, depressiva, preguiçosa em situações que exigem raciocínio lógico, doente e co-dependente. Enquanto o Poder Pessoal é considerado o poder máximo para a construção de uma existência saudável cheia de vitalidade, a sua ausência pode ser o que tem de pior na vida de alguém. A pessoa que não usa o seu Poder Pessoal de maneira correta, além de desenvolver vários Eus, corre o risco de também construir e conviver com duas personalidades. É importante que se diga que a nossa estabilidade física, intelectual, espiritual, familiar, profissional, social e financeira está vinculada ao nosso Poder Pessoal. Quem ignora este poder interior magnífico, pode ser considerada a mais infeliz das pessoas. Há sentimentos que matam. São sentimentos negativos que são prejudiciais e muito comuns às pessoas que não fazem uso do seu Poder Pessoal. O Poder Pessoal é muito parecido com as células-tronco, que não se alteram e nem sofrem deformações. É um poder que só os seres humanos possuem. Mesmo sendo um talento somente nosso, algo que herdamos ao nascer, ele precisa ser identificado e fortalecido diariamente, da mesma maneira que o corpo físico necessita de alimento orgânico para se manter em ótima forma. A essência e a personalidade também precisam de ótima consciência intelectual para se manter fortes e equilibradas. É o Poder Pessoal que determina a personalidade saudável. Caso não haja um fortalecimento devidamente correto, a pessoa passa a sofrer da síndrome da alma vazia, que significa um alto grau de desamparo ou desamor por si mesma. Um tipo de abismo interior crônico, como se fosse uma ferida emocional que nunca se fecha e nem cicatriza. Havendo desconexão com os verdadeiros valores interiores – sabedoria natural, espiritualidade, incontáveis habilidades cerebrais – passamos a ter necessidade de outros acessórios; algo que justifique a nossa existência neste planeta e, geralmente, os vícios ou co-dependência por coisas, pessoas, atividades ou eventos, são as únicas alternativas encontradas. Co-dependência ou vícios por coisas inclui: comidas destrutivas ou sem energia vital, drogas em geral, cafeína, cigarro, bebidas diversas, álcool em excesso, etc. Co-dependência ou vício em eventos ou atividades: trabalho e dinheiro como meta principal de vida, pequenos furtos, religião, corrupção, poder acompanhado de autoritarismo, compras exageradas ou sem necessidades, gastos desnecessários, exercício físico demasiado e outros. Enfim, tudo que envolve compulsividade pode ser considerado co-dependência. Co-dependente ou vício por pessoas abrange: sexo sem importância, busca de aprovação de outrem, romance e relacionamento de maneira compulsiva. Na verdade quem vive ausente de seu Poder Pessoal, além de cultivar uma personalidade doentia, ainda expressa o que tem de pior dentro de si e coloca a culpa de seus erros, fracassos, insucessos, nos outros. Sua maior característica é, sem dúvida, a vergonha por suas atitudes impensadas. Da mesma forma que se aprende a língua portuguesa, matemática, ciências, geografia e outras matérias, para o preparo profissional, é necessário também que se aprenda os princípios que possam fazer as pessoas serem um ser melhor e mais humano. Portanto, a opção efetivamente inteligente é respeitar o momento do outro, levando-se em conta que o caminho mais acertado é aquele que estiver mais ligado a sua história de vida. Exigimos excessivamente do outro porque não somos bondosos conosco. Quem não se ama, inevitavelmente projetará suas sombras na convivência, alimentando expectativas desconectadas da fraternidade. Nessa condição emocional, surgirá a severidade em forma de intransigência e cobrança, criando decepção e mágoa. Analisar, compreender e agir construtivamente, eis a sequência de três atitudes que permitirão o encaminhamento adequado na vida entre as pessoas, quando o assunto se refere às imperfeições alheias ou aos desagradáveis fatos do cotidiano, com o objetivo de desenvolvermos a arte de aceitarmo-nos uns aos outros como somos. Convivemos com quem precisamos e recebemos os diferentes e as diferenças que merecemos, segundo a lei de causa e efeito, sempre sob as augustas manifestações da misericórdia divina em favor do nosso aprendizado. Suportarmos uns aos outros significa, antes de tudo, termos a mente alerta para recordar sempre, na caminhada, que nenhum de nós, seja pelo argumento que for, detém autoridade ou direitos sobre o outro, e que a base de qualquer relacionamento sadio e libertador consiste em respeitarmos o livre-arbítrio uns dos outros em quaisquer circunstâncias.