domingo, 3 de março de 2013

APRENDER A CONHECER AS PESSOAS

A verdade é que não se pode ser feliz sem o conhecimento de si mesmo, sem o conhecimento do outro. “Conhece-te a ti mesmo!”, sugeriu há muito tempo o filósofo grego. Dizia um escritor americano que “homem nenhum é uma ilha”. E não é mesmo. A felicidade está em mim, mas o caminho para alcançá-la é o outro. A felicidade não está em coisas: dinheiro, propriedades, etc. Não adianta procurá-la fora de você. A felicidade está dentro de cada um de nós, mas só a alcançaremos através do outro, das outras pessoas. Por isso precisamos nos conhecer para aprender a lidar conosco e nos amar e conhecer aqueles com que lidamos para amá-los pelo que são e não pelo que queríamos que fossem. Apesar de toda a evolução e tantas conquistas, o ser humano se sente completamente perdido e aprisionado dentro de suas próprias costelas, sempre acreditando não ter valor algum no mundo em que vive. Esta sensação de vítima ocorre em todas as classes sociais, culturais, pobres e ricos, instruídos ou analfabetos. Por mais que a pessoa se esforce, tentando conquistar algo por uma vida melhor, mais próspera, procure crescer na parte profissional, econômica, intelectual, mesmo assim tem a impressão que não passa de um imbecil, palhaço, idiota, diante de situações que exigem firmeza e determinação. Tudo que nos afasta da verdade e da nossa paz interior é proveniente da ausência do Poder Pessoal e é consequente a supervalorização do Ego inflamado ou Ego inferior. Esta desconexão interna com as coisas externas, sem que percebamos, passa a desenvolver em nós comportamentos totalmente anti-humanos e anti-sociais, imprimindo em nossa vida dois tipos de personalidades que podem ser classificadas como Tirana ou Violenta e Rebelde ou Infantil. Ambas extremamente desajustadas. A personalidade Tirana ou Violenta é geralmente comum a indivíduo: arrogante, agressivo, ciumento, egoísta, falso, invejoso, irritado, mal-humorado, impaciente, prepotente, rancoroso, vingativo, raivoso, pessimista, perfeccionista, zangado, apressado e imediatista. É um tipo de gente que acredita ser inatingível, devido ao seu alto-grau de autoritarismo. A personalidade Rebelde ou Infantil é geralmente notada em pessoa: ansiosa, amedrontada, desconfiada, desestimulada, culpada, frustrada, magoada, indecisa, confusa, solitária, isolada, depressiva, preguiçosa em situações que exigem raciocínio lógico, doente e co-dependente. Enquanto o Poder Pessoal é considerado o poder máximo para a construção de uma existência saudável cheia de vitalidade, a sua ausência pode ser o que tem de pior na vida de alguém. A pessoa que não usa o seu Poder Pessoal de maneira correta, além de desenvolver vários Eus, corre o risco de também construir e conviver com duas personalidades. É importante que se diga que a nossa estabilidade física, intelectual, espiritual, familiar, profissional, social e financeira está vinculada ao nosso Poder Pessoal. Quem ignora este poder interior magnífico, pode ser considerada a mais infeliz das pessoas. Há sentimentos que matam. São sentimentos negativos que são prejudiciais e muito comuns às pessoas que não fazem uso do seu Poder Pessoal. O Poder Pessoal é muito parecido com as células-tronco, que não se alteram e nem sofrem deformações. É um poder que só os seres humanos possuem. Mesmo sendo um talento somente nosso, algo que herdamos ao nascer, ele precisa ser identificado e fortalecido diariamente, da mesma maneira que o corpo físico necessita de alimento orgânico para se manter em ótima forma. A essência e a personalidade também precisam de ótima consciência intelectual para se manter fortes e equilibradas. É o Poder Pessoal que determina a personalidade saudável. Caso não haja um fortalecimento devidamente correto, a pessoa passa a sofrer da síndrome da alma vazia, que significa um alto grau de desamparo ou desamor por si mesma. Um tipo de abismo interior crônico, como se fosse uma ferida emocional que nunca se fecha e nem cicatriza. Havendo desconexão com os verdadeiros valores interiores – sabedoria natural, espiritualidade, incontáveis habilidades cerebrais – passamos a ter necessidade de outros acessórios; algo que justifique a nossa existência neste planeta e, geralmente, os vícios ou co-dependência por coisas, pessoas, atividades ou eventos, são as únicas alternativas encontradas. Co-dependência ou vícios por coisas inclui: comidas destrutivas ou sem energia vital, drogas em geral, cafeína, cigarro, bebidas diversas, álcool em excesso, etc. Co-dependência ou vício em eventos ou atividades: trabalho e dinheiro como meta principal de vida, pequenos furtos, religião, corrupção, poder acompanhado de autoritarismo, compras exageradas ou sem necessidades, gastos desnecessários, exercício físico demasiado e outros. Enfim, tudo que envolve compulsividade pode ser considerado co-dependência. Co-dependente ou vício por pessoas abrange: sexo sem importância, busca de aprovação de outrem, romance e relacionamento de maneira compulsiva. Na verdade quem vive ausente de seu Poder Pessoal, além de cultivar uma personalidade doentia, ainda expressa o que tem de pior dentro de si e coloca a culpa de seus erros, fracassos, insucessos, nos outros. Sua maior característica é, sem dúvida, a vergonha por suas atitudes impensadas. Da mesma forma que se aprende a língua portuguesa, matemática, ciências, geografia e outras matérias, para o preparo profissional, é necessário também que se aprenda os princípios que possam fazer as pessoas serem um ser melhor e mais humano. Portanto, a opção efetivamente inteligente é respeitar o momento do outro, levando-se em conta que o caminho mais acertado é aquele que estiver mais ligado a sua história de vida. Exigimos excessivamente do outro porque não somos bondosos conosco. Quem não se ama, inevitavelmente projetará suas sombras na convivência, alimentando expectativas desconectadas da fraternidade. Nessa condição emocional, surgirá a severidade em forma de intransigência e cobrança, criando decepção e mágoa. Analisar, compreender e agir construtivamente, eis a sequência de três atitudes que permitirão o encaminhamento adequado na vida entre as pessoas, quando o assunto se refere às imperfeições alheias ou aos desagradáveis fatos do cotidiano, com o objetivo de desenvolvermos a arte de aceitarmo-nos uns aos outros como somos. Convivemos com quem precisamos e recebemos os diferentes e as diferenças que merecemos, segundo a lei de causa e efeito, sempre sob as augustas manifestações da misericórdia divina em favor do nosso aprendizado. Suportarmos uns aos outros significa, antes de tudo, termos a mente alerta para recordar sempre, na caminhada, que nenhum de nós, seja pelo argumento que for, detém autoridade ou direitos sobre o outro, e que a base de qualquer relacionamento sadio e libertador consiste em respeitarmos o livre-arbítrio uns dos outros em quaisquer circunstâncias.

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