domingo, 24 de fevereiro de 2013

PESSOAS EM NOSSAS VIDAS -

Alguns dizem “mais vale um amigo na praça do que dinheiro na caixa.” Outros afirmam, no entanto, que “quando a miséria entra pela porta da frente, o amor saia pela da cozinha.” Você já percebeu o quanto as pessoas buscam a realização afetiva? Às vezes mais do que a profissional? Já ouviu alguma música que fale do insucesso na profissão? No entanto, sobre dores de amor, o repertório é vastíssimo. Pergunto-me se não lutamos muito mais pela realização afetiva do que pela realização profissional e chego à conclusão de que, quando falta o afeto, falta tudo... Há pessoas que são realizadas profissional e financeiramente, mas, se não conseguem realizar o seu lado afetivo, aí o vazio em forma de tristeza é bem aparente. Diz o poeta Vinícius de Moraes que “(...) A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida. Há sempre alguém a sua espera (...)” Mas será o encontro uma mera aproximação entre duas ou mais pessoas? Quantas vezes estivemos com pessoas e não fomos tocados pelo momento ou por elas? Tocados aqui não no sentido romântico. As pessoas são tocadas quando existe entre elas afinidade e sobre afinidade nos diz o escritor Arthur da Távola: “Afinidade é um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois. Afinidade não o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo. Ter afinidade é muito raro. Mas, quando existe, não precisa de códigos vergais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixarem de estar juntas. Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmo fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento. Afinidade é sentir com. Não é sentir contra. Nem sentir por. Nem sentir pelo. É olhar e perceber. É mais calar do que falar, ou, quando falar, jamais explicar, apenas afirmar. Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidades vividas. Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou, sem lamentar o tempo de separação. Porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas oportunidades dadas, ou retiradas, pela vida.” Embora muitos encontros sejam belos, muitos outros são dolorosos. Há pessoas que têm muita dificuldade em lidar com o outro. E quando se envolvem, é para exercer sua tirania sobre o outro, para ser cruel. São pessoas de personalidade tirana, que são naturalmente opressoras e que têm uma necessidade, quase vital, de oprimir o outro e manter o outro sob seu poder, subjugado a ferro e crueldade. São pessoas extremamente exigentes para com o outro. Pessoas controladoras, tiranas, fracassadas, perversas. Todo mundo conhece alguém capaz de lhe tirar do sério por alguma dessas razões. Pode ser um chefe mandão, um colega agressivo, um marido ciumento ou um companheiro manipulador. Regularmente é preciso aprender a lidar com gente que nos faz mal, seja na vida social, no ambiente de trabalho ou mesmo no cotidiano familiar. Existem dos mimados ou ciumentos aos bullies - pessoas que usam a agressão física e/ou psicológica para intimidar e manipular alguém, são os tipos mais comuns e , quando temos a infelicidade de nos deparar com um desses, precisamos aprender as estratégias para enfrentar cada um deles, sempre partindo de três princípios básicos: 1.Você recebe o comportamento que tolera; 2. Os outros não vão mudar, a menos que você mude primeiro; 3. Controle a sua tolerância excessiva. "Quando você acredita que seu sofrimento é culpa sua, eu diria que, primeiro, você é responsável diretamente por 51% dos seus problemas sentimentais. Ninguém pode abalá-lo emocionalmente a não ser que você permita. (...) Você, a pessoa que está deprimida, zangada ou com medo, é o maior causador dos seus próprios sentimentos neuróticos. Você é responsável pelas frustrações que algum desses fazedores de louco lhe infligem. Você é responsável pela forma como reage a eles". Quem garante é o autor dos livros “Vencendo a Depressão”, “Como Ser o Seu Próprio Melhor Amigo” e “Como Se Levantar Sozinho”. A personalidade dos tipos que são verdadeiros fazedores de louco se desenvolve de duas formas : pela aprendizagem e pela formação física e/ou genética. A aprendizagem é resultado do que nossos pais nos ensinam durante nossa criação. Da mesma forma que as características positivas são transmitidas , as negativas também o são. Pais que resolvem todos os impasses com gritos e xingamentos ensinam esses hábitos aos seus filhos. Filhos desses lares freqüentemente maltratam suas esposas e filhos e sempre ficam furiosos quando se sentem frustrados. Quando esse processo de aprendizagem acontece no início da vida de uma criança, de forma intensa, você pode ter certeza de que esses hábitos estão sendo gravados em concreto em sua estrutura psíquica. Essas pessoas estão presentes em todas as camadas sociais. Em toda empresa há chefes, supervisores e diretores insuportáveis. Eles podem também morar no seu prédio ou na sua rua. Mas o pior lugar para encontrá-los é dentro de casa, quando eles vêm na forma de cônjuges, pais e filhos. Eles são de ambos os sexos, de todas as idades, de todos os níveis educacionais e de todas as classes sociais. Eles estão em todos os lugares. Pessoas difíceis sempre existiram, mas nos últimos tempos temos a sensação de que elas estão se proliferando numa velocidade quase incalculável. Segundo a médica Ana Beatriz Barbosa Silva, autora de Mentes Perigosas, livro bastante vendido,"todos conhecemos ou ouvimos falar sobre um chefe tirano, uma esposa poliqueixosa, um amigo 'mala', um conhecido inadequado, um filho manipulador, um adolescente agressivo ou um adulto egocêntrico. O número absoluto das pessoas difíceis não mudou tanto assim", observa Ana Beatriz. "O que aconteceu é que, por fatores diversos, as pessoas, em geral, se tornaram excessivamente tolerantes com os comportamentos reprováveis que uma parte da população apresenta." Para Ana Beatriz, este excesso de tolerância vem de uma equivocada percepção sobre a função do amor nos tempos modernos, que obriga a satisfazer todos os desejos do ser amado. "A verdadeira função do amor não é satisfazer todos os desejos de quem amamos e sim de darmos conta das suas necessidades. E para isso precisamos conhecer profundamente a natureza e o comportamento das pessoas que amamos ou com as quais somos obrigados a conviver cotidianamente. Caso contrário, estaremos incorrendo no grave erro de não distinguir os comportamentos aceitáveis dos inaceitáveis socialmente. Sem esse conhecimento estamos destinados a recompensar atitudes negativas e repreender atitudes positivas, criando um terreno muito propício para que nossos relacionamentos nos enlouqueçam." São personalidades difíceis de conviver e, quando nos envolvemos com alguma delas, precisamos estar aptos a identificá-las e desenvolver eficazes atitudes para reduzirmos os danos que essas mentes difíceis e perigosas possam causar às nossas vidas. Tudo que nos afasta da verdade e da nossa paz interior é proveniente da ausência do Poder Pessoal e é consequente a supervalorização do Ego inflamado ou Ego inferior. Esta desconexão interna com as coisas externas, sem que percebamos, passa a desenvolver em nós comportamentos totalmente anti-humanos e anti-sociais, imprimindo em nossa vida dois tipos de personalidades que podem ser classificadas como Tirana ou Violenta e Rebelde ou Infantil. Ambas extremamente desajustadas e frouxas.

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