domingo, 27 de julho de 2014

RECEITA DE DONA CACILDA -

Dona Cacilda é uma senhora de 92 anos, miúda, e tão elegante, que todo o dia, às 8 da manhã ela já está toda vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão. E hoje ela se mudou para uma casa de repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente, e não havia outra solução. Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava pronto. Enquanto ela manobrava o andador em direção ao elevador, eu dei uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas de tecido florido que enfeitavam a janela. Ela me interrompeu com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho. "Ah, eu adoro essas cortinas." "Dona Cacilda, a senhora ainda não viu seu quarto, espere mais um pouco." "Isso não tem nada a ver, ela respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada. Vai depender de como eu preparo a minha expectativa. E eu já decidi que vou adorar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo. Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem." "Simples assim?" "Nem tanto; isso é para quem tem autocontrole e exigiu de mim um certo 'treino' pelos anos a fora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em conseqüência, os sentimentos." Calmamente ela continuou: "Cada dia é um presente; e, enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidades na sua 'Conta de Lembranças'. E aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de Lembranças. Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica." Depois me pediu para anotar: 1. Jogue fora todos os números não essenciais para sua sobrevivência. Isso inclui idade, peso e altura. Deixe seu médico se preocupar com eles. Para isso ele é pago. 2. Frequente, de preferência, seus amigos alegres. Os "baixo-astrais" puxam você para baixo. 3. Continue aprendendo. Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixe seu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é a oficina do diabo. E o nome do diabo é Alzheimer. 4. Curta coisas simples. 5. Ria sempre, muito e alto. Ria até perder o fôlego; ria para você mesma no espelho, ao acordar e que o sorriso seja sua última 'atitude' antes de dormir. 6. Lágrimas acontecem. Aguente, sofra e siga em frente. A única pessoa que acompanha você a vida toda é você mesmo. Esteja vivo enquanto você viver e seja uma boa companhia para si mesmo. 7. Esteja sempre rodeado daquilo de que você gosta: pode ser família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for. Seu lar é o seu refúgio, mas não fique trancado nele. Sua mente é seu paraíso. 8. Sua maior riqueza é a saúde. Aproveite sua saúde. Se for boa, preserve-a. Não a desperdice. Se não é, não a estrague mais. Se está instável, melhore-a da maneira mais simples: caminhe, sorria, beba água, ore, veja comédias, leia piadas ou histórias de aventuras e romances. 9. Não faça viagens de remorsos. Viaje para o shopping, para cidade vizinha, para um país estrangeiro, pegue carona numa cauda de cometa, imagine os mais diversos objetos formados pelas nuvens no céu, mas evite as viagens ao passado, porque dói e você pode ficar retido na estação errada. Não se renda à nostalgia. Escolha as lembranças que quer ter; não se deixe dominar por elas ou perderá o direito a escolha. 10. Diga a quem você ama que você realmente o ama, e diga isso em todas as oportunidades, através do olhar, do toque, das palavras, das ações diárias e do carinho. Seja feliz com seu próprio sentimento e não exija retribuição; você terá, de graça, o que o outro sentir; nada mais, nada menos. E acrescentou ainda: - Agradeça cada dia que amanhece como uma nova oportunidade para fazer aquilo que ainda não teve coragem de começar. Do princípio ao fim. - Prefira novos caminhos do que voltar a caminhos mil vezes trilhados. - Apague o cinza de sua vida. E acenda as cores que carrega dentro de você. - Desperte seus sentidos para que não perca tudo de belo e formoso que o cerca. - Contagie de alegria a seu redor, e tente ir além das fronteiras pessoais a que tenha chegado aprisionado pelo tempo. - Aproveite e faça as pazes consigo mesmo e com quem imagina que o magoou. Faça isso antes que seja tarde. Espírito magoado é espírito infeliz e triste. Não esqueça que o perdão é uma questão de saúde e vá que a vida está de braços abertos para o receber exatamente como você é. - Lembre-se que a vida não se mede pelo número de vezes que respirou, mas pelos momentos que seu coração palpitou forte: de muito rir, de surpresa, de êxtase, de felicidade e, sobretudo, de amar sem media. - Não esqueça do que Pablo Picasso escreveu: “Há pessoas que transformam o sol em uma pequena mancha amarela, porém há também aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol”.

BEM ENVELHECER -

Depois da Segunda Guerra Mundial, o Almirante Hart elaborou uma evocação que tem passado através de diferentes épocas, como sendo de um autor anônimo, com muitas variantes, de muitas formas diferentes. Ele disse mais ou menos assim: “Senhor, dá-nos a serenidade para aceitar tudo quanto devemos aceitar, para aceitar tudo que é difícil de ser aceito. Mas, dá-nos, sobretudo, sabedoria para distinguir uma coisa da outra.” É essa sabedoria que deve orientar nossos sentimentos, para identificarmos aquilo que podemos modificar. E aquilo que não nos é possível mudar. Aceitando e incorporando ao nosso modo de viver e de maneira agradável, positiva e realmente feliz. A grande problemática do binômio saúde-doença é das mais relevantes da história do ser humano. Se examinarmos essa problemática, perceberemos que ela tem sido motivo de discussão em todas as áreas do pensamento. E, naturalmente, a ciência aliada à tecnologia tem avançado para oferecer ao ser humano longevidade, vida mais longa. Não apenas uma vida muito longa, mas uma vida saudável. O importante não é que vivamos muitos anos. O importante é que vivamos bem cada momento da nossa vida. A existência terrestre não deve ser contada apenas pelo número de anos que o ser biológico viveu. Mas, pelos incomparáveis momentos de felicidade que todos podemos fruir a cada instante. Para podermos melhor entender a problemática do binômio saúde-doença, lembremos que, segundo a Organização Mundial de Saúde, saúde não é a falta de doença. Durante muito tempo pensávamos que uma pessoa saudável era uma pessoa que não se encontrava doente. A visão psicológica e sociológica da Organização Mundial de Saúde, neste momento, é muito ampla. Ela estabelece que saúde é o resultado de três fatores que se completam: harmonia fisiológica, bem-estar psicológico e equilíbrio sócio-econômico. A grande proposta hoje da ciência médica é aquela que objetiva o ser integral. Nós somos uma realidade muito diferente daquilo que estamos. Estamos numa personalidade transitória, passageira, elaborada por fatores genéticos psicossociais, sócio-econômicos, sócio-educacionais. Mas, nós somos um ser de interação universal, um ser eterno, que transita etapa a etapa, através desse fenômeno biológico da fecundação e que abandona o processo orgânico por outro fenômeno biológico da morte ou da desencarnação. Para as modernas pesquisas da psicologia transpessoal, o ser não é apenas a argamassa celular. Estabeleceu-se no academinicismo físio-psicológico que a criatura humana era o seu cérebro, e esse cérebro passou por grandes avaliações. No começo do século, acreditava-se que a criatura humana era os seus neurônios. E esses neurônios, até mais ou menos 1920, eram calculados em 5 bilhões, aproximadamente. Havia se estabelecido e mantém-se que esses neurônios nascem com o indivíduo. É a fatalidade biológica. Mas à medida em que eles morrem, não há uma renovação. E, por isso, obedecendo à lei da termodinâmica na área da entropia (medida da quantidade de desordem num sistema), envelhecer e morrer são inevitáveis. A viagem para o caos, para o desgaste, para a desorganização da energia é um fator irreversível. Mais ou menos na década de 40, os neuro-fisiologistas constataram que o nosso cérebro possui aproximadamente 10 bilhões de neurônios. Com a chegada dos telescópios e microscópios eletrônicos, particularmente dos últimos, a década de 50 foi muito auspiciosa. Nós seríamos dotados de 50 bilhões de neurônios. Mais recentemente, ao eclodir a década de 80, as investigações levaram-nos a aproximadamente de 75 bilhões a 100 bilhões de neurônios, estabelecendo que o homem tem muito mais neurônios do que as mulheres, diferença que não significa quase nada. Hoje a ciência de tal forma se tornou elástica que matou muitos mitos e, entre eles, o mito da velhice. Antes, por exemplo, acreditava-se que uma pessoa de 40 anos era praticamente inválida. Em nosso país, ela não é inválida, mas está quase inválida. Vemos uma pessoa de 40 anos e dizemos: “Meu Deus, já tem 40 anos!” E nós que temos alguns meses mais de 40 anos, vingamo-nos dizendo: “A idade que você tem eu já tive. Agora, se você vai chegar à idade em que me encontro, não sei.” É uma praga. Estamos desejando que a pessoa morra de acidente ou de uma outra coisa qualquer. É a vingança do adulto que tem inveja do jovem. Somente envelhece quem quer. E somente é velho quem velho se considera. A nossa atividade mental mantém a nossa juventude. É quando dizemos: “Eu já não tenho mais a mesma facilidade para memorizar. Estou perdendo a memória.” Pois procure-a, ela está lá no arquivo, é somente buscá-la, não espere que ela chame por você. As pessoas mentalmente ativas mantém a memória muito lúcida. Alguns a têm hoje melhor do que quando contavam 20 anos. Simplesmente porque se recusaram a ser velhos, porque aceitaram a beleza do envelhecimento. Cada idade tem seu contributo, tem a sua maravilha, tem as suas conquistas. E não pode haver nada mais fascinante do que cada momento do vir a ser. A verdadeira psicologia não é apenas aquela do que fomos, do que fizemos, do onde estávamos. Mas é essa proposta das nossas possibilidades inatas, desse imenso oceano a descobrir, a conquistar, dessas terras do sem fim, por onde nós iremos caminhar. Na medida em que nós nos esforçamos, a memória tende. Exceto diante das psicopatologias ou de outros processos degenerativos que fazem parte da nossa máquina. Chico Xavier, quando estava com 80 anos, era risonho e jovial. E ele sempre dizia: “A máquina está gasta, mas eu estou muito bem comandando a máquina.” E vemos, no entanto, máquinas jovens, novas, tão mal direcionadas e tão gastas porque os comandos perderam a linha do equilíbrio. Uma das condições para a saúde mental é o exercício da máquina de natureza psíquica. Não dar trégua à máquina, cuja função é atender às exigências do Eu superior, também chamado “Self”, também chamado espírito, ou outras designações, conforme a corrente filosófica, cultural ou religiosa que cada um professe. Mas se estabeleceu que esse ser profundo, esse ser transpessoal que independe do cérebro, é o comandante da máquina. E ela atende-o conforme o direcionamento que ele der, tendo-lhe as rédeas na mão. Repito, somente é velho quem quer. Pessoas há que a partir dos 40 anos ou 45, principalmente quando se aposentam, que assinam o próprio atestado de decadência. A palavra aposentado passou a ser o carimbo da senilidade, da velhice. “Ele é aposentado, é inútil, é a cadeira velha que rasgou a palhinha e se coloca no canto e não deixa ninguém sentar porque está furada.” Aí sim é uma coisa velha. Mas a pessoa aposenta-se para começar a trabalhar. Na Índia, há um livro chamado o Bhagavad Gita, e particularmente no Vedanta uma proposta comportamental: o indivíduo até os 18 anos “pertence” aos seus pais, dos 18 aos 50, “pertence” à família e, a partir dos 50, “pertence” a si mesmo, para entregar-se à vida espiritual, totalmente livre. É o momento da sua maturidade, das suas experiências. Mas nós somos escravos de convenções, de imposições injustificáveis, de tabus e de superstições. Em nosso país, uma pessoa aposentada, assinalada por esse timbre de decadência orgânica e mental, é um indivíduo que se nega a viver. E não pode haver um espetáculo mais hediondo do que as pessoas com de 40 anos, principalmente os homens de boné, numa praça pública, jogando dominó, dama ou gamão e falando dos seus maravilhosos e detestáveis tempos do passado. Porque nada é mais detestável do que o “meu tempo” ou “Ah! Antigamente.” Era horrível. Nada pior do que as viagens de antigamente. A pessoa de guarda pó branco para não se entupir de areia e de pó de todas as cores. Nada mais maravilhoso do que uma pista de asfalto ou o suave deslizar de um avião. Devemos sim negar-nos, para uma boa saúde psicológica, a esse timbre de ser aposentado. Vou apresentar uma sugestão para as esposas de homens aposentados: ponham para fora de casa os maridos aposentados. Não pode haver nada pior do que um homem aposentado dentro de casa. A mulher liga a luz, ele apaga. Ela abre o bico de gás, ele apaga, para fazer economia. Eles precisam fazer algo de útil para que a morte não seja anunciada. Para não morrer antes da hora. As exigências da nossa sociedade em relação às mulheres chega a beirar a crueldade. Elas não podem envelhecer em paz. E se a mulher for famosa, o sofrimento é dobrado. Cada ruga, cada estria, cada flacidez é divulgada pela imprensa, como se ela fosse culpada dos traços que a vida naturalmente lhe impõe. A ditadura da juventude nos impede de observar a beleza e plenitude que há na mulher de 40, 50 ou 70 anos. Aprendamos que saúde é um estado de espírito e o espírito jovial é sempre saudável.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A MAIOR EMPRESA: SUA VIDA - Augusto Cury

Você tem defeitos, vive ansioso e fica irritado algumas vezes, mas não esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. E que você pode evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões Ser um empreendedor é executar os sonhos, mesmo que haja riscos. É enfrentar os problemas, mesmo não tendo forças. É caminhar por lugares desconhecidos, mesmo sem bússola. É tomar atitudes que ninguém tomou. É ter consciência de que quem vence sem obstáculos triunfa sem glória. É não esperar uma herança, mas construir uma história... Quantos projetos você deixou para trás? Quantas vezes seus temores bloquearam seus sonhos? Ser um empreendedor não é esperar a felicidade acontecer, mas conquistá-la, mesmo em períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. A grandeza de um ser humano não está no quanto ele sabe, mas no quanto ele tem consciência que NÃO sabe. O destino não é freqüentemente inevitável, mas uma questão de escolha. Quem faz escolha, escreve sua própria história, constrói seus próprios caminhos. Os sonhos não determinam o lugar onde você vai chegar, mas produzem a força necessária para tirá-lo do lugar em que você está. Sonhe com as estrelas para que você possa pisar pelo menos na Lua. Sonhe com a Lua para que você possa pisar pelo menos nos altos montes. Sonhe com os altos montes para que você possa ter dignidade quando atravessar os vales das perdas e das frustrações. Uma pessoa inteligente aprende com os seus erros, uma pessoa sábia vai além, aprende com os erros dos outros, pois é uma grande observadora. Procure um grande amor na vida e cultive-o. Pois, sem amor, a vida se torna um rio sem nascente, um mar sem ondas, uma história sem aventura! Mas, nunca esqueça, em primeiro lugar tenha um caso de amor consigo mesmo. Não duvide do valor da vida, da paz, do amor, do prazer de viver, em fim, de tudo que faz a vida florescer. Mas duvide de tudo que a compromete. Duvide do controle que a miséria, ansiedade, egoísmo, intolerância e irritabilidade exercem sobre você. Quando somos abandonados pelo mundo, a solidão é superável; quando somos abandonados por nós mesmos, a solidão é quase incurável. Sábio é o ser humano que tem coragem de ir diante do espelho da sua alma para reconhecer seus erros e fracassos e utilizá-los para plantar as mais belas sementes no terreno de sua inteligência. Ser livre é não ser escravo das culpas do passado nem das preocupações do amanhã. Ser livre é ter tempo para as coisas que se ama. É abraçar, se entregar, sonhar, recomeçar tudo de novo. É desenvolver a arte de pensar e proteger a emoção. Mas, acima de tudo, ser livre é ter um caso de amor com a própria existência e desvendar seus mistérios. Se seus sonhos são pequenos, sua visão será pequena, suas metas serão limitadas, seus alvos serão diminutos, sua estrada será estreita, sua capacidade de suportar as tormentas será frágil. Os sonhos regam a existência com sentido. Desejo que você não tenha medo da vida. Tenha, sim, medo de não vivê-la. Não há céu sem tempestades, nem caminhos sem acidentes. Só é digno do pódio quem usa as derrotas para alcançá-lo. Só é digno da sabedoria quem usa as lágrimas para irrigá-la. Os frágeis usam a força; os fortes, a inteligência. Seja um sonhador, mas una seus sonhos com disciplina, Pois sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas. Seja um debatedor de idéias. Lute pelo que você ama. E que você perdoe... Perdoe sempre. Dar a outra face é um símbolo de maturidade e força interior. Não se refere à face física, mas à psíquica. Dar a outra face é procurar fazer o bem para quem nos decepciona, é ter elegância para elogiar quem nos difama, altruísmo para ser gentil com quem nos aborrece. É sair silenciosamente e sem estardalhaço da linha de fogo dos que nos agridem. Dar a outra face previne homicídios, traumas, cicatrizes impagáveis. Os fracos se vingam, os fortes se protegem. Que o “Mestre dos Mestres” lhe ensine que nas falhas e lágrimas se esculpe a sabedoria. Que o “Mestre da Sensibilidade” lhe ensine a contemplar as coisas simples e a navegar nas águas da emoção. Que o “Mestre da Vida” lhe ensine a não ter medo de viver e a superar os momentos mais difíceis da sua história. Que o “Mestre do Amor” lhe ensine que a vida é o maior espetáculo no teatro da existência. Que o “Mestre Inesquecível” lhe ensine que os fracos julgam e desistem, enquanto os fortes compreendem e têm esperança. Não somos perfeitos. Decepções, frustrações e perdas sempre acontecerão. Mas Deus é o artesão do espírito e da alma humana. Não tenha medo. Depois da mais longa noite surgirá o mais belo amanhecer. Tenha paciência e espere. Ele com certeza virá...

AÇÃO DOS ESPÍRITOS INFERIORES JUNTO AO VICIADO -

A ação dos espíritos inferiores junto ao viciado pode ser percebida através das alterações no comportamento do viciado, dos danos adicionais ao seu organismo perispiritual, já tão agredido pelas drogas, e aqui vamos incluir desde o álcool até as drogas ilícitas, e das conseqüências futuras e penosas que experimentará quando estiver na condição de espírito desencarnado, ligado a regiões espirituais inferiores. Sabemos que, após a desencarnação, ou a morte, o Espírito guarda, por certo tempo, que pode ser longo ou curto, seus condicionamentos, tendências e vícios de encarnado. O Espírito de um viciado em drogas, por exemplo, em face do estado de dependência a que ainda se acha submetido, no outro lado da vida, sente o desejo e a necessidade de consumir a droga. Somente a forma de satisfazer seu desejo é que varia, já que a condição de desencarnado não lhe permite proceder como quando na carne. Como Espírito precisará vincular-se à mente de um viciado, de início, para transmitir-lhe seus anseios de consumo da droga, posteriormente, para saciar sua necessidade, valendo-se para tal do recurso da vampirização das emanações tóxicas impregnadas no perispírito do viciado, ou da inalação dessas mesmas emanações quando a droga estiver sendo consumida. Assim como os sentimentos, os vícios são do espírito e não do corpo físico. Então, o espírito de um viciado em drogas, em face do estado de dependência a que se acha submetido, no outro lado da vida, sente o desejo e a necessidade de consumir a droga. Essa sobrecarga mental, indevida, afeta tão seriamente o cérebro, a ponto de ter suas funções alteradas, com conseqüente queda no rendimento físico, intelectual e emocional do viciado. Segundo Emmanuel, "o viciado, ao alimentar o vício dessas entidades que a ele se apegam, para usufruir das mesmas inalações inebriantes, através de um processo de simbiose em níveis vibratórios, coleta em seu prejuízo as impregnações fluídicas maléficas daquelas, tornando-se enfermiço, triste, grosseiro, infeliz, preso à vontade de entidades inferiores, sem o domínio da consciência dos seus verdadeiros desejos". Cada espírito, encarnado ou desencarnado, tem o seu padrão vibratório. Isso significa que cada um tem uma faixa de sintonia, igual a um rádio, em que ele estabelece sintonia com espíritos que vibram nessa mesma faixa. O Espiritismo confirma que os semelhantes se atraem. O uso de álcool e outras drogas produz um atrativo irresistível para os espíritos que desencarnaram na condição de viciados nessas substâncias. Os desencarnados passam a acompanhar seus “amigos” encarnados quando estes fazem uso de drogas. Estimulam, neles, o uso cada vez mais contínuo e em maiores doses, enfraquecendo sua vontade, passando a ser dominados e agindo segundo as determinações desses espíritos que conseguem anular por completo sua vontade. Quem faz uso de álcool e outras drogas com frequência modifica seu padrão de pensamentos quase que instantaneamente quando se droga. É que nessas horas, o intercâmbio de ideias e sensações com os desencarnados se torna automático. Comungam os mesmos sentimentos, as mesmas ideias fixas, os mesmos desejos ou a ausência total de desejos, fora o uso da droga. Não faltam exemplos na literatura espírita, e na própria vida, de como os encarnados são utilizados docilmente pelos desencarnados viciados. Tornam-se verdadeiras marionetes em suas mãos. Ou, na expressão de Ramatis se referindo aos bebedores freqüentes, tornam-se “canecos vivos” dos desencarnados. O uso de drogas facilita o desprendimento do corpo astral. O usuário passa a ter um contato maior com o plano astral, embora não perceba. E esse contato, nestas condições, não é bom. Nunca estamos sós. Somos acompanhados, onde quer que estejamos, por espíritos desencarnados que se afinizam conosco. O problema de quem consome drogas é que atrai a companhia de espíritos muito perturbados, com a preocupação constante de satisfazer o seu vício. Eles se “colam” ao perispírito do usuário para inalar, aspirar, sentir os efeitos da droga como se estivessem encarnados. Mesmo drogas consideradas leves, como a maconha, provocam a despersonalização e a perda da vontade, tornando seu usuário apático e dócil companheiro de espíritos infelizes. O uso moderado do álcool, aceito pela sociedade e recomendado por alguns médicos (provavelmente os que gostam de beber), pode ser inofensivo para algumas pessoas, mas é fato que o uso do álcool acompanha o espírito há inúmeras reencarnações, pois o homem utiliza o álcool (ou é utilizado por ele) desde a pré-história. Um hábito de tanto tempo só pode ser considerado um vício. O pecado da bebida ou da droga ilícita está no mal e na ameaça ao corpo do que faz uso dela. Pode inclusive antecipar a morte dele, o que o fará um suicida e assim será tratado do outro lado da vida. Como diz o apóstolo Paulo, “tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”. O álcool não convém. A droga não convém. É um hábito que precisa ser abolido da sociedade pelos males que provoca. Assim como o cigarro foi banido dos costumes socialmente aceitos, da mesma forma esperamos que aconteça com o álcool. Há vinte anos havia propaganda de cigarro na televisão, fumava-se nos filmes e novelas. Há trinta anos fumava-se nos elevadores e nos ônibus. Hoje não se pode fumar nem em bares e restaurantes. É um grande avanço. Para quem não se ocupa das coisas do espírito, repito que o uso de qualquer droga é um convite aberto para que espíritos viciados se aproximem e compartilhem do hábito, que logo se torna um vício. Para os que se ocupam com as coisas do espírito, acredito que o canal que nos liga com a espiritualidade superior deve permanecer permanentemente desobstruído, livre de qualquer obstáculo. Quando os jovens conhecem sua finalidade na vida, reconhecem a força no seu coração e na sua intuição, não sentem necessidade de recorrer às drogas como meio de fuga. Podem compartilhar a ligação com o Eu Superior e sentir a energia criativa que emana através das palavras, imagens, quadros ou música. Falta a eles, falta a nós o conhecimento para que evitemos o sofrimento. A maioria dos nossos sofrimentos se origina da nossa ignorância, da nossa falta de conhecimento. Em comemorações, festas, não se comprometa com o vício; apenas um pouquinho pode ser uma picada de veneno letal que mesmo em pequenas doses pode ser fatal; Se você está feliz, fique feliz lúcido; Se está sofrendo, enfrente a dor sem o álcool ou a droga e fortaleça-se. O uso desses recursos pode deixá-lo em pior situação. Para qualquer situação recorra à prece. Ela é um remédio comprovadamente eficaz e sem contra indicação. Diante dos flagelos e das terríveis conseqüências provocadas pelas drogas, não poderia o Espiritismo, Doutrina comprometida com o crescimento integral da criatura humana na sua dimensão espírito-matéria, deixar de se associar aqueles segmentos da sociedade que trabalham pela preservação da vida e dos seus ideais superiores, em seus esforços de erradicação de tão terrível ameaça. O efeito destruidor das drogas é tão intenso que extrapola os limites do organismo físico da criatura humana, alcançando e comprometendo, substancialmente, o equilíbrio e a própria saúde do seu corpo perispiritual. Tal situação, somada àquelas de natureza fisiológica, psíquica e espiritual, principalmente as relacionadas com as vinculações a entidades desencarnadas em desalinho, respondem, indubitavelmente, pelos sofrimentos, enfermidades e desajustes emocionais e sociais a que vemos submetidos os viciados em drogas. Muitas informações há sobre os efeitos destruidores das drogas, sejam elas quais forem, lícitas ou ilícitas, que comprometem o corpo físico, a estrutura psíquica e o corpo espiritual daquele que se droga. Revela-nos a ciência médica que a droga, ao penetrar no organismo físico do viciado, atinge o aparelho circulatório, o sangue, o sistema respiratório, o cérebro e as células, principalmente as neuroniais. No livro "Missionários da Luz" - André Luiz ( pág. 221 - Edição FEB), lemos: "O corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue. O sangue é elemento básico de equilíbrio do corpo perispiritual." Em outro livro,"Evolução em dois Mundos", o mesmo autor espiritual revela-nos que os neurônios guardam relação íntima com o perispírito. Comparando as informações dessas obras com as da ciência médica, conclui-se que a agressão das drogas ao sangue e às células neuroniais também refletirá nas regiões correlatas do corpo perispiritual, em forma de lesões e deformações consideráveis que, em alguns casos, podem chegar até a comprometer a própria aparência humana do perispírito. Tal violência concorre até mesmo para o surgimento de um acentuado desequilíbrio do Espírito, uma vez que "o perispírito funciona, em relação a esse, como uma espécie de filtro na dosagem e adaptação das energias espirituais junto ao corpo físico e vice-versa. Por vezes o consumo das drogas se faz tão excessivo, que as energias, oriundas do perispírito para o corpo físico, são bloqueadas no seu curso e retornam aos centros de força. O mundo espiritual é povoado por uma população numerosíssima de Espíritos, quatro a cinco vezes maior que os sete bilhões de almas encarnadas em nosso planeta. Como a maior parte desta população de Espíritos deve estar habitando as proximidades dos ambientes terrestres, onde flui toda a vida humana, não é de se estranhar que esses Espíritos estejam compartilhando das nossas condutas. Podemos atraí-los como guias e protetores, que constantemente nos inspiram, mas também a eles nos aprisionar pelos vícios - o álcool, o cigarro, as drogas ilícitas, os desregramentos alimentares e os abusos sexuais. Pare todas essas situações, as portas da invigilância estão escancaradas, permitindo o acesso de entidades desencarnadas afins. Nesses desvios da conduta humana, a mente do responsável agrega em torno de si elementos fluídicos com extrema capacidade corrosiva de seu organismo físico, construindo para si mesmo os germens que passam a lhe obstruir o funcionamento das células hepáticas, renais e pulmonares, cronificando lesões que a medicina considera incuráveis. As entidades espirituais viciadas compartilham dos prazeres do vício que o encarnado lhes favorece e ao seu tempo estimulam-no a nele permanecer. Nesta associação, há uma tremenda perda de enrgia por parte do encarnado. Daí a expressão vampirismo ser muito adequada para definir esta parceria. A medicina humana não admite a existência do Espírito, não reconhecendo, conseqüentemente, as doenças espirituais. No passado, porém, durante séculos, o Espírito era considerado causa de doença, principalmente na loucura onde parecia evidente seu parentesco com o mal. Quando a Medicina começou a descobrir a fisiologia mecanicista dos fenômenos biológicos, excluiu dos meios acadêmicos a participação da alma, inclusive na criação dos pensamentos, que passaram a ser vistos como "secreção" do cérebro, e as doenças mentais, como distúrbios da química dos neurônios. O médico espírita que pretender retomar, nos dias de hoje, a discussão sobre as doenças espirituais precisa expurgar, em primeiro lugar, a "demonização" das doenças, um ranço medieval que ainda contamina igrejas e repugna o pensamento médico atual. A medicina moderna aprendeu a ajuizar os sintomas e os desvios anatômicos, usando sinais clínicos para fazer as classificações das doenças que conseguiu identificar. Para as doenças espirituais, porém, fica faltando conhecer "o lado de lá" de cada paciente para podermos dar um diagnóstico correto para cada necessitado. Já no século XVII, Paracelso atribuía causas exteriores ou perturbações internas aos doentes mentais, destacando oslunáticos (pela interferência das fases e movimentos da Lua), os insanos (pela hereditariedade), os vesanos (pelo abuso de bebida ou mau uso de alimentos) e os melancólicos (por um vício de natureza interna). Para as doenças espirituais também percebemos causas externas e internas. Por enquanto, nossa visão parcial nos permite apenas uma proposta onde constem as possíveis causas da doença espiritual, sem o rigor que uma avaliação individual completa exigiria, adotando-se para tanto a seguinte classificação: doenças espirituais auto-induzidas (por desequilíbrio vibratório e auto-obsessão), doenças espirituais compartilhadas (por vampirismo e obsessão), mediunismo e doenças cármicas. Precisamos compreender que estas e todas as outras manifestações de doença não devem ser vistas como castigos ou punições. O Espiritismo ensina que as dificuldades que enfrentamos são oportunidades de resgate, as quais, com freqüência, fomos nós mesmos quem as escolhemos para acelerar nosso progresso e nos alavancar da retaguarda, que às vezes nos mantém distantes daqueles que nos esperam adiante de nós. Mais do que a cura das doenças, a medicina tibetana, há milênios atrás, ensinava que médicos e pacientes devem buscar a oportunidade da iluminação. Os padecimentos pela dor e as limitações que as doenças nos trazem sempre possibilitam esclarecimento, se nos predispormos a buscá-lo. Mais importante do que aceitar o sofrimento numa resignação passiva e pouco produtiva é tentar superar qualquer limitação ou revolta, para promovermos o crescimento espiritual, através desta descoberta interior e individual.

domingo, 13 de julho de 2014

HUMOR É VITAL PARA A FELICIDADE - Arnaldo Jabor/ Paulo Roberto Gaefke

Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Poxa! A vida já é um caos, porque fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja bem humorado! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente é ele, pobre dele! Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de humor. Trate seu amor como seu melhor amigo, e ponto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselhos para tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor ideia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm porque se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? espero que não. Tudo o que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura, piora se for densa. Dura, densa e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu? Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteiras, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir... Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora? "a vida é uma peça de teatro que não permite ensaios" "por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche". Ninguém é dono da sua felicidade, por isso não entregue a sua alegria, a sua paz, a sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém. Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja. A razão de ser da sua vida é você mesmo. A sua paz interior deve ser a sua meta de vida; quando sentir um vazio na alma, quando acreditar que ainda falta algo, mesmo tendo tudo, remeta o seu pensamento para os seus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe dentro de si. Pare de procurar a sua felicidade cada dia mais longe. Não tenha objetivos longe demais das suas mãos, abrace aqueles que estão ao seu alcance hoje. Se está desesperado devido a problemas financeiros, amorosos ou de relacionamentos familiares, busque no seu interior a resposta para se acalmar, você é reflexo do que pensa diariamente. Pare de pensar mal de si mesmo, e seja o seu próprio melhor amigo, sempre. Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então abra um sorriso de aprovação para o mundo, que tem o melhor para lhe oferecer. Com um sorriso, as pessoas terão melhor impressão sua, e você estará afirmando para si mesmo, que está "pronto"para ser feliz. Trabalhe, trabalhe muito a seu favor. Pare de esperar que a felicidade chegue sem trabalho. Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou ainda. Agradeça tudo aquilo que está na sua vida, neste momento, incluindo nessa gratidão, a dor. A nossa compreensão do universo ainda é muito pequena, para julgarmos o que quer que seja na nossa vida.

OS JOVENS E A DROGA -

O que leva o jovem a fazer uso de droga é a busca do prazer, da alegria e da emoção. No entanto, este prazer é solitário, restrito ao próprio corpo, cujo preço é a autodestruição. Tudo isto faz esquecer a vida real e se afundar num mar de sonhos e fantasias. Esta é uma opção individual, se bem que, muito condicionada ao papel do grupo. O uso de drogas pode ser uma tentativa de amenizar sentimentos de solidão, de inadequação, baixa auto-estima ou falta de confiança. Além do prazer, a droga pode funcionar como uma forma de o adolescente afirmar-se como igual dentro de seu grupo. Existem regras no grupo que são aceitas e valorizadas por seus membros, tais como: o uso de certas roupas, o corte de cabelo, a parada em certos locais e a utilização de drogas. É no grupo que o jovem busca a sua identidade, faz a transição necessária para alcançar a sua individualização adulta. Porém, o jovem tem o livre-arbítrio na escolha de seu grupo de companheiros. O tipo de grupo com o qual ele se identifica tem tudo a ver com sua personalidade. Outra motivação forte para o jovem buscar a droga é a transgressão. Transgredir é contestar, é ser contra a família, contra a sociedade e seus valores. Uma certa dose de transgressão na adolescência é até normal, mas quando ela excede com drogas, representa a desilusão e o desencanto. Os jovens, muitas vezes, utilizam determinada droga para apontar a incoerência do mundo adulto que usa e abusa das drogas legais como álcool, cigarro e medicamentos. Acreditam que os adultos deveriam ser um "porto-seguro", um referencial da lei e dos limites. No entanto, muitos adultos não pararam para refletir sobre isso. A "onipotência juvenil" é uma característica da adolescência que faz com que o jovem acredite que nada vai acontecer. Pode transar sem camisinha e não vai engravidar ou pegar AIDS ou DST, pode usar drogas e não vai se tornar dependente. No entanto, é ainda maior o risco de dependência, no jovem quando: * possui dificuldade de desligar-se da situação de dependência familiar; * existem falhas na capacidade de reconhecer-se como indivíduo adulto, capaz e separado dos outros; * possui dificuldades de lidar com figuras de autoridade, desafia e transgride compulsivamente. Os adolescentes sofrem influências de modismos e de subculturas, são contestadores, sofrem conflitos entre a dependência e a independência, têm uma forte tendência grupal, um desprazer com a vida urbana rotinizada e uma grande ausência de criatividade. Alguns adolescentes fazem a descoberta do valor da vida em confronto com a morte, através de esportes violentos, pegas de carros, roleta russa, anorexia nervosa, suicídio e drogas. A primeira onda de socialização da droga surgiu nos anos 60. Muitas pessoas começaram a questionar a realidade social e procurar uma cura psíquica na natureza, já que o mundo urbano não oferecia alternativas. Aprenderam a usar certas plantas para modificar a percepção consciente, era a época dos hippies. Hoje, depois de 30 anos conhecemos o grande equívoco, definitivamente todas as drogas causam dependência e esta "falsa" sensação divina acaba anestesiando a realidade individual de não se sentir "bom o bastante". O desejo de drogas é sempre a busca de algo mais. Os pais transmitem isso aos filhos quando eles próprios ingerem droga e os seus filhos acabam fazendo a mesma coisa. Isso é explicado geneticamente, já existe no equilíbrio bioquímico uma predisposição. O uso de drogas ativa a expansão para a dimensão astral, fazendo a pessoa entrar em realidades que podem ser muito sedutoras, atraentes e abrangentes; por isso as drogas ofereciam uma saída, um escape da realidade linear e da luta para conseguir um lugar no mundo. A sociedade atual tem pouco a oferecer para o jovem antes que sejam considerados adultos produtivos, suas vidas estão sem significado e seus modelos são os heróis intocáveis da TV. Os jovens sabem que nunca serão estes heróis e sentem necessidade de se descobrir e responder a questão "Quem sou eu?" Os pais hoje educam os filhos para que usem drogas na adolescência. Esta é uma constatação pesada, mas você é a verdade.Um filho quando é educado em casa para fazer o que tiver vontade e não fazer o que deve ser feito, por que não fazer o mesmo na rua? Quem for educado através de uma cidadania familiar, não lhe será difícil ser um bom cidadão. Cidadão todo mundo é, porém nem todos desenvolvem a cidadania. Pois cidadania é exatamente pensar também em outras pessoas e não simplesmente satisfazer a sua própria vontade. Quem realiza as suas vontades não se incomodando com os seus pais nem irmãos vai se incomodar menos ainda com estranhos. Cidadania é se incomodar com as pessoas que nem conhece para ajudá-las a viver melhor, para não lhes causar prejuízos, trabalhos, desgastes e preocupações desnecessárias. Cidadania é não usar drogas. Assim, um filho para ser bem formado, para ser um cidadão ético, tem que receber uma educação que valorize a ética, que desenvolva a sua responsabilidade social. Todos os seres vivos fazem o que tem vontade ou necessidade de fazer. Mas foram os seres humanos que desenvolveram a civilização graças à sua inteligência e o espírito de equipe para juntos enfrentarem as feras, sobreviver às catástrofes geológicas e climáticas, para terem filhos. O espírito de equipe é defender mais o conjunto de pessoas que a própria pessoa fazer o que simplesmente o que tiver vontade de fazer. Um time de futebol, onde cada um dos jogadores faz o que tem vontade, não ganha o jogo. Se cada ser humano fizesse o que simplesmente gostasse de fazer, talvez não tivéssemos construído esta civilização. Fazer a própria vontade significa: - não respeitar autoridades nem regras do local onde se encontra; - não cumprir com o que se prometeu; - satisfazer as necessidades fisiológicas assim que as sentir; - usar o que quiser, mesmo que não lhe pertença; - validar tudo o que dê prazer e sem considerar se é bom ou ruim; etc. A realização de um desses itens já mostra uma ação má educada. Se um filho tiver o costume de fazer pelo menos um destes hábitos, já estará sendo mal educado. Não estará com espírito de equipe com quem estiver convivendo. Um filho mal educado em casa, não terá porque ser educado fora de casa. A adolescência é um segundo parto. É um nascer da família para entrar na sociedade. É pertencer a um novo grupo social, a turma de iguais ou pares. Longe dos seus pais, na sua turma, nada impede o filho de fazer o que tiver vontade em detrimento do que deveria ser feito. Jogar bola em vez de estudar. Beber em vez de se conter de beber já que vai dirigir. Usar drogas em vez de se preservar. Se perguntarmos a um usuário de maconha por que usam essa droga, eles responderão porque é bom. E, se insistirmos e perguntarmos, por que é bom, eles responderão porque é gostoso.. Estas respostas mostram a falta de educação. Justificar ser bom por ser gostoso é uma mistura de critérios de sensação física com o que deve ou não ser feito. As substâncias psiquicamente ativas são usadas como drogas porque elas provocam prazer. Mas nem tudo que dá prazer é bom. Assim como nem tudo que é bom dá prazer. O que vicia é o prazer, pois o cérebro reptiliano, ou seja, o cérebro primitivo do ser humano leva a pessoa a repetir o gesto que lhe deu prazer. É o mecanismo de ação do sistema de recompensa do cérebro. Saciar uma necessidade fisiológica como comer, ter relações sexuais etc. estimula o cérebro a comer de novo, a transar de novo. As drogas também estimulam este mesmo sistema de recompensa. O problema das drogas é que elas viciam mais que comer e transar, pois elas desenvolvem tolerância - doses cada vez maiores para se conseguir o mesmo efeito prazeroso, compulsão - necessidade de usar a droga outra vez e síndrome de abstinência - falta que a droga faz ao organismo de quem já esteja acostumado com os seus efeitos. Quem usa drogas não respeita regras, atende mais a sua vontade - necessidade - de prazer e faz mal à sociedade e à sua família além de a si mesmo.

domingo, 6 de julho de 2014

ESCOLHAS DE UMA VIDA - Pedro Bial / Martha Medeiros

A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões". Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso. Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção,estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida". Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades. As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços... Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas. Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre. Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto.Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações. Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua...! Pessoas consideradas inteligentes dizem que a felicidade é uma idiotice, que pessoas felizes não se deprimem, não têm vida interior, não questionam nada, são uns bobos alegres, enfim, que a felicidade anestesia o cérebro. Eu acho justamente o contrário: cultivar a infelicidade é que é uma burrice. O que não falta nessa vida é gente sofrendo pelos mais diversos motivos: ganham mal, não têm um amor, padecem de alguma doença, sei lá, cada um sabe o que lhe dói. Todos trazem uns machucados de estimação, você e eu inclusive. No que me diz respeito, dedico a meus machucados um bom tempo de reflexão, mas não vou fechar a cara, entornar uma garrafa de uísque e me considerar uma grande intelectual só porque reflito sobre a miséria humana. Eu reflito sobre a miséria humana e sou muito feliz, e salve a contradição. Felicidade depende basicamente de duas coisas: sorte e escolhas bem feitas. Tem que ter a sorte de nascer numa família bacana, sorte de ter pais que incentivem a leitura e o esporte, sorte de eles poderem pagar os estudos pra você, sorte por ter saúde. Até aí, conta-se com a providência divina. O resto não é mais da conta do destino: depende das suas escolhas. Os amigos que você faz, se optou por ser honesto ou ser malandro, se valoriza mais a grana do que a sua paz de espírito, se costuma correr atrás ou desistir dos seus projetos, se nas suas relações afetivas você prioriza a beleza ou as afinidades, se reconhece os momentos de dividir e de silenciar, se sabe a hora de trocar de emprego, se sai do país ou fica, se perdoa seu pai ou preserva a mágoa pro resto da vida, esse tipo de coisa. Dá pra escolher entre ser carnívoro ou vegetariano, entre fumar ou não, entre correr na praia ou ficar um pouco mais na cama, entre jogar paciência ou ler um livro, entre amores serenos ou amores turbulentos. Se a escolha será acertada, aí já é outro assunto, o futuro vai dizer. Pensando bem, acertos e erros nem estão em pauta aqui. O que importa é ter consciência de que ficar sentado esperando que a vida escolha por nós não é uma opção confortável como parece. Descansados da silva, vem o tempo e crau: nos ultrapassa. A gente é a soma das nossas decisões, todo mundo sabe. Tem gente que é infeliz porque tem um câncer. E outros são infelizes porque cultivam uma preguiça existencial. Os que têm câncer não têm sorte. Mas os outros, sim, têm a sorte de optar. E estes só continuam infelizes se assim escolherem.

TEMPO DE DROGAS -

Um dos problemas mais graves da nossa sociedade, isto é, de muitas pessoas com as quais convivemos, na atualidade, é o consumo indiscriminado, e cada vez mais crescente, das drogas, e aqui devo incluir desde o álcool às drogas ilícitas. A droga é proporcional à necessidade do usuário. Se a minha necessidade é satisfeita com o álcool, essa droga representa perigos idênticos aos que têm necessidade da maconha e assim por diante. Atualmente, esse consumo se dá por parte não só dos adultos, mas também dos jovens e, lamentavelmente, até de crianças, principalmente nos centros urbanos das grandes cidades. A situação é tão preocupante, que cientistas de várias partes do Planeta, reunidos, chegaram à seguinte conclusão: "Os viciados em drogas de hoje podem não só estar pondo em risco seu próprio corpo e sua mente, mas fazendo uma espécie de roleta genética, ao projetar sombras sobre os seus filhos e netos ainda não nascidos." Isso significa que uma pessoa pode trazer uma pré disposição genética às drogas por herança dos antepassados. Só o amor não basta para tirar um jovem das drogas. É preciso conhecimento. Aliás, o conhecimento é essencial e imprescindível em relação a tudo em nossas vidas. O conhecimento é a verdade que pode nos libertar de tudo o que nos oprime: do medo à opressão do outro. A falta do conhecimento é o que nos causa sofrimento. O jovem desprovido de maturidade emocional, vivendo a complexidade da vida humana, o medo de enfrentar dificuldades, as frustrações e o modismo é um forte candidato para as drogas. Ele usa droga para reduzir tensão emocional ou ansiedade, remover o aborrecimento, alterar o humor, facilitar encontrar amigos, remover problemas, acompanhar os colegas, ficar na moda, expandir a consciência, transcender, buscar o auto-conhecimento, atingir o prazer imediato, etc. O jovem usuário de drogas tem dificuldade de formar um "eu" adulto e fica sempre com uma sensação de incompletude, a droga age como um cimento nas fendas da parede que completa seu "eu", é a conhecida fase do "estágio do espelho quebrado". As carências constituídas na primeira infância acarretam esta "falta" ou "incompletude" e a droga vem como tentativa de completar. O início do uso de drogas é uma lua de mel. Os pais ficam longos anos desconhecendo que o filho as utiliza. Depois da lua de mel vem o desconforto de estar sem o produto, aumenta a "tolerância" (necessidade de mais doses para o mesmo efeito) e a "dependência" (dificuldade de controlar o consumo). Geralmente, encontramos jovens que usam drogas legais e ilegais nos shows e festinhas, mas não se consideram dependentes delas. "Brincam com fogo" e desprezam toda informação científica que alerta sobre os perigos da "tolerância" e da "dependência". A experiência internacional constata a existência de três fatores que, juntos, favorecem o desenvolvimento da "toxicomania" ou "dependência química", são eles: a droga, o jovem e sua personalidade e o momento dele dentro da família e da sociedade. O que leva o jovem a fazer uso de droga é a busca do prazer, da alegria e da emoção. No entanto, este prazer é solitário, restrito ao próprio corpo, cujo preço é a autodestruição. Tudo isto faz esquecer a vida real e se afundar num mar de sonhos e fantasias. Esta é uma opção individual, se bem que, muito condicionada ao papel do grupo. O uso de drogas pode ser uma tentativa de amenizar sentimentos de solidão, de inadequação, baixa auto-estima ou falta de confiança.