domingo, 29 de junho de 2014

DORES DE AMOR - Arnaldo Jabor

Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia, uma festa na praça, numa procissão, a rua principal do centro da cidade, em dia de sábado. Metade daquelas pessoas sofre de Dor de Cotovelo. Alguns trazem dores recentes, outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos tem um amor mal resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação. Por que isso acontece? Tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórico no assunto. Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim. Você sabe, o amor acaba. É mentira dizer que NÃO. Uns acabam cedo, outros levam 10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais. Mas um dia acaba e se transforma em outra coisa: lembranças, amizade, parceria, parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor for devorado até o fim. Dor de Cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote. O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia sem falar do tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas etapas:atração-paixão-amor-convivência-amizade-tédio-fim. Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos. Mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estarmos abertos para novos amores. Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez. Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e maus momentos. Passe por tudo que tiver que passar, não se economize! Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para SER FELIZ novamente.

PESSOAS EM NOSSAS VIDAS -

“Ninguém cruza nosso caminho por acaso. E nós não entramos na vida de alguém sem nenhuma razão.” É o que nos diz Chico Xavier. Pessoas entram na nossa vida por uma razão, por uma estação ou por uma vida inteira. Por isto, precisamos usar de mais tolerância e compreensão para com aqueles que estão em nossa vida. Quando alguém está em sua vida, e está por uma razão, é, inicialmente para satisfazer uma necessidade que há em você. Muitas vezes, ela vem ajudar em uma dificuldade, dar apoio e orientação, ajudar física, emocional ou espiritualmente. Em certos momentos, poderá até parecer dádiva de Deus. Ela está lá, em sua vida, pela razão que você precisa que esteja lá. Algumas vezes, no entanto, aquela pessoa que está em sua vida, sem nenhuma atitude errada de sua parte ou em uma hora inesperada, vai dizer ou fazer alguma coisa que levará essa relação ao fim. Umas vezes, essa pessoa morre. Outras vezes, ela simplesmente vai embora. Outras vezes, essa pessoa age de tal forma que lhe força a tomar uma posição extrema de rompimento da relação. Uma maneira de como podemos compreender essas separações é saber que nossas necessidades foram atendidas, nossos desejos preenchidos e os trabalhos delas feitos e agora é tempo de ir. O ciclo simplesmente fechou. Como a vida é feita de ciclos, é necessário que saibamos da necessidade de mudança quando o ciclo se esgota e precisa de mudança. Se insistirmos, só teremos desgastes, aborrecimentos e perda de tempo. Quando pessoas entram em nossas vidas por uma estação é porque chegou nossa vez de dividir, crescer e aprender. Elas trazem para nós a experiência da paz, ou nos fazem rir. Elas poderão ensinar algo que nunca fizemos e, geralmente, dão uma quantidade enorme de prazer. Mas, somente por uma estação. Relacionamentos de uma vida inteira ensinam lições para a vida inteira. Coisas que devemos construir para termos uma formação emocional sólida. Nossa tarefa é aceitar a lição, amar a pessoa e colocar o que aprendemos em uso, em todos os outros relacionamentos e áreas de nossas vidas. O fato, insistimos, é que nada acontece por acaso. Não conhecemos alguém por acaso. Nada nesta vida acontece por acaso. Ninguém chega até nós por simples coincidência. E ninguém permanece em nossa vida por um simples acaso. Pessoas nos encontram ou nós as encontramos meio sem querer, não há programação da hora em que as encontraremos. Assim, tudo o que podemos pensar é que existe um destino, em que cada um encontra aquilo que é importante para si.. As pessoas que entram em nossa vida sempre entram por alguma razão, por algum propósito. Ainda que a pessoa que entrou em nossa vida, aparentemente, não nos ofereça nada, ela não entrou por acaso, não está passando por nós apenas por passar. O universo inteiro conspira para que as pessoas se encontrem e resgatem algo umas com as outras. Discutir o que cada um nos trará não nos mostrará nada, e ainda nos fará perder tempo demais, desperdiçando a oportunidade de conhecer a alma dessas pessoas. Conhecer a alma significa conhecer o que as pessoas sentem, o que elas realmente desejam de nós, ou o que elas buscam no mundo, pois só assim é que poderemos tê-las por inteiro em nossa vida. A amizade é algo que importa muito na vida do ser humano. Sem esse vínculo, nós não teremos harmonia e nem paz. Precisamos de amigos para nos ensinar, compartilhar, nos conduzir, nos alegrar e também para cumprirmos nossa maior missão na terra: “Amar ao próximo como a si mesmo”. E, para que isso aconteça, é preciso que nos aceitemos em primeiro lugar,e depois olhemos para o próximo e enxerguemos o nosso reflexo. As pessoas, às vezes, entram na nossa vida de maneira tão estranha que nos intrigam até. Mas cada uma delas nos deixarão alguma coisa. Observe a sua vida, comece a recordar todas as pessoas que já passaram por você e o que cada uma deixou. Você estará buscando a sua própria identidade, que foi sendo construída aos poucos, de momentos que aconteceram na sua vida, e que até hoje interferem em seu caminho. Passamos por vários momentos em nossa vida. Momentos estes que nos marcam de uma forma surpreendente, nos transformam, nos comovem, nos ensinam e, muitas vezes, nos machucam profundamente. Quando sentir que alguém não lhe agrada, dê uma segunda chance de conhecê-lo melhor. Você poderá ter muitas surpresas concedendo mais uma oportunidade. Quando sentir que alguém é especial para você, diga a ele o que sente e terá feito um momento de felicidade na vida de alguém. Não deixe para fazer as coisas amanhã. Amanhã poderá ser tarde demais. Faça hoje tudo que tiver vontade. Abrace o seu amigo, os seus irmãos, os seus filhos. Dê uma sorriso para todos, até para aquele que julga ser seu inimigo. Se estiver amando, ame pra valer, viva cada minuto deste amor, sem medir esforços. Seja alegre todas as manhãs, mesmo que o dia não prometa nada de novo. Preste bastante atenção em todas as pessoas. Elas poderão estar trazendo a sua tão esperada felicidade. Afinal, Deus nos colocou na vida que precisamos ter, e com pessoas que precisamos nos relacionar, nossos entes queridos, ou até um desafeto. São situações que precisamos resolver para sermos felizes e evoluir, afinal estamos encarnados com esse propósito.

domingo, 22 de junho de 2014

CULPA: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS -

Quando a culpa se instala em nossa vida, esse sentimento que faz nos sentir indigno, mau, ruim, trás consigo remorsos e censuras. A culpa pode ser o resultado de muita raiva guardada que se volta contra nós mesmos. Poderíamos resumir assim: Raiva + mágoas reprimidas = culpa = autopunição Esse sentimento que corrói nossa alma e que muitas vezes nos impede de sermos nós mesmos tem muitas variáveis. Mas, vamos refletir sobre alguns aspectos que nos proporcione uma maior compreensão dos motivos desse sentimento que nos faz sofrer tanto. Vamos enumerar as características de quem sente culpa: 1. Preocupação excessiva com a opinião dos outros; 2. Sente-se mal quando recebe algo, pois na verdade não se considera digno de aceitar o que os outros dão; 3. Fala repetidamente sobre o que o motivou a sentir culpa; 4. Raiva reprimida; 5. Dificuldade em assumir responsabilidade pelos próprios atos; 6. Sente-se rejeitado; 7. Busca responsáveis pelo próprio sofrimento; 8. Sente-se vítima em algumas, ou muitas, situações; 9. Geralmente se pune ficando doente, ou sendo vítima freqüente de acidentes; 10. Dificuldade em expressar os reais sentimentos; 11. Não consegue falar “não”; 12. Necessidade em agradar; 13. Vive sempre fazendo algo pelos outros e raramente para si mesmo; 14. Dificuldade em fazer algo só para si;Não consegue administrar o tempo, pois está sempre sobrecarregado; 15. Baixa auto-estima; 16. Falta de amor-próprio. Você pode se identificar com essas características ou, ainda, ter outras. O importante é reconhecer que a culpa traz muitas conseqüências em nosso modo de ser e agir. Observe como se sente, elevando, assim, seu conhecimento de si mesmo, para mudar o que lhe faz sofrer. A culpa pode ser gerada por: religião / injustiça / morte / manipulação / crítica / acusações / repressão / rigidez / inflexibilidade / julgamento / controle / dependência / super-proteção / raiva contida / medo / rejeição / abandono / mentira / prazer / expectativa / comparações / necessidade de agradar / próprio nascimento / comodismo (falta de atitude) / preconceito / não aceitação de si. Estas são algumas causas do sentimento de culpa. A origem de sua culpa pode ser outra. Ou várias. Procure ter a consciência exata da origem do seu sentimento de culpa. Procure descobrir e explore um pouco mais sobre o que gerou em você a culpa. Comece perguntando-se o que o faz sentir culpa e faça uma lista de todas as culpas que você sente. Por maior que possa ser a lista, faça! Isso o ajudará a compreender melhor seus sentimentos e conflitos gerados pela culpa. Analise as situações em que aconteceram os fatos e se você realmente tinha condições de agir diferente de como agiu. Depois continue sua análise: Onde, quando e por que começou cada uma delas? Quais são as situações em que se sente culpado pelo que fez ou deixou de fazer? Quais eram seus valores em relação ao assunto, quando agiu daquela forma? Se fosse hoje, sua atitude seria diferente? Como? Quem fazia ou faz com que você se culpe? Busque a relação da culpa atual com seu histórico de vida. O que queremos com esse exercício não é buscar mais culpados, mas explorar os motivos pelos quais ainda se culpa e se responsabilizar por seus atos e mudar o que pode ainda ser mudado, libertando-se desse sentimento que aprisiona e impede o seu crescimento e bem-estar. Quais são as conseqüências da culpa? Medo / sofrimento / autopunição / remorso / estagnação / tristeza e depressão / submissão / prisão emocional / solidão / dificuldade em impor limites aos outros e a si mesmo / dificuldade em dizer “não” / fuga através do álcool e de outras drogas / compulsão alimentar / conflitos internos e nas relações / dificuldade em sentir prazer / destruição da auto-estima e do amor próprio / doenças (segundo alguns estudos, a culpa está presente em praticamente a maioria das pessoas portadoras de câncer). As conseqüências das culpas são muitas. Isso ocorre porque com a culpa sempre vem a necessidade, ainda que inconsciente, de autopunição. É certo que a culpa pode representar um sinal que algumas pessoas precisam para alertá-las de que estão ultrapassando o limite da falta de respeito pelo outro, ou a indicação que é preciso mudar algum padrão de comportamento que, do contrário, poderá continuar machucando aqueles que lhes são mais caros. O mais indicado sempre é responsabilizar-se e não se culpar. A culpa faz com que permaneçamos no papel de vítimas e isso traz apenas estagnação e repetição de padrão, não proporcionando mudanças e muito menos crescimento, enquanto a responsabilidade faz com que acreditemos ser capazes de mudar o que quisermos. O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do melhoramento individual. Mas, muitos poderão dizer, como proceder a esse julgamento? Não se tem a ilusão do amor-próprio que ameniza as faltas e as desculpas? O avaro, por exemplo, acredita ser simplesmente econômico e previdente; o orgulhoso acredita somente ter dignidade. Isso não deixa de ser verdade na visão deles. Mas temos um meio de controle que não pode nos enganar. Quando estivermos indecisos sobre o valor de uma de nossas ações, perguntemo-nos como a qualificaríamos se fosse feita por outra pessoa; se a censuramos nos outros, não poderá ser mais legítima em nós, porque Deus não tem duas medidas para a justiça.

SE NÃO QUISER ADOECER - Dr. Dráuzio Varela

Se não quiser adoecer - "Fale de seus sentimentos" Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna.. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.. Se não quiser adoecer - "Tome decisão" A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele. Se não quiser adoecer - "Busque soluções" Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença. Se não quiser adoecer - "Não viva de aparências" Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor. Se não quiser adoecer - "Aceite-se" A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia. Se não quiser adoecer - "Confie" Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus. Se não quiser adoecer - "Não viva SEMPRE triste!" O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia.

CULPA: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS -

Quando a culpa se instala em nossa vida, esse sentimento que faz nos sentir indigno, mau, ruim, trás consigo remorsos e censuras. A culpa pode ser o resultado de muita raiva guardada que se volta contra nós mesmos. Poderíamos resumir assim: Raiva + mágoas reprimidas = culpa = autopunição Esse sentimento que corrói nossa alma e que muitas vezes nos impede de sermos nós mesmos tem muitas variáveis. Mas, vamos refletir sobre alguns aspectos que nos proporcione uma maior compreensão dos motivos desse sentimento que nos faz sofrer tanto. Vamos enumerar as características de quem sente culpa: 1. Preocupação excessiva com a opinião dos outros; 2. Sente-se mal quando recebe algo, pois na verdade não se considera digno de aceitar o que os outros dão; 3. Fala repetidamente sobre o que o motivou a sentir culpa; 4. Raiva reprimida; 5. Dificuldade em assumir responsabilidade pelos próprios atos; 6. Sente-se rejeitado; 7. Busca responsáveis pelo próprio sofrimento; 8. Sente-se vítima em algumas, ou muitas, situações; 9. Geralmente se pune ficando doente, ou sendo vítima freqüente de acidentes; 10. Dificuldade em expressar os reais sentimentos; 11. Não consegue falar “não”; 12. Necessidade em agradar; 13. Vive sempre fazendo algo pelos outros e raramente para si mesmo; 14. Dificuldade em fazer algo só para si;Não consegue administrar o tempo, pois está sempre sobrecarregado; 15. Baixa auto-estima; 16. Falta de amor-próprio. Você pode se identificar com essas características ou, ainda, ter outras. O importante é reconhecer que a culpa traz muitas conseqüências em nosso modo de ser e agir. Observe como se sente, elevando, assim, seu conhecimento de si mesmo, para mudar o que lhe faz sofrer. A culpa pode ser gerada por: religião / injustiça / morte / manipulação / crítica / acusações / repressão / rigidez / inflexibilidade / julgamento / controle / dependência / super-proteção / raiva contida / medo / rejeição / abandono / mentira / prazer / expectativa / comparações / necessidade de agradar / próprio nascimento / comodismo (falta de atitude) / preconceito / não aceitação de si. Estas são algumas causas do sentimento de culpa. A origem de sua culpa pode ser outra. Ou várias. Procure ter a consciência exata da origem do seu sentimento de culpa. Procure descobrir e explore um pouco mais sobre o que gerou em você a culpa. Comece perguntando-se o que o faz sentir culpa e faça uma lista de todas as culpas que você sente. Por maior que possa ser a lista, faça! Isso o ajudará a compreender melhor seus sentimentos e conflitos gerados pela culpa. Analise as situações em que aconteceram os fatos e se você realmente tinha condições de agir diferente de como agiu. Depois continue sua análise: Onde, quando e por que começou cada uma delas? Quais são as situações em que se sente culpado pelo que fez ou deixou de fazer? Quais eram seus valores em relação ao assunto, quando agiu daquela forma? Se fosse hoje, sua atitude seria diferente? Como? Quem fazia ou faz com que você se culpe? Busque a relação da culpa atual com seu histórico de vida. O que queremos com esse exercício não é buscar mais culpados, mas explorar os motivos pelos quais ainda se culpa e se responsabilizar por seus atos e mudar o que pode ainda ser mudado, libertando-se desse sentimento que aprisiona e impede o seu crescimento e bem-estar. Quais são as conseqüências da culpa? Medo / sofrimento / autopunição / remorso / estagnação / tristeza e depressão / submissão / prisão emocional / solidão / dificuldade em impor limites aos outros e a si mesmo / dificuldade em dizer “não” / fuga através do álcool e de outras drogas / compulsão alimentar / conflitos internos e nas relações / dificuldade em sentir prazer / destruição da auto-estima e do amor próprio / doenças (segundo alguns estudos, a culpa está presente em praticamente a maioria das pessoas portadoras de câncer). As conseqüências das culpas são muitas. Isso ocorre porque com a culpa sempre vem a necessidade, ainda que inconsciente, de autopunição. É certo que a culpa pode representar um sinal que algumas pessoas precisam para alertá-las de que estão ultrapassando o limite da falta de respeito pelo outro, ou a indicação que é preciso mudar algum padrão de comportamento que, do contrário, poderá continuar machucando aqueles que lhes são mais caros. O mais indicado sempre é responsabilizar-se e não se culpar. A culpa faz com que permaneçamos no papel de vítimas e isso traz apenas estagnação e repetição de padrão, não proporcionando mudanças e muito menos crescimento, enquanto a responsabilidade faz com que acreditemos ser capazes de mudar o que quisermos. O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do melhoramento individual. Mas, muitos poderão dizer, como proceder a esse julgamento? Não se tem a ilusão do amor-próprio que ameniza as faltas e as desculpas? O avaro, por exemplo, acredita ser simplesmente econômico e previdente; o orgulhoso acredita somente ter dignidade. Isso não deixa de ser verdade na visão deles. Mas temos um meio de controle que não pode nos enganar. Quando estivermos indecisos sobre o valor de uma de nossas ações, perguntemo-nos como a qualificaríamos se fosse feita por outra pessoa; se a censuramos nos outros, não poderá ser mais legítima em nós, porque Deus não tem duas medidas para a justiça.

domingo, 15 de junho de 2014

ONDE DEUS OCULTOU A FELICIDADE -

Uma das coisas que mais o homem busca é a felicidade. E o que mais se ouve as criaturas afirmarem é que são infelizes. Esse é infeliz porque não tem dinheiro; aquele porque lhe falta saúde. Outro, ainda, porque o amor partiu, ou nem chegou. Um reclama da solidão; outro da família numerosa que o atormenta com mil problemas. Um terceiro aponta o excesso de trabalho; outro reclama da falta dele. Alguém ama a chuva, o vento e o frio; outro lamenta a estação invernosa que não lhe permite o gozo da praia, dos gelados e do calor do sol. Em todo esse panorama, o homem continua em busca da felicidade. Afinal, onde será que Deus ocultou a felicidade? Soberanamente sábio, Deus não colocou a felicidade no gozo dos prazeres carnais. Isso porque uma criatura precisa de outra criatura para atingir a plenitude. Assim, quem vivesse só pelos roteiros da terra não poderia encontrar a felicidade. Amoroso e bom, o Pai também não colocou a felicidade na beleza do corpo. Porque ela é efêmera. Os anos passam, as estações se sucedem e a beleza física toma outra feição. A pele aveludada, sem rugas, sem manchas, não resiste ao tempo. E os conceitos de beleza se modificam no suceder de gerações. O que ontem era exaltado, hoje não merece aplausos. Também não colocou na conquista dos louros humano, porque tudo isso é igualmente transitório. Os troféus, hoje conquistados, amanhã passarão a outras mãos, mostrando a instabilidade dos julgamentos e dos conceitos humanos. Igualmente, Deus não colocou a felicidade na saúde do corpo, que hoje se apresenta e amanhã se ausenta. Enfim, Deus, perfeito em todas as suas qualidades, não colocou a felicidade em nada que dependesse de outra pessoa, de alguma coisa externa, de um tempo ou de um lugar. Estabeleceu, sim, que a felicidade dependesse exclusivamente de cada criatura. Ela brota da sua intimidade. Depende de seu interior. Como ensinou o extraordinário Mestre Galileu: “O reino do céu está dentro de vós.” Por isso, se faz viável a felicidade na terra. Goza-a o ser que não coloca condicionamentos externos. É feliz porque ama alguém, mesmo que esse alguém não o ame. É feliz porque pode auxiliar a outrem, mesmo que não seja reconhecido. É feliz porque tem consciência de sua condição de filho de Deus, imortal, herdeiro do universo. Não se atém a picuinhas, porque tem os olhos fixos nas estrelas, nos planetas que brilham no infinito. Se tem família, é feliz porque tem pessoas para amar, guardar, amparar. Se não a tem, ama a quem se apresente carente e desamparado. Se tem saúde, utiliza os seus dias para construir o bem. Se a doença se apresenta, agradece a oportunidade do aprendizado. Nada de fora o perturba. Se as pessoas não o entendem, prossegue em sua lida, consciente de que cada qual tem direito a suas próprias idéias. Se tem um teto, é feliz por poder abrigar o outro irmão, receber amigos. Se não o tem, vive com a dignidade de quem está consciente de que nada, em verdade, nos pertence. Enfim, o homem feliz é aquele que sabe que a terra é somente um lugar de passagem; que veio de lugares distantes para cá e que, cessado o tempo, retornará a outras paragens, lares de conforto e escolas de luz. Moradas do Pai, nesse infinito universo de Deus. O homem feliz é aquele que sabe que a verdadeira felicidade reside na conquista dos tesouros imperecíveis da alma. O homem feliz assim ora a Deus, nosso Pai de infinito amor e infinita bondade:
“Deus, não consintas que eu seja o carrasco que sangra as ovelhas, Nem uma ovelha nas mãos dos algozes. Ajuda-me a dizer sempre a verdade na presença dos fortes, E jamais dizer mentiras para ganhar os aplausos dos fracos. Meu Deus! Se me deres a fortuna, não me tires a felicidade; Se me deres a força, não me tires a sensatez; Se me for dado prosperar, permita que eu não perca a modéstia, conservando apenas o orgulho da dignidade. Ajuda-me a apreciar o outro lado das coisas, para não enxergar a traição dos adversários, nem acusá-los com maior severidade do que a mim mesmo. Não me deixes ser atingido pela ilusão da glória, quando bem sucedido, e nem desesperado, quando sentir insucesso. Lembra-me que a experiência de um fracasso poderá proporcionar um progresso maior. Ó Deus! Faze-me sentir que o perdão é o maior índice da força, e que o amor à vingança é prova de fraqueza. Se me tirares a fortuna, deixa-me a esperança. Se me faltar a beleza da saúde, conforta-me com a graça da fé. E quando me ferir a ingratidão e a incompreensão dos meus semelhantes, cria em minha alma a força da desculpa e do perdão. E, finalmente, Senhor, se eu te esquecer, te rogo, mesmo assim, nunca Te esqueças de mim!”

CULPA E AUTO-PERDÃO -

Para nos livrar do sentimento de culpa, que pode, invariavelmente, acabar em depressão, tão comum em nossos dias, precisamos fazer uma auto-análise no nosso próprio comportamento e das motivações que nos levaram a agir daquele modo. A recomendação de Santo Agostinho aqui se aplica. Despirmo-nos das lamentações, dos processos psicológicos de transferência de culpa, da autocomiseração, das condutas autopunitivas e assumirmos a responsabilidade pelos nossos próprios atos. Em seguida, é preciso que nos perdoemos. O perdão suaviza nossa consciência, predispondo-nos à reparação necessária. Precisamos de uma profunda auto-análise, um estudo de nós mesmos, desenvolver um pouco nossa maturidade psicológica e emocional, perdoarmo-nos, perdoar o outro se for preciso e a reparação. “A reparação consiste em fazer o bem aqueles a quem se havia feito o mal. (...) fazendo-se o que se deveria fazer e foi descuidado; cumprindo os deveres desprezados, as missões não executadas; praticando o bem em compensação ao mal praticado, isto é, tornando-se humilde se tem sido orgulhoso, amável se foi austero, caridoso se tem sido egoísta, benigno se tem sido perverso, trabalhador se tem sido ocioso, útil se tem sido inútil, dócil se tem sido agressivo, trocando, em suma, por bons os maus exemplos dados. E desse modo, progride o Espírito, aproveitando-se do próprio passado”. Assim nos aconselha Allan Kardec, em “O Céu e o Inferno”. Muitas doenças encontram sua origem no sentimento de culpa, geralmente inconsciente. Por exemplo, o medo exagerado que temos de ferir alguém, de assumir responsabilidades, posições de comando, etc. podem estar associadas a condutas equivocadas do passado, onde procedemos de modo irresponsável, leviano, inconsequente, quando tínhamos poder de liderança e comando e abusamos desses recursos. Estas são apenas algumas situações, dentre muitas outras. A depressão, por exemplo, pode estar vinculada à culpa que trazemos do passado, quando nossos personagens arrogantes, dominadores e insubmissos agiram de modo irresponsável e abusivo. Crimes também podem ser observados na conduta pretérita. A depressão de hoje funcionaria como um mecanismo de resgate, que, aliás, é falso. Por trás do quadro depressivo pode se encontrar, hoje, um ser revoltado por não ter as mesmas condições de vida de poder de outrora. Ou pode a depressão estar regida por uma crença inconsciente que lhe diz: “Eu não mereço ser feliz”, “Eu não nasci para ser amado”, etc. Aqui se manifesta um comportamento autopunitivo de difícil tratamento muitas vezes. A culpa o está punindo, não o libertando. Está acomodado na queixa e na lamentação (pela culpa). Mais amadurecido psicologicamente, avançaria pelo caminho do auto perdão e poderia abrir mais o coração para a vida. Nas doenças depressivas, temos muito ódio guardado no coração. A culpa tem um aspecto curioso, que é fruto da nossa imaturidade psicológica: dá-nos a ilusão de que estamos “pagando” pelos erros cometidos, ao mesmo tempo em que não fazemos nada pela real reparação, a qual nos proporcionaria, verdadeiramente, um estado de maior equilíbrio na vida. Neste particular, destaca-se o valor terapêutico do perdão em nosso processo de evolução da consciência. A culpa nos fixa em quadros de aflição e desespero, acalentados pela falsa resignação diante do sofrimento. A Doutrina Espírita e as modernas abordagens transpessoais podem nos ajudar na compreensão de todo esse processo do viver, revelando a anterioridade do Ser, onde estão as matrizes do seu desequilíbrio atual. Percebendo-se como o sujeito de suas próprias ações, entende a necessidade de uma mudança profunda nos seus padrões, liberando-se da culpa para aprender a viver com mais responsabilidade. Kardec, em código penal da vida futura, nos diz que “o arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação. (...) Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas conseqüências”. Algumas pessoas prejudicam outras e pedem perdão, que pode ser aceito ou não; mas há algumas atitudes em que o único prejudicado é você mesmo. Se você vive apontando seu dedo indicador constantemente para seu próprio nariz, tenha muito cuidado! A culpa varia de acordo com crenças e valores que cada um traz consigo desde a infância, e que muitas vezes não corresponde mais aos valores e crenças atuais. Culpa, remorso, arrependimento, são inimigos constantes de algumas pessoas e traz junto a humilhação, vergonha, o medo e a maior consequência: a autopunição. Perdoar a si mesmo talvez seja um dos maiores desafios,pois está relacionado cm a capacidade, e também dificuldade, que cada um tem de se amar e se aceitar. As pessoas não se amam por acreditarem terem feito algo muito terrível, às vezes isso até corresponde à verdade, mas muitas vezes não. Algumas chegam ao máximo de se culparem por terem nascido e sentem-se como um grande fardo. Para compensarem essa rejeição sentida em algum momento de sua vida, passam a vida tentando mostrar aos outros o quanto são úteis, importantes, como que para provarem para si mesmas que são merecedoras da vida. Procure observar se busca aprovação e reconhecimento de pais, amigos, das pessoas em geral, se está sempre à disposição de todos, cedendo em quase tudo, pela necessidade inconsciente de agradar, ser aceito, mas que muitas vezes confunde-se com a desculpa de querer ajudar e que na verdade oculta a busca pelo amor e atenção. Perdoar a si mesmo exige uma completa honestidade e integridade para que se alcance a cura de tantos males, de tanta falta de amor por si mesmo. É um processo de reconhecer a verdade, assumir a responsabilidade pelo que fez, aprender com a experiência, reconhecer os sentimentos que motivaram determinados comportamento, abrir seu coração para si mesmo, ouvir seus medos, curar certas feridas e isso você pode conseguir sendo amoroso e responsável consigo mesmo. Você pode e deve se livrar de certos modelos de pensamentos e sentimentos. Mude o que não acredita mais, livre-se de tudo que lhe faz mal, cure a ferida que mais lhe dói, cure sua vida emocional. A verdadeira cura é fazer as pazes consigo mesmo. O pode curativo do perdão e do amor talvez seja o remédio mais poderoso que temos. E está nas mãos de cada um de nós. E você pode começar com você mesmo! Os chamados “pecadores” estão apenas vivendo experiências evolutivas. Experiências que vão torná-los melhores. O que chamamos de “imperfeição” no mundo são apenas as lições não aprendidas, que precisam ser recapitulada para que possamos melhorar nossas ações. Tudo aquilo que nos parece negativo é apenas um “caminho preparatório” para alcançarmos um bem maior e definitivo. Mesmo os comportamentos que acreditamos nos levar aos caminhos do mal não devem ser vistos como perdição eterna, mas somente escolhas erradas do nosso livre-arbítrio, que não deixam de ser experiências compensatórias e de aprimoramento a logo prazo. Cada culpa, cada pessoa, Cada pessoa, cada culpa. Use os erros e desacertos para seu crescimento interior. Aprenda com suas culpas e eleve-se para a Vida Maior. Em se tratando de culpa, cada qual deve fazer uma auto-análise, visto que a falta é sempre proporcional a cada consciência. Quando a culpa se instala em nossa vida, esse sentimento que faz nos sentir indigno, mau, ruim, trás consigo remorsos e censuras. A culpa pode ser o resultado de muita raiva guardada que se volta contra nós mesmos. Poderíamos resumir assim: Raiva + mágoas reprimidas = culpa = autopunição Esse sentimento que corrói nossa alma e que muitas vezes nos impede de sermos nós mesmos tem muitas variáveis. Mas, vamos refletir sobre alguns aspectos que nos proporcione uma maior compreensão dos motivos desse sentimento que nos faz sofrer tanto. Vamos enumerar as características de quem sente culpa: 1. Preocupação excessiva com a opinião dos outros; 2. Sente-se mal quando recebe algo, pois na verdade não se considera digno de aceitar o que os outros dão; 3. Fala repetidamente sobre o que o motivou a sentir culpa; 4. Raiva reprimida; 5. Dificuldade em assumir responsabilidade pelos próprios atos; 6. Sente-se rejeitado; 7. Busca responsáveis pelo próprio sofrimento; 8. Sente-se vítima em algumas, ou muitas, situações; 9. Geralmente se pune ficando doente, ou sendo vítima freqüente de acidentes; 10. Dificuldade em expressar os reais sentimentos; 11. Não consegue falar “não”; 12. Necessidade em agradar; 13. Vive sempre fazendo algo pelos outros e raramente para si mesmo; 14. Dificuldade em fazer algo só para si;Não consegue administrar o tempo, pois está sempre sobrecarregado; 15. Baixa auto-estima; 16. Falta de amor-próprio. Você pode se identificar com essas características ou, ainda, ter outras. O importante é reconhecer que a culpa traz muitas conseqüências em nosso modo de ser e agir. Observe como se sente, elevando, assim, seu conhecimento de si mesmo, para mudar o que lhe faz sofrer.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

EU PERDOO -

Pai, Quando eu for chamado para junto de Ti, quero partir com o coração aliviado de qualquer sentimento menor que possa reter-me ao vale de lágrimas onde me encontro hoje. Ah, Meu Deus, que nada do que já vivi e ainda vivo seja obstáculo à minha felicidade amanhã!... Quando eu me for, quero alçar voo como fazem as aves que planam livres por sobre as misérias humanas, e que não pousam no chão senão para buscar o alimento que as mantém fortes nas alturas!... Quando meus olhos se cerrarem à ilusão da carne, é de minha vontade que eu me distancie do mundo com a leveza das almas experimentadas na forja das provas árduas, sem que o peso de suas lembranças anule meu anseio de libertação! Desejo, Pai, libertar-me, sendo fiel à Tua lei de amor e de perdão! Eu compreendo que a Terra é a escola onde Tu nos prepara para a angelitude!... Eu compreendo que o sofrimento é a lição que nos faz avançar para a glória ou estacionar na senda de novas e mais dolorosas provas!... Eu compreendo que tudo é seleção: os laços, a estrada, os acontecimentos... De minha atitudes colherei bem ou mal; com minhas decisões talharei o que serei amanhã. Alegrias infinitas ou sofrimentos sem conta nascem unicamente de meus atos, a revelia do que os outros me fazem ou deixam de fazer... Por isso, Pai, conduz meu pensamento de tal sorte que, quando chegar minha hora, nada do que vivi possa retardar-me o passo ou prender-me outra vez ao sombrio grilhão da dor. De todos os momentos experimentados, que eu carregue comigo apenas aqueles que me proporcionaram coisas úteis e felizes. Que os infortúnios e mágoas do passado não sejam mais peso em meu coração a impedir a realização dos mais ardentes anseio de felicidade e sublimação!... As lágrimas que me fizeram verter - eu perdoo. As dores e as decepções - eu perdoo. As traições e mentiras - eu perdoo. As calúnias e as intrigas - eu perdoo. O ódio e a perseguição - eu perdoo. Os golpes que me feriram - eu perdoo. Os sonhos destruídos - eu perdoo. As esperanças mortas - eu perdoo. O desamor e a antipatia - eu perdoo. A indiferença e a má vontade - eu perdoo. A desconsideração dos amados - eu perdoo. A cólera e os maus tratos - eu perdoo. A negligência e o esquecimento - eu perdoo. O mundo, com todo o seu mal - eu perdoo. A partir de hoje proponho-me a perdoar porque a felicidade real é aquele que nasce do esquecimento de todas as faltas!... No lugar da mágoa e do ressentimento, coloco a compreensão e o entendimento; no lugar da revolta, coloco a fé na Tua Sabedoria e Justiça; no lugar da dor, coloco o esquecimento de mim mesmo; no lugar do pranto coloco a certeza do riso e da esperança porvindoura; no lugar do desejo de vingança, coloco a imagem do Cordeiro imolado e o mais sublime dos perdões... Só assim, Pai, se um dia eu tiver que retornar à carne, poderei me levantar forte e determinado sobre os meus pés e não obstante todos os sofrimentos que experimentar, serei naturalmente capaz de amar acima de todo desamor, de doar mesmo que despossuído de tudo, de fazer feliz aos que me rodearem, de honrar qualquer tarefa que me concederes, de trabalhar alegremente mesmo que em meio a todos os impedimentos, de estender a mão ainda que em mais completa solidão e abandono, de secar lágrimas ainda que aos prantos, de acreditar mesmo que desacreditado, e de transformar tudo em volta pela força de minha vontade, porque só o perdão rasga os véus sombrios do ressentimento e da revolta, frutos infelizes do egoísmo e do orgulho, libertando meu coração no rumo da paz e da legítima e imorredoura felicidade! Assim seja!

CULPA E REPARAÇÃO -

Em nossas vivências diárias, em razão da imprudência que ainda nos caracteriza a imaturidade psicológica, é muito comum termos algum pensamento menos feliz, dizermos desavisadamente algo que fira a outrem, sermos indelicados no trato com o semelhante, administrar mal os relacionamentos, extravasar as paixões, manifestar comportamentos indevidos. Na maioria das vezes, depois do erro que cometemos, damo-nos conta de que não agimos adequadamente, instalando-se em nosso íntimo um sentimento desagradável, que nos constrange frente ao acontecido, gerando grande inquietação. Este sentimento é a culpa. Variando em número e grau, o sentimento de culpa pode resultar em pequenos conflitos ou em grandes dramas, muitas vezes transcendendo os limites de espaço e tempo da vida atual, com raízes que se aprofundam em numerosas existências passadas e que se projetam na direção das existências futuras. Podemos, a rigor, classificar o sentimento de culpa em dois tipos: o primeiro seria decorrente de uma ação intempestiva, na qual não havia a intenção de causar nenhum prejuízo, embora implicando em dano para alguém. É, por exemplo, quando falamos algo no calor de uma conversa que acaba magoando o interlocutor, às vezes uma pessoa muito querida por nós. O segundo tipo, por sua vez, resultaria de uma ação planejada, na qual fica claro o propósito de prejudicar alguém. São os ódios materializados, as vinganças levadas a cabo, as agressões. No primeiro tipo o sentimento de culpa surge quase que de imediato ao fato sucedido, enquanto que no segundo é frequentemente muito tardio. Independente da gravidade da ação equivocada, quando o sentimento de culpa se manifesta, traz consigo uma sensação estranha, difícil de explicar, da qual queremos nos livrar do modo mais rápido possível. Aí é que mora o perigo, pois, na ânsia de nos livrarmos da culpa, acabamos nos tornando reféns dos chamados mecanismos de defesa do ego. Alguns passam a projetar a sua culpa entre aqueles com quem dividem a intimidade; outros a reprimem, não querendo admiti-la; inúmeros a racionalizam, na tentativa de justificá-la, mesmo que com motivos que não convencem; muitos, ainda, se escoram na negativa, fingindo para si mesmos que não há nada de errado, que tudo está bem. Semelhantes atitudes são alternativas falsas, pois buscam camuflar ou escapar ao problema sem, entretanto, resolvê-lo. O sentimento de culpa segue presente... Diante de algum erro e do sentimento de culpa que o acompanha, “arrependimento, expiação e reparação são as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas conseqüências”, nas palavras de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo. Deduzimos, desta explicação, que a libertação do sentimento de culpa só acontecerá se forem atendidos os seguintes pré-requisitos: reconhecer o erro e arrepender-se; encarar o erro de frente e suportar as suas inevitáveis conseqüências; buscar repará-lo de alguma maneira. Portanto, arrependimento, expiação e reparação são as três etapas para que o erro seja de fato ressarcido. Os pais, a família, a escola, as leis contribuem para a formação do sujeito e sua liberdade de escolha. No entanto, podemos afirmar que nossa liberdade de escolha não é tão grande quanto sonhamos. Nem a nossa, nem a do outro que convive conosco. Nós humanos somos inconsciência e pouco liberdade. Mas, não tornemos pessimistas. Deus é consciência e liberdade. Ele sabe disso tudo e tem misericórdia pela nossa condição humana. Ele nos ama incondicionalmente e, através do Evangelho de Jesus, nos fornece os moldes perfeitos de vida e de exemplo a seguir. Não é à toa que na cruz, ao se sentir abandonado, traído e desprezado por quase todos, em momento magnífico de amor à humanidade, pouco antes de sua morte, bradou ao mundo, à nossa humanidade tão limitada, tão inconsciente dos próprios atos: “Pai, perdoai, eles não sabem o que fazem.” A culpa mal trabalhada leva não somente ao excesso de escrúpulos, mas a neuroses, precipita doenças como a síndrome de ansiedade e do pânico, obsessões e até mesmo graves doenças psicossomáticas. Mas, principalmente, conduz o ser humano a uma infelicidade crônica. O remorso e a culpa nos prendem ao passado e nos levam a viver estagnados, caso não tomemos atitudes de maturidade psicológica para dar um encaminhamento adequado a esses sentimentos. Quando erramos, precisamos, antes de tudo, aliviar nossa consciência, através do arrependimento, passo para o auto perdão e para a necessária reparação da falta cometida. Tomar consciência de seus erros e se libertar da culpa não isenta o indivíduo da necessidade de reparar as suas faltas. Livrar-se do sentimento de culpa não liberta aquele que foi ferido de sua dor. “O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo, pela esperança, o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação”. Estas considerações de Kardec sublinham a dimensão exata do processo de reparação.

domingo, 1 de junho de 2014

PERDOAR-SE E ACEITAR-SE -

Culpar a si mesmo é uma escolha. Culpa é a raiz de muitos sentimentos negativos. Culpa é uma armadilha do ego negativo e nos envolve em um ciclo vicioso. Por isso, é preciso perdoar a si mesmo. A culpa escraviza e aprisiona a vida do ser humano. Tira sua alegria e paz, gerando a auto depreciação, auto destruição, a vergonha, o medo. Estamos nos diminuindo, quando cultivamos padrões mentais negativos, hábitos errôneos de pensamentos, não nos aceitando, brigando conosco,nos criticando e punindo. Precisamos compreender como nós nos oprimimos com nossa própria mente negativa, nos culpando e não nos perdoando. Muitas pessoas têm mais dificuldade em se perdoar do que perdoar às outras pessoas. Elas se sentem paralisadas ou envergonhadas porque não se perdoam por suas falhas ou erros. É importante perdoar as pessoas, mas é muito importante também aprender a perdoar a si mesmo. Perdoar a si mesmo e não se culpar é entender que ninguém é perfeito. Todos nós cometemos erros. Em algum momento de nossa vida, fizemos algo errado ou deixamos de fazer algo. Isto é de nossa condição humana. Arrepender-nos e reconhecer nossas falhas é humildade e nos motiva a corrigir os erros e agir corretamente no futuro. Mas, ao contrário, se ficamos atormentados pela culpa, nos censurando, com aversão a nós mesmos, estamos nos auto punindo e causando dor a nós mesmos. A culpa é uma armadilha do ego negativo e nos envolve em um ciclo vicioso. Se nos culpamos por algum motivo, estamos dando força para o ego negativo e, consequentemente, cometemos novamente a mesma falha. E, ao contrário, ao reconhecermos nossas falhas, ao pedirmos desculpas, ficamos livres do orgulho e podemos, assim, aprender com nossos próprios defeitos e erros. É uma etapa importante compreender o que é o auto aperfeiçoamento: assumir nossos erros, sem culpa, entendendo que todos nós, seres humanos, cometemos erros. Não significa ser conivente com nossos erros, mas sim, com uma atitude sincera, arrepender-nos e nos corrigir. Com o auto aperfeiçoamento, que é bem diferente do perfeccionismo, nós nos aceitamos e podemos nos perdoar, aprender e agir melhor no futuro. Nada que fizemos no passado pode ser modificado. Apenas o momento presente está sob nosso controle e apenas o presente pode ser modificado. Entender isto e aplicar em nossas vidas é sabedoria e discernimento. Podemos mudar nossas histórias de culpa por uma história de aceitação de nós mesmos. E, para isto, precisamos de auto esforço e determinação para limpar esse sentimento que nos foi transmitido e está registrado em nossas mentes. Precisamos quebrar as correntes da auto depreciação, elo por elo. Parar de nos criticar, pois a crítica é como se nós batêssemos em nós mesmos, sem a menor complacência, sem compreensão ou bondade. Compreenda que o não se perdoar apenas leva você mais profundamente para a tristeza e falta de entusiasmo. O antídoto para o veneno da auto depreciação é a gratidão e o perdão a si mesmo.l Ao agradecer e perdoar, você sintoniza com as energias divinas. E o contentamento surge, curando você com o bálsamo da serenidade. Quando você se aceita como verdadeiramente é, sem críticas, quando começa a se amar, você realiza as mudanças positivas que lhe transformam para melhor. Experimente parar de se punir com suas crenças negativas. Perdoe a si mesmo e sinta como você vivencia a tranqüilidade do seu coração. COMO SE PERDOAR E SE ACEITAR – Faça agora uma contemplação. Dedique alguns instantes para você. Sente-se confortavelmente numa cadeira, com as palmas das mãos para baixo sobre as coxas. Feche os olhos. Relaxe seu rosto com um leve sorriso. Respire lentamente algumas vezes. Permita que a inspiração entre facilmente. Permita que o ar saia facilmente. Entre, assim, em contato com seu espaço interior de tranqüilidade. Com os olhos fechados, descanse mentalmente o olhar no espaço interno entre as sobrancelhas, acalmando as ondas mentais e cerebrais. Inspirando silenciosamente, repita: EU ME AMO. Expirando, repita mentalmente: EU ME ACEITO. Inspirando, mantenha o pensamento: EU ME PERDOO. Expirando, sinta: EU GOSTO DE MIM DA MANEIRA QUE EU SOU. Fique com você por alguns instantes, respirando naturalmente e mantendo estas palavras em seu coração. Experimente um sentimento de compaixão e aceitação por você mesmo. Ao perdoar a si mesmo, você se acolhe, se aceita, se abraça. Gosta de sua própria companhia. É bondoso com você mesmo e pode estender este perdão aos outros. Perdoar é assumir a responsabilidade pelo que você sente. Agradecer é compreender o ritmo de Deus. Gratidão traz saúde emocional e bem estar. Paciência é a virtude que abre o caminho para as demais virtudes. Aprenda a saborear a vida mais pacificamente. Libere o passado, com bondade e sabedoria, abrindo seu coração para cada novo momento precioso da vida. NAMASTÊ! Deus em mim saúda e agrade Deus em você! Fique em paz!

RESOLVENDO A ANSIEDADE -

A ansiedade tem sido descrita como um dos males do nosso tempo. Eu ousaria dizer que cem por cento das pessoas, em maior ou menor grau, sofre ou experimenta algum tipo de ansiedade. A ansiedade, inicialmente, é uma resposta adaptativa do nosso organismo e ela tem aspectos positivos. Por exemplo, se tivermos uma apresentação oral num congresso, uma certa dose de ansiedade mobiliza-nos para a ação: se estivermos demasiado relaxados, não nos preparamos para a apresentação. O problema está quando a ansiedade é de tal ordem que nos prejudica no dia-a-dia. A ansiedade pode ser definida como um estado de tensão emocional que se encontra associado a uma reação de medo. São duas faces da mesma moeda: a ansiedade corresponde ao processo emocional e o medo ao processo cognitivo. Este medo pode ser objetivo (como ter medo de um animal, de alturas, de ambientes fechados, etc.) ou mais subjetivo (medo de não ser aceito pelos outros, de não ser suficientemente bom, etc.), mas não deixa de ser medo. A ansiedade afeta praticamente todos os sistemas do corpo: o fisiológico (suor, aumento do ritmo cardíaco, sensação de tonturas, etc.), o sistema cognitivo (antecipação ruminativa, como “vai correr tudo mal”), o sistema motivacional (evitar o mais possível as situações desagradáveis), o afetivo e emocional (sentimento subjetivo de medo, pânico ou terror) e o sistema comportamental (com agitação ou a inibição do pensamento ou da fala). Todo o nosso organismo fica absorvido pela ansiedade e pelo medo. Quando a ansiedade e o medo são intensos e prolongados no tempo podem desencadear verdadeiras perturbações, com implicações bastante profundas no funcionamento da pessoa: o seu organismo torna-se hiper vigilante, isto é, foca-se, mesmo que de forma involuntária, no perigo ou na ameaça; simultaneamente, esta sensibilidade excessiva ao perigo aumenta os pensamentos automáticos intrusivos que ativam a parte afetiva e emocional; como está muito atento aos aspectos menos positivos das situações, tende logo a pensar no pior cenário ou a imaginar catástrofes iminentes. Este funcionamento faz com que a pessoa diminua a sua capacidade de manter a atenção noutras tarefas do dia-a-dia, desgasta a sua energia vital, aumentando o risco de depressão, e perde imensas oportunidades pelo medo, vivendo numa permanente angústia por não conseguir controlar-se. Quando uma pessoa se mantém em um estado de ansiedade e apreensão contínua e irracional, algumas vezes desencadeando um medo agudo que chega ao pânico, acompanhado por sintomas de perturbação autônoma; com efeitos secundários em outras funções mentais como a concentração, a atenção, a memória e o raciocínio”, ela se encontra no que a psicologia chama de transtorno de ansiedade. Há cinco tipos: transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico, transtorno de pânico com agorafobia, fobia social e fobia simples. As causas dos transtornos de ansiedade podem ser descritas: De uma lista de aproximadamente 40 itens (com pontuação de 0 a 100), tais como, casamento, férias, natal, ou seja, como passamos o nosso dia a dia. Dentre essas causas, a morte do cônjuge recebeu 100, o divórcio, 73, a separação conjugal, 65, a aposentadoria, 45. Não esqueçamos que pessoas intransigentes e perfeccionistas poderão ter um nível alto de ansiedade. Também pode ocorrer uma ansiedade provocada pelo sentimento de culpa trazido da experiência de vida anterior e registrado no perispírito. Na concepção de Freud, o criador da Psicanálise, a ansiedade é uma espécie de “sistema de alarme”, que nos previne do perigo quando certas ideias estão a ponto de alcançar a expressão consciente. Freud estabeleceu três tipos de ansiedade: moral, real e neurótica. A ansiedade moral decorre da censura do superego; a ansiedade real, pela percepção de um perigo que de fato existe; a ansiedade neurótica, expressa-se pelas fobias, medo persistente e irracional. A ansiedade é uma emoção inerente à condição humana que ocorre como reação emocional a diferentes condições ambientais. Este fenômeno psicológico funciona como mecanismo de vigilância do organismo na medida em que serve para o alertar de possíveis perigos e, por isso, desempenha um papel protetor na preservação do indivíduo e da espécie. Quando as respostas de ansiedade se manifestam no indivíduo de forma descontrolada causando sofrimento deixam de exercer a sua função adaptativa e passam a ser perturbadoras do seu funcionamento normal. No contexto da psicopatologia, a ansiedade patológica é uma emoção negativa, desproporcionalmente elevada, bloqueadora, inibidora e perturbadora que se caracteriza por sintomas corporais de tensão (taquicardia, suores, dificuldades respiratórias, rubor facial, etc.), de apreensão sobre o futuro, de preocupação no que diz respeito a coisas graves ou vulgares e que pode persistir mesmo quando já não existe uma ameaça real. O medo e a ansiedade estão, de algum modo, relacionados. A resposta de medo consiste na ativação integral do sistema nervoso simpático em conjunto com um sentimento de terror do qual resulta a fuga ou o ataque. Assim, o medo é uma reação de alarme, de caráter imediato, ao perigo, ao passo que a ansiedade é uma emoção dirigida ao futuro. O DSM-III distingue dois grandes grupos de perturbações da ansiedade: as perturbações fóbicas (agorafobia com ataques de pânico, agorafobia sem ataques de pânico, fobia social e fobia simples) e os estados ansiosos (ataques de pânico, perturbação de ansiedade generalizada, perturbação obsessivo-compulsiva, perturbação pós stress traumático e perturbação de ansiedade não específica). As edições mais recentes do DSM-IV não alteram substancialmente esta classificação. O que o ser humano mais deseja é o afeto. Esse é o nosso diamante, nada é mais tão importante para o ser humano do que a sensação de pertencimento, os laços de afeto, de se sentir amado.O homem tem sua expressão no ato de fazer parte, de inserção, de ser membro e, como conseqüência, de participar. Mas a modernidade é marcada pelo empobrecimento da experiência de vida afetiva. Temos a internet, que permite uma comunicação intensa, mas fria. O que a falta de segurança faz com as pessoas? Ela provoca um impacto da insegurança na saúde afetiva e emocional das pessoas. O medo desmotiva o “estar junto social” e está levando à desagregação. Muitas pessoas, na verdade, não podem ser diagnosticadas com transtorno de ansiedade. O que elas têm é medo. O próprio aumento do pânico nas pessoas pode denunciar essa realidade. Elas desenvolvem uma espécie de “agorafobia social”, uma expressão que define o medo do espaço público. A agorafobia é um distúrbio de ansiedade associado a crises de pânico, e que leva a uma esquiva de locais em que seria difícil escapar ou conseguir socorro. No século que nos encontramos, esse quadro se agravou muito devido à ingerência do poder público em oferecer segurança aos espaços públicos. É necessário uma reformulação dos padrões de convivência urbanos. Um exemplo disso é que podemos notar que hoje os meios de comunicação noticiam insistentemente os crimes mais bárbaros... Muitas pessoas se sentem atraídas por essas notícias por uma necessidade da mente de tentar compreender os porquês desses crimes e , então, tentam se proteger. Ou seja, novamente, a necessidade de controle vem à tona. E isso aumenta o medo. Ansiedade, centro motriz das neuroses, tem certo parentesco com o medo. Ambos são reações emocionais ante o perigo e podem ser acompanhados de sensações físicas como tremores, transpirações, batimento acentuado do coração, que podem acarretar a morte de uma pessoa, quando muito intensos. Tradicionalmente, combate-se a ansiedade afastando a pessoa da situação de conflito e dando-lhe - por meio de psicoterapia - munição para lidar com seus conflitos. Recentemente reconheceu-se um tipo de situação que ocorre com muita freqüência: a síndrome de pânico. Trata-se de um caso particular de crise de ansiedade não controlada, que alcança o nível do pânico. Os pacientes apresentam a síndrome sem qualquer causa aparente. Além da sensação de angústia, eles podem ter crises de pressão alta, batedeiras, falta de ar, náuseas, dores no peito e na cabeça, muitas vezes acompanhadas de sensações de morte iminente. Essas características são tão assustadoras que acabam destruindo a estrutura psíquica do paciente, que pode se tornar bastante deprimido. Como ele não entende o que está acontecendo, julga estar enlouquecendo e perdendo o autocontrole. Desenvolve-se, a partir daí, uma ansiedade por antecipação, temendo uma nova crise. Não raro aparece um medo fóbico de situações que, no julgamento do paciente, podem desencadear uma crise. Muitos passam a não sair de casa e até deixam de dirigir automóvel, na tentativa infrutífera de se livrar do pânico. A imensa maioria dos pacientes faz inúmeras visitas a prontos-socorros, com pressão alta, taquicardia, queda da taxa de açúcar no sangue etc. Nessas ocasiões, porém, ficam reconfortados, pois os exames que são obrigados a fazer resultam normais. Só que as crises continuarão, até que o diagnóstico seja estabelecido. Hoje, uma série de medicamentos pode ser eficientemente utilizada nesses casos, tornando as crises esparsas, de fraca intensidade, até se conseguir, finalmente, evitá-las. Assim, se o medo e a ansiedade ficarem muito intensos, não se desespere: procure um médico e ele poderá ajudá-lo. Nos casos em que a ansiedade se torna um inferno, é importante compreender que, na maioria das vezes, estes medos foram sendo desenvolvidos ao longo de anos, pela forma como foi lidando com o mundo, com os outros e consigo próprio. Porém, como o ser humano tem a maravilhosa capacidade de se construir e reconstruir, ser-se “muito ansioso” não tem de ser uma fatalidade. A psicoterapia é uma ajuda muito eficaz para lidar consigo mesmo de forma mais tranquila e segura. Não se deixe absorver pelo medo, procure ajuda.