domingo, 22 de junho de 2014

CULPA: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS -

Quando a culpa se instala em nossa vida, esse sentimento que faz nos sentir indigno, mau, ruim, trás consigo remorsos e censuras. A culpa pode ser o resultado de muita raiva guardada que se volta contra nós mesmos. Poderíamos resumir assim: Raiva + mágoas reprimidas = culpa = autopunição Esse sentimento que corrói nossa alma e que muitas vezes nos impede de sermos nós mesmos tem muitas variáveis. Mas, vamos refletir sobre alguns aspectos que nos proporcione uma maior compreensão dos motivos desse sentimento que nos faz sofrer tanto. Vamos enumerar as características de quem sente culpa: 1. Preocupação excessiva com a opinião dos outros; 2. Sente-se mal quando recebe algo, pois na verdade não se considera digno de aceitar o que os outros dão; 3. Fala repetidamente sobre o que o motivou a sentir culpa; 4. Raiva reprimida; 5. Dificuldade em assumir responsabilidade pelos próprios atos; 6. Sente-se rejeitado; 7. Busca responsáveis pelo próprio sofrimento; 8. Sente-se vítima em algumas, ou muitas, situações; 9. Geralmente se pune ficando doente, ou sendo vítima freqüente de acidentes; 10. Dificuldade em expressar os reais sentimentos; 11. Não consegue falar “não”; 12. Necessidade em agradar; 13. Vive sempre fazendo algo pelos outros e raramente para si mesmo; 14. Dificuldade em fazer algo só para si;Não consegue administrar o tempo, pois está sempre sobrecarregado; 15. Baixa auto-estima; 16. Falta de amor-próprio. Você pode se identificar com essas características ou, ainda, ter outras. O importante é reconhecer que a culpa traz muitas conseqüências em nosso modo de ser e agir. Observe como se sente, elevando, assim, seu conhecimento de si mesmo, para mudar o que lhe faz sofrer. A culpa pode ser gerada por: religião / injustiça / morte / manipulação / crítica / acusações / repressão / rigidez / inflexibilidade / julgamento / controle / dependência / super-proteção / raiva contida / medo / rejeição / abandono / mentira / prazer / expectativa / comparações / necessidade de agradar / próprio nascimento / comodismo (falta de atitude) / preconceito / não aceitação de si. Estas são algumas causas do sentimento de culpa. A origem de sua culpa pode ser outra. Ou várias. Procure ter a consciência exata da origem do seu sentimento de culpa. Procure descobrir e explore um pouco mais sobre o que gerou em você a culpa. Comece perguntando-se o que o faz sentir culpa e faça uma lista de todas as culpas que você sente. Por maior que possa ser a lista, faça! Isso o ajudará a compreender melhor seus sentimentos e conflitos gerados pela culpa. Analise as situações em que aconteceram os fatos e se você realmente tinha condições de agir diferente de como agiu. Depois continue sua análise: Onde, quando e por que começou cada uma delas? Quais são as situações em que se sente culpado pelo que fez ou deixou de fazer? Quais eram seus valores em relação ao assunto, quando agiu daquela forma? Se fosse hoje, sua atitude seria diferente? Como? Quem fazia ou faz com que você se culpe? Busque a relação da culpa atual com seu histórico de vida. O que queremos com esse exercício não é buscar mais culpados, mas explorar os motivos pelos quais ainda se culpa e se responsabilizar por seus atos e mudar o que pode ainda ser mudado, libertando-se desse sentimento que aprisiona e impede o seu crescimento e bem-estar. Quais são as conseqüências da culpa? Medo / sofrimento / autopunição / remorso / estagnação / tristeza e depressão / submissão / prisão emocional / solidão / dificuldade em impor limites aos outros e a si mesmo / dificuldade em dizer “não” / fuga através do álcool e de outras drogas / compulsão alimentar / conflitos internos e nas relações / dificuldade em sentir prazer / destruição da auto-estima e do amor próprio / doenças (segundo alguns estudos, a culpa está presente em praticamente a maioria das pessoas portadoras de câncer). As conseqüências das culpas são muitas. Isso ocorre porque com a culpa sempre vem a necessidade, ainda que inconsciente, de autopunição. É certo que a culpa pode representar um sinal que algumas pessoas precisam para alertá-las de que estão ultrapassando o limite da falta de respeito pelo outro, ou a indicação que é preciso mudar algum padrão de comportamento que, do contrário, poderá continuar machucando aqueles que lhes são mais caros. O mais indicado sempre é responsabilizar-se e não se culpar. A culpa faz com que permaneçamos no papel de vítimas e isso traz apenas estagnação e repetição de padrão, não proporcionando mudanças e muito menos crescimento, enquanto a responsabilidade faz com que acreditemos ser capazes de mudar o que quisermos. O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do melhoramento individual. Mas, muitos poderão dizer, como proceder a esse julgamento? Não se tem a ilusão do amor-próprio que ameniza as faltas e as desculpas? O avaro, por exemplo, acredita ser simplesmente econômico e previdente; o orgulhoso acredita somente ter dignidade. Isso não deixa de ser verdade na visão deles. Mas temos um meio de controle que não pode nos enganar. Quando estivermos indecisos sobre o valor de uma de nossas ações, perguntemo-nos como a qualificaríamos se fosse feita por outra pessoa; se a censuramos nos outros, não poderá ser mais legítima em nós, porque Deus não tem duas medidas para a justiça.

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