domingo, 13 de julho de 2014

OS JOVENS E A DROGA -

O que leva o jovem a fazer uso de droga é a busca do prazer, da alegria e da emoção. No entanto, este prazer é solitário, restrito ao próprio corpo, cujo preço é a autodestruição. Tudo isto faz esquecer a vida real e se afundar num mar de sonhos e fantasias. Esta é uma opção individual, se bem que, muito condicionada ao papel do grupo. O uso de drogas pode ser uma tentativa de amenizar sentimentos de solidão, de inadequação, baixa auto-estima ou falta de confiança. Além do prazer, a droga pode funcionar como uma forma de o adolescente afirmar-se como igual dentro de seu grupo. Existem regras no grupo que são aceitas e valorizadas por seus membros, tais como: o uso de certas roupas, o corte de cabelo, a parada em certos locais e a utilização de drogas. É no grupo que o jovem busca a sua identidade, faz a transição necessária para alcançar a sua individualização adulta. Porém, o jovem tem o livre-arbítrio na escolha de seu grupo de companheiros. O tipo de grupo com o qual ele se identifica tem tudo a ver com sua personalidade. Outra motivação forte para o jovem buscar a droga é a transgressão. Transgredir é contestar, é ser contra a família, contra a sociedade e seus valores. Uma certa dose de transgressão na adolescência é até normal, mas quando ela excede com drogas, representa a desilusão e o desencanto. Os jovens, muitas vezes, utilizam determinada droga para apontar a incoerência do mundo adulto que usa e abusa das drogas legais como álcool, cigarro e medicamentos. Acreditam que os adultos deveriam ser um "porto-seguro", um referencial da lei e dos limites. No entanto, muitos adultos não pararam para refletir sobre isso. A "onipotência juvenil" é uma característica da adolescência que faz com que o jovem acredite que nada vai acontecer. Pode transar sem camisinha e não vai engravidar ou pegar AIDS ou DST, pode usar drogas e não vai se tornar dependente. No entanto, é ainda maior o risco de dependência, no jovem quando: * possui dificuldade de desligar-se da situação de dependência familiar; * existem falhas na capacidade de reconhecer-se como indivíduo adulto, capaz e separado dos outros; * possui dificuldades de lidar com figuras de autoridade, desafia e transgride compulsivamente. Os adolescentes sofrem influências de modismos e de subculturas, são contestadores, sofrem conflitos entre a dependência e a independência, têm uma forte tendência grupal, um desprazer com a vida urbana rotinizada e uma grande ausência de criatividade. Alguns adolescentes fazem a descoberta do valor da vida em confronto com a morte, através de esportes violentos, pegas de carros, roleta russa, anorexia nervosa, suicídio e drogas. A primeira onda de socialização da droga surgiu nos anos 60. Muitas pessoas começaram a questionar a realidade social e procurar uma cura psíquica na natureza, já que o mundo urbano não oferecia alternativas. Aprenderam a usar certas plantas para modificar a percepção consciente, era a época dos hippies. Hoje, depois de 30 anos conhecemos o grande equívoco, definitivamente todas as drogas causam dependência e esta "falsa" sensação divina acaba anestesiando a realidade individual de não se sentir "bom o bastante". O desejo de drogas é sempre a busca de algo mais. Os pais transmitem isso aos filhos quando eles próprios ingerem droga e os seus filhos acabam fazendo a mesma coisa. Isso é explicado geneticamente, já existe no equilíbrio bioquímico uma predisposição. O uso de drogas ativa a expansão para a dimensão astral, fazendo a pessoa entrar em realidades que podem ser muito sedutoras, atraentes e abrangentes; por isso as drogas ofereciam uma saída, um escape da realidade linear e da luta para conseguir um lugar no mundo. A sociedade atual tem pouco a oferecer para o jovem antes que sejam considerados adultos produtivos, suas vidas estão sem significado e seus modelos são os heróis intocáveis da TV. Os jovens sabem que nunca serão estes heróis e sentem necessidade de se descobrir e responder a questão "Quem sou eu?" Os pais hoje educam os filhos para que usem drogas na adolescência. Esta é uma constatação pesada, mas você é a verdade.Um filho quando é educado em casa para fazer o que tiver vontade e não fazer o que deve ser feito, por que não fazer o mesmo na rua? Quem for educado através de uma cidadania familiar, não lhe será difícil ser um bom cidadão. Cidadão todo mundo é, porém nem todos desenvolvem a cidadania. Pois cidadania é exatamente pensar também em outras pessoas e não simplesmente satisfazer a sua própria vontade. Quem realiza as suas vontades não se incomodando com os seus pais nem irmãos vai se incomodar menos ainda com estranhos. Cidadania é se incomodar com as pessoas que nem conhece para ajudá-las a viver melhor, para não lhes causar prejuízos, trabalhos, desgastes e preocupações desnecessárias. Cidadania é não usar drogas. Assim, um filho para ser bem formado, para ser um cidadão ético, tem que receber uma educação que valorize a ética, que desenvolva a sua responsabilidade social. Todos os seres vivos fazem o que tem vontade ou necessidade de fazer. Mas foram os seres humanos que desenvolveram a civilização graças à sua inteligência e o espírito de equipe para juntos enfrentarem as feras, sobreviver às catástrofes geológicas e climáticas, para terem filhos. O espírito de equipe é defender mais o conjunto de pessoas que a própria pessoa fazer o que simplesmente o que tiver vontade de fazer. Um time de futebol, onde cada um dos jogadores faz o que tem vontade, não ganha o jogo. Se cada ser humano fizesse o que simplesmente gostasse de fazer, talvez não tivéssemos construído esta civilização. Fazer a própria vontade significa: - não respeitar autoridades nem regras do local onde se encontra; - não cumprir com o que se prometeu; - satisfazer as necessidades fisiológicas assim que as sentir; - usar o que quiser, mesmo que não lhe pertença; - validar tudo o que dê prazer e sem considerar se é bom ou ruim; etc. A realização de um desses itens já mostra uma ação má educada. Se um filho tiver o costume de fazer pelo menos um destes hábitos, já estará sendo mal educado. Não estará com espírito de equipe com quem estiver convivendo. Um filho mal educado em casa, não terá porque ser educado fora de casa. A adolescência é um segundo parto. É um nascer da família para entrar na sociedade. É pertencer a um novo grupo social, a turma de iguais ou pares. Longe dos seus pais, na sua turma, nada impede o filho de fazer o que tiver vontade em detrimento do que deveria ser feito. Jogar bola em vez de estudar. Beber em vez de se conter de beber já que vai dirigir. Usar drogas em vez de se preservar. Se perguntarmos a um usuário de maconha por que usam essa droga, eles responderão porque é bom. E, se insistirmos e perguntarmos, por que é bom, eles responderão porque é gostoso.. Estas respostas mostram a falta de educação. Justificar ser bom por ser gostoso é uma mistura de critérios de sensação física com o que deve ou não ser feito. As substâncias psiquicamente ativas são usadas como drogas porque elas provocam prazer. Mas nem tudo que dá prazer é bom. Assim como nem tudo que é bom dá prazer. O que vicia é o prazer, pois o cérebro reptiliano, ou seja, o cérebro primitivo do ser humano leva a pessoa a repetir o gesto que lhe deu prazer. É o mecanismo de ação do sistema de recompensa do cérebro. Saciar uma necessidade fisiológica como comer, ter relações sexuais etc. estimula o cérebro a comer de novo, a transar de novo. As drogas também estimulam este mesmo sistema de recompensa. O problema das drogas é que elas viciam mais que comer e transar, pois elas desenvolvem tolerância - doses cada vez maiores para se conseguir o mesmo efeito prazeroso, compulsão - necessidade de usar a droga outra vez e síndrome de abstinência - falta que a droga faz ao organismo de quem já esteja acostumado com os seus efeitos. Quem usa drogas não respeita regras, atende mais a sua vontade - necessidade - de prazer e faz mal à sociedade e à sua família além de a si mesmo.

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