terça-feira, 23 de outubro de 2012

" F É "

"Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da humanidade" Allan Kardec. Entendamos como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, na certeza de atingir um objetivo. Ela nos dá uma espécie de lucidez, que faz ver, pelo pensamento, os fins que se tem em vista e os meios para atingi-los, de modo que quem a possui caminha, por assim dizer, com total segurança. É certo que a confiança do homem em suas próprias forças o torna capaz de realizar coisas materiais que não se podem fazer quando se duvida de si mesmo, mas é a fé que nos torna capazes de superar as dificuldades, as resistências, a má vontade, os preconceitos rotineiros, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo, as paixões orgulhosas que se encontram entre os homens e que barram o caminho de todo aquele que trabalha pelo progresso da Humanidade. Essas são as montanhas que a fé é capaz de transportar e , garantiu-nos Jesus Cristo, por pequena que ela seja. A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem vencer os obstáculos, tanto nas pequenas quanto nas grandes coisas. É ela, a fé, que nos mantém em esperança quando o sofrimento se torna companheiro constante, diferenciando-nos daqueles que não a possuem. A fé vacilante, no entanto, provoca incerteza, hesitação, de que se aproveitam os adversários que devemos combater; ela não procura os meios de vencer, porque não crê na possibilidade de vitória.
A fé sincera e verdadeira é sempre calma, serena, companheira que é da paciência. É preciso não confundir, no entanto, a fé com a presunção. A presunção é o que faz o homem se ver maior do que na realidade é. É ela que o faz achar-se melhor do que os outros. A verdadeira fé se alia à humildade; aquele que a possui confia mais em Deus do que em si mesmo, sabe que, simples instrumento da vontade de Deus, nada pode sem Ele e é por isso que ele é ajudado pelos bons Espíritos. A presunção é mais orgulho do que fé, e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos fracassos que lhe são impostos. A fé não se adquire por decreto, não se impõe. Ela é adquirida e possibilitada a todos. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, a fé deve velar atentamente pelo desenvolvimento de suas próprias filhas: a esperança e a caridade. Elas são resultantes da fé, essas três virtudes formam uma trindade inseparável. Não é a fé que dá a esperança de se ver cumprirem as promessas do Senhor? Pois, se não temos fé, o que esperamos? Não é a fé que dá o amor? Se não temos fé, que amor teremos, e que amor será esse? A fé, que é de inspiração divina, desperta todos os nobres sentimentos que conduzem o homem para o bem e é a base da sua renovação. Se nós temos fé, não permitiremos que os problemas nos desequilibrem a fortaleza do coração. Transitaremos no mundo, sabendo que o Divino Equilíbrio permanece vigilante e, mesmo que os homens transformem o lar terrestre em campo de lodo e sangue, não esquecemos que a Infinita Bondade converterá um e outro em solo adubado para que a vida refloresça e prossiga em triunfo. Se nós temos fé, não guardaremos com rancor os golpes da incompreensão alheia, porquanto compreenderemos a ignorância por miséria extrema do espírito e educaremos generosamente a boca que injuria e a mão que apedreja. Ainda que os mais amados nos releguem à solidão, avançaremos para frente, entendendo e ajudando, na certeza de que o trabalho nos envolverá o sentimento, em nova luz de esperança e consolação. Se temos fé, não nos limitaremos a dizê-la simplesmente, qual oração sem boas obras, mas caminharemos realizando a vontade do Criador, que é sempre o bem para todas as criaturas. Se temos fé, manteremos, sobretudo, o esforço diário do próprio aperfeiçoamento, através das pequenas e difíceis vitórias sobre a natureza inferior, como sendo o mais alto serviço que podemos prestar aos outros, uma vez que, aperfeiçoando a nós mesmo, estaremos habilitando a consciência para refletir, com segurança, o amor e a sabedoria da Lei. A Doutrina Espírita apresenta uma nova maneira de ver a Fé. Este é um ponto que julgamos importante, pois enquanto as religiões procuram manipular as consciências através de ameaças, incutindo idéias de medo, impondo comportamentos, reduzindo consideravelmente o livre arbítrio, o Espiritismo deixa o pensamento fluir livremente, o mais natural possível, para que o indivíduo possa demonstrar toda sua identidade e autenticidade. A Fé raciocinada, proposta pelo Espiritismo, deixa de possuir conotação de algo obtido por uma graça, por um mistério que não pode ser explicado. Ela, portanto, difere de tudo o que caracteriza a Fé religiosa porque baseia-se na busca do entendimento e do discernimento. A Fé religiosa firma-se nos dogmas que definem as religiões. Dogmas são verdades estabelecidas e indiscutíveis que são impostas aos fiéis e que devem ser por eles aceitas, mesmo que não as compreendam. A Fé Espírita, no entanto, usa a razão e, por isto, pode duvidar, criticar e examinar o objeto da Fé. Na fé proposta pelo Espiritismo há uma lucidez maior, uma clareza maior, dos conhecimentos adquiridos e uma melhor captação de conhecimentos novos. A Fé Espírita é efeito e não causa. O indivíduo que a possui já experienciou no passado vivências, aprendizados, etc. que hoje lhe transmitem toda uma certeza e confiança. Há uma visão global, geral das coisas. Para que se obtenha esta compreensão geral, aumentando-a aos poucos, torna-se necessário que a nossa inteligência esteja ativa, para podermos exercitá-la através da vontade. Com a inteligência teremos facilidade de adquirir conhecimentos novos e tornar presente ou consciente os já adquiridos. Estes conhecimentos serão sempre a base para o apoio de novas informações; assim, o poder de análise e de síntese vai crescendo de forma que a cada passo o indivíduo tenha nova compreensão, novos "insights", ou lampejos cada vez mais claros. Assim é a Fé Espírita, com características próprias e especiais, que a diferencia de qualquer outra Fé. A Fé Espírita não é reducionista, não bloqueia a vontade nem a expressão do ser humano; ao contrário, amplia a vontade e a capacidade de expressão. O indivíduo fica livre para a escolha e com menos possibilidades de ser manobrado ou manipulado. Allan Kardec diz que a Fé Espírita "não pode ser prescrita ou imposta, por aquele que a tem, ninguém a poderá tirar e àquele que não a tem ninguém poderá dar". Diz o Codificador que "a Fé é sinal evidente de progresso". O Espiritismo, como Doutrina reencarnacionista e evolucionista, tem na sua Fé uma conseqüência desse progresso que o indivíduo vai pouco a pouco conquistando, vivenciando. O progresso vai facilitando melhores elaborações em estágios sempre renovados. Portanto, Fé não se consegue como que "por um passe de mágica". Ela é a certeza, a segurança e a confiança já conquistadas e que num dado momento o indivíduo experiencia. A Fé está relacionada a obras, assim, uns possuem mais Fé, outros menos. Para a realização das obras - e das conquistas - é necessário estudo e trabalho que resultam em experiência. O que se pode afirmar é que haverá sempre uma nova tarefa a ser executada, a nos provar, a nos testar e, assim, vamos obtendo maior firmeza na execução, ou seja, maior Fé. Foi dito, "a fé é mãe da esperança e da caridade", o que é facilmente compreensível, porque todo aquele que a possui, conforme a Doutrina Espírita, apresenta um sintoma de que já conquistou estágios importantes e, como tal, ela já está incorporada ao seu acervo tornando-se natural a prática do amor e da caridade. A importância de que tenhamos esse entendimento da Fé, nos levará a vivenciar melhor a atual existência, o aqui e agora, e a pautar todos os nossos atos dentro de uma moral e de uma ética elevada. O Espiritismo facilita a reparação dos erros numa experimentação consciente e nisto está o fortalecimento da Fé. Todo este entendimento nos conduzirá à certeza, à confiança e à esperança, proporcionando-nos encarar de frente a razão em todas as épocas da humanidade.
A Fé Inabalável significa fé que não esmorece, ou não enfraquece, diante de dificuldades, diante de obstáculos. As dificuldades, ou obstáculos, podem ser de ordem física, de ordem psíquica ou espiritual. Física pode ser de ordem econômica, saúde. Psíquica pode ser situações de desconforto criadas por problemas que podem nos levar a tristeza, depressão, pânico. Tristeza pela “perda” de um ente querido, por exemplo. O encontro de tantas pontas de uma mesma estrada faz girar em nossos corações o testemunho da Verdadeira Fé, se ela existir de fato. A chama eterna do Grande Sol Central incendeia o coração dos homens de fé. Fé que precisa ser reafirmada, não nos templos construídos em pedra, mas nos templos internos. Fé que precisa ser renovada, a cada obstáculo que nos apresenta e parece intransponível. Fé que precisa do Fogo da Verdade Eterna, que nos lembra a cada instante que nossa caminhada pelas estradas da Evolução espiritual requer peito de remador, bons pensamentos, palavras amenas e ação firme. Enfrentar de peito aberto as vicissitudes, as dificuldades, e se render às evidências indeléveis da interferência do Sagrado em nossas vidas. Estar de pé, logo cedo, ao amanhecer para enfrentar a batalha do ser “encarnado” no Planeta Terra, e resistir aos arrastamentos da materialidade que tenta nos desviar de nossa missão. Porém, irmãos, é preciso trilhar o caminho do meio. Equilíbrio entre o Cosmo e a Terra, para que estejamos preparados para os desafios de termos a consciência de nosso verdadeiro papel neste Sistema Solar, nesta galáxia e no universo. Mensagem das Plêiades Por nada detenha teus passo, ah irmão peregrino. A luz no topo da montanha clama por tua Presença. Por mais íngreme que pareça a subida, maior é a estrela que te guia. Ave Lux. Fiquem na LUZ! Psicografado por Shellah Avelar Autor: Ramatis

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