segunda-feira, 22 de outubro de 2012

" A MORTE "

Há quem diga que a morte é tormento. Há quem diga que a morte é descanso. Porém, mais sensato seria dizer que a morte pode vir a ser um tormento, ou, que ela pode vir a ser um repouso. Tudo depende de como utilizamos o nosso tempo de vida presente. Bendito tempo... O tempo que corre continuamente, e as marcas deixadas pela sua passagem. O ontem, e o amanhã... A vida terrena é breve como a brisa que passa. Eternos são o amor, a compaixão, e a bondade.
“Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte.”, diz o pai da Psicanálise Sigmund Freud. A Psicanálise ensina, seguindo a teoria das pulsões do seu fundador,Sigmund Freud, que existem em nossas vidas duas pulsões contrárias: EROS, uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida, e a pulsão de morte, ou THANATOS, que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição. Ambas as pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto. Como no exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida presente, afinal a finalidade de se alimentar é a manutenção da vida, existe também a pulsão de morte presente, pois é necessário que se destrua o alimento antes de ingerí-lo, e aí está presente um elemento agressivo, de segregação. A morte é o fenômeno natural que mais se tem discutido, ou pelo menos deveria, tanto em religião, ciência e opiniões diversas, ao mesmo tempo em que a maioria de nós evita ao menos pronunciar seu nome. Para os céticos, os descrentes, a morte compreende o cessar da consciência, exatamente quando o cérebro deixa de executar suas funcionalidades. Os espíritas, no entanto, acreditam ser ela uma passagem para uma outra dimensão, cuja realidade é mais perfeita e que é a continuidade da vida física. Alguns enchem a vida de rituais para exorcizá-la ou, como faz a maioria, simplesmente a ignoram. O que precisamos mesmo é compreender o medo que as pessoas desenvolvem em relação à morte, evitando, assim, preparar-se para ela. Precisamos, sim, aprender a morrer. Quando morre alguém, sentimo-nos todos tomados por um sentimento de perda e dor. É natural, gostamos da pessoa e desejamos que ela continue vivendo conosco. Mas, a morte, inegavelmente, é a única certeza da vida e está enquadrada nos acontecimentos normais da existência de todo mundo. A todo instante, partem jovens e velhos, sadios e enfermos, ricos e pobres, brancos e negros, crentes ou descrentes. Partem como se a hora fora chegado e como se nossa lógica baseada no tempo cronológico não fizesse sentido. Pode-se morrer depois de um longo tempo, como se pode morrer cedo, jovem. Para a maior parte dos homens, a morte continua a ser o grande mistério, o sombrio problema que ninguém ousa olhar de frente. Para os espíritos conscientes, ela é a hora bendita em que o corpo cansado volta à grande Natureza para deixar à Psique, sua prisioneira, livre passagem para a Pátria Eterna. A Doutrina Espírita considera a morte biológica como sendo a interrupção do fluxo vital que mantém os órgãos físicos em funcionamento. Quando ocorre a anóxia cerebral e, consequentemente, a paralisação do tronco encefálico, dá-se o fenômeno denominado morte. Para o Espiritismo, a morte da indumentária carnal serve para libertar o Espírito temporariamente aí encarcerado, a fim de que prossiga no processo de evolução, no rumo da plenitude ou Reino dos Céus. Morrer, desse modo, é encerrar o ciclo biológico, facultando o prosseguimento da vida do Espírito em outros campos vibratórios, além da dimensão física. Compreendei que, muitas vezes, os seres que chorais e que ides procurar no cemitério estão ao vosso lado. Vêm velar por vós aqueles que foram o amparo da vossa juventude, que vos embalaram nos braços, os amigos, companheiros das vossas alegrias e das vossas dores, bem como todas as formas, todos os meigos fantasmas dos seres que encontrastes no vosso caminho, os quais participaram da vossa existência e levaram consigo alguma coisa de vós mesmos, da vossa alma e do vosso coração. Ao redor de vós flutua a multidão dos homens que se sumiram na morte, multidão confusa, que revive, vos chama e mostra o caminho que tendes de percorrer.

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