domingo, 4 de novembro de 2012

"MAIS VIDA DO QUE MORTE"

A verdade é que nós somos aquilo que nós mesmos fazemos de nós, e, do outro lado da vida, um dia, nós vamos contar a nossa própria história, queiramos ou não, acreditemos ou não. Porque, para voltarmos à Terra, e voltar à Terra ainda será necessário para nós por muito tempo, já que a Terra é o hospital-escola que nos acolhe, nós vamos ter de refazer a nossa programação, vamos ter de observar tudo o que deixamos de fazer e o que fizemos de errado. Hoje isso pode nos parecer a mais absoluta tolice, mas, amanhã, do outro lado da existência, entenderemos a gravidade de todos os nossos gestos, palavras, do silêncio, dos sonhos, das mentalizações, daquilo que pensamos embora não tenhamos falado, porque pelos nossos pensamentos também somos observados. Por isso tudo é que Jesus afirmava: “o Pai vê o que fazes em segredo.”... E Paulo de Tarso disse que somos acompanhados por uma nuvem de testemunhas invisíveis... Fora da matéria, quem sabe já não teremos sido nós também obsessores, perseguidores daqueles que amávamos e que não queríamos ver felizes sem a nossa presença. Quem sabe já não tenhamos nós também sido suicidas??? Muitos de nós vivem todo esse processo de escondermo-nos de nós mesmos. Muitos de nós também somos especialistas nisso: em fingir; em esquecer; em fingir que somos felizes, para não tocarmos em determinadas feridas que precisamos severamente solucionar; em fingir que respeitamos o outro, quando queremos que o outro esteja sob nossa tutela e faça somente aquilo que é conveniente e “bom” para nós... Muitas vezes nós afirmamos que nossos filhos têm toda a liberdade, que podem fazer o que quiserem, mas, se nos contrariam, sonhando algum sonho que nós não queremos que eles sonhem, então já ficamos desesperados. Mas nossos filhos também são almas que vêm do espaço, como diz o Evangelho Segundo o Espiritismo, para progredir em nossos braços. E, não nos esqueçamos, muitas vezes suas escolhas não serão aquelas que nós pretendíamos, por considerarmos serem as melhores. Emmanuel dizia, através da mediunidade de Chico Xavier, que, às vezes, um pai ia procurar orientação espiritual, querendo o filho engenheiro ou médico, mas que uma enxada, nas mãos daquele filho, ensinaria muito mais!... E, é óbvio, ninguém quer isso: queremos nossos filhos brilhando, nossos filhos, se possível, com mais de uma universidade... mas, às vezes, a alma vem não para ser um doutor, mas para recuperar emocionalmente aquilo que desgastou pelo caminho em vidas em que conseguiu ser um doutor, mas não soube honrar o diploma, ou a própria profissão escolhida. Todas essas pessoas que hoje vemos, muitas vezes pela televisão, como pessoas enlouquecidas, dementadas, assassinas, vingativas, pessoas tresloucadas que não perdoam, que roubam e que, naturalmente, muitas das vezes, não serão talvez capturadas pela justiça terrena, no mundo espiritual certamente estarão em um processo de loucura, e muitas delas não serão mais convidadas nem mesmo a habitarem a Terra. Irão para um planeta pior do que a Terra. Não esqueçamos que o afeto está intimamente relacionado à nossa saúde, à nossa capacidade de pensar com discernimento, e que a Medicina só avançará quando os médicos não nos virem mais apenas como um corpo, mas como um todo complexo.
E é por isso que os amigos espirituais nos afirmam que, num futuro não muito distante, na Terra, os médicos terão, inclusive, acesso às nossas vidas anteriores, para que possam entender, junto conosco, o porquê de situações como a de quem nunca fumou, mas traz uma enfermidade pulmonar; a situação de quem nunca provou álcool, mas tem o fígado problemático; ou a situação de quem, por exemplo, nunca está bem, ou nunca cometeu qualquer excesso, mas traz insuficiência renal inexplicável... Somos o passado em forma de presente! “Ama e obterás as bênçãos do amor.”, disse Emmanuel tantas vezes através de Chico. Amemos até doer, como dizia Madre Tereza de Calcutá. E, quando sentirmos vontade de orar pelas almas suicidas, façamos isso, sem nenhum problema. Elas não se aproximarão de nós, não estarão ligadas a nós pelo sofrimento, mas agradecerão, de onde estiverem, a bênção daquele pequeno bálsamo. Oremos, mesmo que não tenhamos, na nossa família ou entre amigos, nenhum caso assim. Não deixemos de, pelo menos de vez em quando, orar por aqueles que desistiram da vida dessa forma dramática, mas que retornarão de forma talvez ainda mais dramática para recomeçar, muitas vezes do zero... Somos, sim, o passado em forma de presente! E trabalharemos sempre pela nossa recuperação, viveremos para isso, não para ocultarmos o nosso passado, mas para transformá-lo, porque fomos criados por Deus, para a beleza e perfeição que nós vamos alcançar de alguma forma, um dia. Conseguiremos, no máximo, adiar, com atitudes menos dignas e nobres, a chegada triunfal do nosso coração totalmente belo e digno à verdadeira morada de todos nós. Lá, haverá, sim, trabalho, porque nós vamos passar a ajudar aqueles que ainda estão no caminho, como hoje nos ajudam os mentores espirituais, aqueles seres que estiveram conosco, que foram nossos amigos, nossos namorados, nossos filhos, mas que, por motivos diversos , se adiantaram, foram na frente, enquanto nós ainda permanecemos na estrada... Um dia seremos um pouco mais felizes quando o estivermos todos unidos aos corações que mais amamos. É por isso que, muitas vezes, quando os relógios apontam as seis horas da tarde, muitos de nós sentem suave melancolia, ou, dependendo do nosso problema, uma tristeza grande. Essa é a hora em que Maria, mãe de Jesus, recolhe a súplica de todas as criaturas... É a hora em que até no Vale dos Suicidas o silêncio acontece. É a hora em que, no Hospital Maria de Nazaré, instituição existente no mundo espiritual no Vale dos suicidas para cuidar deles, todos voltam o olhar para o chão, para implorar a proteção da mãe de Jesus ao seu recomeço. Há uma frase, não se sabe de que autoria, que diz assim: “ó Senhor dos grandes recomeços, aqui estou eu, mais uma vez!...”. No fundo, todos nós fazemos a mesma coisa: a cada encarnação, a cada retorno à Terra, nós somos aqueles que, à frente de Deus, dizemos: aqui estou eu, Senhor, mais uma vez, para recomeçar... Por isso, o que nos importa se as pessoas não nos amarem como queremos?!.. O que nos importará, se as pessoas duvidarem de nós, se as pessoas nos invejarem, se não nos compreenderem, se não observarem a vida como nós observamos?! Todos nós amadureceremos, todos nós chegaremos a esse grande fanal que é a felicidade sem nenhuma mácula, e, quando lá estivermos, nós vamos querer todas as criaturas felizes também. Por isso, também pensemos: as coisas da Terra são tão pequenas, são tão passageiras, e nós nos envolvemos de tal forma com elas, que ficamos totalmente amargurados, paralisados, passamos as semanas, os meses, os anos, reclamando que a vida não é aquilo que nós sonhamos quando crianças ou adolescentes, não é aquilo que pretendíamos, mas, muitas vezes, nada fazemos para nos modificar e modificar o nosso destino, não vamos em busca das grandes transformações, ficamos mesmo sem coragem para os grandes desafios, permanecemos com medo de encarar de frente aquilo que nós estamos adiando, muitas vezes há varias vidas, para solucionarmos. Se quisermos, nós sempre encontraremos uma desculpa, sempre haverá uma justificativa, um “ah, eu não posso”, ou “ah, eu não tenho forças”, “não é do jeito que eu queria”... e assim a vida irá passando, porque 100 anos, dizia Emmanuel, através de Chico Xavier, “é um relâmpago na eternidade...”. Chico Xavier, certa feita, recebeu uma senhora que, em grave perturbação, foi até ele e lhe disse: “Chico, eu vim te dizer uma coisa: essa história de Doutrina Espírita não serve para nada. No dia a dia não adianta!!!”. E o Chico, muito tranquilamente, lhe respondeu: “minha amiga, provavelmente você tenha toda a razão...”. A mulher ficou frustradíssima, foi embora, mas, dois anos depois, retornou ao mesmo Chico Xavier e lhe disse: “Chico, eu vim te pedir perdão: Chico, eu estava doida! Chico, a Doutrina Espírita é tudo! Chico, a Doutrina Espírita resolve tudo na vida da gente!...”. E aí o Chico voltou a responder: “É verdade, minha amiga: provavelmente você tenha toda a razão!”. “Por isso que o Chico nunca ficava doente das emoções!”, comentavam seus amigos. Chico Xavier tinha muitos problemas de saúde no corpo físico, mas, emocionalmente, ele era perfeito. E era perfeito também porque ele sabia que a loucura dos outros tem de ficar com os outros, não conosco... Às vezes, temos aqueles amigos tão queridos, amados, que nos lançam os seus xingamentos, que nos lançam toda a sua mágoa, que nos lançam a sua inveja, toda a sua desfaçatez... e, depois de tudo, saem ótimos e ainda nos dizem: “nossa! Eu adoro conversar com você! Eu fico ótimo!”. E você, ali, desmaiado; a sua samambaia, morta; o seu cachorro, no veterinário!!! Todo mundo pega um pedaço da carga! E, o pior, ainda tem gente que acaba se achando um “médium” daqueles, porque pegou a rebarba e aguentou firme! Mas também é preciso ter cuidado para ajudar. Porque, muitas vezes, de tanto pegar a carga emocional dos outros, e sofrer junto, chorar junto, se amargurar junto, nós podemos acabar adoecendo também da nossa emoção, da nossa vontade, do nosso desejo de sermos melhores e, consequentemente, da nossa disposição para sermos mais felizes. Não nos esqueçamos, meus amigos, que, dia a dia, os anos vão passando - e como passam rápido! Então felizes de nós se tivermos a sabedoria de tudo aceitar para transformar, não para nos conformarmos. Porque nós precisamos nos indignar sempre com a injustiça, com as maldades, com o que não é certo. Busquemos amparo nos ensinamentos da Doutrina Espírita, dessa doutrina maravilhosa, mesmo que não sejamos de fato espíritas e professemos outra religião. Essa doutrina que nos diz que somos imortais, que voltaremos à Terra quantas vezes forem necessárias, para refazermos o nosso destino. Você já assistiu ao filme “Nosso Lar”? Se ainda não assistiu, assista. Você vai aprender muito com ele. Os camelôs cariocas estão vendendo DVDs de Nosso Lar, dizendo: “Comprem Nosso Lar: você não precisa mais morrer para saber como é o céu!” E, mais: o jornal O Globo, há um tempo atrás, trazia uma nota, numa coluna social, muito pitoresca: dizia que agora, no Rio de Janeiro, não se diz mais “fulano morreu”, nem que “ fulano faleceu”. O bonito é dizer que “fulano partiu para o Nosso Lar.”! Felizes de nós, meus amigos, se pudermos voltar um dia para lá, porque dizem os espíritos que muitos de nós viemos de lá, de Nosso Lar. E prometemos nos encontrar , quem sabe, dentro de uma casa espírita para, ao menos de vez em quando, sermos cutucados pela nossa própria consciência.

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