domingo, 27 de janeiro de 2013

"SÍNDROME DO PÂNICO: MEDICAÇÃO E TRATAMENTOS"

Falamos, anteriormente, sobre as quatro teorias que existem e que tentam explicar o Transtorno do Pânico: a Teoria Neuroanatômica, a Teoria Comportamental, a Teoria Psicanalítica e a Teoria Espírita. Uma delas pode explicar as causas do seu padecimento com a Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico. Ou, ainda, cada uma delas pode trazer esclarecimento sobre o que tem provocado em você essa experiência. Hoje, falaremos sobre medicação, tratamentos e terapias e faremos algumas recomendações sobretudo para a família do paciente.
MEDICAÇÃO - O tratamento médico mais recomendado para o bloqueio das crises são os psicofármacos, ou seja, os remédios vendidos em farmácias e drogarias direcionados para tratamento de problemas psíquicos. Os principais inibidores seletivos da recaptura de serotonina, disponíveis para o tratamento do transtorno de pânico, são fluvoxamina, fluoxetina, paroxetina, sertralina e o citalopram. O tratamento com antidepressivos visa reduzir a intensidade e a freqüência dos ataques de pânico, diminuir a ansiedade antecipatória, reduzir a esquiva fóbica e tratar quadros depressivos associados. Em relação aos antidepressivos tricíclicos, os ISRS possuem algumas vantagens, tais como maior tolerabilidade a efeitos colaterais, menor número de tomadas e titulação da dose, e segurança na utilização pelo baixo risco de intoxicação.Os antidepressivos de todos os grupos e os tranquilizantes são eficazes no controle das crises. Atualmente, mediante a disponibilidade de vários psicofármacos, dificilmente um paciente não melhora com alguma medicação. A decisão quanto à escolha da medicação deve obedecer a critérios básicos como: outras doenças presentes no paciente, portadores de glaucoma não podem tomar alguns medicamentos, interações com outras medicações já em uso, história de reação indesejável a determinadas medicações em escolha, características individuais (por exemplo, os pacientes obesos devem optar preferencialmente pelos inibidores da recaptação da serotonina, os pacientes muito magros por tricíclicos). Pessoas com problemas sexuais devem evitar os inibidores da recaptação da serotonina. Por fim, como há entre essas medicações marcante diferença de preços, é válido considerar isso como critério de escolha desde que não seja feita em detrimento do bem estar do paciente. Os psicofármacos são um recurso dentre outros para o tratamento em Saúde Mental. O recurso aos psicofármacos só opera bem quando está subordinado ao vínculo e à escuta.O paciente tem uma boa relação com o psicofármaco apenas quando percebe que seu uso é um auxílio para pensar e expressar suas questões. Os psicofármacos são medicamentos de indiscutível utilidade, sobretudo para o alívio dos sintomas produtivos das psicoses, e de outros sintomas perturbadores, como insônia, a agitação psicomotora, a tristeza vital, etc. Contudo, em muitos casos e situações, são inúteis e/ou prejudiciais. Provocam efeitos colaterais incômodos e desagradáveis. Não são isentos de risco, exigindo moderação e cuidado em seu uso. Os estudos psicofarmacológicos são hoje fortemente controlados pela indústria farmacêutica, levando à prescrição indiscriminadas destes medicamentos. Muitas vezes, também, o profissional de Saúde prescreve psicofármacos para aliviar a sua própria angústia diante do sofrimento do paciente. Por conseguinte, devem ser usados apenas quando realmente necessários, seguindo a direção traçada pelo projeto terapêutico em seus diversos planos. A prescrição de psicofármacos segue a mesma regra básica para todos os medicamentos: devem ser utilizados nas mínimas dosagens necessárias para atingir o efeito clínico visado. É necessário clareza e paciência na orientação sobre o uso. Alguns psicofármacos têm um efeito imediato agradável (por exemplo, os benzodiazepínicos), mas trazem danos diversos quando usados a longo prazo. A discussão clara da relação custo-benefício é um importante fator para obter o consentimento e a participação do paciente. TERAPIAS - A terapia cognitivo-comportamental pode ser indicada para o tratamento do pânico, contudo as medicações são mais rápidas no bloqueio das crises (colocam a “casa interna” em ordem). Junto ao tratamento médico e psicoterápico, podem ser utilizados remédios florais de Bach e homeopáticos, como apoio. Sabendo da forte influência espiritual atuando neste tipo de transtorno, recomenda-se ao paciente e à sua família que procurem desenvolver a religiosidade, seja a denominação que for, dentro de instituições sérias e tradicionais. Se o paciente for espírita, recomenda-se que vá ao Centro Espírita, procurando tomar passes várias vezes na semana, participar de trabalhos de desobsessão, e procurar se engajar em trabalhos voluntários em sua comunidade civil ou religiosa. Enfim, exercitar a caridade em todos seus aspectos (material e moral). Consequências Frequentemente encontramos entre os pacientes com pânico certas reações diferentes do próprio pânico, mas que se originaram dele. A mais comum é a agorafobia. A ansiedade antecipatória é uma ocorrência comum em outros transtornos de ansiedade, trata-se simplesmente da preocupação excessiva que antecede os eventos, às vezes por alguns dias. A pessoa não sabe viver o “aqui e agora”. Como o paciente com pânico nunca sabe quando sofrerá nova crise, está sempre apreensivo, quando relaciona à crise a determinado local ou situação passa a ter ansiedade referentes a ele. A evitação é o comportamento decorrente da atribuição do local à sua crise; por exemplo: quem tem medo de ter crises em túneis dá voltas maiores para evitá-lo. Por fim, a hipocondria é uma manifestação freqüente no transtorno do pânico, apesar de encontrarmos poucas referências nos livros a esse respeito, na prática é uma relação bastante comum. Como as crises são fortes e muitas vezes associadas a mal estar cardíaco, os pacientes acreditam que sofrem algum mal cardiológico e por isso são encontrados nos consultórios e laboratórios de exames cardíacos, além das emergências gerais quando julgam estarem tendo um ataque cardíaco. A ligação entre o pânico e doenças cardíacas é nula, conforme diversos estudos mostraram, ou seja, não existem evidências de que os ataques de pânico com forte dores no peito venham a provocar qualquer tipo de doença cardíaca, nem as doenças cardíacas por outro lado podem causar pânico. A família Frequentemente os doentes com pânico sofrem muito duas vezes, a primeira por causa dos ataques e suas consequências, e a segunda por causa da incompreensão de que são vítimas. Muitos pacientes falam que seus filhos, pais, cônjuges os criticam por causa das crises, dizendo que são besteiras psicológicas, entre outras coisas. Em verdade, a primeira coisa que os familiares têm que fazer é compreender, aceitar e apoiar os doentes. O transtorno do pânico é uma doença como outra qualquer, a pessoa não quer tê-la, nem pode evitá-la. Aqui estão algumas recomendações às pessoas que convivem com quem tem o transtorno do pânico: Evite dizer: "Relaxe, acalme-se..." "Você pode lutar contra isso..." "Não seja boba(o)!" "Não seja covarde!" Etc. RECOMENDAÇÕES AOS FAMILIARES DE PACIENTES COM TRANSTORNO DO PÂNICO - Evite fazer suposições a respeito do que a pessoa com pânico precisa, pergunte a ela; Seja previsível, evite surpresas; Proporcione a quem sofre de pânico a paz necessária para se recuperar; Procure ser otimista para com quem tem pânico, procure aspectos positivos nos problemas; Não sacrifique sua própria vida, pois acabará criando grandes ressentimentos e mágoas; Não entre em pânico quando o doente tiver um ataque; Seja paciente, aceite e respeite as dificuldades de quem tem pânico, mas não se conforme como se ele(a) fosse um(a) inválido(a); Encaminhe o doente para atendimento e tratamento espirituais em instituições religiosas sérias e tradicionais, e o incentive à prática da caridade, de forma sistemática.

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