domingo, 11 de janeiro de 2015

MAIS TOLERÂNCIA -

Estamos mesmo vivendo um tempo de pouca tolerância... Você já observou como as pessoas hoje são intolerantes, como elas têm dificuldade para suportar umas às outras? Pessoas que por um pequeno motivo criam uma confusão, uma batalha? Isso se chama intolerância. Essas pessoas são chamadas de intransigentes. Se o amigo esquece de convidar para sair, acaba a amizade. Se o namorado ou namorada recebe alguma mensagem, acabam a relação de maneira cruel. Se o colega é de religião diferente já não serve para ser amigo ou tem restrição em relação a ele. São pessoas que vivem em estado de guerra, que por uma pequena coisa brigam. São pessoas rígidas em seus pontos de vista e em sua avaliação das outras pessoas. O pior é que, na maioria das vezes, são rígidas e intolerantes para consigo mesmas. Para melhor identificar a intolerância nas nossas manifestações, vamos conhecer alguns traços característicos desse defeito: a) Exigência fora da conta para com o comportamento ou para com as obrigações dos outros, nas situações familiares, profissionais ou sociais de um modo geral; b) Severidade exagerada quando nas funções de chefia, perdendo quase sempre o controle emocional e repreendendo violentamente algum subalterno que tenha cometido certo erro em suas obrigações de serviço; c) Rigidez nas determinações ou nas posições tomadas em relação a alguma penalidade aplicada a alguém que tenha errado e sobre quem exerça autoridade; d) Rispidez e maus-tratos para com aqueles com quem convive, agindo com dureza e radicalismo; e) Não-aceitação e incompreensão dos erros que alguém possa cometer, condenando-as inapelavelmente com julgamentos agressivos e depreciativos; f) Prazer em denegrir as pessoas, evidenciando, de preferência, seus defeitos. O intolerante não perdoa, nem mesmo atenua as falhas humanas e, por isso, falta-lhe a moderação nas apreciações para com o próximo. Vê apenas o lado errado das pessoas, o que em nada estimula o bem proceder. A fácil irritação é também um aspecto predominante do tipo intolerante. O senso de análise e de crítica é nele muito forte. Na sua maneira de ver, quem erra tem que pagar pelo que fez. Não há considerações que possam aliviar uma falta. Por que somos ainda tão intolerantes? Por que agimos com os outros, como se fôssemos perfeitos ? Vemos o cisco no olho do nosso vizinho e não enxergamos a trave no nosso. Gostamos de comentar só o lado desagradável e desairoso das pessoas, e isso até nos dá prazer. Será que nessas críticas não estamos inconscientemente projetando nos outros o que mais ocultamos de nós mesmos? Não estaríamos assim salientando nas pessoas o que não temos coragem de encarar dentro de nós? A intolerância doentia é um sintoma indicativo de que algo muito sério precisa ser corrigido dentro do nosso próprio ser. Por que exigimos perfeição dos que nos rodeiam e somos complacentes com nossos abusos? Sejamos primeiro rigorosos conosco e, então, compreensivos com os outros. “Incontestavelmente, é o orgulho que leva o homem a dissimular os seus próprios defeitos, tanto morais quanto físicos”. (Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo X. Bem aventurados os Misericordiosos. O argueiro e a trave no olho.) Mostrando o mal nos outros, ressaltamos as supostas qualidades que acreditamos ter. É manifestação de orgulho, não nos enganemos. É proceder contrário à caridade “que Jesus se empenhou tanto em combater, como o maior obstáculo ao progresso”. A censura que façamos a outra pessoa deve antes ser dirigida a nós próprios procurando indagar se não a mereceríamos. Analisemos, identifiquemos e lutemos por eliminar completamente a intolerância dos nossos hábitos. Diante da inveja, da injusta acusação, da ingratidão, da incompreensão, da injúria, da ignorância e da grosseria, resta-nos, como saída segura e cristã, exercitar a tolerância. Não poderemos nunca medir o tamanho dos problemas por que passam os que nomeamos como nossos “ofensores” e que os levam a ter tais comportamentos. Contudo, podemos com certeza entender que no íntimo de cada um deles há sofrimentos e angústias indecifráveis para as outras pessoas. Disso sabemos porquê também carregamos dificuldades ocultas. Sempre devemos nos colocar na posição de quem erra, a fim de compreendermos e perdoarmos com sinceridade. É indispensável que não esqueçamos de que aquele que hoje nos magoa pode mostrar-se para nós como grande instrumento de socorro amanhã. Tolerância é uma das tantas virtudes necessárias para elevar o ser humano à condição de civilizado. Ela faz parte do processo de desenvolvimento da maneira ideal de comportamento entre as pessoas e grupos, cuja objetivo é levá-los a manter a “disposição” firme e constante para praticar a tolerância; é exercício necessário para se conquistar a Sabedoria.

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