domingo, 7 de julho de 2013

NA MORTE COMO NA VIDA -

A morte é algo real em nossas vidas, é algo que temos que aprender a lidar e não ignorar como se não existisse. Precisamos deixar de fingir que vivemos e deixar de viver fingindo que não morremos. A saída mais sábia é o conhecimento para que não vivamos acuados pelo medo da morte, da nossa e dos que nos são queridos. Quando passamos a ter consciência de que a morte é real em nossas vidas, começamos a alimentar a necessidade de viver intensamente para que não lamentemos o que não vivemos, como alguns pacientes que, nos momentos que precederam a morte, declararam em uma pesquisa feita nos Estados Unidos. Alguns pacientes, nos momentos próximos à morte, ganham uma clareza de pensamento incrível e muitos deles quando questionados sobre desejos e arrependimentos, citam certos assuntos com os quais podemos aprender muito para que não repitamos os seus erros em nossas vidas. 1. Um deles assim falou: Eu gostaria de ter tido a coragem de viver a vida que eu queria, não a vida que os outros esperavam que eu vivesse. Esse é o arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que a vida delas está quase no fim e olham para trás, é fácil ver quantos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não realizou nem metade dos seus sonhos e têm de morrer sabendo que isso aconteceu por causa de decisões que tomaram ou não tomaram. A saúde traz uma liberdade que poucos conseguem perceber, até que eles não a têm mais. 2. Outro paciente disse: Eu gostaria de não ter trabalhado tanto. Muitos há que sentem falta de ter vivido mais a juventude dos filhos e a companhia de seus parceiros. Muitos se arrependem de ter vivido exclusivamente em função do trabalho e ter esquecido de viver certas coisas importantes na vida, como viajar, a companhia da família, lazer, etc. 3. Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos. Disse um outro. Muitas pessoas não dão atenção aos seus sentimentos e suprimem seus sentimentos tão somente para viver em paz com as outras pessoas.Como resultado, elas se acomodam em uma existência medíocre e nunca se tornam quem elas realmente são capazes de ser. Muitos desenvolvem doenças relacionadas à amargura e ressentimento que carregam durante toda a vida. 4. Eu gostaria de ter ficado em contato com os meus amigos. Frequentemente nós não percebemos as vantagens de ter amigos, de conservar os velhos amigos até eles chegarem à morte. Aí lamentamos não ter aproveitados mais de suas presenças. Muitos de nós viçam envolvidos em suas próprias vidas e esquecemos a importância dos amigos em nossas vidas. 5. Eu gostaria de ter me permitido ser mais feliz. Esse é surpreendentemente o arrependimento mais comum. Muitas pessoas só percebem que a felicidade é uma escolha no fim da vida. Muitas morrem achando que viver é ser infeliz, ignoram que fazer-se feliz é o nosso grande desafio na vida. Nós nos apegamos a antigas formas de vida e padrões e matamos a vida em nós. Por medo de tentar uma nova forma de viver, repetimos o que todos vivem e jogamos nossas vidas fora. O medo de mudança faz com que finjamos para os outros e para nós mesmos que estamos contentes quando, no fundo, ansiamos por rir de verdade e aproveitar as coisas simples em nossas vidas de novo. Com freqüência nos deparamos com uma grande quantidade de pessoas que se queixam de estarem deprimidas, nervosas, amedrontadas. É grande o número de pessoas que se sentem frustradas profissionalmente ou inconformadas com a vida que levam. Você já percebeu como com freqüência alguém nos fala que fulano está na pior ou que sicrano está derrubado? Dizem ser o estresse da vida, o mal da modernidade. No mundo turbulento e imediatista de hoje, em que a busca desesperada por bens de ordem material prevalece sobre os valores morais, muita gente age tentando agradar e impressionar uns aos outros, esquecendo os sentimentos próprios, afogando-se nas hesitações entre o desejo e o dever. Esse desequilíbrio emocional tem contribuído decisivamente para que muitos vivam em constante sensação de fragilidade e insegurança. Esse mal parece estar cada vez mais em evidência, manifestando-se em formas de estresse, de ansiedade e de medo. E aí desencadeia uma depressão dolorida e amarga. Entre os fatores que concorrem para que se estabeleça essa situação infelicitadora, podemos destacar, como principais, os problemas familiares, afetivos, sociais, financeiros e profissionais. E se estiver aliados ao de ordem espiritual, torna-se mais grave ainda. Aqui precisamos alertar, até mesmo os espíritas, para os quais qualquer adversidade, qualquer dificuldade, qualquer doença ou qualquer atitude equivocada que se pratique, é provocada por influência de algum espírito obsessor. Como se espírito obsessor fosse um ser repugnante predestinado ao mal. N a maioria das vezes, esse é um processo de transferência de culpa. É bem mais fácil atribuir-se a outra pessoa a causa das dificuldades enfrentadas do que encarar o próprio desequilíbrio, numa tentativa de livrar-se, assim, das responsabilidades e dos conflitos íntimos. O espírito obsessor nada mais é que uma vítima do passado, que se acha no direito de cobrar do seu antigo algoz, mediante a lei de talião: olho por olho, dente por dente. Na verdade, ele é um necessitado de apoio e compreensão fraternos, e do amor, para libertá-lo do cativeiro do ódio e transformá-lo no benfeitor do amanhã. Voltemos ao assunto do início e nos perguntemos: O que queremos realmente da vida? Para que estamos vivendo? Qual a nossa busca verdadeira? Queremos mesmo viver a vida que estamos levando? Queremos mesmo fazer o que estamos fazendo? Queremos estar com quem estamos? Estas são perguntas que muitas vezes nos parecem difíceis de ser respondidas. Há pessoas que jamais questionam sobre essas coisas porque não querem saber nada sobre si mesmas. São criaturas que agem impensadamente, sem medir o alcance de suas palavras e gestos, atos e atitudes. Não se dão conta das coisas em sua volta, não percebem as circunstâncias em que vivem. Agem de modo insensato e maquinal. São levianas e incoerentes, há nelas ausência de reflexão – não têm nenhum domínio de suas faculdades naturais. Por outro lado, não são poucos os que se satisfazem em apresentar, para si e para os outros, respostas prontas, regulamentadas, banais, corriqueiras. Não podem entender nada daquilo que não tenha vindo das próprias experiências e vias inspiradoras, como se a vida girasse em torno delas e fossem elas modelo para as outras. Convenhamos que a vida será melhor se vivermos com emoção, com alegria, mesmo que às vezes experimentemos sofrimento, viver com entrega. Ter uma vida completa, provável e também incerta. Essa é a nossa vida: uma constante poesia, ou não. A vida só tem graça assim: inteira, íntegra, viva, vivida, um encontro constante conosco, com os outros, com a emoção.

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