domingo, 21 de setembro de 2014

AUTO CONCEITO: COMO VOCÊ SE VÊ?

As pessoas são isoladas em nossa sociedade por diferença de raça, posição econômica, aparência, sexo, idade, etc. Esta discriminação provoca ou reforça uma visão pobre de si mesmo e observa-se que pessoas com baixa auto-estima tendem a desenvolver mais facilmente transtornos psicológicos e físicos. A auto-estima está correlacionada com a ocorrência de depressão, porém não se estabelece uma relação causal, elas apenas se elevam ou se reduzem na mesma proporção. Um autoconceito positivo contribui para que o indivíduo tenha um bom desempenho social, afetivo e intelectual. Diversos estudos chegaram à conclusão de que os indivíduos donos de uma elevada auto-estima costumam obter sucesso em seu meio social, exercendo atração sobre as outras pessoas e conquistando muitos amigos”. Para manter uma auto-estima saudável é necessário cuidar bem de si mesmo. Estudos comprovam que, uma criança com alta auto-estima, provavelmente está inserida em um ambiente familiar favorável, em que seus pais, também com um índice alto de estima, incentivam a criança a ter opiniões e tem maior aceitação e atitudes positivas em relação a seus filhos, tendo como base limites claros estabelecidos e inseridos em uma atmosfera amorosa. Verifica-se que a criança vivencia a discrepância entre o que ela gostaria de ser e aquilo que ela pensa ser. Se a discrepância é baixa a auto-estima, provavelmente, será alta ou pode ocorrer o processo inverso, aumento da discrepância e queda da auto-estima. Entretanto, os padrões variam, pois algumas crianças podem, por exemplo, valorizar as atividades físicas enquanto outras se dedicam a atividades acadêmicas. Pais e companheiros, ao dar apoio a seus filhos, não podem estar vinculando sua atitude a excelentes performances da criança em determinadas áreas como, conseguir boas notas na escola, ser um atleta em destaque, pois se isto ocorrer distanciará a criança de sua realidade. As percepções são formadas pelas avaliações e reforços de pessoas significativas, pelas auto-atribuições que o indivíduo realiza, pelo seu comportamento e pela experiência e interpretações do ambiente onde se insere. O indivíduo é objeto da sua própria observação e hierarquiza as várias auto-imagens acerca de si e, portanto as que têm maior significado são aquelas a quem dá mais importância. Há considerável queda da auto-estima no início da adolescência, este dado parece estar associado à mudança de escola ou de graus. Outro constituinte do autoconceito é a auto-eficácia que se refere à autopercepção em que o indivíduo se auto-avalia como eficaz e confiante na sua capacidade para enfrentar o meio ambiente. Em suma, o autoconceito é compreendido como o conjunto de percepções que o indivíduo tem de si próprio e se torna cada vez mais específico e diferenciado à medida que a idade avança. Apenas recentemente começou-se a estudar a relação do autoconceito com a doença e, mais raramente, com a saúde. Estudos comprovam que os doentes com perturbações emocionais tendem a ter um autoconceito pobre. A probabilidade para desenvolver sintomas devido ao stress é menor quanto melhor é o autoconceito do indivíduo. Em um estudo realizado em 94 mães de crianças deficientes, com idades entre os 24 e 63 anos, foi verificado que a auto-estima era a variável principal na predição do stress. Autoconceito: como você se vê? As percepções que uma pessoa tem a respeito de si mesma têm um papel muito importante na sua vida. Se essa pessoa tem percepções realistas acerca de suas próprias capacidades e limitações, suas atitudes serão mais condizentes com aquilo que ela deseja alcançar. Por outro lado, se ela tem percepções distorcidas a respeito de suas próprias capacidades e limitações, isso influenciará negativamente no alcance de seus objetivos. O fato é que o autoconceito influencia de maneira bastante forte as nossas atitudes e decisões. Se alguém possui um autoconceito positivo, isso lhe ajuda a encarar os desafios da vida de maneira mais realista e produtiva. Por outro lado, quando a pessoa possui um autoconceito negativo, pode acontecer de perceber os desafios da vida como simplesmente ameaças, isso pode lhe provocar muita insegurança e medo, ampliando ainda mais seu autoconceito negativo. Autoconceito positivo É muito importante desenvolver as percepções internas das próprias capacidades e limitações. Quando temos consciência verdadeira daquilo que realmente temos condições de fazer e de suportar, as possibilidades de ter atitudes vencedoras e alcançar os nossos objetivos são astronomicamente maiores do que quando temos percepções distorcidas acerca de nossas próprias capacidades e limitações. O autoconceito positivo nos ajuda também a ter uma melhor autoestima e maior confiança nas próprias habilidades e forças. Além disso, ele nos ajuda também a desenvolver nossas habilidades para construir e manter relacionamentos mais saudáveis e construtivos, o que pode nos proporcionar uma vida mais plena e feliz. Autoconceito distorcido Quando não temos uma percepção realista de nossas próprias capacidades e limitações, corremos um grande risco de mergulhar no pessimismo e a ter atitudes que nos distanciam de nossos objetivos e sonhos. São sinais de autoconceito distorcido: “Sou muito desajeitado, não consigo fazer nada direito” “Ele é melhor do que eu em tudo” “Eu nem preciso tentar, pois nunca vou conseguir fazer nada” “Não consigo ser melhor do que sou, serei sempre um fracassado” “Não existem recursos que podem me ajudar, sempre tive dificuldades e não consigo aprender nada direito” “Eu não mereço nada mesmo, pois sou ruim e nem tenho forças para mudar” Os exemplos acima são apenas alguns dentro muitos outros que poderiam ser apresentados. Essas crenças são estratégias de autosabotagem que utilizamos sem nem mesmo perceber que estamos destruindo as nossas próprias possibilidades de realizar aquilo que desejamos. O autoconceito distorcido é muito poderoso e tem poder para prejudicar até mesmo a nossa saúde mental, visto que ele provoca uma grande carga de frustrações, receios, medos e sentimentos de fracasso, com o tempo, isso pode levar a pessoa a desenvolver um grave transtorno de ansiedade, ou até mesmo depressão. Descubra quem você é Consciência das reais capacidades e limitações é algo que só alcançamos quando damos atenção a nós mesmos e nos empenhamos em trabalhar o nosso autoconhecimento. Investigar, descobrir, perceber o sentido, aceitar e trabalhar as nossas próprias características internas é um dos exercícios mais poderosos que um ser humano pode executar. Esse exercício pode nos levar ao âmago de nossas dificuldades e potencialidades, então podemos trabalhar essas dificuldades e resolvê-las (ou pelo menos amenizá-las), e despertar as potencialidades e utilizá-las de maneira que possamos caminhar com mais energia rumo àquilo que desejamos alcançar. É preciso coragem e investimento. Se você deseja ter uma vida mais repleta de realizações, necessariamente precisará encarar com coragem as suas limitações e os seus medos. Naturalmente isso é uma tarefa complexa, e muitas vezes você sentirá que suas forças estão se exaurindo, contudo, fique atento ao que acontece com você e, se perceber necessário, procure ajuda. Não deixe suas forças irem embora, exercite-as e procure os recursos que podem lhe ajudar a descobrir o que você precisa trabalhar e o que pode utilizar para vencer os desafios e alcançar aquilo que deseja. Você também precisará fazer investimentos (e não falo apenas de investimentos financeiros). Você precisará investir nos seus relacionamentos, em diálogos com você mesmo, em tempo para dar atenção aos seus próprios sentimentos. Precisará investir em recursos para trabalhar o seu autoconhecimento. Sem investimentos dificilmente você conseguirá obter tudo o que precisa para caminhar com mais segurança rumo aos seus objetivos e sonhos.

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