domingo, 5 de outubro de 2014

LIDAR COM A DEPRESSÃO E O SEGREDO PARA A FELICIDADE -

A depressão, de acordo com o seu nível, necessita de um tratamento especializado. Devemos mesmo é procurar os nossos psicoterapeutas, psicólogos, psicanalistas, psiquiatras, quando estivermos saudáveis. Prevenção nunca é demais. Convencionou-se, principalmente no Brasil, que quem vai falar com esses profissionais não está muito bem da bola. E quem é mesmo nesse país que anda bem? E, se alguém disser “Eu!”, deve estar, no mínimo, com transtorno neurótico de perfeição, mania de ser melhor do que os outros. Todos nós temos nossos transtornos neuróticos. Ninguém é de todo normal. Às vezes estamos deitados e pensamos: “será que eu fechei a porta?”. Levanta e vai olhar. Isso aí já se configura como um transtorno neurótico. Em um outro momento, está com os óculos na cabeça e sai à procura dos óculos em algum lugar. Isso também é transtorno neurótico. Só para citar alguns exemplos nos nossos transtornos mais comuns. A depressão é um transtorno psicótico maníaco depressivo. Fatores endógenos (internos) e exógenos (externos) são responsáveis por causar esse transtorno. Mas o ser profundo que somos e o corpo em que estamos pode trabalhar para restaurar o equilíbrio perdido dos neuropeptídios. Neuropeptídios, lembremos, é uma classe de neurotransmissores importantes na rotina do nosso corpo. São cadeias de aminoácidos usados para comunicação intercelular. Eles controlam, por exemplo, a fome, a dor, o prazer , a memória e a capacidade de aprendizado. Chico Xavier um dia adoeceu e fez um transtorno psicótico depressivo. Seu guia espiritual disse: “A tua saúde vai depender de uma frase com três palavras. Toma de uma cartolina e escreve. Coloca aos pés da cama. Todas as vezes que despertares ou ao deitar, tu verás e isso vai te ajudar. A frase dizia: “Isto também passa!”. Tudo passa e isto também passa. E, ao considerar que isso também passa, já passou. Então, harmoniza-te. Na raiz do distúrbio está também o seu desamor. A sua não aceitação de si mesmo. Portanto, aceite-se. No binômio saúde-doença, ame-se, perdoe-se, adquira razão de viver e doe-se. Quando visitar alguém, não lamente com o doente. Quando ele começar a lamentação, dê-lhe dez minutos no máximo, não mais do que isto, e diga-lhe assim: “Eu esperava entrar você pior!” Se ele disser: “Mas eu estou morrendo!”, diga-lhe “Pois é, eu vim certo que você já tivesse morrido. Já que não morreu, vamos conversar.” Não faça coro com o pessimismo ou a lamúria de alguém que perdeu a esperança ou alguém de natureza pessimista. A maioria das pessoas doentes perde a interação mente-corpo. Essa interação depende do espírito que somos. Ame-se para poder amar. Perdoe-se para melhor perdoar. Encontre um significado para a vida, seja qual for, para poder ser feliz. Acima de tudo, aceite-se como você é. Aceite a condição em que se encontra, aceitando a doença. Não se revolte. Use de resignação, compreendendo a situação em que se encontra. A dificuldade pela qual está passando pode acontecer com qualquer um de nós. Por outro lado, não se acomode como se fora um mártir, porque dessa forma, a doença vai acelerar. Diga assim para a doença: “Olá, querida, seja bem vinda, mas saiba que você não é amada por enquanto. Eu lhe dou hospedagem por um tempo, mas, como todo hóspede, você tem que ir embora.” Você é alguém que está em curso como todos nós estamos, com a probabilidade de que isso posso acontecer. Deixe acontecer, não se rebele, nem se submeta. E, assim, vai descobrir que vale a pena viver. Façamos nossos planos mediatos, mas vivamos plenamente o agora. Existe um segredo para a felicidade muito bem guardado desde tempos ancestrais pelos Grandes Sábios do universo. Raramente falam sobre isso, mas usam a todo momento, e é fundamental para se ter uma boa saúde mental. O nome desse segredo é “A Arte Suprema de Não se Sentir Ofendido”. Para ser um verdadeiro mestre nessa arte, você deve entender que cada ação e reação de outro ser humano é resultado da soma de toda a experiência de vida dele até o momento. Em outras palavras, a maioria das pessoas no mundo dizem o que dizem e fazem o que fazem de acordo com seus próprios medos, conclusões, defesas e tentativas de sobrevivência. A maioria dessas coisas, mesmo quando apontadas para nós, não tem nada a ver conosco. Geralmente tem mais a ver com todas as outras vezes e, em particular, com as primeiras vezes que a pessoa experimentou algo semelhante, a maioria das vezes quando jovens. Isso se chama de psicodinâmica. Entendamos pois que nós vivemos num mundo onde a psicodinâmica é responsável por fazer o mundo girar. Uma pessoa que deseja viver cercada de sucesso e bem-estar espiritual precisa entender que psicologia é tão espiritual quanto… orações. Afinal, psicologia é isso, “estudo da alma”. Tendo isso em mente, quase nada deve ser levado para o lado pessoal. Até mesmo com as pessoas mais próximas e amadas, nossos parceiros queridos, nossos filhos e amigos. Estamos todos nadando em projeções e filtros das experiências da vida dos outros, e geralmente somos apenas bonequinhos, sendo que nossos amados têm suas próprias reações já construídas. Lógico, não vamos desumanizar a vida ou irrelevar a intimidade dos nossos relacionamentos, mas devemos principalmente saber que quase toda vez que somos ofendidos, estamos apenas numa área de desentendimento. A personificação verdadeira dessa ideia permite que tenhamos verdadeiramente mais intimidade e menos sofrimento em todos os nossos relacionamentos. Quando nós sabemos que apenas “demos azar” de ser quem estava lá naquele momento e vítima daquela psicodinâmica de alguém que disse algo ou fez algo, nós não devemos levar isso para o lado pessoal. Se não fosse nós, seria outra pessoa qualquer. Isso nos torna livres para sermos mais desapegado das reações das pessoas ao nosso redor. Quantas vezes nós nos sentimos ofendidos com as palavras de alguém, ao invés de perceber que a outra pessoa, na verdade, pode estar machucada? Na verdade, toda vez que somos ofendidos, uma chance aparece para demonstrarmos bondade por aquele que está sofrendo – mesmo que essa pessoa não demonstre isso superficialmente. Toda a raiva, toda aspereza, antipatia, criticismo, na verdade é uma forma de sofrer. Quando não correspondemos a esses sentimentos, fazemos nossa parte pela mudança do mundo. Nem precisamos dizer nada para essa pessoa. Na verdade, é melhor que não digamos nada mesmo, que inclusive é uma postura mais madura. Pessoas que sofrem por dentro, mas não exteriorizam, geralmente não gostam que alguém aponte para elas e digam que elas estão sofrendo. Não devemos ser o terapeuta daqueles que amamos. Apenas devemos entender a situação e seguir em frente. O mínimo que devemos fazer é coisas que nos façam sofrer menos e, por consequência disso, aproveitarmos a chance que temos de fazer do mundo um lugar melhor. Tudo isso não deve ser confundido com nos deixarmos sofrer ou sermos negligentes. Compaixão natural e verdadeira não permite que nos machuquemos. Mas quando sabemos que nada deve ser levado para o lado pessoal, algo mágico acontece. Muitos daqueles que parecem abusar do mundo somem das nossas vidas. A partir do momento que estamos conscientes, esse abuso só acontece se a gente acreditar no que o outro diz. Quando sabemos que nada deve ser levado para o lado pessoal, nós não somos mais abusados. A gente pode dizer: “ei, obrigado por compartilhar isso comigo”, e seguir a vida. Não devemos nos deixar guiar pelo que outros dizem ou fazem, pois sabemos que não tem a ver com a gente. Quando sabemos que o que é inerente a nós não é determinado pelo que outros dizem, fazem ou acreditam, podemos simplesmente levar o mundo de uma forma mais leve. E, se necessário, podemos apenas virar as costas e ir embora sem criar mais stress para nós ou ter que convencer a outra pessoa que somos pessoas boas, decentes e que valemos a pena. O grande desafio de hoje em dia nas nossas vidas é viver uma vida contente, independente do que os outros dizem, acham ou acreditam. A Arte Suprema de Não se Sentir Ofendido é uma das principais habilidades necessárias para ser uma pessoa espiritualizada. Embora isso demande um pouco de prática, é um dos melhores segredos para se viver uma vida feliz. Durante uma vida a gente é capaz de sentir de tudo, são inúmeras as sensações que nos invadem, e delas a arte igualmente já se serviu com fartura para retratá-las. Paixão, saudade, culpa, dor-de-cotovelo, remorso, excitação, otimismo, desejo – sabemos reconhecer cada uma destas alegrias e tristezas. Não há muita novidade, já vivenciamos um pouco de cada coisa, e o que não foi vivenciado foi ao menos testemunhado através de filmes, novelas, letras de música. Há um sentimento, no entanto, que não aparece muito, não protagoniza cenas de cinema nem vira versos com frequência, e quando a gente sente na própria pele, é como se fosse uma visita incômoda. De humilhação é que falo. Há muitas maneiras de uma pessoa se sentir humilhada. A mais comum é aquela em que alguém nos menospreza diretamente, nos reduz, nos coloca no nosso devido lugar - que lugar é este que não permite movimento, travessia? Geralmente são opressões hierárquicas: patrão-empregado, professor-aluno, adulto-criança. Respeitamos a hierarquia, mas não engolimos a soberba alheia, e este tipo de humilhação só não causa maior estrago porque sabemos que ele é fruto da arrogância, e os arrogantes nada mais são do que pessoas com complexo de inferioridade. Humilham para não se sentirem humilhados. Mas e quando a humilhação não é fruto da hierarquia, mas de algo muito maior e mais massacrante: o desconhecimento sobre nós mesmos? Tentamos superar uma dor antiga e não conseguimos. Procuramos ficar amigos de quem já amamos e caímos em velhas ciladas armadas pelo coração. Oferecemos nosso corpo e nosso carinho para quem já não precisa nem de um nem de outro. Motivos nobres, mas os resultados são vexatórios.

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