segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

" MÁGOA E PERDÃO "

Você vai acumulando sentimentos de mágoa e uma hora você estoura! Pois é, esse não é o único problema, mais grave é quando você acumula a mágoa e desconta nos outros as dores que são suas, magoando as pessoas ao seu redor. Para evitar que isso aconteça e para lhe ajudar a extravasar, sugerimos o seguinte: 1.Aceite que algo lhe incomoda sem medo de expor seus sentimentos, assim você não intensifica a dor remoendo mágoa dos outros. 2. Detecte o que de fato lhe fez mal para não sair atirando para todos os lados. 3. Não crie expectativas em relação ao outro para não se decepcionar depois. Só você pode curar sua dor, não adianta achar que o outro vai lhe livrar do sofrimento. 4.Busque em você e na sua vida todos os recursos que podem lhe ajudar a superar sua dor: amigos, praticar esportes, terapia, entre outros. Se pergunte quais destas possibilidades fariam mais efeito na hora de trabalhar a dor que está lhe maltratando e corra atrás dela. Nem sempre o que lhe indicam é o melhor para você e, às vezes, uma conversa franca é mais útil do que uma consulta. 5-Trabalhe sua auto estima: As pessoas lhe maltratam, se você deixa que isso aconteça. É você quem escolhe as relações que quer estabelecer com as pessoas, por isso, em vez de culpar o outro pelo seu sofrimento, olhe para si mesmo e se ajude. 6-Perdoe. Perdoar não é esquecer o que lhe fez mal e sim superar e se libertar daquele sentimento ruim: só nos curamos quando viramos a página e, para isso, é preciso disposição e paciência. Não dá para achar que superou, só porque você quer se sentir assim; você tem que ser sincero para ser verdadeiro.
A CURA PELO PERDÃO - Pesquisas e estudos vêm comprovando os benefícios, tanto mentais quanto físicos, do ato de perdoar. Segundo o dicionário (Dicionário Michaelis), a palavra perdão significa “conceder perdão, absorver, remitir (culpa, dívida, pena, etc.), desculpar e poupar-se”. Sim! O ato de perdoar envolve tudo isso e ainda muito mais. Pesquisas e estudos vêm sendo desenvolvidos nesses últimos anos para mostrar e comprovar o poder e os benefícios do perdão. Porém, não é justo dizer que somente agora o mundo está se dando conta do poder do perdão. No aspecto científico, talvez, mas crença e religiões já pregam a importância do perdão há muitos e muitos anos, principalmente como um ato importante para a saúde do espírito. No ano passado, foi feita, em Michigan, EUA, uma experiência com 71 voluntários. Nela, foi pedido a eles que se lembrassem de alguma ferida antiga, uma mágoa que os tivesse feito sofrer. Nesse instante, foi registrado o aumento da pressão sanguínea, dos batimentos cardíacos e da tensão muscular, reações idênticas às que ocorrem quando as pessoas sentem raiva. E quando foi pedido que eles se imaginassem entendendo e perdoando as pessoas que lhes haviam feito mal, eles se mostraram mais calmos, e com pressão e batimentos menores. A questão principal, porém, é que o ato de perdoar não é uma das tarefas mais fáceis para nós, seres humanos. Tribos, sociedades, países, famílias e amigos já travaram e ainda travam batalhas, e verdadeiras guerras, por causa de diferenças entre as pessoas, ou devido a algum ato que desagradasse ou prejudicasse, espalhando pelo mundo ainda mais rancor e nem um pouco de paz. Mas o perdão não é impossível, nem mesmo nos casos mais graves. EM 1999, o Dr. Fred Luskin, autor de O PODER DO PERDÃO e doutor em aconselhamento clínico e psicologia da saúde pela Universidade de Stanford, criou o PROJETO DA UNIVERSIDADE DE STANFORD PARA O PERDÃO, tendo combinado em sua pesquisa dissertativa uma técnica psicoterapêutica, focando a emotividade racional, com alguns estudos sobre o impacto das emoções negativas, como raiva, mágoa e ressentimento no sistema cardíaco. Suas técnicas foram aplicadas em várias experiências, sendo uma delas com dois grupos de pessoas que foram atingidas pelos conflitos entre protestantes e católicos, na Irlanda: um grupo, de mães que tiveram seus filhos mortos; outro, de homens e mulheres que perderam algum parente. Para esse projeto, Luskin contou com a cooperação de Carl Thoreses, PhD em Psicologia, e contou com o apoio de uma militante irlandesa que há trinta anos trabalha pela paz em seu país. Os participantes foram separados em grupos experimentais e supervisionados, e passaram seis semanas tendo aulas sobre as técnicas de perdão de Luskin. Os primeiros resultados indicaram que os participantes apresentavam redução do nível de estresse, viam-se menos irados e mais confiantes e que, no futuro, eles perdoariam mais e mais facilmente. Além disso, o estudo mostrou que o perdão pode promover uma melhora na saúde física, pois esse grupo de pessoas apresentou uma diminuição significante em sintomas como dores no peito, na coluna, náuseas, dores de cabeça, insônia e perda de apetite. Os dois médicos afirmam que essa melhora psicológica e física persiste pelo menos por quatro meses; em alguns casos, ao longo desses quatro meses, a melhora continua a progredir. Luskin descreve o perdão como sendo uma forma de se atingir a calma e a paz, tanto com o outro quanto consigo mesmo. A terapia que ele propõe encoraja as pessoas a terem maior responsabilidade sobre suas emoções e ações, e serem mais realistas sobre os desafios e quedas de suas vidas. Em O Poder do Perdão, ele explica o processo de formação de uma mágoa e demonstra como tal fato possui um efeito paralisante na vida das pessoas, baseado suas afirmações em suas investigações e pesquisas, principalmente em seu Projeto da Universidade de Stanford para o Perdão. Como pode ser definido, de fato, o ato de perdoar? É simples. Perdoar é a arte de fazer as pazes quando algo não acontece como queríamos. É fazer as pazes com a palavra NÃO. O acúmulo de mágoas pode causar problemas físicos e psicológicos. Rancor e desesperança são particularmente perigosos para o bem-estar. A vida tem dificuldades frequentes. Precisamos de um caminho para superá-las e, assim, nos libertarmos... é para isso que existe o perdão. O perdão pode ser considerado como uma cura para doença físicas e mentais advindas de problemas emocionais ou psicológicos. Ele reduz a agitação que leva a problemas físicos. Perdoar reduz o estresse que vem de pensar em algo doloroso, mas não pode ser mudado. Ele também limita a ruminação que leva a sentimento de impotência que reduz a capacidade de alguém cuidar de si mesmo. O perdão é uma cura... às vezes. Ele ajuda? Muitas vezes. É possível que as pessoas possam perdoar alguém, mesmo ainda estando irada ou magoada com ela? A diminuição da ira e da mágoa vem de se vivenciar o perdão. O perdão é a experiência interior de se recuperar a paz e o bem-estar. Pode acontecer de alguém perdoar um dia, e a raiva volta depois, e isso é normal. Dessa forma, o perdão é um processo que deve ser praticado. Se você permanece falando ou pensando com rancor de alguém, então o perdão ainda não aconteceu. Existe um momento certo para dar início ao processo do perdão. O momento é logo depois do tempo necessário para vivenciar a perda. Se a pessoa perdoar de imediato, ela pode ficar com a sensação de que a pessoa perdoada estava com a razão, ou com a sensação de que um direito seu foi atingido. Como afastar ou ultrapassar essa ideia? Às vezes, a pessoa foi realmente prejudicada. O perdão não elimina esse fato; apenas o torna menos importante. A mágoa é um processo de valorização do fato. Talvez o fato não mereça que o valorizemos tanto e soframos por causa dele. O perdão implica que se pode ficar em paz, mesmo tendo sofrido um mal. Não podemos escapar de todos os males. Faz a pessoa continuar intranquila porque o problema ainda persiste. O perdão reconhece o mal, mas permite que o prejudicado leve a vida em frente. O perdão pode conviver com a injustiça e não impede que se faça as coisas justas ou adequadas. Você apenas não as faz de uma perspectiva rancorosa ou transtornada. Quando a pessoa se encontra num “processo” de perdoar alguém, pode acontecer dela perceber que ela mesma também tem culpa na situação e pode ter causado algum mal ao outro. Muitas situações são complexas e não se pode simplesmente distinguir nelas uma pessoa boa e uma ruim, mas sim duas pessoas que criaram juntas uma situação difícil. É bom lembrar que o perdão pode ser estendido à própria pessoa e que, às vezes, o perdão implica em reconciliar um relacionamento, e outras vezes, em abrir mão desse relacionamento. A ausência de perdão causa estresse sempre que se pensa em alguém que nos feriu e com quem não fizemos as pazes. Isso prejudica o corpo e provoca emoções negativas. O perdão é, pois, benéfico à saúde da pessoa que se sente magoada. O perdão tem valor em dificuldades muito variadas; dificuldades que podem envolver esposas ou maridos que enganam maridos ou esposas, crianças que sofreram abuso, sócios fraudulentos e até pessoas que tiveram seus filhos assassinados.
OS NOVE PASSOS DO PERDÃO - Segundo o Dr. Fred Luskin: 1. Saiba exatamente como você se sente sobre o que ocorreu e seja capaz de expressar o que há de errado na situação. Então, relate a sua experiência a umas duas pessoas de confiança. 2. Comprometa-se consigo mesmo a fazer o que for preciso para se sentir melhor. O ato de perdoar é para você e ninguém mais. Ninguém mais precisa saber sua decisão. 3. Entenda seu objetivo. Perdoar não significa necessariamente reconciliar-se com a pessoa que o perturbou, nem se tornar cúmplice dela. O que você procura é paz. 4. Tenha uma perspectiva correta dos acontecimentos. Reconheça que o seu aborrecimento vem dos sentimentos negativos e desconforto físico de que você sofra agora, e não daquilo que o ofendeu ou agrediu dois minutos - ou dez anos - atrás. 5. No momento em que você se sentir aflito, pratique técnicas de controle de estresse para atenuar os mecanismo de seu corpo. 6. Desista de esperar, de outras pessoas ou de sua vida, coisa que elas não escolheram dar a você. Reconheça as “regras não cobráveis” que você tem para sua saúde ou para o comportamento seu e dos outros. Lembre a si mesmo que você pode esperar saúde, amizade e prosperidade e se esforçar para consegui-los. Porém você sofrerá se exigir que essas coisas aconteçam quando você não tem o poder de fazê-las acontecer. 7. Coloque sua energia em tentar alcançar seus objetivos positivos por um meio que não seja através de experiência que o feriu. Em vez de reprisar mentalmente sua mágoa, procure outros caminhos para seus fins. 8. Lembre-se de que uma vida bem vivida é a sua melhor vingança. Em vez de se concentrar nas suas mágoas – o que daria poder sobre você à pessoa que o magoou – aprenda a buscar o amor, a beleza e a bondade ao seu redor. 9. Modifique a sua história de ressentimento de forma que ela o lembre das escolhas heróicas que é perdoar. Passe de vítima a herói na história que você contar.

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