domingo, 29 de setembro de 2013

O MAL DO SÉCULO -

Uns chamam de “mal do século”. Outros chamam de “doença da alma”. O fato é que a Organização Mundial da Saúde faz uma previsão assustadora: em 8 anos a depressão ocupará o segundo lugar na lista dos males que mais matam, sobrepondo-se até mesmo aos males do coração que é o fator que mais mata atualmente. Segundo a OMS, a depressão afeta hoje 121 milhões de pessoas em todo mundo. Portanto, a depressão é muito mais frequente do que imaginamos. E também começa a atingir pessoas em plena juventude. A média etária de sua primeira manifestação baixou de 40 para 26 anos. No entanto, crianças e adolescentes hoje integram o rol dos consumidores de antidepressivos. A depressão ganhou um caráter físico e químico quando se descobriu sua ligação com a falta de duas substâncias no cérebro: a serotonina e a noradrenalina. Essas substâncias são chamadas de neurotransmissores porque ajudam na realização da transmissão de energia entre as células nervosas. O que se dá o nome de sinapse. A doença acontece quando o sofrimento vem do nada ou é completamente desproporcional ao motivo que o disparou, arrastando-se por meses ou até anos. É um mal que atinge todas as classes sociais e todos estão ameaçados por ela, independentemente de idade, raça, sexo, religião, posição social ou formação mental. Depende apenas do tamanho da dor e da capacidade de suportá-la. Vamos compreender bem: depressão não é apenas um simples estado de tristeza ou melancolia. É um estado corporal indesejável e constante, acompanhado de mudanças no comportamento da pessoa e que independem da vontade dela. E algo extremamente preocupante é a alta ligação entre depressão e suicídio. A depressão é resultado de fatores genéticos e ambientais/históricos. O humor deprimido, o desânimo, a apatia e a dificuldade para se engajar na mudança independem da vontade! Costuma-se definir a alteração do humor como doença, quando uma série de sinais e sintomas característicos estão presentes com duração e gravidade a ponto de prejudicar o funcionamento do indivíduo, levando ao sofrimento, disfunção ou prejuízo competitivo em relação ao ambiente físico ou social. A depressão pode ser classificada em três tipos: depressão maior, distimia e transtorno bipolar. A depressão maior caracteriza-se pela combinação de alterações comportamentais, emocionais e de pensamento que incapacitam o indivíduo para realizar suas atividades profissionais, acadêmicas, de lazer, além de trazer alterações no apetite e sono. Já a distimia é considerada um tipo menos severo de depressão, em que não se observa a incapacitação, mas que estão presentes alterações indesejáveis no humor e demais alterações comportamentais de forma crônica. As pessoas constantemente mau-humoradas podem, na verdade, apresentar um quadro de distimia. O transtorno bipolar, conhecido como psicose maníaco-depressiva, tem uma prevalência menor que os anteriores e caracteriza-se por uma oscilação extrema do humor que vai da mania (episódios maníacos) à depressão (episódios depressivos). Quanto à intensidade, a depressão pode ser: leve que é formada por dois a três sintomas, o que não incapacita a pessoa de realizar suas atividades habituais; moderado, formada por mais de quatro sintomas, dificultando a pessoa acometida de realizar suas atividades habituais; grave com sintomas psicóticos, caracterizada por sintomas intensos, com idéias e atos de suicídio; grave com sintomas psicóticos, capaz de levar a pessoas a associação de alucinações e idéias delirantes, com risco de morrer de desidratação, desnutrição e suicídio e, finalmente, recorrente, cuja evolução se dá na forma de episódios recorrentes depressivos. As causas da depressão estão na combinação de fatores filogenéticos, ambientais/históricos (acontecimentos ao longo da vida) e sócio-culturais. Os fatores históricos, também chamados de psicológicos, são de extrema relevância tanto no surgimento da depressão quanto na sua manutenção. Uma história de vida com muitas perdas afetivas, perdas financeiras ou incapacidade de alcançar os objetivos traçados pode criar e cria um “terreno fértil”, propício, favorável à depressão. É importante ressaltar que um estilo de vida que não possibilite experiências agradáveis, conquistas, vitórias pode não só desencadear como manter um quadro de depressão. Lembremos, ainda, os sentimentos de menos valia e baixa auto-estima que atinge um grande número de pessoas e que podem levar a um estado depressivo.

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